Capela da Senhora da Hera / Capela da Senhora da Hedra / Capela da Senhora da Edra / Capela da Senhora da Idera
| IPA.00000192 |
Portugal, Bragança, Bragança, Espinhosela |
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Capela medieval, de planta retangular, de nave única e presbitério, com estrutura anexa adossada do lado da Epístola e frontaria marcada por portal axial, tendo porta travessa na fachada sul. Ruína de capela medieval, mas relacionada com cultos ancestrais, cujos vestígios permaneceram no local, em inscrições votivas. |
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Número IPA Antigo: PT010402130020 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Ruína de um templo de planta retangular, de nave única e presbitério, com estrutura complementar anexa rectangular, a N.. Fachadas em alvenaria de xisto ligada por argila ou por argamassa de areia e cal, conservando-se vestígios de reboco na fachada principal, que se encontra voltada a O., sem qualquer ornamentação e apresentando-se rasgada por vão correspondente ao portal axial; indícios do uso de cantaria de granito na guarnição de cunhais e jambas do portal. Esta tem aproximadamente 6 m. de altura, em contraste com as ruínas das restantes, que raramente ultrapassam os 50 cm. de altura. Na fachada S., vê-se o vão correspondente à porta travessa, com soleira de cantaria de granito. |
Acessos
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Cova de Lua, com acesso pela EN 308-3 a 19 Km. de Bragança, sendo necessário seguir por caminho rural que entronca com esta estrada junto ao parque de merendas da Senhora da Hera. VWGS84 (graus decimais): lat.: 41,890063; long.: -6,818742 (à freguesia) |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986 |
Enquadramento
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Rural, isolado, a meia-encosta, implantado na vertente setentrional do planalto de Espinhosela, voltada ao vale da ribeira das Covas, e internado em mancha de carvalhal e espesso matagal. Em espaço adjacente, no lado oposto do caminho que conduz às ruínas, localiza-se o sítio arqueológico dos Casarelhos com ocupação da época romana. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Época medieval |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Época medieval - construção do imóvel; séc. 18, 1.ª metade - referência à existência de epígrafes romanas *2 encastradas nas paredes da capela e ao derrube de uma parede (BORGES 1721-1724, fl. 71); 1758, 12 Abril - referência à ermida de Nossa senhora da Hera ou das Portas Abertas pelo cura António Rodrigues nas Memórias Paroquiais da freguesia, como ficando fora do lugar, distante a terça parte de uma milha portuguesa; a ela acudiam em romaria muitas pessoas na terceira oitava da Páscoa da Ressurreição, por ter no interior uma irmandade da mesma Senhora, muito numerosa e se fazer no dia do orago festa solene; 1905 - a Capela da Senhora da Idera constituía um monte de ruína,s onde se achou uma lápide dedicada à deusa Bandue, o que indica um culto à Lua; 1928 - redescoberta, numa cozinha de Cova de Lua, de uma das epígrafes romanas referenciadas no início do séc. 18 (ALVES 1934, p. 50-52) *3; 1984, Janeiro - despacho do Ministro da Cultura classificando o imóvel como de Interesse Público; 1986, 03 janeiro - decreto classifica o imóvel como Capela da Senhora da Idera (ruínas); 1993, 30 novembro - decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280, altera a designação para Ruínas da Capela da Senhora da Hera; 1998 - trabalhos de escavação arqueológica sob a direcção de Armando Redentor revelaram que o horizonte mais antigo de ocupação do espaço em que se implanta o templo é da Época Romana; 1993, 30 novembro - decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280, altera a designação para Ruínas da Capela da Senhora da Hera. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes em alvenaria de xisto e, pontualmente, granito, com barro ou com argamassa de areia e cal e com vestígios de reboco, soleiras e pavimento do presbitério de granito. |
Bibliografia
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ALVES, Francisco Manuel, Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, Porto, 1934; BORGES, Joseph Cardoso, Descripção topographica da Cidade de Bragança (manuscrito), 1721-1724; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758; ENCARNAÇÃO, José d', Divindades indígenas sob o domínio romano em Portugal, Lisboa, 1975; GARCIA, José Manuel, Religiões antigas de Portugal. Aditamentos e observações às "Religiões da Lusitânia" de J. Leite de Vasconcelos, Lisboa, 1991; LEMOS, Francisco Sande, O povoamento romano de Trás-os-Montes Oriental [tese de doutoramento apresentada à Universidade do Minho], Braga, 1993; LOPO, Albino Pereira, Apontamentos arqueológicos, Braga, 1987; REDENTOR, Armando, Epigrafia romana da região de Bragança [tese de mestrado apresentada à Universidade de Coimbra], Coimbra, 2000; REDENTOR, Armando, Proto história e romanização a norte da Serra da Nogueira (Parque Natural de Montesinho). Relatório de progresso: ano 1998 (relatório policopiado), Bragança, 1999; SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, vol. 5, Lisboa, 1716; VASCONCELOS, José Leite de, As religiões da Lusitânia, vol. 2, Lisboa, 1905. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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Parque Natural de Montesinho: 2000 - consolidação estrutural e valorização do espaço envolvente. |
Observações
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*1 - Trata-se de um conjunto de quatro inscrições, duas funerárias e duas votivas, sendo destas uma dedicada a Bandua e outra a divindade desconhecida (eventualmente também à anterior) dado que o teónimo se encontra omisso (REDENTOR 2000, p. 72-73, 77-78, 115, 136-137). *3 - trata-se da epígrafe com teónimo omisso. |
Autor e Data
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Ernesto Jana 1994 / Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001 |
Actualização
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