|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
|
Descrição
|
Planta longitudinal composta de nave e capela-mor, da mesma altura, tendo adossado na fachada lateral esquerda sacristia rectangular. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e de uma na sacristia, esta na continuidade da capela-mor, rematadas em beirada simples de xisto. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, à excepção da principal, que é em cantaria aparente, com pilastras toscanas nos cunhais, as da frontaria coroados por pináculos piramidais com bola sobre acrotérios, e terminadas em cornija. Fachada principal virada a NE., terminada em empena truncada por dupla sineira, com vãos em arco de volta perfeita sobre pilares, albergando sinos, rematada em empena com cornija, coroada por pináculos com bola e, ao centro, cruz latina de cantaria. É rasgada por portal de verga recta, com moldura, inscrita por ANNOS 1768, inserida numa outra, mais alta, ladeada por quatro colunas torsas, sobre plintos comuns, com almofada em losango, e de capitéis de inspiração coríntia, suportando entablamento, com friso decorado por motivos ondeado, e frontão semicircular de volutas interrompido por nicho; este tem volta perfeita sobre pilastras, decoradas por motivos em cadeia, interiormente concheado e albergando imagem do orago sobre mísula volutada; sobre o nico surge silhar com cruz relevada sobre esfera e no enfiamento das colunas interiores pináculos piramidais com bola sobre acrotério. Fachada lateral esquerda rasgada por porta sobrelevada de verga recta de acesso ao coro-alto, precedida por escada, adossada à fachada e que também permite aceder às sineiras, possuindo dois lances e guarda em ferro; virada a NE., a sacristia, terminada em meia empena, é rasgada por portal de verga recta, moldurado. Fachada lateral direita de dois panos definidos por pilastras, com a nave rasgada por porta travessa de verga recta com moldura terminada em pequena cornija e dois vãos, e a capela-mor por uma outra janela; sobre o portal existem três mísulas de sustentação de antigo alpendre. |
Acessos
|
Largo da Igreja. |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, no interior da povoação, inserido em adro, vedado por muro, com acesso frontal por portão de ferro, ladeado por dois plintos com pináculos piramidais, pavimentado a paralelos de granito, com cruz latina na zona frontal, e bordejado por oliveiras. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda) |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido. |
Cronologia
|
1290 - segundo as Inquirições de D. Dinis Sacóias era foreira do rei; séc. 16 - época provável de construção da igreja; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra o território da Diocese de Miranda; 1669, primavera - príncipe regente despacha favoravelmente a petição dos habitantes de Sacóias solicitando a realização de uma feira anual na data da festa da igreja; 1686 - leva-se a imagem do orago ao encontro da do Santo Cristo de São Vicente, em Bragança; 1692 - aquando da festa, a procissão alongou-se até São Sebastião, na cidade de Bragança; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é anexa à abadia de Meixedo, cujo abade apresenta o pároco; a povoação tem 50 vizinhos; séc. 18, primeira metade - Frei Agostinho de Santa Maria descreve a imagem: "estatura são quatro palmos, he de roca, e de vestidos, e tem nos braços ao Menino Deos. E o estar com ele nos braços, tendo o titulo da Assumpção, confirma a sua muita antiguidade; porque do tempo d'El Rei Dom João o I pra cà (...) se começaram as matrizes a intitular com o nome de Assumpção"; séc. 18, 2ª segunda - a igreja é deslocada do antigo castro para a povoação, substituindo uma antiga capela, onde já estava a pia batismal e se conservava o sacramento; 1758, 18 Abril - segundo o cura Miguel Fernandes nas Memórias Paroquiais, a freguesia é da Casa de Bragança e pertence ao bispado de Miranda, comarca e termo de Bragança e é filial da abadia do lugar de Meixedo; tinha 53 moradores e 200 pessoas; assenta num vale, a paróquia está fora do lugar, um quarto de légua costas a Castela, e a igreja, com orago de Nossa Senhora da Assunção, tinha quatro naves, duas de alvenaria e duas de cantaria, com seu frontispício de quatro colunas de cantaria; tinha o altar-mor e dois colaterais, um de Santo António e outro de São Francisco; o pároco era cura anual apresentado pelo abade de Meixedo, com 7$000 de congrua que lhe dava o abade e os moradores, cada um seu alqueire de trigo de oferta; tinha de renda à sua parte 400$000; "o reverendo porque é à terça da capela de Vila Viçosa e depois de nove partes são quatro da Patriarcal e cinco do reverendo abade"; 1768 - data inscrita na verga do portal axial; séc. 19, finais - extinção da freguesia e integração na de Baçal. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria aparente; cunhais, pilastras, cornijas, pináculos, sineiras, cruzes e molduras dos vãos em cantaria de granito; beirada em xisto; portas de madeira; vidros simples; grades e guardas em ferro. |
Bibliografia
|
CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2007; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; FERNANDES, Armando, RODRIGUES, Luís Alexandre, Monografia das Freguesias do Concelho de Bragança, Bragança, Câmara Municipal de Bragança, 2004; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
EM ESTUDO. *1 - A fama da povoação devia-se aos prodígios e milagres que a imagem de Nossa Senhora da Assunção produzia e o seu santuário suscitava o concurso de devotos provenientes até de Castela e Galiza, sobretudo no dia 15 de agosto. Por exemplo, em 1698, um soldado de Soutelo, cego havia algum tempo, recupera a vista, e manda pintar ex-voto. Um outro homem do mesmo lugar, aleijado, fica são à vista do povo e pendura as muletas na ermida. O próprio alcaide-mor de Bragança, Lázaro de Figueiredo Sarmento, quando criança e estando dado como morto, depois de prometido à Senhora, escapou da morte, oferecendo os seus pais uma pintura, que foi colocada na capela-mor. Um dos milagres mais famosos ocorreu no dia da aclamação de D. João IV quando os sinos do templo começaram a repicar festivamente sem intervenção humana. Assim, o milagre foi visto como o aplauso celeste ao duque de Bragança e à Restauração do trono de Portugal. Idêntica manifestação teria ocorrido no dia em que nasceu o futuro rei D. Pedro II. D. Luísa de Gusmão, mãe de D. Pedro, agradeceu a intercessão superior, oferecendo à Senhora de Sacóias "huns ricos, e preciosos vestidos de téla branca". A devoção dos moradores das redondezas também se manifestava quando se desejava que chovesse ou fizesse bom tempo. |
Autor e Data
|
Paula Noé 2010 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |