Forte de São Filipe / Pousada de São Filipe
| IPA.00002007 |
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) |
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Forte construído no séc. 16, com planta poligonal irergular, composta por seis baluartes, adaptados à morfologia do terreno, interligados por paramentos em talude, integrando no ângulo flanqueado guaritas, circundado por fosso e com contra-escarpa. A sua implantação no alto de uma colina, representa uma "opção formal claramente conservadora e política", destinada muito mais a manter uma guarnição fiel do que a defender a barra do rio (Moreira, 1986: 149). A construção da "bateria baixa" sobre o rio visou esse reforço de defesa. A fortaleza inspira-se no castelo de Santelmo, em Nápoles. (Moreira, 1986: 149). No interior, o antigo edifício do governador e as casamatas foram adaptadas a estabelecimento hoteleiro, inserido na rede Pousadas de Portugal, integrando o grupo das Pousadas Históricas. |
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Número IPA Antigo: PT031512010008 |
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Registo visualizado 5854 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta em polígono irregular, adaptada ao terreno acidentado, composta por seis baluartes irregulares, com paramentos em talude, rematados em cordão e parapeito pleno, integrando nos ângulos flanqueados guaritas poligonais, cobertas por cúpulas. Possui fosso e plataforma de tiro contínua, para mosquete, do lado de terra, com cerca trapezoidal, adossada a este, na encosta sobre o rio. A oeste rasga-se a porta fortificada, entre dois baluartes, dando acesso a um átrio e deste a uma larga rampa com degraus em dois lances, coberta por abóbada, (com patamar intermédio com entrada para as casamatas) que conduz às plataformas superiores, onde estão implantados os edifícios da fortaleza. As antigas casamatas e alojamento do governador, estão hoje adaptadas a pousada, viradas para o mar. À esquerda, implanta-se a pequena capela de São Filipe, de planta retangular, coberta por abóbada a berço, com portal com frontão de volutas e torre sineira, entre pilastras. INTERIOR totalmente revestido a azulejos em azul e branco, com cenas da vida de São Filipe, assinados e datados "Policarpos a. Boliua Be (rnar)des Fecit 1736". |
Acessos
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Última R. à direita, ao fundo da Av. Luísa Todi, do seu lado poente; a c. de 1 km. a O. da cidade |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 23 007, DG, 1.ª série, n.º 196 de 30 agosto 1933 / ZEP / Zona "non aedificandi", DG, 2.ª série, n.º 176 de 27 julho 1962 |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado, no alto de uma colina sobranceira à cidade, dominando a barra do Sado e o oceano, possuindo mgnífica vista sobre a cidade, o estreito do sado, Tróia, e o Parque da Arrábida. Nas imediações implantam-se o bairro de Albarquel, a sul, e o bairro da Saboia, a nascente. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Comercial e turística: pousada |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Grupo Pestana Pousadas / Câmara Municipal de Setúbal |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Filipe Terzi (1582); João Turriano (1597). AZULEJOS: Policarpo de Oliveira Bernardes (1736). |
Cronologia
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1526, 31 junho - regimento que se deu a Brás Dias para servir o cargo de administrador das obras da Praça e Castelo de Setúbal; 1582 - D. Filipe II visita Setúbal e encomenda a Filipe Terzi o projeto de uma nova fortificação, para reforço da defesa do porto de Setúbal que completaria a do Outão; 1590 - início das obras de construção da fortaleza, com projeto de Filipe Terzi; 1594, 08 julho - data de uma planta e corte da fortaleza assinados e legendados pela mão de Terzi enviados depois ao Conselho de Guerra Espanhol (Moreira, 1986: 149); 1597 - após a morte de Filipe Terzi, as obras são continuadas por Frei João Turriano (Barbosa, 1868, Callixto, 1980); 1600 - data da conclusão da fortaleza; 1641 - a fortaleza é utilizada como como prisão de alguns suspeitos na tentativa do regicídio contra o rei; 1649 - 1655 - construção da "bateria baixa" para defesa adicional contra os navios no porto, por ordem de João de Saldanha, governador das armas de Setúbal; construção da casa do governador e dos quartéis; 1736 - revestimento da capela com painéis de azulejos, assinados e datados, por Policarpo de Oliveira Bernardes; 1758 - serve de prisão dos nobres acusados de conspiração contra D. José I; 1868, 10 fevereiro - um violento incêndio destrói os aquartelamentos e a residência do governador; 1954 - inclusão da fortaleza no programa da 2.ª fase das Pousadas; 1958 a Câmara Municipal de Setúbal pede À DGEMN a elaboração de um estudo de adaptação do edifício do pátio central da fortaleza a pousada;a obra de adaptação é administrada pela Comissão Regional de Turismo da Serra da Arrábida com a asistência técnica da DGEMN; 1962 - início das obras de adaptação da fortaleza a pousada; o projeto baseia-se num outro, elaborado anteriormente, em 1949, com um só quarto; 1965 - abertura da estalagem ao público; 1969, fevereiro - sismo provoca estragos na fortificação, nomeadamente com infiltrações de água e fendilhações; pensa-se aumentar o número de quartos da estalagem e ampliar a zona da sala de jantar, mas não se concretiza; 1973, 09 março - a estalagem passa a designar-se de pousada e a fazer parte das Pousadas Históricas; 2014 - encerramento da pousada pelo grupo Pestana. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Cantaria e alvenaria de pedra, tijolo, betão, telha cerâmica, vidro, madeira. |
Bibliografia
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CALLIXTO, Carlos, O Castelo de São Filipe in O Dia, 23 Fev. 1980; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 9, 1880; LOBO, Susana, Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX, Coimbra, Imprensa Universitária de Coimbra, 2006; MAGALHÃES, Fátima (coord.) - À descoberta das Sentinelas. Roteiro de Castelos e Fortalezas da Região de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa: Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, 1998; MOREIRA, Cor. Bastos, Monumentos de Evocação Militar - Castelo de S. Filipe in Jornal do Exército, Dezembro 1971; MOREIRA, Rafael, A Arquitectura Militar in História de Arte, vol. 7, Lisboa, 1986; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal - diccionário histórico, vol. VI, Lisboa, 1912; O forte de São Teodósio da Ponta do Cavalo in O Dia, 13 Dez 1982; PORTELLA, M. M., Noticia dos Monumentos Nacionaes e Edificios e Logares Notaveis do Concelho de Setubal, Lisboa, 1882; SILVA, José Custódio Vieira da, Setúbal, Lisboa, 1990. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo de Simancas - planta e corte. |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; IAN/TT: Corpo Cronológico, Parte II, Maço 234, doc. 165; |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1942 / 1949 - restauro dos interiores: demolição de paredes, consolidação de outras, com estrutura em betão armado, pavimento em tijolo prensado, telhados; construção em alvenaria em muralhas junto à entrada, incluíndo o primeiro lanço da abóbada; obras de conservação na casa do porteiro; 1960 - construção de instalações sanitárias; 1964 - projecto de adaptação a pousada; impermeabilização de terraços; obras de beneficiação nos interiores; pavimentação e regularização de acessos; instalação eléctrica na entrada da fortaleza; 1966 - beneficiação da muralha e do interior; instalação eléctrica no exterior; 1967 - obras de conservação e restauro da capela, com colocação de altar no interior; 1968 - instalação eléctrica na fortaleza; 1969 / 1970 - assentamento de azulejos em falta na capela, de portão em ferro na entrada; consolidação da torre sineira; reparação dos danos causados pelo sismo; 1970 - studo sobre a estabilização da encosta da fortaleza, realizado pelo L.N.E.C.; 1971 - canalização dos esgotos; 1975 - obras diversas de conservação - paredes em alvenaria, rebocos, pintura; 1976 / 1981 - conservação da instalação eléctrica; beneficiações nas instalações da pousada; 1982 / 1985 / 1986 - consolidação de muralhas e galerias; estabilização da encosta; 1991 / 1992 / 1993 / 1994 - obras de consolidação e drenagem de terraços; 1995 - obras de beneficiação nas galerias de acesso, tais como rebocos, portas e portões, electrificação embutida; 1997 - impermeabilização das juntas do pavimento do terraço; colocação de uma clarabóia no saguão sobre a galeria de acesso à pousada; 1998 - rebocos e caiação da galeria de acesso à pousada; impermeabilização de dreno sobre o bar; 2000 - impermeabilização das juntas do terraço sobre a capela e abertura de caleiras de pavimento; 2001 - conservação e restauro do revestimento azulejar da capela; renovação da instalação eléctrica da capela; substituição e impermeabilização do pavimento; 2002 - substituição de uma das portas exteriores da capela por envidraçado; sondagem das fendas e interdição do baluarte sul; 2003 - protocolo DGEMN / LNEC para apoio técnico na monitorização da enconsta SE; obras de recuperação e reforço do sistema de observação da encosta SE; 2004 / 2005 - continuação do protocolo DGEMN / LNEC relativo à encosta Sudeste; limpeza e desmatação dos acessos ao sistema de observação existente. |
Observações
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*1 - DOF: Castelo de São Filipe. |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 1992 |
Actualização
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Júlio Grilo 2006 |
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