Povoado fortificado de Póvoa de Lanhoso / Estação lusitano-romana, na Estrada para o Castelo de Póvoa de Lanhoso

IPA.00001890
Portugal, Braga, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Lanhoso (Nossa Senhora do Amparo)
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Época do Ferro com anterior ocupação do Calcolítico / Bronze e posterior ocupação romana. Povoado fortificado / castro. Este povoado destaca-se pela longa sequência de ocupação humana (Calcolítico - Romanização), pelos numerosos achados metálicos (torques e capacete de bronze proto-históricos) e por ter precedido um castelo medieval no afloramento rochoso que constitui a parte mais alta do monte.
Número IPA Antigo: PT010309190007
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado proto-histórico  Povoado fortificado  

Descrição

Conjunto de alicerces de cinco casas, dispondo-se em pequenos socalcos, com plantas circulares, com um diâmetro de c. de 4,5 m, e rectangulares, sendo a espessura das paredes de c. 0,40 m. Observam-se ainda restos de pavimentos lajeados. Na mesma vertente E, são visíveis restos de uma fortificação, que deveria rodear a plataforma onde se encontram as estruturas. Entre o espólio associado abundavam os fragmentos de tegulae e imbrex.

Acessos

Póvoa do Lanhoso (Nossa Senhora do Amparo), a 1 Km. a norte da Póvoa de Lanhoso com acesso a partir da EN 205, a meio da estrada para o Castelo de Lanhoso (v. PT010309190004)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 30 762, DG 225 de 26 setembro 1940 / Decreto n.º 37 077, DG, 1ª série, n.º 228 de 29 setembro 1948 *1

Enquadramento

Rural, isolado, implantado no sopé do Monte do Castelo, de altitude média, com cota máxima 385 m, constituído por maciço montanhoso conhecido por Laje Grande, que divide as bacias do Cávado e do Ave. Encontra-se sobranceiro a um pequeno vale fértil e bem irrigado, no qual confluem as ribeiras da Póvoa, Pereira e Pregal, pertencentes à bacia do Ave. A parte mais alta do monte é constituída por um imponente afloramento rochoso onde se implanta o Castelo medieval de Lanhoso e o Santuário de Nossa Senhora do Pilar (v. 0309190039). No caminho de acesso ao alto do monte, encontram-se os vestígios do povoado. Desde a base do monte sobe uma tortuosa via sacra ladeada de cinco capelas de Via Sacra do santuário.

Descrição Complementar

Foi noticiado também a descoberta de três torques em ouro (SILVA 1986/Est. CXII,1-3), um capacete de bronze (SILVA 1986/Est. XCIII; CXLIV,3) e uma escultura de granito (SILVA 1986/CXXV) representando um indivíduo sentado numa cadeira de braços, já sem cabeça, de braços estendidos e mãos apoiadas sobre os joelhos, escavada pela parte interior

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Época Construção

Proto-história

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Calcolítico / Bronze Inicial - o espólio arqueológico aqui identificado, nomeadamente o cerâmico, indica uma sequência de ocupação humana iniciada neste período; Idade do Ferro - continuação da ocupação humana; Época Romana - fim da ocupação humana; 1938 - ao abrir a estrada de acesso ao Santuário da Senhora do Pilar e ao Castelo, que corre pela vertente E do monte, foram postas a descoberto os vestígios do castro.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Granito

Bibliografia

Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 63; CUNHA, A. R., Trepando aos montes, O Distrito de Braga, 2ª série, 1 (1-4), Braga, 1975, pp. 517-518; MARTINS, Manuela, O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do médio Cávado, Braga, 1990, p. 56 e 91-92; MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, DGEMN, Obras em monumentos nacionais - Congresso Internacional de História da Arte, s.l., 1949; SILVA, Armando Coelho Ferreira da, A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal, Paços de Ferreira, 1986, p. 182, 237, Est. CXII,1-3, XCIII; CXLIV,3, CXXV; Boletim da DGEMN, nº 29, Lisboa, 1942; TEIXEIRA, C., Hallazgo arqueológico notable. Un casco céltico en Portugal, Ampurias, 3, 1941, pp. 138-139; TEIXEIRA, C., Notas arqueológicas sobre o castro de Lanhoso, Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Arqueologia e Etnologia, Porto, 1940, 9(1-2), pp. 117-125; TEIXEIRA, C., O Castro de Lanhoso e o seu espólio, Congresso do Mundo Português,(Lisboa 1940), Lisboa, 1940, 1, pp.515-529; TEIXEIRA, Carlos, Os torques do Castro de Lanhoso (Póvoa de Lanhoso), Anais da Faculdade de Ciências do Porto, Porto, 1939, 24(4), pp. 245-252;

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1938 / 1939 - A abertura da estrada levou à descoberta dos vestígios na base do morro do castelo que foram objecto de escavações arqueológicas por Carlos Teixeira; 1942 / 1943 - pequenos trabalhos; 1988 - escavações realizadas por arqueólogos da Universidade de Boston, que visaram a definição de uma sequência cronológica para o povoado, demonstraram uma grande destruição dos níveis arqueológicos mais antigos, perturbados por sucessivas reocupações.

Observações

*1 - O Dec. de classificação, nº 30 762, no DG 225 datado de 26 de Setembro de 1940, foi impresso com gralha tipográfica pois no Artº 2, onde são classificados os Imóveis de interesse público, lê-se no Distrito de Braga, Concelho de Póvoa de Lanhoso, a "inexistente Estrada lusitano-romana situada na estrada para o Castelo da Póvoa de Lanhoso", quando se deveria ler "Estação lusitano-romana situada na estrada para o Castelo da Póvoa de Lanhoso". A situação só viria a ser corrigida em 29 de Setembro de 1948, pelo Dec. 30 077, inserto no DG 228.

Autor e Data

Isabel Sereno e Paulo Dordio 1994

Actualização

 
 
 
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