Catedral de Leiria / Sé de Leiria / Igreja de Nossa Senhora da Assunção
| IPA.00001804 |
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes |
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Catedral maneirista, construída após a criação da nova diocese, separada da de Coimbra, de planta em cruz latina composta por três naves a igual altura, divididas por pilares de secção cruciforme, transepto bastante saliente, todos eles com coberturas em abóbadas de nervuras e em estrela, e cabeceira tripartida formada por dois pequenos abisíolos e cabeceira profunda, com coberturas em abóbadas de caixotões. Possui claustro de três alas adossado à cabeceira e com ligação a partir dos braços do transepto e da capela-mor. Fachada principal tripartida por fortes pilares - contrafortes, rematada em frontão triangular simples e rasgada por três portais de volta perfeita, enquadrados por pilastras toscanas, encimados por janelões. As fachadas são ritmadas por pilares - contrafortes e rasgadas por janelas de volta perfeita em capialço, sendo as fachadas do claustro marcadas pelas sacadas do piso superior. Possui torre sineira individualizada, de dois registos com cobertura em coruchéu bolboso, e rasgada por duas ventanas em cada face. Interior com batistério no lado do Evangelho e pequenos retábulos novecentistas, revivalistas, nos topos dos braços do transepto. No absidíolo do Evangelho, a Capela do Santíssimo, com retábulo de talha tardo-barroco. A capela-mor possui dois órgãos com caixas de decoração rococó, com vários castelos e dois nichos, cadeiral com duas ordens de cadeiras e retábulo de talha dourada maneirista, de dois andares e três eixos, composto por nichos e painéis pintados, rematando em tondo. Estruturalmente tem afinidades com as Catedrais suas contemporâneas, as de Portalegre (v. PT041207030001) e Miranda do Douro (v. PT010406080002). Numa das alas do claustro, de dois pisos, o inferior com arcadas de volta perfeita, a sacristia, com decoração seiscentista, visível na pintura em brutesco da cobertura e no lavabo, em espaldar, com três bicas. É bastante verticalizada e arreigada, nas naves e transepto, a um tipo de cobertura tardo-medieval, em abóbadas de nervuras, algumas estreladas, que obrigam ao recurso a fortes pilares - contrafortes nas fachadas exteriores. É um edifício sóbrio, cujo sentido da harmonia resulta essencialmente do cálculo matemático das suas proporções, em que a diagonal dos tramos das naves laterais é igual à largura da nave central e metade da largura desta. A fachada principal é austera, ritmada pelos pilares e pelas pilastras que ladeiam os portais, revelando, contudo, uma intervenção barroca nas modinaturas recortadas das janelas. Possui pias de água benta em forma de taça, sobre coluna do tipo balaústre, remetendo para uma feitura setecentista. No interior, destaca-se a Capela do Santíssimo, com ilhargas decoradas por talha pintada e retábulo de talha tardo-barroca, revelando uma transição do barroco, visível no perfil da boca da tribuna, no remate em espaldar e nas albarradas que sobrepujam as colunas, para o neoclássico, visível nas colunas, sobriedade decorativa e na decoração do trono. Possui um órgão de tubos de feitura novecentista, com caixa simples, em madeira, subsistindo as caixas dos primitivos órgãos, de talha rococó, sobre o cadeiral que reaproveita elementos das primitivas estruturas seiscentistas, na decoração dos espaldares. O retábulo-mor, apesar de espoliado de alguns dos seus painéis pintados, é maneirista, com três eixos de nichos e painéis, onde figuram cenas da Assunção e Coroação da Virgem, bem como as figuras dos Evangelistas, identificados pelo tetramorfo. Os acessos à tribuna, em arcos abatidos, revelam uma reforma posterior, também responsável pela pintura de dois painéis ovais, representando Nossa Senhora das Dores e Cristo. A sacristia é a dependência que mantém uma maior integridade decorativa, visível no brutesco do teto, no altar do Crucificado, no interior do qual surge pintura oitocentista, de teor vegetalista, mas consonante, e, especialmente, no lavabo ornado por um jogo de cor constituído pelas diversas cantarias empregues na sua feitura, destacando-se a moldura das bicas, em forma de carrancas, os suportes da taça e o remate em tabela, revelando influências eruditas da tratadística italiana. Na nave e transepto surgem várias lápides sepulcrais com inscrições. Possui campanário independente, de dois registos e dupla ventana, com cobertura em coruchéu bolboso. |
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Número IPA Antigo: PT021009120031 |
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Registo visualizado 4633 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Catedral / Igreja paroquial
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Descrição
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Planta em cruz latina, composta por três naves de quatro tramos, transepto saliente e cabeceira tripartida, com claustro poligonal adossado à fachada posterior, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas, três (braços do transepto) e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas em friso e cornija. Fachada principal virada a O., rematada em frontão triangular com cruz latina no vértice, interrompido pelos remates dos contrafortes salientes (piáculos sobre amplos plintos paralelepipédicos), que criam um corpo tripartido. Ao centro, a zona do portal encontra-se revestida a cantaria, com portal em arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas de fustes almofadados, flanqueado por quatro pilastras da mesma ordem, que sustentam entablamento e, nos ângulos, pequenos frontões semicirculares, encimados por pináculos. Sobre o portal janelão de perfil contracurvo, com moldura saliente, envolvido por uma segunda recortada e rematada por cornija contracurva. Cada um dos panos laterais é rasgado por portal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, flanqueado por pilastras da mesma ordem, que sustentam entablamento e frontão semicircular, com remate em pináculo de bola e com o tímpano rebocado e pintado de branco; são encimados por janelões contracurvos, com molduras recortadas e ornadas por volutas e com pingentes na base, encimados por cornija em cortina. As fachadas laterais são semelhantes, com três panos marcados por pilastras - contrafortes, rematadas por pináculos sobre acrotérios, cada um deles rasgado por uma janela de volta perfeita e em capialço. Sucede-se um quarto pano, com corpo adossado a meia-altura, com janelas semelhantes às anteriores, formando ângulo com os braços do transepto, estes rasgados, no topo, por amplos janelões, de perfis semelhantes às janelas anteriores. A do lado esquerdo possui pequeno corpo quadrangular, do batistério, rasgado por três janelas retilíneas em capialço, a do topo entaipada. A fachada lateral direita possui, adossado ao corpo anexo à nave, um pequeno corpo de menores dimensões, com janela e porta de perfis em arcos abatidos, com molduras recortadas. Fachada posterior em empena cega, flanqueada por cunhais apilastrados, salientes e possuindo gárgulas zoomórficas. Adossado a esta e envolvendo a cabeceira do templo, surge o claustro, com três alas, a virada a N. com três pisos de oito vãos retilíneos, formando janelas de peitoril, exceto o primeiro do lado direito do piso térreo, correspondendo a uma porta, rematada em friso e cornija. A ala virada a S., ritmada por fustes de pilastras em cantaria até ao nível do segundo piso, possui três pisos, o inferior rasgado por quatro janelas retilíneas, uma quarta, jacente, e uma porta, possuindo, no extremo direito, escadas de cantaria e guarda metálica de acesso a porta de volta perfeita. No piso intermédio, três janelas de peitoril retilíneas e com molduras simples, surgindo, no topo, nove janelas de sacada, com guarda em ferro forjado pintado de verde e ornado por volutas, com acesso por porta de verga reta. Ala E. marcada por contrafortes - pilastras, rasgada por janelas de peitoril e possuindo pequenos corpos adossados. INTERIOR com três naves a igual altura, divididas por oito pilares toscanos de secção cruciforme, dando origem a doze tramos. Paredes rebocadas e pintadas de branco, tendo, na nave central e no transepto coberturas em abóbadas estreladas, sendo as das naves colaterais de nervuras, com pavimento em taburnos de madeira e réguas de cantaria, com sepulturas numeradas. O portal axial está protegido por guarda-vento de talha pintada e, junto aos pilares dos primeiros tramos, surgem as pias de água benta, em cantaria de calcário, compostas por pé em balaústre sobre plinto cilíndrico e taça hemisférica de bordos salientes. No lado do Evangelho, o batistério, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e rematado em frisos e cornijas, tendo o interior rebocado e pintado de branco, com cobertura em abóbada de nervuras, assente em mísulas gomadas e com fecho em forma de bocete, ornado pela pomba do Espírito Santo. Possui pia batismal em calcário, composta por pequeno pé e taça hemisférica, ornada por almofadas e com bordo saliente. Na parede de fundo, nicho para alfaias, de perfil contracurvo, com moldura recortada, formando avental, ornado por botões e rematado por pequeno frontão volutado e por elemento fitomórfico. Nos últimos tramos das colaterais, dois arcos de volta perfeita acedem aos corpos anexos, que contêm confessionários de madeira, abrindo, igualmente para o transepto. Os braços do transepto possuem no topo capelas retabulares dedicadas a Nossa Senhora da Conceição (Evangelho) e ao Sagrado Coração de Jesus (Epístola).Ainda nos braços, portas de verga reta, envolvidas por pilastras toscanas e frontões de volta perfeita, ornados por elementos geométricos almofadados, de acesso ao claustro. A cabeceira é composta por dois absidíolos, envolvidos por talha pintada de branco e dourado, formando arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas almofadadas e rematafas em entablamento e pequeno espaldar curvo com pintura figurativa. No do lado do Evangelho, a Capela do Santíssimo, encimada por espaldar ornado por uma Adoração do Santíssimo, sobrepujado por uma alegoria à Igreja, relevada; no lado oposto, um órgão de tubos, surgindo no espaldar uma evocação da Ressurreição, encimada por uma alegoria que sustenta a Santa Cruz. Ambos têm coberturas em caixotões com molduras de pedra, sobre entablamento do mesmo material, o do Evangelho com lambris de talha pintada de branco, verde e dourado. O cruzeiro encontra-se elevado, com mesa de altar e ambão em cantaria, contendo poço no lado da Epístola. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras e entablamento dórico, de acesso à capela-mor, com abóbada em caixotões pétreos e pavimento de madeira. Confrontantes, dois órgãos de tubos e o cadeiral dos cónegos. Na parede testeira, retábulo de talha dourada, de planta reta, dois andares e três eixos definidos por colunas jónicas sobre duas ordens de plintos paralelepipédicos e de faces almofadadas, no primeiro andar, tendo quatro colunas coríntias, com o terço inferior marcado por diferença de estriado no superior. No registo inferior, tribuna retilínea central, com moldura saliente e encimado por inscrição, ladeado por dois nichos de volta perfeita sobre pilastras toscanas, contendo dois Evangelistas, identificados na base pelos seus atributos. Divide-se do superior por friso de acantos e querubins, surgindo, ao centro, a Assunção da virgem, rodeada por glória de anjos, ladeada por dois nichos semelhantes aos anteriores, com dois Evangelistas. Estes rematam em frisos de acantos e frontões triangulares. A estrutura está sobrepujada por tondo com a representação da Coroação da Virgem, ladeado por pilastras dóricas e rematando em frontão triangular, ladeado por dois painéis retilíneos, representando São Pedro e São Paulo, sobrepujados por dois frontões semicirculares. Na base dos eixos laterais, duas portas em arcos abatidos, de acesso às tribunas, encimadas por dois medalhões pintados, a representar a Virgem das Dores e Cristo. Altar paralelepipédico em cantaria, com frontão almofadado, ladeado por molduras volutadas. Confrontantes, duas portas em arcos abatidos e molduras recortadas, sobrepujadas por espaldares, de acesso a duas dependências que ligam ao claustro, de planta quadrangular, composto por três alas ritmadas por pilastras - contrafortes, contendo gárgulas de decoração zoomórfica, de dois pisos, o inferior com arcadas de volta perfeita, abertas, e o superior com janelas de sacada pouco saliente e guardas metálicas, com acesso por portas-janelas em arco abatido e remates em cornijas contracurvas. A quadra e as alas estão pavimentadas a lajeado, estas últimas integrando sepulturas e possuindo abóbadas em caixotões com molduras de cantaria e arcos torais assentes em mísulas de cantaria. As alas laterais possuem várias portas de acesso a dependências, ficando, uma delas com as armas de D. Frei Miguel de Bulhões, e, nos topos, as escadas de ligação ao piso superior, destacando-se no lado S., a ligação à sacristia. A ala E. tem vestígios de antigos Passos da Via Sacra, transformados em armários. A sacristia é de planta retangular e as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, com cobertura em abóbadas de nervuras, assentes em mísulas bolbosas, pintada de brutesco, possuindo pavimento em taco. |
Acessos
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Largo da Sé; Largo Cónego Maia; Rua D. Sancho I |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 30/2014, DR, 2.ª série, n.º 224 de 19 novembro 2014 *1 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Leiria (v. PT021009120002) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado a meia-encosta, em plataforma artificial, com acesso por amplo adro, parcialmente ajardinado, pavimentado em calçada em cubos de granito e lajes de cantaria calcária, delimitado por muro com balaustrada em pedra de lioz a que dão acesso duas escadarias, uma na frente, de perfil contracurvo, e outra lateral. Nas fachadas laterais existem árvores de grande porte. O local, antigo Sitio da Ordem Franciscana, situava-se no topo da Rua Direita e estende-se paralelamente ao antigo Rossio, a leste da cidade e tem adossado, à fachada lateral direita, o edifício do antigo Museu de Leiria e outras dependências onde funcionam serviços diversos. |
Descrição Complementar
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Num dos muros do adro surge a inscrição: "ESTA RUA HE DA FA / BRICA DA SÉ QUE / CÕPROU O CHÃO E A / MANDOU FASER A SUA / CUSTA 1618". A torre sineira é de planta quadrangular, com fachadas rebocadas e pintadas de branco, marcadas por cunhais de cantaria, rematados por frisos e cornijas, sobrepujados pelo registo das ventanas, totalmente em cantaria, com dois vãos de volta perfeita em cada face. Possui cobertura em coruchéu bolboso, encimada por anjo metálico, e, nos ângulos, pináculos. O primeiro registo é rasgado por porta e janela retilíneas, surgindo, no topo, os mostradores dos relógios, quadrangulares. Na face N., a pedra de armas de D. Manuel de Aguiar, tendo, no sino maior, a inscrição: "SENDO Bº DESTA CID. E DE LRª O EXMº E REMº SR. D. MANOEL DE AGUIAR FOI FEITO ESTE SINO E TODO O INSTRUMENTO DESTA TORRE EM 8.ª POR JOÃO CRAVEIRO NO ANO DE 1801". Na cobertura da nave central, surgem vários bocetes apresentam inscrições, como "1572 ANOS", "INRI", "1766", "1570". O portal axial está protegido por guarda-vento de talha pintada de branco e dourado, com pilastras laterais de fustes almofadados e decoração fitomórfica, possuindo as portas e as ilhargas apaineladas. Tem cobertura em falso domo, com fogaréus nos ângulos e no topo, ornada, na face virada para a nave, por espaldar recortado e decorado por festões, contendo amplo apainelado colorido. Os retábulos dos topos do transepto estão envolvidos por estruturas em cantaria, compostas por duas colunas torsas e capitéis de inspiração compósita, assentes em amplas consolas, rematadas por friso e cornija ornado por dentículos, encimadas por dois anjos, que seguram cartelas e centram pequeno espaldar recortado, ornados por volutas de acantos e pequeno óculos vazado e de decoração fitomórfica. No lado do Evangelho, possui retábulo de talha pintada de branco, cinza e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas colunas torsas, dois frisos de decoração fitomórfica e duas pilastras com fustes decorados por triglifos e apainelados de acantos, que se prolongam em três arquivoltas, formando o remate. Ao centro, nicho de volta perfeita, com a boca rendilhada, contendo baldaquino de talha, forrado por duas pilastras e decoração recortada no nicho que o forma, encimado por sanefa de frisos lisos, lambrequins e espaldar recortado. Sobre o baldaquino, amplo resplendor a centrar as iniciais "AM". Altar em forma de urna, decorado por acantos e encimado por banco apainelado, ornado por acantos e, ao centro, por querubim. Fronteiro, possui mesa de altar e ambão. No lado oposto, retábulo de talha pintada de vermelho, branco, azul e dourado, de planta reta e um eixo definido por quatro colunas torsas, percorridas por espira fitomórfica, assentes em consolas, e por duas pilastras de fustes e capitéis ornados por acantos, assentes em plintos paralelepipédicos, que se prolongam em três arquivoltas, as exteriores torsas e a interior ornada por acantos e querubins, unidas por aduelas no sentido do raio. Ao centro, nicho em abóbada de concha e com boca rendilhada, contendo a imagem do orago. Altar em forma de urna, decorado por cartela contendo as iniciais "IHS" e acantos, encimado por sacrário embutido na estrutura com moldura de acantos e remate em cornija contracurva, tendo a porta decorada por motivos eucarísticos. No fecho da cantaria envolvente, cartela enrolada com coração inflamado, rodeado por resplendor, sobre escudo português. No braço N. do transepto, existem três lápides recortadas e rematadas por cornijas contracurvas com inscrições incisas e avivadas a negro, a do lado esquerdo do retábulo com o seguinte teor: "D. JOANNES JORGIVS DE FONSECA MANSVS / III NON FEBRVARII ANO MDCCLXI MONTE MAIOR E / NOVO NATVS D. EMMANVELL DE AGVIAR SUCCESSIT: / VICARIVS CAPITVLARIVS EX XII Kal APRILES AN MDCCCXV / DEISNDE EPISCOPVS A IV NON JANVARII MDCCCXX AD / III IDVS JVNII MDCCCXXXIV QVO ANIMAM EFFLAVIT DIOE / CESI LEIRIENSI PRAE FVIT: QVVM EJVS OSSA IN CRYPTA / EPISCIPALI COEMETERII ANTIQVI ESSENT SEPVLTA LV / BENTER JVSSIT CLERVS POPVLVSQVE DIOECESIS EX / TINCTAE EA AD HOC MONIMENTVM TRANSFERRI X Kal MAIAS / MCMVII". No lado oposto, a inscrição: "D. PETRVS VIEIRA DA SILVA / LEIRIAE NATVS AN DOM MDXCVIII AB AN / MDCLXXI VSQVE AD MDCLCCVII QVO PERIIT / EJVSDEM CIVITATIS EPISCOPVS IN AE DE A SE CON / DITA S ANTONII DE MONACHIS CAPVCINIS SEPVLTVS D. JOA / CHIM PEREIRA FERRAZ PRAE SVL Kal. MAI IAN MDCCC / LXIV AD COMEMETERIVM ANTIQVVM EJVS OSSA TRANSFERRI / JVSSIT INDEQVE AD HOC SEPVLCHRVM CLERI AC POPVLI / DIOCESIS LEIRIENSIS SUMPTIBVS X Kal MAIAS AN MCMVII". No lado esquerdo do braço do transepto, ampla lápide semelhante às anteriores com a inscrição: "D. EMMANVEL DE AGVIAR / LEIRIENSIS EPISCOPVS / MOTRALE QVOD HABVIT PRMVS HIC DEPOSVIT / CONDITO HOC SIBL. HVMILE SEPVLCHRO / CONDITO ET HOC COEMETERIO / CONDITIS BENE MVLTIS SAPIENTIAE / ET CHARITATIS MONVMENTIS / QVIBVS EXMIVM SEPRABVIT BONORVM OPERVM EXEMPLVM / TEMPLO ECCLESIAE CATHEDRALIS SOLEMNITER CONECRATO / MIRIFICE EXORNATO AC POST DIRA BELLI FATA RESTITVTO / CONSTRVCTO AEGROTANTIVM BONO MAGNIFICO NOSOCOMIO / INSTAVRATO PRO CLERICORVM DOCTRINA / ET MORIBVS FORMANDIS SEMINARIO / COLLEGIO ERIAM PRO PVELLARVM INSTITVTIONE ORDINATO / PVPILLIS VIDVI SAT QVE PAVPERIBVS VNDIQVE PRECREATIS / SIBI VNICE PARCVS IN CAETEROS EFFVSVS / PARENS VELVIT OMNIVM JVRE AC MERITO HABITVS / OMNIBVS DESIDERATISSIMVS / CVM LEIRIENSEM ECCLESIAM PER XXV ANNOS REXISSTE / RELIGIONIS INDEFESSVS PRAEDICATOR ET CVLTOR / MORVM QVE REFORMATOR ACERRIMVS / PATRIAE PVBLICAE QVE REI DEFENSOR / PROPVGNATORQVE FIDISSIMVS / OBLIT QVARTO DEC KAL APRIL AN MDCCCXV / CVI TANTO PRAESVLI / TAMQVE BENE DE PATRIA DE ECCLESIA AC DE SE MERENTI / PERPETVVM HOC GRATI PIIQVE ANIMI MONIMENTVM / LEIRIENSE CAPITVLVM LVBENS / AC LVGENS POSVIT / IN FILIALIS PIETATIS ANIMIQVE GRATI TESTIMONIVM / CLERVS ET POPVLVS EXTINCTAE DIOECESIS / COEMETERIO PROFANATO / FVNEBRIBVS POMPIS PERFECTIS / VT D. EMMANVELLIS DE AGVIAR / PRAECLARI EPISCOPI / OSSA HVC TRANSFERRENTVR EFFECIT / X KAL. MAIAS MCMVII". No lado oposto, três lápides semelhantes às anteriores com as inscrições: "D. ANTONIVS PINHEIRO / EPS MIRANDENSIS DEINDE LEIRIENSIS: DOCTISSIMMVS AC / PERITISSIMVS LIT. DIVINIS HVMANISQVE E LVXITE: CONCIONATOR / OPTIMVS OPEROSISSIMVS VIR PLVRA EGIT MVNERA IN VTILIT. / ECCLESIAE ET PATRIAE MERITIS PLENVS OBDORMIVIT OLISSIP . AN. D. / MDLXXXII: OSSA BENEMERITAE INE CCL. CATHED. LEIRIEN. D. / MARTINIVS A. MEXIA TRANSFERRI VISSIT / EADEM CAP. CATHED. / HOC IN SEPVLCHRVM AN. D. Mcmlxix: / R.I.P."; "D. LAVRENTIVS DE LENCASTRE / OLISSIPONE NATVS VI ID. IVL. MDCCXVI: EPS ELVENSIS AN / D. MDCCLIX CREATVS EPS LEIRIEN. CONFIRMATVS XII KAL. / OCT. MDCCLXXX PIE OBDORMIVIT IV NON, MART. MDCCXC / ET INE CCL. CATHED. LEIRIEN. TVMVLATVS EST. EIVS RELIRVIAE E / TVMVLO IN VERNAM IV NON MART. MCMXLIII TRANSLATAE HOC / INS SEPVLCHRO AN. D. MCMLXIX REPOSITAE SVNT: / R.I.P."; "D. FR. MICHAEL DE BVLHÕES E SOVSA / PRAE CLARISSE HVIV EPI LEIRIEN HIC CINERES / REQVIESCVNT / MALACEN. ELECTVS DEINDE EPS BELEM DE PARÁ / IN BRASILIA TANDEM DIOEC LEIRIEN / PER AN. VIII PRAEFVIT. / PIETATE ALIISQVE ORNATVS VIRTVTIBVS / OPERA EGIT MVLTA / ECCL. CATHED. LEIRIEN INTERIVS EXTERIVS QVE / OPERIBS DECORAVIT / TVRRIM PROPE CASTRVM AEDIFICAVIT / NATVS ID. AVG. MDCCVI / OBITAT AN MDCCLXXIX / ET INE CCL. CATHD. SEPVLTVS EST. / CINERES E TVMVLO PIE RELIGIOSEQVE / IN HOC SEPVLCHRVM TRANSLATI SVNT / AN D. MCMLXIX / R.I.P.". A Capela do Santíssimo possui retábulo de talha pintada de verde e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas colunas coríntias, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos, ambos almofadados, os inferiores ornados por cartelas, sobrepujadas por albarradas. Ao centro, nicho contracurvo, com moldura saliente e seguintes fitomórficos, contendo trono expositivo de cinco degraus, ornados por festões, sendo o interior pintado a formar apainelados fingidos. A estrutura remata em espaldar curvo, encimado por cornija, contendo um Agnus Dei, de onde pende uma sanefa formada por cornija, pequeno elemento vazado por delta luminoso e lambrequins recortados. Na base, altar em cantaria, paralelepipédico, encimado por sacrário em forma de templete, coberto por domo e com a porta decorada por cruz lanhosa. Num pilar entre a capela do Santíssimo e a capela-mor, surge a inscrição: "BENEDICTUS P. P. XV / DIOCESIM LEIRENEM / ITERUM / CONSTITUIT / ANNO D. MCMXVIII.". No pavimento há duas lápides sepulcrais, a do Evangelho com a inscrição "SEPULTURA DE DONA MARIA / NA DE SOVSA DE / CASTELO BRAN / CO Iª MOLHER DE / ANTONIO VAS DE / CASTELO BRAN / CO FALECEU A / 20 DE AGOSTO DE / 1686". No lado oposto, sepultura com a inscrição "AQVI JAS JORGE DA SILVA / DA COSTA E SVA MOLHER DO / NA BRITES DE SOVSA CVRV / TELO CVIA HE ESTA CAPELA". O órgão de tubos moderno possui caixa de madeira, com castelo central em meia-cana e proeminente e dois nichos laterais, com gelosias de decoração geométrica; possui consola com os teclados e pedais. Na capela-mor, confrontantes, surgem dois órgãos de tubos desativados, com as caixas constituídas por cinco castelo de diferentes dimensões os centrais em meia cana e os exteriores planos com gelosias em forma de drapeados, a abrir em boca de cena, e dois nichos em harpa, com gelosias vazadas, formando acantos. Cada elemento está dividido por pilastras decoradas por motivos fitomórficos, assentes em consolas de querubins, surgindo, sobre os castelos exteriores anjos músicos e, ao centro, dois anjos sobre fragmentos de frontão, a ladear cartela com o escudo do bispo que o mandou executar. Na base destes, o cadeiral, em madeira, composto por duas ordens de cadeiras com braços volutados e assentos móveis, possuindo misericórdias; tem espaldar composto por friso de rosetões e apainelados ornados por rosetas e acantos, rematando em cornijas e pequenos pináculos do tipo balaústre. Lápide brasonada existente numa das paredes da capela de São Bento: ESTA.CAPELA.HE.DE.JOZE / DE SOVZA.DE CASTELO BRANCO.XIV SENHOR / DONATÁRIO . DO . CONCELHO DO GUARDAM. COM / IURISDICAM.CIVEL E CRIME.MOÇO FIDALGO CO / M EXERCICIO . COMENDADOR.NA ORDEM DE XPTº / CAPITM . DE.MAR E GUERRA.DAS NAUS DA ARMA / DA REAL. O brasão que encima esta lápide é dos Sousa Castelo Branco: partido, o primeiro dos Sousa: cortado, tendo em cima as armas de Portugal, e em baixo, de vermelho, caderna de crescentes de prata; o segundo do Castelo Branco: de azul, leão de ouro, armado e linguado de vermelho. A sacristia tem arcaz de madeira de pau-santo composto por armários, gavetões e espaldar de apainelados curvilíneos, divididos por amplas pilastras encimadas por pináculos. O lavabo encontra-se em amplo nicho de volta perfeita, envolvido por talha pintada de branco e dourado, ladeado por pilastras dóricas, de fustes almofadados, com seguintes vegetalistas e remate em friso dórico; o intradorso tem decoração pintada, formando apainelados, geométricos nas ilhargas e com "ferronerie" e motivos vegetalistas no arco; está rematado por tabela retangular horizontal, flanqueada por pilastras dóricas e aletas, contendo cartela com inscrição e encimado por frontão semicircular e crua latina. No tímpano, a inscrição: "VT POSSIS BENE MORI, BENE VIVE", surgindo, na tabela, a inscrição "F. EVIT AMARE VT LACHRIMA LAVAR EN R / DELICTVM . TV SIMILITER LACHRIMIS DILME / CVLPAM . NON INVENIO QVID DIXERIT / SED QVOD FLEVIT ". O fundo está revestido a calcários policromos, onde se insere o lavabo composto por espaldar retilíneo, rematado por dupla cornija, pináculos piramidais com bola e tabela retangular horizontal, flanqueada por aletas volutadas, sobrepujada por cornija, pináculos, pequeno pedestal e frontão triangular interrompido. No centro do espaldar, enquadrado por moldura de cantaria policroma e por cartela enrolada, três bicas, a central fitomórfica e as laterais em forma de carrancas, que vertem pata taça retilínea, sustentada por duas consolas. No lado oposto, um nicho semelhante com o fundo pintado por elementos vegetalistas e concheados, que envolvem painel pintado com o mesmo tipo de decoração, a enquadrar o Crucificado, possuindo mesa de altar composta por tampo e duas colunas. Na tabela sobre o arco, as inscrições: "VT POSSIS BENE VIVERE DISGE MORI" e "QVI CVSTODIT OS SVVM CV / STODIT ANIMAM SVAM QVI / AVTEM INCONSIDERATVS EST / AD LOQVENDVM SENTIET / MALA / PROVERB - CAP. 13". As paredes têm azulejo de padrão do tipo maçaroca P-17-00101 - "Padrão policromo, de contorno azul, com um centro e um elemento de ligação. O centro é constituído por motivo vegetalista amarelo disposto em cruz, de remate recortado, a partir do qual se projectam elementos curvilíneos azuis. É sobreposto por aletas formando uma cruz vazada, azul. Intercala com quatro elementos florais estilizados, dispostos na diagonal e a partir do centro. Cada um dos elementos tem uma parte central fusiforme amarela, com linhas pontilhadas a azul, envolvida por estrutura oblonga azul, com terminações reviradas, que se projecta a partir de elemento trifoliado amarelo com conta branca. O elemento de ligação é composto por motivo vegetalista formado por quatro palmetas amarelas dispostas em cruz, rematadas por conta azul, e núcleo em quadrado sobre o vértice, azul de bordo branco, com conta azul em cada um dos lados. Em repetição o padrão permite a observação de três ritmos: vertical, horizontal e diagonal. Em aplicação o padrão permite ainda a observação de várias formas: formas circulares intersectadas entre si, quadrados de lados côncavos e quadrifólios." (http://redeazulejo.fl.ul.pt/pesquisa-az/padrao.aspx?id=1). |
Utilização Inicial
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Religiosa: catedral / Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: catedral / Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Leiria - Fátima) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Ernesto Korrodi (1907). ENGENHEIRO: Leonardo Turriano (1598). ESCULTOR: Gonçalo Rodrigues (atr., 1605-1615). FUNDIDORES: André de Aregos (1772); João Craveiro (1801). MESTRES-DE-OBRAS: Afonso Álvares (1559); Baltasar Álvares (1569, 1575); Frei João Turriano (1640-1645). ORGANEIRO: Georges Heintz (1997); Joaquim António Peres Fontanes (1813); Manuel V. Ferreira dos Reis (1944). PEDREIRO: Manuel de Castro (1625). PINTORES: Amaro do Vale (1605-1615); Simão Rodrigues (1605-1615). |
Cronologia
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1545, 22 maio - criação da Diocese de Leiria por Bula "Pro excellenti" do Papa Paulo III, separando-a da de Coimbra e do priorado de Santa Cruz, instalada na Igreja de Santa Maria da Pena, tendo como rendas as duas suas anexas; é nomeado primeiro bispo Frei Brás de Barros; 1546, 24 outubro - em carta enviada ao monarca, o bispo afirma ser necessária a construção de um novo templo; 1551, 15 julho - numa carta o bispo informa o rei da chegada à cidade de Afonso Álvares com o risco do novo templo que ele aprovou; 1557, 20 dezembro - Frei Gaspar do Casal obtém 140 ducados para a construção do novo templo; 1559, 11 agosto - início da construção da Sé, com o Bispo D. Frei Gaspar do Casal, administradas pelo deão Luís de Araújo de Barros (JORGE, p. 109); 1560 - primeiro sepultamento na Sé; 1569 - conclusão da cobertura da capela-mor por Baltazar Álvares (JORGE, p. 116); 1570 - 1571 - construção do corpo do templo; 1572 - conclusão da frontaria; 1573, agosto - conclusão do telhado da Igreja; 1574 - sagração da Catedral; O Cabido passa da Igreja de São Pedro para a nova Catedral que não tem ainda sacristia nem outras dependências, sendo provável que para tal servissem as capelas colaterais; 1575 - com a morte de Afonso Álvares, as obras são, provavelmente, assumidas pelo seu sobrinho, Baltasar Álvares (JORGE, p. 116); 1576 - D. Sebastião doa ao bispo a barbacã da cerca e respetivas torres; 1587, 14 agosto - Alvará de D. Filipe I para facilitar a aquisição de materiais de construção; 1597 - D. Pedro de Castilho, confirmado bispo de Leiria, prossegue com as obras do claustro, da sacristia e das casas do cabido, tendo obtido, para o efeito, os Paços de São Simão e uma azinhaga; feitura do retábulo-mor (JORGE, p. 112); 1598 - Leonardo Turriano, engenheiro-mor do reino, trabalha nas obras da capela-mor; 1603, 14 abril - início da construção do adro; aquisição das pias batismal e de água-benta; dotação de vários paramentos; 1605 - 1615 - o bispo D. Martim Afonso Mexia manda executar as pinturas do retábulo-mor a Simão Rodrigues e a Capela do Santíssimo, dourada por Amaro do Vales; feitura das grades do batistério e das Capelas de São Bento e de São José (JORGE, p. 112); provável execução das esculturas do retábulo-mor por Gonçalo Rodrigues (SERRÃO, p. 170); 1616 - 1623 - o bispo D. Frei António de Santa Maria manda fazer o cadeiral (JORGE, p. 112); 1618 - data no muro do adro, indicando a data do final da sua construção, em terrenos adquiridos pela Diocese; 1625 - trabalha nas obras da catedral o pedreiro Manuel de Castro (JORGE, p. 116); 1627 - 1636 - o Bispo D. Dinis de Melo e Castro isola a capela-mor com grades e dota-a de mobiliário e paramentaria; feitura do retábulo da Capela de Nossa Senhora da Esperança e das capelas do claustro (JORGE, p. 112); 1640 - 1645 - obra na cobertura da capela-mor, dirigida por Frei João Turriano; 1640 - 1670 - construção dos novos Paços Episcopais por D. Diogo de Sousa; 1686, 20 agosto - falecimento de D. Mariana de Sousa de Castelo Branco, sepultada no transepto; 1742 - execução do órgão e respetiva tribuna (JORGE, p. 125); 1755, 01 novembro - o terramoto provoca danos na fachada principal; 1756 - D. Frei João de Nossa Senhora da Porta (D. João Cosme da Cunha e Távora) inicia o restauro da fachada, obra continuada por D. Frei Miguel Bolhões e Sousa que manda também instalar as tribunas com os órgãos na capela-mor e reconstruir a torre sineira que fora erguida junto a uma das antigas portas da muralha, a Porta do Sol; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura José da Rosa, é referido que a igreja tem por orago Nossa Senhora da Assunção com três naves e nove altares, o mor do orago os colaterais de São Bento e Conceição, e os do Carmo, Santíssimo Sacramento, Santo António, Mártir São Francisco Xavier e Senhora da Expectação; tem cinco irmandades, do Santíssimo, das Almas, São Bento, Coração de Jesus e do Carmo; o pároco é cura anual da apresentação do Bispo e tem de renda 120$000; a Diocese é composta por 37 pessoas, que constituem o Cabido com cinco dignidades: Deão, Chantre, Tesoureiro-mor, Mestre Escola, Arcediago; onze cónegos de prebenda e 4 cónegos meios prebendados; as dignidades têm de renda dois mil cruzados, com os cónegos a receberem 400$000 reis, os meios prebendados $200; são apresentados pelo Papa e pelo Bispo; 1761 - 1769 - instalação do órgão na capela-mor; construção da nova sacristia; lajeamento das alas do claustro; 1772 - construção da sineira sobre um antigo baluarte *2, por ordem do bispo D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa; feitura de um sino por André de Aregos; 1790 - 1815 - conclusão dos novos Paços Episcopais por D. Manuel de Aguiar; alteamento do pavimento da capela-mor; 1791, 24 julho - sagração da catedral, após as obras de beneficiação; 1798, 04 novembro - bênção do cemitério junto à fachada posterior; 1801 - João Craveiro faz sete sinos; 1810 - incêndio parcial do templo, destruindo alguns quadros do retábulo-mor, o mecanismo dos órgãos e destrói o cartório episcopal; 1813 - execução de um órgão positivo por Joaquim António Peres Fontanes; 1818 - 1834 - restauro dos Paços Episcopais, incendiados durante as invasões francesas, por D. José Inácio da Fonseca Manso; 1871 - desafetação do cemitério da Sé; 1882, 04 setembro - extinção da Diocese pelo Papa Leão XIII, tendo sido integradas as paróquias nas Dioceses de Coimbra e de Lisboa; 1907 - colocação das ossadas de vários bispos na cripta e feitura de lápides alusivas a essa trasladação, desenhadas por Ernesto Korrodi; o mesmo executa o desenho para as estruturas que envolvem os retábulos do topo do transepto; 1918, 17 janeiro - reinstituição da Diocese; 1920, 15 maio - nomeação do bispo D. José Alves Correia da Silva; 1922 - colocação de uma lápide num pilar entre a capela do Santíssimo e a capela-mor que recorda o nome do Papa Bento XV, restaurador da Diocese de Leiria; 1942 - é encontrado na capela lateral esquerda o túmulo do Bispo D. Lourenço de Lencastre, o herói de o Hissope; 1951, 11 julho - em ofício n.º 16.353, a Repartição do Património da Direcção Geral da Fazenda Pública informa a Câmara que por Despacho ministerial de 14 do corrente mês foi determinada a devolução à posse do Estado dos imóveis cedidos ao Município ao abrigo dos Decretos n.º 232 e 233, de 4. 10. 1911 e 3.516, de 5. 11. 1917, respetivamente, sendo devolvida a casa do sineiro da torre e terreno anexo; 1952, 14 abril - a reversão foi realizada; 1969 - colocação num mausoléu da Capela do Sagrado Coração de Jesus dos restos mortais dos bispos D. Lourenço de Lencastre, D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa e D. António Pinheiro, sendo as lápides feitas à semelhança das do lado oposto; 1984 - a Diocese de Leiria passa a designar-se Diocese de Leiria - Fátima; 1994 - projeto de colocação de um órgão;1997, 04 outubro - inauguração do órgão, da autoria do organeiro alemão Georges Heintz; 2010, 27 julho - proposta do Cabido da Sé de Leiria para a classificação da Sé e respetiva torre sineira; 22 outubro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo diretor do IGESPAR; 2011, 26 janeiro - publicação da abertura do procedimento de classificação do edifício, em Anúncio n.º 1024/2011, DR, 2.ª série, n.º 18; 2011, 09 julho - proposta da DRCCentro para classificação como Conjunto de Interesse Público e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção; 07 novembro - parecer favorável à classificação pelo Conselho Nacional de Cultura; 2012, 30 janeiro - projecto de decisão relativo à classificação como Monumento Nacional e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção do edifício, publicado em Anúncio 1215 /2012, DR, 2.ª série, n.º 15; 2016, agosto - acordo entre a DRCC e a Diocese para levar a cabo um projecto de musealização da torre sineira. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria e cantaria de calcário, parcialmente rebocada e pintada de branco; modinaturas, pavimentos, pia batismal, pias de água benta, pilares, lavabo em cantaria de calcário; cadeiral, arcaz, caixa do órgão e pavimento da nave e sacristia em madeira; guarda-vento, caixas dos órgãos, retábulos em talha pintada; retábulo-mor de talha dourada; silhares de azulejo tradicional; coberturas em telha cerâmica. |
Bibliografia
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CABRAL, João - Anais do Município de Leiria. Leiria: Câmara Municipal de Leiria, 1993, vol. III; CORREIA, José Eduardo Horta - «A Arquitectura - Maneirismo e "Estilo Chão"». História da Arte em Portugal. 2.ª ed., Lisboa: Alfa, 1993, vol. 7; COSTA, Lucília Verdelho da, Leiria - Cidades e Vilas de Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 1988; CRISTINO, Luciano Coelho - «A Diocese de Leiria - Fátima». Catedral de Leiria. Leiria: Diocese de Leiria - Fátima, 2005, pp. 47 - 82; GUIAS das Cidades e Vilas Históricas de Portugal. Lisboa: Expresso, 24 agosto 1996, n.º 14; JORGE, Virgolino Ferreira - «A Catedral de Leiria. Contexto Histórico-arquitetónico». Catedral de Leiria. Leiria: Diocese de Leiria - Fátima, 2005, pp. 95 - 134; MOREIRA, Rafael - Arquitectura: Renascimento e Classicismo - A Resistência Nacional e o Problema do "Estilo Chão". História da Arte Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores, 1995, vol. 2; O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria. Braga: Typographia Lusitana, 1868; SEQUEIRA, Gustavo de Matos - Inventário Artístico de Portugal. Lisboa: Academia Nacional de Belas - Artes, 1955, vol. V; SERRÃO, Vitor - «A pintura antiga na Sé: retábulos e outros acervos». Catedral de Leiria. Leiria: Diocese de Leiria - Fátima, 2005, pp. 153 - 183; SOUSA, Acácio, SOUSA, Gentil Ferreira e CARDOSO, Orlando - Leiria, o Fascínio da Cidade, Ensaio Monográfico. Leiria: 1990; VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga: Editorial Franciscana, 1990, vol. II; ZÚQUETE, Afonso - Leiria - Subsídios para a História da sua Diocese. Leiria: s.n., 1943; ZÚQUETE, Afonso - Monografia de Leiria: A cidade e o Concelho - 1950. Leiria: Editorial Folheto, 2003. «Velha torre sineira - quem olha por ela?». Jornal de Notícias. Porto: 23 março 1979. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGLAB/TT: Memórias Paroquiais (micrf. 343, fl. 541), Corpo Cronológico (parte I, maço 86, doc. 90) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1756 / 1757 / 1758 / 1759 / 1760 / 1761 / 1762 / 1763 / 1764 / 1765 / 1766 - intervenção na fachada principal e nos primeiros tramos da nave; obras na torre sineira; 1802 - obras de beneficiação do adro; 1811 / 1812 / 1813 / 1814 / 1815 / 1816 / 1817 / 1818 / 1819 / 1820 - restauro do templo, na sequência dos estragos provocados pelas invasões napoleónicas; 1885 - restauro do órgão; 1990 - remodelação das coberturas; 1993 - pintura exterior; 1944 - restauro do órgão e colocação de um ventilador elétrico por Manuel V. Ferreira dos Reis, do Porto; 1994 / 1995 - obras gerais de conservação e restauro no interior do templo: coberturas, paredes, pavimento, caixilharias, pintura do guarda-vento; restauro de objetos de arte e decoração; instalação sonora; 1996 - obras de restauro e conservação da sacristia. |
Observações
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*1 - DOF: Sé de Leiria, incluindo o claustro, o adro envolvente, a torre sineira e a casa do sineiro. *2 - do baluarte que serviu de base à torre não restam vestígios, e a porta que lhe estava anexa foi alargada e sobre ela construída a habitação do sineiro; o local foi utilizado por Eça de Queirós para cenário do Crime do Padre Amaro. |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Bens Culturais da Igreja) |
Actualização
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