Edifício da Caixa Geral de Depósitos, CGD, de Bragança

IPA.00020119
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Arquitectura financeira, do séc. 20.
Número IPA Antigo: PT010402450261
 
Registo visualizado 69 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Serviços  Banco    

Descrição

Planta quadrangular irregular composta por dois corpos formando falso L, com coberturas articuladas em telhados de duas águas, e tendo inscrito no ângulo da fachada posterior corpo sensivelmente quadrangular mais baixo, com telhado de uma água. Fachadas de três e um piso no corpo posterior, revestidas a placas de cantaria nos dois primeiros, e rebocado e pintado de branco no superior, bem como na faixa inferior e a separar os pisos. Fachada principal virada a S., possuindo no ângulo esquerdo pano ligeiramente truncado, rematado em empena descentrada, com cornija de betão bastante avançada; no piso inferior surge um alpendre, apoiado em pilar, sob o qual se rasga recuado o amplo portal, disposto à direita, seguido de quatro amplos vãos rectangulares envidraçados; quer o alpendre quer os vãos são encimados por placas azuis com o símbolo da instituição. Ao nível do segundo piso abrem-se vãos rectilíneos, sem moldura, um mais largo no pano truncado e quatro no enfiamento dos inferiores, esquema que se repete no piso superior, ainda que aí a janela do pano esquerdo seja mais estreita e tenha moldura pintada de cinzento e no outro exista sacada corrida, com guarda metálica, ornada de elementos geométricos, protegida por pala.

Acessos

Rua Almirante Reis, Rua Nova do Cemitério e Rua Emídio Navarro

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no topo de uma praceta, separado da mesma e disposto de gaveto, com a fachada principal virada à Avenida João da Cruz. Adapta-se ao declive do terreno, circundado por vias, de que se separa por passeios, tendo o frontal pilaretes metálicos.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Serviços: banco

Utilização Actual

Serviços: banco

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Francisco Blasco Gonçalves (1962 - 1967, 1970). EMPREITEIRO: Viriato Alves Neiva (1968).

Cronologia

Séc. 20, 1ª metade - neste lugar erguia-se uma casa pertencente a Francisco Dias, conhecido por "Chico dos Machos"; 1960 - tendo o edifício da CGD de Bragança deixado de satisfazer as exigências dos serviços e com a deslocação do centro comercial da cidade em sentido contrário ao mesmo, a Caixa Geral de Depósitos decide construir um novo edifício nas imediações do edifício dos CTT; para tal, tornou-se necessário adquirir os 3 prédios que constituíam o quarteirão; 1 Maio - despacho do Ministro das Obras Públicas informando nada ter a opor à localização escolhida para a construção do edifício, e cujo terreno estava afecto à jurisdição da Junta Autónoma das Estradas e dentro da zona de protecção do Edifício dos Correios; 19 Julho - ofício da DGEMN ao Ministro do MOP propondo a incumbência da elaboração do projecto do novo edifício ao arquitecto Armando Tavares Alves Martins, por 80.000$00; 20 Julho - assinatura de contrato com o mesmo arquitecto para elaboração do projecto; 12 Outubro - despacho do Sub-Secretário de Estado aprovando o levantamento do local escolhido para a construção do novo edifício, pelo Engenheiro Eduardo António da Costa Ferrugente Gonçalves, por 3.500$00, dada a impossibilidade da Comissão Administrativa das Obras da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência; 1961, 12 Outubro - perante a impossibilidade de chegar a um acordo com os proprietários dos 3 prédios necessários è edificação do novo edifício, propõe-se a sua expropriação; 18 Outubro - aprovação pelo Ministro das Obras Públicas do projecto do novo edifício e expropriação dos edifícios existentes no local por utilidade pública; 4 Junho - tentativa de conciliação com os proprietários no Tribunal da Comarca de Bragança; 1962, 8 Agosto - por despacho do Ministro das Obras Públicas, procedeu-se à rescisão do contrato com o arquitecto Armando Tavares Alves Martins, dada a sua impossibilidade de cumpri-lo, visto estar ausente do país; Setembro - autorização para a DGEMN celebrar contrato com o arquitecto Francisco Blasco Gonçalves para proceder à elaboração do projecto da obra de construção do novo edifício da CGD, por 80.000$00; 29 Setembro - assinatura de contrato com o arquitecto; 1963, Setembro - inclusão da obra pelo Ministro das Obras Públicas no "Plano de Melhoramentos em ligação com o V Centenário da fundação da Cidade de Bragança" que se verificaria em 1964; aprovação pela CMB dos alinhamentos necessários à implantação do edifício da CGD, os quais coincidiam, sensivelmente, com os indicados na solução nº 4 indicada no relatório da visita do Ministro; 1964 - pagamento de 2.800$00 a João Laearte, com atelier no Pavilhão da Independência, 1º andar, Belém, Lisboa, pela execução da maqueta do edifício destinado a Caixa Geral de Depósito, para figurar na exposição das realizações levadas a efeito no distrito de Bragança, aquando da visita do Presidente da República àquela cidade; 1965, 28 Janeiro - envio do ante-projecto do edifício da CGD pela Comissão Administrativa das Obras da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência ao Director Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, o qual já tinha parecer favorável da administração da Caixa; foi enviado também cópia do programa inicialmente apresentado à Caixa, com as alterações entretanto solicitadas pela mesma *1; Fevereiro - solicitação de esclarecimentos adicionais sobre o afastamento entre o edifício e os prédios contíguos, tendo em conta as disposições regulamentares aplicáveis, bem como ao arranjo urbanístico parcelar a encarar para o topo do conjunto; Março - elaboração de "Estudo Piloto" e de arranjo urbanístico da zona pelo arquitecto Viana de Lima, prevendo-se encostar o edifício da Caixa aos prédios contíguos; posteriormente, elaborou-se um estudo com a localização do edifício afastado dos prédios, satisfazendo os desejos da própria CGD; 12 Abril - a Comissão considera que o ante-projecto estava em condições de servir de base à elaboração do projecto, desde que tivesse em conta alguns reparos devidamente formulados; 24 Junho - o Ministro Arantes de Oliveira manda elaborar um esbocete e estimativa do arranjo envolvente; 1965 - perante a impossibilidade de concluir a elaboração do projecto do novo edifício no prazo fixado de 25 Setembro, obteve-se autorização para prorrogamento da entrega do mesmo até 31 Dezembro 1966; 1966, 2 Fevereiro - Ministro Arantes de Oliveira autoriza o pedido do engenheiro Joaquim Duarte Carrilho para fiscalização da construção do edifício; 18 Maio - Ministro Arantes de Oliveira fixa a data de 30 Junho como limite para entrega do projecto pelo arquitecto; demolição do prédio existente no local onde se teria de implantar o edifício da CGD; 23 Setembro - envio ao Director Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais do projecto definitivo do edifício da Caixa Geral de Depósitos de Bragança, pelo Arquitecto Francisco Blasco Gonçalves, o qual já tinha recebido parecer concordante da Administração da Caixa; 1967, 28 Fevereiro - data da assinatura do projecto de construção, cujo valor da obra orçava em 4.140.908$80, sendo 3.574.550$30 da construção civil, 198.500$00 da instalação eléctrica e 367.858$80 da instalação de aquecimento central; Março - envio à DGEMN do projecto do edifício, devidamente rectificado; 21 Abril - data do parecer da Comissão revisora do projecto, considerando que o mesmo estava em condições de merecer aprovação superior desde que a empreitada não englobasse a instalação de aquecimento, cujo projecto carecia ainda de revisão; concordava-se que haveria vantagens em que o estudo do arranjo envolvente fosse orientado pela D.F.S.U.; 26 Abril - aprovação do projecto pelo Ministro das Obras Públicas José Vaz, julgando preferível que o arranjo urbanístico local fosse estudado pelo próprio município; Junho - adjudicação da construção ao empreiteiro Viriato Alves Neiva, por 3.773 050$30, o qual deveria ser concretizado no prazo de 730 dias; Outubro - elaboração do projecto de aquecimento central do edifício; 1968, 2 Maio - envio de projecto de aquecimento central devidamente alterado pela Comissão Administrativa das Obras da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência à DGEMN; 26 Junho - aprovação do projecto pelo Ministro das Obras Públicas; Julho - trabalhos a mais pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva, correspondente ao aumento da profundidade das fundações e à necessidade de desvio da implantação do edifício pela alteração dos alinhamentos em relação aos previstos no projecto; colocação do sistema de aquecimento central pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva; 1969, 4 Setembro - autorização a título excepcional de prorrogação do prazo de conclusão da obra de construção do edifício.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura de betão, rebocada e pintada e parvialmente revestida a placas de cantaria; caixilharia e portas de alumínio ou de madeira; vidro simples; guardas em ferro; estores; cobertura de telha.

Bibliografia

FERNANDES, José Augusto de Pêra, O Sumo das Pedras de Bragança, Bragança, Freguesia de Santa Maria de Bragança, 2008.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/REE

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/REE

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - O programa inicialmente apresentado pelo Arquitecto Francisco Blasco Gonçalves sofreu cinco modificações, as quais foram sucessivamente solicitadas pela Caixa Geral de Depósitos. A primeira consistiu no aumento do vestíbulo da C.C.T na cave; estabelecer comunicação do gerente com a inspecção médica; ampliação do compartimento destinado aos inspectores; localização da casa forte no r/c, próximo da sala de operações. A segunda alteração consistiu abandono da solução de instalação da casa de Crédito Popular no 1º piso, em cave e na sua transferência para o 1º andar, reservando o r/chão para a Caixa Económica. A terceira consistiu na inclusão de 2 quartos reservados aos inspectores, com acesso pela escada de habitação do gerente. A quarta consistiu no estudo de nova solução que resultasse maior dimensão da sala de expediente do r/chão, podendo transferir-se para o 1º andar a Junta Médica e suprimir os quartos dos inspectores; prever a instalação de uma habitação no 1º andar e 3 no 2º, mantendo, se fosse possível o programa da habitação do gerente; os restantes deviam ser reduzidos a 3 quartos e sala comum. Para além destas modificações que a Caixa foi pedindo, o arquitecto teve ainda inicialmente de proceder a estudos de urbanização para definição dos alinhamentos a adoptar, de acordo com a Câmara Municipal e o arquitecto urbanista. Assim, o arquitecto Blasco Gonçalves teve de elaborar 5 ante-projectos parciais para satisfazer a CGD. Daí que, em Julho de 1965, o mesmo tenha solicitado uma indemnização correspondente a 1/6 do valor contratual, ou seja, 13.333$00, como honorários suplementares e como compensação do trabalho excedente, o que foi autorizado.

Autor e Data

Paula Noé 2010

Actualização

 
 
 
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