Igreja Paroquial de São João do Peso / Igreja de São João Baptista
| IPA.00018033 |
Portugal, Castelo Branco, Vila de Rei, São João do Peso |
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Arquitectura religiosa, revivalista. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave, capela-mor, sacristia, torre sineira e vários anexos do complexo paroquial, com coberturas interiores diferenciadas, em betão, iluminada unilateralmente por janelas rectilíneas, rasgadas na fachada lateral esquerda. Fachada principal de inspiração clássica, com os elementos estruturais salientes, rematada em empena e com os vãos rasgados em eixo, composto por e janelão, ambos em arco de volta perfeita. Fachadas rematadas em cornija e beirada simples. Interior dividido em tramos, por pilares salientes, que se prolongam na cobertura, com coro-alto assente em pilares e guarda vazada. Arco triunfal angular, com ampla capela-mor com a mesa de altar em cantaria. |
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Número IPA Antigo: PT020510020012 |
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Registo visualizado 155 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal, composta por nave, capela-mor, primitivo baptistério, torre sineira e vários anexos formados pelo salão paroquial, arrecadações, casa mortuária, salas de catequese e um pequeno núcleo museológico. Os seus volumes articulam-se horizontalmente e apresentam coberturas diferenciadas em telhados de duas águas e em coruchéu octogonal na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por faixa pintada e com cunhais, cornijas, embasamentos e elementos arquitecturais pintados em tom ocre, sendo rematadas em cornijas, pintadas da mesma tonalidade, e beiradas simples. A fachada principal remata em empena com cruz latina sobre plinto paralelepipédico e emoldurado no vértice, estando demarcada por motivos arquitectónicos, de inspiração clássica, relevados e pintados, formando seis pilastras assentes em plintos comuns, que enquadram um portal e janelão em arco de volta perfeita, e sustentam um falso frontão sem retorno. No lado esquerdo, formando ângulo com a fachada, o corpo do salão paroquial, com acesso por portal em arco de volta perfeita, com moldura simples, formando ressalto na zona inferior. A fachada lateral esquerda é rasgada, no corpo da nave, por cinco vãos rectilíneos, compondo dois janelões em arco de volta perfeita, dois janelões jacentes e uma janela de menores dimensões, todos protegidos por grades pintadas de branco. No lado direito, painel de azulejo figurativo, monocromo, azul sobre fundo branco, com moldura policroma, representando "São João Baptista a pregar". No extremo esquerdo, desenvolve-se a fachada principal da antiga igreja, de três panos, o central mais elevado e os laterais em meia-empena, rematados por friso, cornija e platibanda vazada por elementos geométricos, com acrotérios nos extremos, encimados por pináculos de bola e, no meio do pano central, elemento escalonado com cruz latina no vértice. Os panos são divididos por pilastras pintadas de ocre, sendo os laterais cegos e divididos em apainelados rectilíneos e o central rasgado por portal em arco abatido, assente em impostas salientes, encimado por janelão em arco de volta perfeita; ambos têm as molduras salientes e pintadas de ocre, com pedra de fecho, também saliente; sobre o janelão, as iniciais "S.J.B.". No lado direito, a torre sineira de três registos divididos por cornija, a do superior de perfil curvo; o primeiro registo é cego, excepto na face que forma ângulo com a nave, com pequena fresta e registo de azulejo figurativo, monocromo azul sobre fundo branco e com moldura policroma de concheados, representando "São João Baptista menino"; o intermédio está rasgado por ventanas em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e protegido por guarda vazada por elementos geométricos; o registo superior é cego e remata em empena aguda, com os extremos planos, onde assentam pináculos piramidais. A fachada lateral direita é composta por três corpos diferenciados e escalonados, o central mais elevado. O corpo da esquerda é cego, surgindo, no central, de dois pisos, porta de verga recta e duas janelas de peitoril rectilíneas, no primeiro, a que correspondem três janelas semelhantes no segundo. O corpo do lado direito apresenta platibanda vazada, semelhante à da fachada oposta, formado pela fachada posterior da antiga capela-mor, em empena cega e ornada por painel de azulejo monocromo, azul sobre fundo branco, representando São João Baptista menino, o qual segura estandarte com a inscrição "Ecce Agnus Dei", surgindo, na base, "SÃO JOÃO DO PESO INRUS 24-06-90". A empena prolonga-se para o lado esquerdo, sobre a antiga sacristia, rasgada por porta de verga recta e janela de peitoril rectilínea, ambas com molduras salientes e pintadas de ocre. A fachada remata em platibanda semelhante às anteriores, tendo dois panos, o do lado esquerdo reentrante, rasgada por três janelas rectilíneas, em capialço, duas no pano da direita e uma no da esquerda. INTERIOR da nave de seis tramos, definidos por pilastras, que se prolongam na cobertura, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejos de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, formando silhar, réplica de exemplares oitocentistas, com cobertura de betão em duas águas, também rebocada e pintada de branco e pavimento em tijoleira, no corredor central, e madeira. Coro-alto de betão, assente nas paredes e em dois maciços centrais, com guarda vazada, em metal e madeira, com acesso através do anexo, no lado da Epístola. O portal axial está protegido por guarda-vento de madeira e flanqueado por duas pias de água benta gomadas e executadas em mármore, sob o coro, no lado da Epístola, surge o baptistério, com acesso por amplo vão rectilíneo, com paredes, cobertura e pavimento semelhantes aos da nave, contendo pia baptismal, composta por bacia antiga, semicircular e em calcário, e base cilíndrica recente, executada no mesmo material; encontra-se coberta por uma tampa em cobre. Junto à porta de acesso às salas da catequese, está uma pequena e antiga pia baptismal em granito. Arco triunfal angular, tendo, no lado do Evangelho, órgão e, no oposto, uma segunda pia baptismal, em cantaria de granito. A capela-mor está alteada por dois degraus, com paredes semelhantes às da nave, pavimento em mármore e cobertura de betão em quatro planos, rebocados e pintados de branco. Ao centro, a moderna mesa de altar, em mármore e de formas rectilíneas, assenta em plataforma rectangular, de ângulos chanfrados. Na capela-mor enquadram-se quatro estruturas retabulares, de talha pintada e dourada, os dois laterais dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, que ladeiam o arco triunfal da primitiva igreja, sendo os da parede testeira dedicados a São João Baptista e a nossa Senhora de Fátima. A ladear estes, duas janelas com vitrais, a representar o "Baptismo de Cristo" e a "Fuga para o Egipto". No lado esquerdo, desenvolve-se um corpo, a antiga capela-mor, com cobertura de madeira em masseira e pavimento em parquet, formando uma cruz de Cristo, onde surge uma quinta estrutura retabular, assente sobre supedâneo, o antigo retábulo-mor, de talha pintada. No lado esquerdo deste, a sacristia, com paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em ladrilho e tecto plano de madeira. No topo, lavabo de cantaria de granito, com espaldar simples, vazado por nicho de volta perfeita. |
Acessos
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Rua Mário Mendes de Oliveira; Largo da Igreja |
Protecção
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Incluído na Zona de Protecção do freixo |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado no centro da freguesia, em zona plana, rodeado por um amplo adro, protegido junto à fachada posterior por muro com uma faixa vazada por uma sucessão de quadrados e estreitos rectângulos dispostos na vertical, tendo os quadrados centrais uma Cruz de Cristo pintada a vermelho, que se repete junto à fachada principal da primitiva igreja, com acesso por quatro degraus; o interior do adro está pavimentado a calçada com cubos de granito, e, no topo, surgem um freixo centenário e uma oliveira. Junto ao freixo, uma placa com inscrição alusiva à sua classificação: "Árvore Classificada de Interesse Público D.G.(R.) N.º 159 II SÉRIE DE 11/07/2001 Nome Científico - "Franxinus angustifolia Vahl" Nome Português - "Freixo" Árvore conhecida com mais de 100 anos de existência". No lado oposto, desenvolve-se um adro de maiores dimensões, pontuado por várias árvores e onde surge um ringue desportivo, provido de palanque num dos topos. À fachada posterior adossa-se bailéu corrido, entrecortado por braços e formando falso espaldar, ornado por duas almofadas. |
Descrição Complementar
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As estruturas retabulares adossadas à parede testeira da actual capela-mor são semelhantes, de talha pintada de bege, azul e dourado, de planta recta e um eixo, com amplo nicho central de volta perfeita e moldura dourada, ladeado por duas mísulas, encimadas por apainelado azul, de perfil curvo, rematado por elemento fitomórfico; remata em falso espaldar curvo, encimado por cornija curva, contendo resplendor. No centro, tem maquineta em talha pintada de branco, com apontamentos dourados, com pilastras angulares, encimadas por urnas e remate em cornija, contendo plinto com a imagem do orago; a estrutura assenta directamente no banco, não tendo mesa de altar. Os primitivos retábulos colaterais são semelhantes, de talha pintada de bege, azul e dourado, de planta recta e um eixo definido por duas colunas com os fustes lisos, pintados com marmoreados fingidos, capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos, com a face frontal ornada por almofada de ângulos curvos, contendo florão; sustentam friso, cornija e fragmentos de frontão, onde assentam pequenos anjos de vulto a segurar palmas, que enquadram espaldar de perfil curvo e remate em cornija, ornado por resplendor e glória de anjos, constituindo o ático; ao centro, nicho envidraçado, com perfil de volta perfeita e moldura composta por filetes dourados e azuis, pontuado por elementos fitomórficos; está ladeado por mísulas, enquadradas por apainelados azuis, com perfil rectilíneo e rematados por elementos concheados; a estrutura assenta directamente sobre o banco, ornado por apainelados, rosetão e festões, não possuindo mesa de altar. O antigo retábulo-mor é de talha pintada de bege, azul e dourado, de planta recta e três eixos definidos por duas colunas de fustes lisos e pintados com marmoreados fingidos, com capitéis coríntios, e por duas pilastras com os fustes ornados por elementos fitomórficos, todas assentes em altos plintos paralelepipédicos, com as faces frontais almofadadas; as colunas suportam fragmentos de frontão, onde surgem pequenos anjos de vulto, a sustentar palmas, formando o ático falso frontão truncado, adaptando-se à estrutura da cobertura, ornado por apainelados e por resplendor com glória de anjos. Ao centro, nicho de volta perfeita, preenchido com enorme tela pintada a representar "São João Baptista a pregar", flanqueado por mísulas; os eixos laterais formam nichos de volta perfeita, assentes em falsas mísulas estriadas, sob as quais surgem as portas de acesso à tribuna, em arco abatido e sublinhadas por pequena cornija; na base. Altar paralelepipédico, com o frontal seccionado por quatro painéis e florão central, encimado por sacrário embutido no banco, rodeado por folhas de acanto. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Portalegre - Castelo Branco) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Mascarenhas (1988-1990). COORDENAÇÃO DE OBRA: Padre José Adriano de Oliveira Brás (1892). |
Cronologia
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Séc. 17 - a antiga capela da freguesia estava situada entre as povoações de Várzeas e Algar; devido às suas reduzidas dimensões e estado de degradação surgiu a necessidade de ser substituída por uma nova, junto da povoação do Peso, tendo sido transferida a imagem do orago *1; 1758, 1 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura Francisco Xavier da Silva, a freguesia de "Pezo" é referida como tendo igreja junto ao lugar, dedicada a São João, tendo três altares, o mor o de Divino Cristo e o da Sagrada Família, tendo três confrarias, São João, Nossa Senhora e Almas; o pároco era cura, apresentado pelo vigário de Vila de Rei, com a côngrua de 8$000 e dois alqueires de trigo e dois almudes de vinho para a eucaristia, recebendo um alqueire de trigo por cada freguês casado; 1892 - construção da antiga igreja, com obras dirigidas pelo Padre José Adriano de Oliveira Brás; 1988 - 1990 - remodelação e ampliação da antiga igreja, alterando a sua disposição - a primitiva nave transformou-se na actual capela-mor; 1990, 24 Junho - inauguração da nova igreja; feitura da tampa da pia baptismal, em cobre, mandada fazer em Braga; 2001, 11 Julho - classificação do freixo do adro como espécie de interesse público. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada de branco, com barras em tons ocre em elementos estruturais, pilastras, molduras dos vãos, embasamentos, frisos e cornijas; pavimento da actual capela-mor, degraus do presbitério, bacia da pia baptismal, pias de água benta e colunas do primitivo retábulo-mor em mármore; antiga pia de água benta em granito; base da pia baptismal em calcário; retábulos e elementos decorativos em talha dourada e policroma; tectos da primitiva capela-mor, da sacristia, balaustrada do coro-alto e pavimento da primitiva capela-mor em madeira simples envernizada; pavimentos da nave e da sacristia em mosaico; janelas com vidro simples; dois vitrais na actual capela-mor; portas e caixilharia de madeira; silhar de azulejos na actual capela-mor e nave; cobertura exterior de telha; tampa da pia baptismal e pequenos painéis da paredes da nave em cobre. |
Bibliografia
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FÉLIX, José Maria - Vila de Rei e o seu concelho: apontamentos para a sua história, Vila Nova de Famalicão, Tipografia Minerva, 1969; SANTOS, João A. - Vila de Rei: sete séculos de história, Vila de Rei, Câmara Municipal de Vila de Rei, 1993; ALVES, Mário Francisco - Villa d' El Rei: centro de Portugal, Vila de Rei, Câmara Municipal de Vila de Rei, 1994. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGA/TT: Dicionário Geográfico (1758, vol. 29, n.º 167, fl. 1189-1192) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 60 - obras de melhoramento do edifício antigo. |
Observações
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=*1 - segundo uma lenda popular, quando a imagem foi transferida para a nova capela voltava sempre à antiga capela e isso só deixou de acontecer quando lhe trouxeram o pedestal sobre o qual assentava. |
Autor e Data
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Florbela Morgado 2006 |
Actualização
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