Igreja Paroquial de Fundada / Igreja de Santa Margarida
| IPA.00018031 |
Portugal, Castelo Branco, Vila de Rei, Fundada |
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Arquitectura religiosa, oitocentista. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave, capela-mor, com anexos e sineira adossada à fachada lateral esquerda, com coberturas interiores diferenciadas de madeira em masseira, iluminada por janelas rectilíneas, rasgadas na fachada lateral direita e por janelão do coro-alto. Fachada principal em empena, com os vãos rasgados em eixo, composto por porta e janelão em arco abatido. No lado esquerdo, a torre sineira, de dois registos, o inferior cego e o superior com quatro ventanas de volta perfeita, com cobertura em coruchéu bolboso. Fachadas rematadas em cornija e beirada simples, a lateral direita rasgada por portal de verga recta, protegido por alpendre aberto. Interior com coro-alto de madeira, assente em dois pilares do mesmo material, com guarda torneada e acesso por escadas no lado da Epístola. Possui retábulos laterais e arco triunfal em arco abatido, assente em pilastras toscanas, flanqueados por retábulos colaterais, dispostos em ângulo; estas estruturas são de talha pintada, pontuadas por elementos dourados, de estilo revivalista neobarroco, o mesmo que assiste ao retábulo-mor. |
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Número IPA Antigo: PT020510010009 |
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Registo visualizado 176 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Igreja de planta longitudinal, composta por nave, capela-mor mais estreita, com anexos e sineira adossados à fachada lateral esquerda, e alpendre na oposta, de disposição horizontal e volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor, três no alpendre e de uma nos anexos e com coruchéu bolboso na torre sineira, rebocado e pintado de branco. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento saliente, constituindo bancos corridos nas fachadas laterais, e rematadas em cornija e beirada simples. A fachada principal remata em empena com cruz latina metálica no vértice, rasgada por portal em arco abatido com pedra de fecho saliente, ornada por concha, volutas e a data "1867", com moldura recortada, formando plintos almofadados na zona inferior das ombreiras e rematado em cornija; o portal está protegido por porta de duas folhas de madeira encerada com almofadas e a data "1997"; sobre este, janela em arco abatido, com moldura recortada e remate em cornija. No lado esquerdo, a torre sineira, quadrangular, de dois registos definidos por cornija, o superior com ventanas em arco de volta perfeita, rematado por cornija, pináculos nos ângulos e, nas faces frontal e lateral direita, relógio rectangular, rematado por frontão semicircular. Fachada lateral esquerda marcada pelos anexos, de dois pisos, rasgados por uma sucessão de janelas rectangulares, protegidas por grades e duas portas de verga recta, a da esquerda com acesso por dois degraus. Fachada lateral direita rasgada por três janelas rectilíneas e com molduras simples, em cantaria, duas na nave e uma na capela-mor, surgindo, na primeira, porta travessa de verga recta e moldura recortada, protegida por alpendre assente em dois pilares toscanos, com tecto plano de madeira, alteado relativamente à cota do adro por dois degraus. Fachada posterior em empena cega, tendo no anexo, em meia empena, uma janela rectilínea com moldura de cantaria e protegida por grades de ferro. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejos de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, formando silhar, encimado por friso de madeira; tem pavimento em tijoleira e tecto de madeira encerada, em masseira, formando apainelados, o central ornado por octógono radiado. Coro-alto de madeira, assente em dois pilares do mesmo material, com guarda de madeira torneada e acesso por escadas de dois lanços e guarda-corpo de madeira torneada, no lado da Epístola. O portal axial está protegido por guarda-vento de madeira encerada, decorado com almofadas e ricas ferragens, formando lemes, flanqueado por duas pias de água benta, em cantaria. Na base da torre, com acesso por arco de volta perfeita, o baptistério, com paredes e pavimento semelhantes aos da nave, contendo pia baptismal de mármore, com pé de perfil curvo e pia hemisférica, seccionada; na parede de topo, um registo de azulejo, de 3x2, monocromo azul sobre fundo branco, rodeado por moldura policroma, representando o "Baptismo de Cristo", como consta em legenda; na bandeira de São João Baptista, a inscrição "ECCE AGNUS DEI". No lado do Evangelho, púlpito quadrangular, assente em consola de cantaria e com guarda plena de madeira pintada com apainelados, ornados por cartela e palmas; tem acesso por porta de verga recta, protegida por porta de madeira de uma folha. A porta travessa encontra-se ladeada por pia de água benta de cantaria de granito. Confrontantes, as capelas laterais, dedicadas ao Senhor das Misericórdias e a Nossa Senhora de Fátima. Arco triunfal em arco abatido, sustentado por pilastras toscanas, assentes em duas ordens de plintos, com pedra de fecho saliente, flanqueado por dois altares com estruturas retabulares dispostas em ângulo, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus (Evangelho) e Nossa Senhora dos Remédios (Epístola). Capela-mor elevada por dois degraus, com paredes seccionadas em apainelados pintados de rosa e rematados por ornamentação de estuque, percorridas, inferiormente, por silhares de azulejo semelhantes aos da nave, com pavimento em mármore e cobertura de madeira em masseira, formando apainelados pintados com cartelas que envolvem os atributos da Paixão de Cristo. Sobre supedâneo de um degrau, o retábulo-mor de talha pintada de bege, azul e dourado, de planta recta e três eixos definidos por duas colunas de fustes lisos, pintados com marmoreados fingidos, e capitéis coríntios e por duas estípides, todos assentes em plintos paralelepipédicos, também com falsos marmoreados; ao centro, tribuna de perfil contracurvado, com o fundo pintado de azul e contendo trono expositivo de três degraus. Os eixos laterais possuem nichos de volta perfeita, envolvidos por friso dourado, rematado por concha e acantos, os quais enquadram mísula; sob estes, portas em arco abatido, de acesso à tribuna, sublinhadas por frontão triangular sem retorno, decorado por elemento estriado. Rematam em friso e cornija, tendo, ao centro, sobre as colunas, frontão interrompido, com espaldar curvo e remate em cornija, contendo elemento circular contendo palmas em aspa, rodeado por resplendor; está flanqueado por apainelados de elementos fitomórficos; altar paralelepipédico, ornado por elementos fitomórficos, encimado por sacrário em forma de templete. |
Acessos
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Largo de Santa Margarida |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado no centro da freguesia, num ponto elevado rodeado por um adro sustentado por um muro rebocado e pintado de branco, com acesso por escadaria lateral, com colunas de arranque na forma de plintos paralelepipédicos, ornados por falsa almofada reentrante, com os ângulos curvos, encimadas por pedestal de perfil curvo e urnas; as escadas estão seccionadas por guarda-corpo metálico; esta liga à fachada lateral direita do templo. No topo das escadas, surge, no lado esquerdo, um busto de bronze sobre plinto de cantaria, do Padre Manuel Rodrigues da Silva, antigo pároco desta freguesia, e, no oposto, um Cruzeiro dos Centenários (v. PT020510010021). O adro está pontuado por árvores de grande porte e candeeiros de iluminação. No lado esquerdo do edifício, implanta-se o cemitério, com acesso por portão flanqueado por pilares de cantaria de granito e protegido por portão metálico. A partir deste, surge uma rampa, em calçada de paralelos de granito, de acesso à fachada principal da igreja. |
Descrição Complementar
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Na parede da nave, do lado do Evangelho, encontra-se uma lápide em mármore com a seguinte inscrição: "IN MEMORIAM COMEMORAÇAO DAS FESTAS JUBILARES EM HONRA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NO PRIMEIRO CENTENARIO DA ERECÇÃO DESTE CENTRO DO A. DA O. NESTA FREGUESIA DE SANTA MARGARIDA DA FUNDADA 28-9-1980". Os retábulos laterais são semelhantes, inserindo-se num nicho em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, que assentam nos altares, estando flanqueado por duas colunas de fuste liso, pintado com marmoreados fingidos, capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos com falsos marmoreados de tom rosa, encimado por fragmento de frontão, ornado por elemento fitomórfico. A estrutura que se insere no nicho é de madeira pintada de bege, azul e dourado, de planta convexa e três eixos definidos por pilastras dispostas em ângulo, que sustentam uma cornija contracurvada, rematada por elemento fitomórficos e urnas; nos eixos laterais, duas mísulas, envolvidas por apainelado pintado de azul, sobrepujadas por acantos dourados; a estrutura forma um falso tímpano, pintado de azul, percorrido por acantos pintados de verde. O altar é paralelepipédico, com frontão tripartido por apainelados azuis, os laterais ornados com acantos e o central com florão. Sobre as estruturas, surge resplendor a envolver insígnia circular, alusiva ao orago. Os retábulos colaterais são semelhantes, de planta recta e um eixo definido por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assente nos altares, e sustentando açafates de flores; ao centro, nicho de perfil contracurvado, emoldurado por friso dourado, rematando por pequeno acanto, flanqueado por dois painéis rectangulares, com os ângulos superiores curvos, contendo mísulas com imaginária; o banco é composto por vários apainelados de acantos e, ao centro, sacrário semi-embutido, em forma de templete; remate em espaldar de perfil curvo, rematado por cornija angular e resplendor, ornado por acantos; ambos os resplendores possuem um coração inflamado. Altares paralelepipédicos, com frontais tripartidos, ornados por elementos fitomórficos dourados. Os estuques da capela-mor apresentam apainelados com molduras brancas, rematados por motivos fitomórficos, que surgem sobre elementos figurativos, que representam, nos centrais, dois anjos a sustentar um cálice com a hóstia (Evangelho) e uma pomba (Epístola); nos painéis laterais, surgem alfaias litúrgicas: no Evangelho, gomis e ostensório, surgindo, no oposto, uma lâmpada e uma caldeirinha. A cobertura apresenta nove apainelados pintados com cartelas recortadas, ostentando os seguintes elementos, do Evangelho para a Epístola: a lança e a esponja do vinagre; o estandarte e a cruz; coroa de espinhos e os cravos; estrela, custódia e anjos a adorar o cálice; lamparina, sudário com as cinco chagas e coração inflamado. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Portalegre - Castelo Branco) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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EMPREITEIRO: Senhor Ladeiras (1867). ENTALHADOR: Manuel Teixeira (1867). |
Cronologia
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1758, 21 Março - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura João Rodrigues da Mata, surge referida como estando fora do lugar, à distância de dois tiros de bala; o orago era de Santa Margarida, tendo três altares, o mor, o do Espírito Santo e Nossa Senhora dos Remédios, tendo uma Irmandade, a das Almas; o pároco é cura, de apresentação anual pelo vigário de Vila de Rei, tendo de côngrua 52 alqueires de trigo e 8$600 réis; 1867 - data da construção do edifício actual, de acordo com a data gravada na pedra de fecho da verga da porta principal; as obras foram dirigidas pelo Senhor Ladeiras, natural de Cernache do Bonjardim; execução dos retábulos pelo entalhador Manuel Teixeira, natural da freguesia da Cumieira, concelho de Penela; 1967 - obras de recuperação assinalando o centenário da igreja; 1997 - data na porta principal, poderá referenciar a feitura da mesma. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada de branco; elementos estruturais, colunas, molduras dos vãos, embasamentos, frisos e cornijas, pia de água benta e outros elementos em calcário; pedra de fecho do portal principal, pavimento do alpendre lateral, degrau, pavimento e lápide do presbitério, arco triunfal, base do púlpito, pia baptismal e colunas dos retábulos em mármore; retábulos, púlpito e respectiva porta, tecto da capela-mor e elementos decorativos em talha dourada e policroma; couro e tachas de cobre; tecto da nave e coro alto em madeira trabalhada e envernizada; guarda-vento em madeira simples envernizada; paredes da capela-mor com painéis com relevos em estuque; pavimentos em tijoleira; janelas com vidro simples; portas e caixilharia de madeira; silhar de azulejos reveste as paredes da capela-mor e nave; cobertura exterior de telha; janelas do nível inferior com grades de ferro forjado trabalhado ou simples barras de ferro. |
Bibliografia
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FÉLIX, José Maria - Vila de Rei e o seu concelho: apontamentos para a sua história, Vila Nova de Famalicão, Tipografia Minerva, 1969; À Descoberta de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1984; SANTOS, João A. - Vila de Rei: sete séculos de história, Vila de Rei, Câmara Municipal de Vila de Rei, 1993. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGA/TT: Dicionário Geográfico, 1758 (vol. 16, n.º 204, fl. 1239-1242) |
Intervenção Realizada
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Proprietário: 1967 - obras de reboco e pintura do templo; séc. 21, início - obras de recuperação no interior e exterior, com tratamento de rebocos e pinturas; arranjo da zona envolvente. |
Observações
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Autor e Data
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Florbela Morgado 2006 |
Actualização
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