Castelo de Arnóia / Castelo dos Mouros / Castelo de Moreira

IPA.00001899
Portugal, Braga, Celorico de Basto, Arnóia
 
Castelo românico roqueiro com planta poligonal irregular, reforçada por cubelo e torre de menagem quadrangular, inserida na muralha e desenvolvendo-se para o seu interior, onde tem pátio com cisterna. Foi um importante castelo, cabeça das Terras de Basto, devendo a sua localização e importância relacionar-se com o Mosteiro de Arnóia.
Número IPA Antigo: PT010305020003
 
Registo visualizado 3268 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Cerca de planta poligonal irregular, com torre de menagem quadrangular, inserida interiormente a S. e reforçada a N. por cubelo. Cobertura em telhado de quatro águas na torre. Panos murários em cantaria de granito. Cerca com caminho de ronda, rasgada a S., por portal de verga recta, precedido por escadaria. Acesso ao caminho de ronda, a S. e a E., por escadarias de lanço recto. Torre de menagem rematada por merlões, aberta a S., por portal de verga recta, a cerca de 3 m de altura, com tímpano inscrito no pano murário, e acesso por escadaria, com lanço recto. Registos superiores rasgados por seteira, em cada uma das fachadas. No centro do pátio encontra-se uma cisterna quadrangular. INTERIOR da torre com paredes em cantaria de granito, com três pisos, o primeiro em cave, com acesso por escadaria de madeira. Pavimento em soalho, com coberturas efectudas pelo pavimento de cada piso.

Acessos

Arnóia, EN 210 (Celorico - Amarante), EM para Arnóia até ao Lug. do Castelo; o acesso ao castelo é feito por caminho parcialmente em terra batida, que continua por um carreiro no meio dos penedos.

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 35 532, DG, 1ª Série, nº 55 de 15 março 1946

Enquadramento

Rural, isolado, no topo de uma elevação, com cerca de 250 m de altitude, coberta de vegetação, bem destacada na paisagem, em cujo sopé se desenvolve, dispersamente a povoação de Arnóia, parcialmente abandonada, antiga sede do concelho. Na encosta N. encontra-se a antiga forca (v. PT010305020044), entre mata de pinheiros e carvalhos.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 11 / 13 (conjectural) / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1034 - Data da sepultura existente no claustro do Mosteiro de São Bento de Arnóia (v. PT010305020011), referente a Múnio Muniz, alcaide do castelo, e provável fundador do mosteiro beneditino, segundo alguns autores; 1064 - documento referindo-o como "castellum Celoricu"; 1110 - Mendo Viegas de Sousa era tenente das Terras de Basto *1; 1132 - D. Gueda Mendes, da família dos Guedões, era tenente das Terras de Basto; 1258 - as Inquirições referem-se a certos casais das freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho que tinham a obrigação de alimentar os cães do castelo e de preparar cal para a sua reparação; 1281 - era alcaide Martim Vasques da Cunha que tomou o partido do infante D. Afonso contra o rei D. Dinis; 1282 - D. Dinis arrendou as terras de Celorico de Basto a Martim Joanes por 210 morabitinos com a obrigação de contratar um cavaleiro que desempenhasse as funções de alcaide, sendo escolhido Pero Mendes, da Casa de Barcelos, natural de Muxões; 1284 - D. Dinis arrenda a terra e o castelo aos homens moradores de Celorico de Basto; 1402 - D. João I doa a terra e o castelo de Celorico de Basto a Gil Vasques da Cunha; 1520, 29 Março - Celorico de Basto recebe foral, dado pelo rei D. Manuel, localizando-se a sede do concelho em Arnóia, no lugar do Castelo; séc. 17 - no reinado de Filipe II a alcaidaria pertencia à família dos Castros; 1719, 21 Abril - devido ao grande isolamento da povoação de Arnóia, até então sede do concelho, D. João V determina a mudança desta última para Britelo, no lugar do Freixieiro, ficando esta conhecida como Vila Nova do Freixieiro, hoje Celorico de Basto; a partir desta data dá-se início ao progressivo abandono do centro de Arnóia; 1726 - o castelo é descrito como estando em ruínas e entra-se pela parte N. da barbacã, já arruinada (CRAESBEECK, 1726); 1732 - documento referindo a ruína do castelo, estando no alto do monte da antiga vila e tendo uma torre ameada; 1758 - as Memórias Paroquiais referem o estado de ruína do castelo; 1925 - o castelo apresentava um elevado estado de degradação, com a torre de menagem fendida e as muralhas bastante degradadas;1935 - são encontradas moedas romanas que estavam enterradas no castelo; 1961 - início das obras de restauro do castelo solicitadas pela Câmara Municipal de Celorico e pela Comissão Regional de Turismo da Serra do Marão; 1992, 01 Junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2015, 12 julho - inauguração oficial das obras de beneficiação e restauro nas muralhas e torre do castelo; 2016 - o Município de Celorico de Basto e a VALSOUSA - Associação de Municípios do Vale do Sousa, aprovam protocolo de cooperação para a candidatura a Património Mundial da Humanidade da UNESCO dos monumentos que integram a Rota do Românico e do qual faz parte o Castelo de Arnóia; 2020, 30 setembro - assinatura do auto de transferência de competência de gestão, valorização e conservação do Castelo de Arnóia do Estado para a Câmara Municipal de Celorico de Basto.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes (torre de menagem).

Materiais

Estrutura em granito; portas, pavimentos e escadarias interiores da torre de menagem em madeira de castanho.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos António Ferreira de - Castelogia medieval de Entre-Douro-e-Minho. Desde as origens a 1220, Porto, 1978, p. 30, nº 14; «Castelo de Arnoia reforça candidatura a Património da Humanidade». In Correio da Manhã. 16 junho 2016, p. 13; COUTINHO, C. da CUNHA - O castelo da Terra de basto mais velho que a nacionalidade, Trabalhos da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa: 1941, vol. V, pp. 39-49; CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra - Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho. 1726; FERREIRA, José Carlos - «Várias fortificaçãos castrejas deram lugar a castelos». In Diário do Minho. 04 Janeiro 2007; «Obras no Castelo de Arnoia trataram muralhas e torre e melhoraram o acesso». In Correio do Minho. 09 julho 2015, p. 37; VITORINO, O castelo de Celorico de Basto, O Archeologo Português, 14, 1909, pp. 314 - 317.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1961 - Obras de consolidação e restauro da torre; 1963 - prosseguimento das obras de consolidação e restauro da torre; 1972 - recuperação das paredes danificadas da torre, reconstrução da escada interior, construção das portas e pavimentos intermédios da torre, coberturas e colocação de vitrais nas seteiras; 1973 - obras de restauro e conservação; 1977 - consolidação da parede da torre; DRCN / Rota do Românico: 2015 - conclusão das obras nas muralhas e na torre do castelo, orçadas em cerca de 157.000 euros, cofinanciadas pelo anterior quadro comunitário e pela Câmara Municipal de Celorico de Basto; restauro da cobertura, portas e janelas da torre e execução de nova escada de acesso; instalação de rede de abastecimento de água e energia elétrica; beneficiação dos acessos ao imóvel, com pavimentação dos percursos.

Observações

*1 - As Terras de Basto eram formadas pelos actuais concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto.

Autor e Data

Isabel Sereno e Paulo Dordio 1994

Actualização

Joaquim Gonçalves 2004
 
 
 
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