Convento de Nossa Senhora do Carmo / Biblioteca Municipal Simões de Almeida
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Portugal, Leiria, Figueiró dos Vinhos, União das freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas |
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Convento dos carmelitas descalços, maneirista e barroco, de planta retangular irregular, composto por igreja em cruz latina e zona regral no lado esquerdo, tendo vários corpos desenvolvidos em torno de claustro quadrangular. Igreja com nave, para onde abrem os confessionários e duas capelas laterais, particulares, embutidas nos corpos anexos à nave, sustentados por contrafortes de esbarro, transepto com cobertura em cúpula cega, e capela-mor pouco profunda, com coberturas diferenciada em falsas abóbadas de lunetas. Fachada principal rematada por frontão triangular, rasgado por três vãos de volta perfeita, de acesso à galilé, que liga ao portal de verga reta e à porta de ligação ao coro-alto. Sobre o vão central da galilé, nicho e janelão do coro. Este é amplo, com banco corrido e espaldar de azulejo, tendo acesso por porta no lado do Evangelho. Transepto pouco profundo, tendo, no topo do Evangelho, a porta de acesso à zona regral, sendo a zona mais iluminada do templo, através de janelas retilíneas. Arco triunfal de volta perfeita, encimado pelas armas do padroeiro, ladeado por retábulos colaterais maneiristas, de acesso à capela-mor, com retábulo-mor maneirista por andares e três eixos. Tem dois andares, mas ostentando drapeados e tribuna do estilo barroco joanino, revelando uma estrutura feita lentamente e sucessivamente renovada em termos de gramática decorativa. As capelas laterais apresentam retábulos de talha maneirista, o de São José, bastante alterado no período joanino, data em que se refez o remate e o nicho, estando o do lado oposto, descaracterizado. A capela lateral da Epístola está revestida a azulejo de tipo tapete, encimado por composições figurativas maneiristas, compostas por cartelas com representações hagiográficas. Mantém as teias que seccionam o espaço de culto, simples e torneadas. Sacristia antecedida por Via Sacra e com sala do lavabo separada. No lado esquerdo, o claustro, com cinco tramos definidos por arcadas fechadas e acesso central, para onde abre a portaria, acedida pelo terreiro, fechado por alto muro, a Sala do Capítulo, o refeitório, a sala de Profundis e a cozinha, surgindo, no segundo piso, os dormitórios, a hospedaria, a rouparia e a enfermaria e respetiva botica. Surge, ainda, a livraria. |
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Número IPA Antigo: PT021008040005 |
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Registo visualizado 664 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem dos Irmãos Descalços de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas Descalços
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Descrição
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Convento de planta poligonal composta pela igreja e por alguns corpos do primitivo convento. IGREJA de planta em cruz latina, composta por nave, transepto pouco saliente e capela-mor, a primeira com dois corpos adossados, onde se integram as capelas laterais, que comunicam com o transepto, e os confessionários, o do lado direito reforçado por três contrafortes em esbarro. Possui volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma água nos corpos laterais, de duas águas na nave, de três nos topos do transepto e capela-mor e de quatro águas no cruzeiro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco saliente e pintado de amarelo. Fachada principal virada a N., rematada em frontão triangular, rasgado por óculo circular e rematando em pináculos piramidais com bola e cruz latina sobre plinto volutado no vértice. É rasgada por três arcos de volta perfeita, de acesso à galilé, o central encimado por nicho em abóbada de concha, assente e flanqueado por pilastras toscanas, as exteriores almofadadas e sustentando o remate em frontão interrompido por cruz latina, ladeado por pináculos; assenta em cornija e mísulas de cantaria; sobre este, janelão retilíneo com moldura simples. A galilé, pavimentada a granito, dá acesso ao interior do templo, através de portal de verga reta e moldura simples, surgindo, porta retilínea no lado direito, de ligação ao coro-alto. Fachada lateral esquerda adossada ao antigo corpo conventual. Fachada lateral direita cega, tendo, no corpo adossado, um ressalto no pano central, em arco de volta perfeita, a enquadrar pequena fresta, sobre o qual surge uma sineira de volta perfeita, rematada por cornija e pináculos. O tipo do transepto é rasgado por janela de volta perfeita e, sobre este, é visível o cruzeiro do transepto, com duas janelas retilíneas em cada face. Fachada posterior adossada. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, a nave com cobertura em falsa abóbada de lunetas e com pavimento em lajeado, seccionada por teia de madeira torneada e com quatro tramos definidos por pilastras rebocadas e pintadas. Correspondendo aos dois primeiros tramos da nave, surge o coro-alto, em arco abatido, com guarda de madeira vazada, integrando vestígios da primitiva maquineta. Possui bancos corridos, assentes em mísulas de cantaria, encimados por espaldar de azulejo monocromo, branco, com friso recortado interiormente, em bicromia, azul e branco. O portal axial encontra-se ladeado por pias de água-benta. No sub-coro, surgem, confrontantes, quatro vãos retilíneos, correspondentes aos confessionários, surgindo no primeiro da Epístola, vão de volta perfeita. Confrontantes, as capelas laterais, dedicadas a São José (Evangelho) e a Nossa Senhora da Soledade (Epístola), ambas com acesso por arcos de volta perfeita, assentes em impostas salientes, protegidos por teias de madeira torneada, e com abóbadas de aresta, rebocadas e pintadas de branco. Junto à capela do lado da Epístola, o púlpito, quadrangular e de talha policroma, assente em mísula e com guarda balaustrada, tendo acesso por escadas situadas no lado esquerdo; encontra-se protegido por guarda-voz de pequenas dimensões, ornado por espaldar e lambrequins. O cruzeiro apresenta cobertura em cúpula cega, com os pendentes pintados de azul e vermelho, ostentando decoração branca, formando reservas, envolvidas por acantos e enrolamentos; no pavimento, três sepulturas. Os braços do transepto apresentam cobertura em falsa abóbada de lunetas, com o pano apainelado e ornado por rosetão; possuem portas de acesso às capelas laterais e, no lado do Evangelho, porta de verga reta de acesso à zona regral. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, encimado por sanefão de talha pintada, ornado por lambrequins e contendo a pedra de armas do padroeiro. Está ladeado pelos retábulos colaterais, dedicados a São Sebastião (Evangelho) e Nossa Senhora da Conceição (Epístola). A capela-mor, elevada por dois degraus de cantaria, é pouco profunda, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, cobertura semelhante às anteriores e pavimento em lajeado. Sobre supedâneo de um degrau, o retábulo-mor de talha dourada e pintada, de planta reta, dois andares e três eixos, definidos por duas ordens de oito colunas de fuste torso e com o terço inferior liso, marcado e ornado por cartelas e acantos, sustentadas por duas ordens de plintos paralelepipédicos, de fustes almofadados, sendo os andares separados por friso de acantos e cornijas. Ao centro, tribuna elevada com trono expositivo, envolvido por falsos drapeados a abrir em boca de cena e ornados por lambrequins, tendo, na base, nicho contracurvo, envolvido por moldura recortado de concheados e enrolamentos, ladeado por pilastras decoradas por motivos vegetalistas, assentes em plintos galbados e consolas; este remata em cornija contracurva. Os eixos laterais possuem duas ordens de nichos protegidas por baldaquinos ornados por anjos e por falsos drapeados a abrir em boca de cena. O remate é feito por tabela central, povoada por anjos de vulto, encimada por frontão semicircular e ladeada por apainelados de florões, encimados por fragmento de frontão, e por aletas volutadas. Altar paralelepipédico, tripartido em apainelados almofadados. Fronteiro a este, a mesa de altar, com tampo e pés de madeira. No lado do Evangelho, porta de verga reta e moldura simples de acesso à sacristia. Esta é rebocada e pintada de branco, tendo teto plano, possuindo nicho retilíneo com imagem. A ZONA REGRAL possui dois corpos retilíneos e perpendiculares, desenvolvidos em torno do antigo claustro, atualmente seccionado, de planta quadrangular e com cinco tramos por ala, abrindo para a quadra na zona central, por arcadas de volta perfeita, tendo pavimento em lajeado e coberturas em falsas abóbadas de penetrações. Os corpos são rasgados, regularmente, por vãos retilíneos, onde ainda se descortinam as portas primitivas das antigas dependências conventuais e o corredor dos dormitórios, com teto plano e pavimento em soalho. |
Acessos
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Rua dos Bombeiros Voluntários, n.º 13 a 15; construções anexas nos nº 15 a 21 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, num dos extremos da vila, na estrada que a liga a Cernache do Bonjardim. A fachada S. confina diretamente com a via pública, de que se separa por estreito passeio público, pavimentado a calçada. A fachada principal da igreja encontra-se protegida por muro em alvenaria rebocada e pintada de branco, percorrido por soco saliente e pintado de amarelo e capeado a cantaria, fechando o terreiro, ao qual se acede por portal de verga reta e moldura de cantaria, rematado por frontão triangular interrompido; o interior do terreiro encontra-se pavimentado a lajeado. Confina, a NE., com terrenos de cultivo e com o edifício do Mercado Municipal. |
Descrição Complementar
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A CAPELA DE SÃO JOSÉ encontra-se rebocada e pintada de branco, com cobertura em abóbada de aresta, também rebocada e pintada de branco, tendo, na paredes fundeira, retábulo de talha dourada e estofada, de planta reta com corpo côncavo, e de um eixo definido por duas colunas torsas, ornadas por pâmpanos, duas pilastras com os fustes decorados por acantos e frisos exteriores. Ao centro, amplo nicho de volta perfeita, enquadrado por duas arquivoltas, contendo a imagem do orago e encimado por baldaquino com falsos drapeados a abrir em boca de cena, com lambrequins e anjos de vulto, que sustentam cartela decorada por acantos, plumas e enrolamentos. Entre as colunas e as pilastras, mísulas com imaginária, encimadas por enorme vieira, criando um falso baldaquino. Altar em forma de urna, com marmoreados fingidos, encimado pró sacrário embutido na estrutura retabular, rodeado pró acantos enrolados. Na parede da Capela, a inscrição: "ESTA CAPELA HE DE MIGVEL / CVRADO E DE SVA MOLH / ER IZABEL DE FIGVEIREDO / E TEM HVMA MISSA QVO / TIDIANA ANNO DE 1639". A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA SOLEDADE, tem abóbada de aresta e as paredes laterais revestidas a azulejo de padrão policromo, surgindo, sobre o friso, dois painéis de azulejo policromo, formando cartelas, envolvidas por ferronerie e acantos, a do lado do Evangelho representando o Êxtase de Santa Teresa de Ávila, surgindo, no lado oposto, Santo Elias. Tem retábulo de talha pintada de marmoreados fingidos e dourados, de planta reta e um eixo definido por quatro colunas de fuste espiralado e o terço inferior ornado por acantos, com capitéis coríntios, que sustentam o remate em cornija e resplendor central. Ao centro, nicho contracurvo, contendo a imagem do orago. Altar em forma de urna. Na parede, a inscrição de fundação: "ESTA CAPPELLA / FRANCISCA EVAN / GELHA TEM HVA / MISSA CANTADA E 25 / REZADAS ANNO / DE 1669", surgindo, na pedra tumular, a inscrição: "SEPVLTVRA PERPETVA DE / FRANCISCA EVAN / GELHA PELA SVA / ALMA PATRE NOS / TRE". No cruzeiro, as sepulturas dos padroeiros com inscrições: "SEPVLTVRA DE PEDRO DALCASSOVA DE / VASCONCELLOS SENHOR QVE FOI DAS VILLAS / DE FIGVEIRO E PEDROGAM CAZA / DO COM DONNA MARIA DE ME / NEZES O QVAL FALECEO EM 13 / DE SETEMBRO DE 1617 E A MANDOV / FAZER SVA FILHA D. ANNA / DE VASCONCELOS E MENEZES CONDE DE / FIGVEIRÓ EM SEV TESTAMENTO", "SEPVLTVRA DA SENHORA D. MARIA DE MENEZES MOLHER / QVE FOI DO SENHOR PEDRO DALCASSO / VA DE VASCONCELOS SENHORES DAS VILLAS DE / FIGVEIRO E DE PEDROGAM QVE FALECEO / EM 8 DE OVTVBRO DE 1639 E A / MANDOV FAZER SVA FILHA / A SENHORA D. ANNA DE VASCONCELOS E MENE / ZES CONDESSA DE FIGVEIRO EM / SEV TESTAMENTO". "SEPVLTVRA DA SENHORA D. ANNA DE VASCONCELOS / E MENEZES CONDESSA DE FIGVEIRO / MOLHER QVE FOI DE D. FRANCISCO DE VASCONCELOS / CONDE DE FIGVEIRO E SENHORES DA MÊS / MA VILA E DA DO PEDRO / GAM FILHA DO SENHOR PEDRO DALCA / SOVA E VASCONCELOS E DA SENHORA D. MARIA / DE MENEZES SENHORAS QUE FO / RÃO DAS MESMAS VILAS DE FIGVEIRO / E PEDROGAO A QUAL NO SEV / TESTAMENTO MANDOV FA / ZER ESTAS SEPVLTVRAS A QVE DEV / COMPRIMENTO SEV TESTAMEN / TEIRO POR SENTENÇA DOS RREZI / DOS DA SIDADE DE LISBOA NO / ANNO DE 1705". "SEPVTVRA DE D. FRANCISCO DE VASCONCELOS CONDE DE FIGUEIR / O CAZADO COM A SENHORA D. ANNA / DE VASCONCELOS E MENEZES CONDESSA DE FIGVEIRO / E SENHORES DA VILA E DA DO PE / DROGAM E A MANDOV FAZER / A DITA SENHORA CONDESSA SVA MOLHER". Sobre o arco triunfal, o escudo dos Condes de Figueiró é "partido, onde a metade esquerda apresenta as armas dos Vasconcelos, e a outra metade está dividida em duas partes, tendo uma torre no quartel de cima e as armas dos Sousas do Prado no debaixo" (MARQUES, p. 55, nota 66). O altar é ladeado pelos retábulos colaterais, semelhantes, de talha dourada e planta reta, com um eixo formado por colunas de fuste torso, com o terço inferior ornado por acantos, capitéis coríntios e sustentadas por plintos paralelepipédicos almofadados, seno a estrutura ladeada por orelhas recortadas e volutadas. Ao centro, nicho de volta perfeita, com os fundos pintados com motivos fitomórficos, assentes em pilastras ornadas por entrelaçados, que se prolongam em uma arquivolta. Remate em friso e cornija, encimados por tabela retangular vertical, flanqueada por quarteirões e aletas e rematada por frontão interrompido. A tabela do lado do Evangelho, possui a imagem do Menino Deus. Altar em forma de urna, ornado por resplendor, surgindo, na predela, apainelados, os centrais pintados, representando Cristo, flanqueados por quarteirões. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Cultural e recreativa: biblioteca |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Coimbra) / Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR: Josefa de Ayala e Cabrera (atr., séc. 17). |
Cronologia
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Séc. 16, final - Pêro de Alcáçova de Vasconcelos resolve dotar Figueiró dos Vinhos de um convento de religiosos, optando pela Ordem dos Carmelitas Descalços, de que sua mulher, D. Maria de Meneses é particular devota; pede a Frei Francisco da Madre de Deus que interceda junto do Padre Geral para a concessão de licença para a fundação do convento; 1597, 27 outubro - o Padre Geral despacha uma patente autorizando o Prior de Cascais, Frei Batista da Trindade, a fundar a nova casa; 1598, 10 dezembro - o bispo de Coimbra, D. Afonso de Castelo Branco, autoriza a fundação do Convento; 14 dezembro - escritura de fundação da nova casa, em que o padroeiro se comprometia a doar a sua quinta de Eireira e 400 cruzados anuais para a construção, passando a doar anualmente, para sobrevivência do convento, a quantia de 30$000 e o provimento da botica e bem-estar dos enfermos; o padroeiro comprometia-se, ainda, a zelar pelos religiosos, a manter a sacristia, caso as esmolas fossem diminutas, e a proceder aos arranjos necessários no edifício; em troca, os religiosos tinham de celebrar missas quotidianas em intenção dos padroeiros, cederiam a capela-mor para o enterramento dos mesmos, os quais recebiam autorização para abrir uma tribuna para assistir aos ofícios religiosos; 1600, 11 maio - início das obras de construção na Quinta de Eireira; 1601 - verificando-se que o local fica longe da população, o padroeiro adquire, na vila, umas casas, quintal e uma vinha a Francisco de Andrade, por 175$000; 03 julho - lançamento da primeira pedra; 1607, 01 novembro - a comunidade toma posse do convento, estando construídas a sacristia, casa do lavabo e os dormitórios; os serviços religiosos funcionam na ante-sacristia; 1617, 12 setembro - falecimento do padroeiro, ficando a sua viúva responsável pela construção do edifício; 1624 - em Capítulo Provincial, celebrado em Coimbra, é decidida a instalação de um Colégio de Artes no local, onde se lecionasse Filosofia; 1638 - falecimento de D. Maria de Meneses em Madrid, deixando ao convento 200$000, sucedendo-lhe como padroeira a sua filha, D. Ana de Vasconcelos e Meneses e o genro Francisco de Vasconcelos; 1639 - fundação da capela de São José por Miguel Curado e pela mulher, Isabel de Figueiredo, com missa quotidiana; 1641 - data inscrita no nicho da fachada; 1644 - conclusão da obra da nova igreja; 10 abril - o prior Luís de Jesus coloca o Santíssimo na igreja, com concorrência da população; 1646 - numa carta do prior para a padroeira, D. Ana de Vasconcelos, é referido que é necessário terminar os retábulos da igreja, de que se deviam 300$000, estando todos por dourar, tendo a padroeira revelado interesse em terminar as obras, mas que não cumpriria; sepultamento provisório dos padroeiros no pavimento da capela-mor; 1660 - por falta de meios de subsistência, decide-se transferir o Colégio das Artes para Aveiro; 1662 - falecimento de D. Ana de Vasconcelos, tendo deixado, em testamento, verba para se dourarem os retábulos, se fizessem os túmulos, se adquirisse um cálice de prata, uma tela para o altar; deixa 150$000 para missas por sufrágio de seus pais e suas; 1664 - volta a funcionar o Colégio das Artes em Figueiró; 1669 - fundação de uma capela na nave por D. Francisca Evangelha, que nela se fez sepultar e deixou bens para missas por sufrágio; 1751 - os retábulos da igreja ainda se encontram por dourar; 1689 - execução do órgão; 1755, 01 novembro - o terramoto provoca sérios danos no edifício, provocando a derrocada da torre da abóbada do ante-coro, estragos na livraria e oficinas e queda do teto da aula de Filosofia; a abóbada da igreja fica danificada e o fecho da escada regral pendente, sendo um dos dormitórios muito afetado; 1758 - os estragos provocados pelo terramoto estão reparados; 1834, 30 maio - decreto ordenando a extinção das ordens religiosas; 1836, 17 fevereiro - por portaria, o Convento, botica e cerca são pedidos pela Câmara para nele instalar os Paços municipais, o tribunal, arquivo e um estabelecimento de caridade; 1841, 25 outubro - pedido do edifício pela Câmara de Leiria; 1841-1842 - o Conde de Castelo Melhor reclama o edifício, bem como a Misericórdia e Câmara Municipal; 18961 - D. Pedro cede a igreja e um corredor contíguo à Misericórdia para instalação de um hospital; a Câmara Municipal recebe o remanescente do edifício; 1882 - o Hospital da Misericórdia instala-se nas dependências conventuais, adaptando-as ao fim em vista; séc. 20 - remoção da imagem de Nossa Senhora do Carmo do nicho da fachada principal; 1956 - o convento é abandonado; 1995 - cedência à Câmara da ala nascente do corpo S. para instalação de Biblioteca Municipal; na capela-mor, existe uma mesa de altar com Cristo morto, entretanto removido; apeamento da tela a representar a Morte de Santa Teresa de Ávila, existente no topo do transepto; 2000 - assinatura de protocolo entre o IPPAR, a CMFV a a Fábrica da Igreja Paroquial para recuperação da igreja. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; pavimento, modinaturas, pias de água-benta, colunas em cantaria de calcário; teias, púlpito, pavimentos, retábulos de madeira; capela da Epístola revestida a azulejo tradicional; cobertura em telha cerâmica. |
Bibliografia
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Album de Turismo, editado pela Comissão de Iniciativa de Turismo de Figueiró dos Vinhos, Lisboa, 1934; ANA, Frei Belchior de Santa, Chronica dos Carmelitas Descalços, Lisboa, Officina de Henrique Valente de Oliveira, 1657, tomo I; MARIA, Frei José de Jesus, Chronica dos Carmelitas Descalços, Lisboa, Officina de Bernardo Antonio de Oliveira, 1753, tomo III; MARQUES, Alexandra Bastos Rodrigues Sá, Descalços e de Burel Vestidos - Convento de Nossa Senhora do Carmo em Figueiró dos Vinhos, Figueiró dos Vinhos, Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, 2009; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Lisboa, 1955; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976. |
Documentação Gráfica
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CMFigueiró dos Vinhos |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMFigueiró dos Vinhos |
Documentação Administrativa
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CMFigueiró dos Vinhos |
Intervenção Realizada
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Séc. 20, meados - colocação de pavimento de tijoleira na igreja, a substituir o lajeado primitivo, sendo as ossadas encontradas enviadas para o cemitério; tratamento de rebocos e pinturas, destruindo as pinturas de marmoreados; divisão do claustro em duas partes, por muro diagonal 1995 / 1996 / 1997 - obras de recuperação e restauro; IPPAR / CMFigueiró dos Vinhos / PARÓQUIA: 2000 - restauro das pinturas murais da capela-mor; restauro dos retábulos mor e colaterais e pinturas murais; recuperação do espólio artístico. |
Observações
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*1 - DOF: Convento de Nossa Senhora do Carmo, dos Carmelitas Descalços, incluindo a Igreja e construções anexas. |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 1991 / Paula Figueiredo 2012 |
Actualização
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