Ruínas da Torre e Honra de Vasconcelos / Casa dos Mouros

IPA.00001892
Portugal, Braga, Amares, União das freguesias de Ferreiros, Prozelo e Besteiros
 
Casa de honra medieval, um dos exemplos mais completos do modelo medieval de residência senhorial fortificada composto por torre, anexo e capela. Uma das poucas sobrevivências de paço medieval românico.
Número IPA Antigo: PT010301090005
 
Registo visualizado 1884 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa de honra  Tipo torre

Descrição

É composta por uma torre à qual foi posterioremente adossado um anexo residencial rectangular.A torre é um edifício de planta quadrangular. Apresenta dupla sapata, quase totalmente encoberta pelo aterro formado ao longo dos tempos. A ruína mostra ainda o correspondente ao andar térreo e a parte do 1º piso. A porta de acesso original situa-se na parede E. com arco de volta perfeita que, na face voltada para o interior, apresenta a configuração de um arco abatido. Na parede O. da torre existe uma segunda abertura que permitia o acesso ao anexo residencial rectangular adossado posteriormente. É uma porta com a face interna de volta perfeita. O anexo apresenta em relação à torre um considerável desvio axial, em consequência do limitado espaço disponível no esporão onde o monumento se implanta. O anexo era servido por uma porta ampla que apresenta arcos apontados nas duas faces. Possuia, pelo menos, dois andares, podendo ver-se os cachorros que, pela face interna dos seus muros, garantiam o apoio das traves do sobrado que corriam junto das paredes, enquanto, numa fiada de pedras acima, existem, desencontrados daqueles, diversos orifícios onde o travejamento perpendicular aos outros podia encaixar. Ao nivel do R/C, não existe qualquer janela e o estado de ruína, não permite conhecer nem a tipologia nem o número das aberturas ao nivel do 1º andar. A poucos metros deste monumento existe a pequena capela de Santa Luzia que deveria ter sido a capela privada do solar dos Vasconcelos. Esta sofreu remodelações modernas, mas ainda se podem observar seis cruzes de sagração do templo medieval.

Acessos

EN 205, Km 52, a partir da vila de Amares, por caminho para o Lug. de Vasconcelos

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 37 077, DG, 1 Série, nº 228 de 29 setembro 1948

Enquadramento

Rural. Implanta-se num pequeno esporão que a S. e E. apresenta desníveis abruptos. A O. corre a ribeira de Bárrio, que assegurava o abastecimento de água e que, ao definir um pequeno valado, reforçava as condições de defesa. Domina um fértil vale e é circundada por campos de milho; a S e a O existem, práticamente encostadas, casas de habitação de construção / remodelação recente.

Descrição Complementar

Na secção dos muros da porta de acesso original da torre, situada na parede E, são visíveis dois sistemas de tranca, opostos, mostrando ainda ter possuido uma porta de dois volantes com batente central. Entre a torre e o anexo residencial há uma acentuada diferença de cotas o que faz pressupôr que para o acesso a esta porta deveria existir uma escada. Esta porta era também composta por dois volantes com batente central sendo ainda visíveis os encaixes de dois sistemas de tranca. As seis cruzes de sagração do templo medieval que se podem ainda observar na Capela de Santa Luzia localizam-se: duas sobre o portal, ladeando uma inscrição seiscentista, outras duas junto das pequenas janelas que se abrem na fachada principal da capela, junto dos respectivos ângulos superiores externos e no interior do templo, ladeando o arco triunfal, o último par.

Utilização Inicial

Residencial: casa de honra

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 13

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13, meados - em 1265 os filhos de João Pires de Vasconcelos, o primeiro a usar o nome do solar da família, Pero Anes e Rodrigo Anes de Vasconcelos, iniciam o processo de concentração fundiária que configuraria a Honra dos Vasconcelos tendo, provávelmente pouco depois, mandado erguer a torre; antes fins séc. 13, antes do fim - ampliação com a construção do anexo residencial; séc. 16, antes - teria sido abandonada; 1638 - é referido que a Torre se encontrava há muito tempo abandonada e em ruínas; 1977 - pertencia a Ernesto José Fernandes; 1977 - teria sido oferecida pela proprietária Leopoldina Ernesto da Costa Fernandes à Câmara Municipal de Amares; 1978 - foi adquirido à anterior proprietária por João Barbosa de Macedo (Feira Nova - Amares).

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito, cantaria

Bibliografia

Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 8; BARROCA, Mário Jorge, Em Torno da Residência Senhorial Fortificada. Quatro Torres Medievais na região de Amares, Revista de História, Centro de História da Universidade do Porto, Porto, 1989, vol. IX, pp. 27 e 30-41; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p.266; SILVA, Domingos M. da, Entre Homem e Cávado: 1 e 2. Monografia do concelho de Amares, Amares, 1958-59;

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

DGEMN: DSID

Intervenção Realizada

1990 - Intervenção arqueológica da responsabilidade de Mário Barroca da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Observações

Aguarda-se a publicação dos resultados da intervenção arqueológica realizada por Mário Barroca; a Câmara Municipal já deliberou a aquisição do espaço envolvente, para o domínio público.

Autor e Data

Isabel Sereno / Paulo Dordio 1994

Actualização

 
 
 
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