Casa da Quinta da Bela Vista / Quartel da Guarda Nacional Republicana, GNR, da Bela Vista

IPA.00020613
Portugal, Porto, Porto, Campanhã
 
Arquitectura educativa, do séc. 20. Estabelecimento de ensino primário e secundário, construído para albergar alunos em regime de internato e externato. O edifício funcionou como estabelecimento de ensino durante um curto período de quatro anos, apesar de ter sido considerado na época como tendo instalações de grande qualidade, construídas dentro dos mais modernos princípios didácticos e higiénicos.
Número IPA Antigo: PT011312030300
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Acessos

Rua de São Roque da Lameira, Rua da Lameira de Cima

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 318/2010, DR, 2.ª série, n.º 87, de 05 maio 2010

Enquadramento

Urbano, isolado, implantada num dos pontos mais altos da cidade, permitindo desfrutar de uma visão panorâmica, o que lhe valeu a designação de bela vista. Encontra-se envolvida por vários espaços verdes que resistem à construção urbana, testemunhos do que outrora foi freguesia de Campanhã, local de eleição dos endinheirados durienses, que aqui construíram os seus edifícios apalaçados. Para O. e N. desenvolvem-se os jardins Mata e Palacete da antiga Quinta de São Roque da Lameira (v. PT011312030473 e PT011312030487).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Segurança: quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR)

Propriedade

Publica: Estatal de administração directa

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: José Teixeira Lopes (1872-1919) ; MESTRE-DE-OBRAS: Avelino Ramos Meira (1912), Inácio Pereira de Sá (1915)

Cronologia

Séc. 19 (primeira metade) - Nesta data a quinta da Bela Vista (que ainda não existia) encontrava-se dividida em três propriedades. A primeira era constituída por uma morada de casas térreas com quintal, ramada, árvores de fruto, poço com água e mais pertences, localizada na rua da Lameira de Cima, nº 98. A segunda compunha-se de uma morada de casas de dois andares, águas furtadas, lavradio, água, árvores de fruto e outros pertences, e situava-se na rua de São Roque da Lameira com os nºs 984 e 992, mais tarde 2000, e pertencia a três irmãos de apelido Gomes Ferreira. A terceira propriedade pertencia a Joaquim Vitorino Mesquita Soares e esposa. *1; 1876, 21 de Setembro - nesta data a primeira propriedade foi comprada por João Lino dos Santos*1, funileiro e morador na Lameira de Cima, pela quantia de 75$000 réis; 1892 - na sequência do processo de partilhas com os herdeiros de João Lino dos Santos, a propriedade que foi avaliada em 800$000 réis, passa para Maria Josefina de Jesus Correia e sua irmã, Vitória dos Santos Correia; 1911, 21 de Dezembro - José de Oliveira Lima, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, morador na Rua da Boavista, 444, compra a primeira e segunda propriedade; 1912 (inicio) - compra também a terceira propriedade, ficando assim formada a Quinta da Bela Vista; 1912, 11 de Abril - José de Oliveira Lima, pede autorização para construir dentro e na parte mais alta da sua quinta sita na Rua de São Roque da Lameira nº 1998, três edifícios (escola, ginásio e pavilhão / enfermaria) destinados à instalação de um estabelecimento de educação e ensino, ficando os três edifícios isolados uns dos outros; 2 de Maio - foi aprovado*2 o projecto e iniciadas as obras de construção do edifício destinado ao Instituto Moderno; 30 de Outubro - pedido de licença para construção da entrada da quinta, com átrio, varandim e escadas; 1915, 15 de Janeiro - pedido de autorização para demolição de uma casa velha localizada junto da entrada da Quinta da Bela Vista, e construção de vários muros ou paredes no interior da mesma quinta e fazer terraplanagens para melhor regularização dos terrenos; 7 de Outubro - pedido de licença para construção de despensas e garagem anexas ao instituto, e estábulos para vacaria, a fim de abastecer de leite as alunas internas do estabelecimento de ensino; 1914 - inauguração do colégio; 1918 - um surto de tifo exantemático avassalou o país não ficando imune a cidade do Porto, deixando os hospitais da cidade esgotados tendo o edifício do "instituto" requisitado para funcionar como secção do Hospital Joaquim Urbano; 1919, 21 de Agosto - o edifício foi comprado pela GNR pela quantia de 275000$00, para aí se instalar, mantendo-se no edifício até hoje; 2009, 22 junho - proposta da DRCNorte para a classificação como IIP e fixação da respetiva ZEP; 15 julho - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.; 2010, 15 fevereiro - despacho de homologação do Secretário de Estado da Cultura.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores em pedra de granito e divisórias de tijolo, estucadas e caiadas com cantos e ângulos arredondados; pavimentos, caixilharias e portas interiores em madeira de pinho, exteriores em madeira de castanho; cozinhas e casas de banho revestidas a azulejo com pavimentos a mosaico; cobertura em telha tipo "marselha" e ginásio coberto a lousa.

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; http://www.j-f.org/monografia/pagina43.htm, 2009, 6 de Abril.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DREL, DGEMN/DSARH; CMP: Arquivo Histórico, D-CMP/9 (208), D-CMP/9 (139)

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DREL, DGEMN/DSARH; CMP: Arquivo Histórico, D-CMP/9 (208), D-CMP/9 (139

Intervenção Realizada

DGEMN: 1937 - Apeamento do muro de suporte, que se encontrava em ruínas; 1944 - obras de ampliação, adaptação, conservação e melhoramento de acessos ao quartel; 1957 - obras de profunda beneficiação das coberturas e pavimentos, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1958 - conclusão dos trabalhos de beneficiação da rede de distribuição de águas do edifício das casernas, beneficiação do edifício da cantina e obras de reparação da instalação elétrica, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1959 - reparação e beneficiação do ginásio do quartel, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; 1972 - obras de conservação das coberturas.

Observações

EM ESTUDO. *1 - O projecto mereceu uma apreciação especial por parte do executivo, não só pela grandeza e boa distribuição das suas instalações, mas também pelo esmerado cuidado dedicado às condições higiénicas de todo o edifício.

Autor e Data

Patrícia Costa 2004 / Ana Filipe 2009

Actualização

 
 
 
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