Igreja Paroquial das Caldas da Rainha / Igreja de Nossa Senhora do Pópulo

IPA.00001764
Portugal, Leiria, Caldas da Rainha, União das freguesias de Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
 
Igreja paroquial manuelina, renascentista, maneirista, barroca e revivalista neo-manuelina. É de planta retangular, de nave única espacialmente unificada, para o que concorre a abóbada estrelada desprovida de suportes intermédios ou arcos divisores, apoiada em mísulas vegetalistas; capela-mor quadrada com abóbada polinervada estrelada de combados. Portal lateral N. cairelado; arco triunfal festonado, fórmula empregue noutras igrejas manuelinas (ex.: Marvila em Santarém e Madalena de Olivença). Colunas do coro com capitéis coríntios de ornatos renascentistas. Retábulo pétreo maneirista com estrutura em arco de triunfo de influência serliana. Balaustrada do coro-alto e portas de acesso ao Hospital de traça barroca. Dinamização do espaço interior pelo revestimento azulejar de padrão tipo tapete e talha dourada barroca, joanina. Pia Baptismal manuelina com afinidades formais e decorativas com as da Sé Nova de Coimbra (base, pé e 1º registo da taça) e de da Sé Velha da mesma cidade (pé). Construção da capela-mor sobre uma das nascentes das termas. Adaptação do tríptico da Paixão de Cristo ao arco triunfal festonado.
Número IPA Antigo: PT031006030001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, composta por 2 rectângulos justapostos correspondentes à nave e capela-mor, tendo adossados a S. o Baptistério, quadrangular, e, junto da cabeceira, a Sacristia, rectangular, encimada pela torre sineira. Massa de volumes articulados horizontalista e torre verticalista; coberturas diferenciadas de telhados de 2 águas na nave, 3 na cabeceira, 2 em ângulo no Baptistério e coruchéu piramidal sobre a torre. Frontispício adossado a ala do hospital, dando parcialmente para um saguão onde são visíveis as janelas gradeadas do coro, em arco, e sub-coro rectangular. Fachada S.: à esq. corpo do Baptistério com janela a S. de moldura rectangular e rematado por cornija; pano da nave com porta rectangular no 1º registo e 2 janelões gradeados de arco pleno no 2º, tendo sensivelmente a meio pequena pilastra sobre mísula vegetalista com gárgula zoomórfica e encimada por pináculo; remate em cornija com decoração torsa e coroamento de merlões bifurcados e resto de platibanda com 2 flores, à dir.; corpo em ressalto, facetado, da escada da torre, rasgado por frestas, adossado inferiormente à Sacristia, que possui a S. porta rectangular e pequena janela e a E. uma janela rectangular e outra em arco cairelado; superiormente os cunhais da torre são chanfrados, formando platibanda octogonal com recortes; as 4 faces são rasgadas a S. e E. por sineiras de duplo arco policêntrico e a O. e N. de vão único, com decoração vegetalista e heráldica, sendo a de N. flanqueada por 2 imagens de vulto sob dosséis, que compõem a Anunciação, e encimada por moldura de cantaria com relevo de Nossa Senhora do Pópulo *1; sobre os vãos grandes relógios protegidos por abas. Cabeceira: provida de 3 contrafortes, os dos cunhais em oblíquo, todos com gárgulas zoomórficas e antropomórficas; nos panos S. e N. fresta cega e, acima, janela em arco pleno; remate em cornija e coroamento de merlões paralelepipédicos com remate de turbante. Fachada N.: delimitada por contrafortes; porta em arco cairelado no 1º registo e 2 janelões gradeados em arco pleno, intercalados por gárgulas zoomórficas sobre mísulas e encimadas por pilaretes no 2º; remate em cornija com decoração torsa e coroamento de merlões bifurcados e paralelepipédicos. INTERIOR: nave única com revestimento azulejar de tapete, polícromo, com cercaduras; a O. coro-alto rectangular com balaustrada suportado por colunas com capitéis compósitos, ao qual se acede por escada de ferro em caracol; na parede N. deste janela em arco abatido e no sub-coro janela rectangular, transversal, gradeadada, entre 2 portas em arco adintelado; a S. arco pleno do Baptistério, revestido de azulejos de padrão, polícromos, iluminado por janela rectangular a S. e coberto por cúpula pintada com pomba do Espirito Santo ao centro rodeada por querubins sobre nuvens, a pia baptismal é de taça octogonal, ornamentada com motivos vegetalistas, geométricos e zoomórficos; na parede N. pia de água benta sobre pilarete facetado com anel de cordão e taça de gomos helicoidais; púlpito de cantaria, facetado, sobre base em pirâmide invertida apoiada em mísula; as paredes laterais finalizam em arco cego pleno; a ladear o arco triunfal, festonado e preenchido com decoração floral estilizada em série, 2 altares revestidos com azulejos hispano-árabes de corda seca, encimados por retábulos de talha dourada com colunas torsas decoradas com parras e pilastras a ladear nicho central com imagem de Santo Amaro (esq.) e S. Silvestre (dir.); superiormente, acompanhando os segmentos do arco triunfal, tríptico pictórico representando o Transporte da Cruz, Cristo Crucificado e Deposição no Túmulo, com moldura flamejante de talha dourada que inclui escudo real ao centro e grande baldaquino sobre a tábua central; cobertura da nave em abóbada polinervada estrelada de 2 tramos, com bocetes heráldicos e vegetalistas e apoiada em mísulas decoradas com motivos vegetalistas e zoomórficos; pavimento de lajes pétreas, sendo 6 epigrafadas. Capela-mor antecedida de teia, com revestimento parietal de azulejos de tapete, polícromos; a E. retábulo em cantaria com 2 pares de colunas compósitas a ladear 2 edículas com imagens de Nossa Senhora do Pópulo (esq.) e Cristo Ressuscitado (dir.), e ao centro um resplendor encimado por relevo de Deus Pai, enquadrado por pilastras laterais e frontão triangular ladeado por aletas e jarras floridas; a S. porta da Sacristia em arco recto decorado com urnas floridas, tudo envolvido por filactera epigrafada; cobertura em abóbada estrelada de combados com escudo real no fecho e bocetes vegetalistas, suportada por mísulas torsas e em ponta de lápis. Na Sacristia lavabo de rebordo polilobado com friso de decoração geométrica e bica constituida por uma cabeça em alto relevo.

Acessos

Rua Rodrigo Berquó; Largo Conselheiro José Filipe; Largo da Copa. WGS84 (graus decimais) lat: 39.403344 long:-9.132399

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 258 de 05 novembro 1948

Enquadramento

Urbano. Em terreno plano, desnivelado dos arruamentos que a circundam a S., E. e N.; adossada a O. ao Hospital Termal das Caldas da Raínha (v.PT031006030039). O acesso à Igreja faz-se por túnel coberto de abóbada de berço que atravessa ala do Hospital, à esq. da entrada do mesmo. Circundante às fachadas laterais e posterior estreito adro com muro alto gradeado, com escadaria a N. e um fontanário com escultura em meio-relevo figurando jorros de água escalonados.

Descrição Complementar

A Pia Baptismal, em forma de cálice, é constituída por pé, nó e taça, sendo esta interiormente dividida ao meio por murete e provida de tampa. No pé, de forma polilobada, a base é decorada com faixa de pontas de diamante entre filetes lisos e o fuste é estriado e decorado com entrelaços geométricos lobulados, rematado em toro de onde se projectam em alto relevo 4 folhas de acanto estilizadas intercaladas com 4 animais fantásticos de cabeças levantadas, cujos corpos agachados sobressaem do nó, liso e facetado, rematado por anel onde se apoia a taça; esta é oitavada e dividida por toro liso em 2 registos de altimetria e gramática decorativa dissemelhantes: no 1º um encasamento de 8 arcos em asa-de-cesto com pequenos capitéis revestidos com folhas recortadas e encimados por ábacos facetados e dos quais pendem alcachofras, a emoldurar entrelaços de folhagem longilínea; o 2º registo é preenchido com sequência alternada de pares de espigas de milho e de flores da aboboreira sustidos e ligados por 2 troncos ondulantes que se entrecruzam transversalmente. INSCRIÇÕES:1. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, sem moldura nem decoração. Calcário. Superfície epigrafada muito erodida não permite fazer a leitura completa do texto que originalmente era composto por 8 linhas. Dimensões: 182,5x82. Tipo de Letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituida: AQUI JAS BRANCA [...] DA MULHER QUE FOI DE [...]. 2. Inscrição comemorativa de construção de capela gravada em relevo na filactera que envolve a porta da Sacristia. Calcário e gesso. Dimensões: totais:519 x ; campo epigráfico: 1: 200x ; 2: 120x ; 3:199x . Tipo de Letra: gótica minúscula com inicial maiúscula carolino-gótica. Leitura modernizada: Esa (sic) capela mandou fazer a muito alta e esclarecida e ilustríssima Rainha dona leonor mulher do muito alto e potentíssimo Rei dom João o segundo e se acabou na era de mil b(=1500). 3. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, fracturada no topo superior, sem moldura nem decoração. Calcário. Superfície epigrafada erodida. Dimensões: 207x95. Tipo de Letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituida: SEPULTURA DE JOÃO(?) PINTO DA MOTA OUVIDOR E CONTADOR DA CASA DESTE REAL HOSPITAL E DE SEUS ERDEIROS. 4. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Superfície epigráfica muito erodida. O texto está virado para o altar-mor. Calcário. Dimensões: 189x86. Tipo de letra: capital quadrada mal executada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DO LD[...](?) VIGÁRIO QUE FOI DESTA IGREJA 40 ANOS E DE SEUS HERDEIROS. 5. Inscrição funerária(?) gravada num fragmento de uma tampa de sepultura, muito erodida, cujo texto ficou virado horizontalmente. Calcário. Dimensões: 34x40,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: [...] LAS [...] [...] IS[...] A DO [...] I[...]S [...]. 6.Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Superficie epigráfica muito erodida. Dimensões: 265x136. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE [...]. AZULEJO: Paredes da nave e capela-mor totalmente revestidas de azulejo de padrão formando "tapete", em bicromia, amarelo e azul em fundo branco. Padrões P-432 e P-604, barras B-15 e Frisos F-13. Início da segunda metade do século 17.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Comissão Fabriqueira (Despacho de 07 Novembro 1933)

Época Construção

Séc. 15 / 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Mateus Fernandes ou Mateus Fernandes e Boitaca (conjecturais); MESTRES CARPINTEIROS: Pedro Anes (retábulo do cruzeiro), Francisco Gomes (reconstrução da cobertura); MESTRE PINTOR E DOURADOR: António José Rocha (restauro dos altares laterais); MESTRES PEDREIROS: Pero Afonso e Álvaro Godinho (abóbadas), Fernando de Carvalho, Manoel Serafim e Francisco da Silva (restauro da abóbada), Gaspar Alves (ligação da Igreja com a Contadoria); MESTRE ORGANEIRO: Paul Le Gros (restauro do órgão); PINTORES: Domingos Lopes (restauro do tríptico), Roque de Figueiredo (escudo real) e Mestre da Lourinhã (tríptico do arco triunfal, atr.); ESCULTORES: Duarte Mendes (grupo escultórico da Anunciação), Pedro e Filipe Henriques (pia baptismal, atr.), António e João Ribeiro (novo retábulo)

Cronologia

1495 - Autorização papal para fundação de uma Capela junto ao Hospital termal, a pedido de D. Leonor, sendo a capela-mor erigida em cima de uma das nascentes de água termal, sobre a qual foi construído um corredor abobadado; 1497 - Bula que autoriza a frequência da Capela pelos utentes do Hospital; a ligação entre ambos era feita por escadaria, pois a Capela estava num nível superior; 1500 - Conclusão da capela-mor e do corpo da Capela (Silva, 1985); 1500/1505 - Construção da torre sineira (Silva, 1985); 1508/1510 - Conclusão da torre; a Capela encontrava-se guarnecida e quase finalizada, continuando as obras de acabamento; a Capela passa a Igreja Matriz / Paroquial, implicando a existência de pia baptismal; 1517/1518 - Pintura do tríptico; 1521 - Apeamento do retábulo do cruzeiro; reparação da cobertura; 1533 - Execução do conjunto escultórico da Anunciação colocado no portal manuelino do Hospital (Machado, 1987); 1538 - Restauro e douramento dos retábulos; 1544/1546 - Construção do coro-alto com um portal e escada (Silva, 1985); 1566 - Renovação da Ermida de São Silvestre a N. da cabeceira; 1577 - Compra dos sinos; 1579/1595/1596 - Conserto do relógio; 1595/1596 - Fazem-se enterramentos no adro; intervenções ao nível da cobertura da torre, lavagem dos retábulos e conserto do órgão; 1603 - Reforma da comunicação entre a igreja e a enfermaria dos homens, que era feita por porta de ferro, de forma a que os acamados pudessem assistir aos ofícios religiosos; 1604 - Três pedrereiros, entre os quais Miguel Soares, deslocam-se a Lisboa, ao Paço, para se avistarem com o mestre das obras reais e delinearem profundas alterações estruturais no Hospital e na Igreja, sem especificação; 1608 - Caiação e limpeza do telhado; reforma dos sinos; restauro do órgão que se encontrava no coro-alto; 1613 - Novo conserto do órgão com substituição dos foles; 1614 - Colocação de vidraças nas janelas da tribuna do coro-alto; 1618 - Construção de nova ligação entre a Igreja e o edifício da Contadoria; 1619 - Obras no adro, junto à Ermida de São Silvestre; 1624 - Caição da torre sineira; 1629 - Nova cobertura de telha na igreja; 1631 - Restauro do telhado da capela-mor, substituindo-se o ripado sobre a abóbada; reconstrução do muro do adro que tinha caído por acção das chuvas e escorrências de águas da horta do Hospital; 1637 - Restauro do órgão; 1638/1639 - Edificação de escada de pedra da porta do sol da torre sineira, sendo a anterior de madeira; execução de novo retábulo de talha dourada da capela-mor, substituindo o anterior de invocação de Nossa Senhora do Pópulo; 1639 - Nova escada com corrimão de pedra junto à Ermida de São Silvestre; 1644 - Conserto de 2 portas da igreja e afinação do órgão; 1653 - Douramento das grades da igreja, molduras do retábulo e cruz do altar-mor; 1655 - Conserto da cruz e encarnação do Cristo do retábulo do altar-mor; reparação do órgão; 1656 - Novos confessionários e ladrilhamento da igreja; 1657 - Faz-se novo sino para a torre, a partir da fundição do velho a que se juntou bronze vindo de Lisboa; 1658/1659 - Revestimento em azulejo da igreja e capela baptismal e construção do arco desta *2; colocação do sino novo; renovação das portas da igreja e púlpito, o qual é provido de passadiço; arma-se o retábulo sobre o arco triunfal, colocando-se o escudo real sob o tríptico, e reformam-se os altares laterais, sendo o pintor Roque de Figueiredo pago pela "decoração" do arco e retábulos; faz-se novo acesso ao coro-alto, transformando-se janelas em portas e construindo-se escadas exteriores; 1660 - Pagamentos aos azulejadores que assentaram azulejos na igreja e pintores que douraram de novo os retábulos e o arco triunfal; 1663 - Feitura de novas portas de ligação entre as enfermarias de acamados e a igreja; 1665/1670 - Reparação dos telhados; 1670/1671 - Fazem-se grades para os altares; 1672/1673 - O telhado da igreja é revestido com telha vidrada; 1674/1675 - Renovam-se os bancos e conserta-se o púlpito; restaura-se a Ermida de São Silvestre, que estava arruinada; coloca-se uma grimpa de ferro na torre sineira; 1675 - Josefa de Óbidos pinta um painel de Nossa Senhora do Pópulo destinado à capela-mor; 1678 - Conserto do relógio; 1680 - Substitui-se o cruzeiro da igreja, que se tinha partido; 1681 - Reparação do órgão e nivelamento das lajes do pavimento; 1684/1685 - Coloca-se uma bandeira de latão na grimpa da torre; 1691 - Conserto do telhado; 1693 - Pintura dos confessionários; 1696 - Caiação das paredes exteriores; 1700/1701 - Arranjo dos telhados; 1703/1704 - Limpeza das fachadas da igreja e muros do adro; abre-se nova janela de pedra para o coro-alto; demolição da Ermida de São Silvestre, desentulhando-se o adro e construindo-se novo edifício adossado a N. da capela-mor, com porta parta esta, para guardar o tesouro da igreja; 1707 - Encarnação da imagem de Nossa Senhora do Pópulo do altar-mor; restauro dos retábulos e órgão; substituição das grades onde assentam os frontais dos altares; arranjo do telhado; 1730 - Desabamento do telhado da igreja sobre a abóbada, e reconstrução da armação do mesmo; 1732 - Colocação de 2 esculturas da Anunciação no altar-mor, provenientes da fachada principal do Hospital demolida no ano anterior; o rei D. João V renova totalmente a "fábrica" da igreja com novos ornamentos; 1747/1750 - Renovação da Sacristia; nova cobertura sobre a abóbada; redecoração do espaço interior com novos altares em talha dourada de invocação de São Silvestre e de Santo Amaro; execução do retábulo de mármore da capela-mor, cópia do anterior, evitando assim a sua deterioração e restauro sistemático em virtude dos vapores emanados pelas águas sulfurosas; colocação do grupo escultórico da Anunciação e do relevo da Virgem do Pópulo na face N. da torre sineira; 1754 - D. José cede a tribuna real do coro às religiosas que vinham tratar-se no Hospital; 1765 - Arranjo do telhado; 1774 - Obras de conservação; 1780/1783 - Vasta campanha de obras na igreja com objectivos de uniformização estrutural e espacial: pintura da torre; substituição da cantaria ornamentada das suas janelas, por estar degradada e com fisuras; restauro das ferragens dos sinos; nova escada de acesso ao coro-alto; 1808 - As pratas da igreja, administradas pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, são entregues à Casa da Moeda; 1809 - Obras de reparação e douramento no interior da igreja, da iniciativa do provedor A. Gomes da Silva; 1815 - Nova campanha de obras na igreja justificada pela "necessidade e indecência em que se achava"; restauro dos altares laterais; 1825 - Novo órgão doado por D. João VI; 1853 - Grande incêndio no Hospital que atinge igualmente a igreja, levando ao seu encerramento e à relização de obras de restauro; 1858 - Tremor de terra que obrigou a várias intervenções: conserto do baldaquino, reparação dos altares laterais e douramento das talhas; encarnação da imagem de São Silvestre; conserto e afinação do órgão; foi removido um tirante de ferro que atravessava longitudinalmente a nave; 1878 - O arco triunfal é escovado, retirando-lhe a cal e substituindo-a por verniz; 1880 - Restauro, limpeza e afinação do órgão; 1889 - Ampliação do Hospital e modificação da comunicação entre este e a igreja; 1933/1936 - A torre está quase arruinada e a desmoronar-se; os retábulos de talha estão carcomidos; são necessárias reparações no interior; 1955 / 1956 - O tríptico foi exposto na "Exposição de Arte Portuguesa", realizada em Londres; 1984/1985 - Projecto de Execução do enquadramento paisagistico da igreja, realizado pelos Arquitectos Paisagistas Francisco Caldeira Cabral e Jorge Ramos Ferreira e pelo Engenheiro Agrónomo João Caldeira Cabral, tendo sido parcialmente executado; 1985 - Execução do fontanário do adro pelo escultor José Aurélio.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Cantarias de calcário; alvenarias de pedra, tijolo e betão rebocadas; coberturas exteriores de telha cerâmica; azulejos, madeira e vidro.

Bibliografia

B.P.A.D.L., Livro de Receitas e Despesas de 1/7/1658 a 30/6/1659, fl. 224; Guia de Portugal, vol. II, Lisboa, 1927; CORREIA, Virgílio, A Escultura em Portugal no Primeiro Terço do Século XVI, Coimbra, 1929; SANTOS, Reinaldo dos, A Escultura em Portugal, vol.2, Lisboa 1950; Idem, O Estilo Manuelino, Lisboa, 1952; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Lisboa, 1955; SÃO PAULO, Jorge de, O Hospital das Caldas da Rainha até ao Ano de 1656, tomo I, Lisboa, 1967; SEGURADO, Jorge, Boytac e a Capela de Nossa Senhora do Pópulo, in Belas Artes, nº 31, Lisboa, 1977; SERRÃO, Vítor, Memória Biográfica e Artística sobre Belchior de Matos, Pintor das Caldas da Raínha, Caldas da Raínha, 1981; SILVA, José Custódio Vieira da, A Igreja de Nossa Senhora do Pópulo das Caldas da Raínha, Caldas da Raínha, 1985; DIAS, Pedro, O Manuelino, Lisboa, 1986; MACHADO, João Saavedra, Azulejos do Hospital Termal das Caldas da Raínha, Séc. XVI-XVIII, Caldas da Raínha, 1987; RODRIGUES, Luís Nuno, TAVARES, Mário, SERRA, João Bonifácio (coor.), Terra de Águas, Caldas da Rainha, 1993.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML, DGEMN/Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DRML, DGEMN/Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral

Intervenção Realizada

DGEMN: 1934 - Limpeza, reparação e substituição de cantarias primitivas mutiladas "por vários acrescentos" na torre e cunhais da igreja; cobertura do telhado com telha nacional dupla e reparação da armação; reparação geral de rebocos exteriores e interiores com argamassa hidráulica; 1936 - Substituição de cantarias ornamentadas nas janelas da torre; demolição de anexos; picagem e reparação geral de rebocos; 1937 - Construção de instalações sanitárias anexas à Sacristia; reparação parcial do lagedo da igreja; lageamento e degraus com cantaria apicoada na igreja e fachada lateral; demolição da escada exterio de acesso ao coro; apeamento dos corpos avançados do coro, entaipamento de vãos, reconstrução da balaustrada e arranque do lambi de madeira; reparação da armação e cobertura completa dos telhados; reparação geral de rebocos exteriores e interiores e limpeza de cantarias nas paredes e abóbadas da igreja e capela-mor e na torre, com substituição de cantarias mutiladas, vedação a tijolo dos terraços e tomada de juntas; vitrais em chumbo na capela baptismal e na nave; assentamento de azulejo igual ao antigo em paredes interiores; pintura em armações e portas; construção e assentamento de janela em cantaria ornamentada, igual às existentes no coro; 1942 - Coroamento do muro de suporte do adro; assentamento de painéis de azulejo tipo tapete, incluíndo cercaduras, em argamassa hidráulica; 1949 - Assentamento de azulejo pintado à mão na parede do fundo do coro; colocação de um caixilho de casquinha com vidros; 1951 - Levantamento do pavimento de mosaico hidráulico da Sacristia e substituição por tijolo prensado; limpeza de pavimentos de madeira com palha de aço; caiação de abóbadas e paredes, incluindo raspagem, limpeza e conserto de rebocos e guarnecimentos; pintura de caixilhos de madeira, portas e grades de ferro; construção de telhado e armação e de frechais de cimento armado formando cinta; assentamento de azulejos pintados à mão no coro-alto, ede vitrais; 1955 - Picagem, reboco e esboço com massa de areia e caiação de saleta anexa ao coro e tecto da nave, com paramentos curvos; substituição de 3 m2 de soalho; limpeza e pintura de caixilharia e assento de vidraças; 1963 - Remodelação da instalação eléctrica; 1964 - Substituição de bancadas e confessionários; 1966 - Substituição da armação de madeira do telhado por estrutura de tijolo assente em pombal e varedo em vigotas de betão pré-fabricado, apoiado sobre as abóbadas; reconstrução do telhado com telha românica e espigão com cumes de telha de canudo; limpeza de gárgulas e caleiras, betumando as juntas com argamassa impermeabilizante; sondagens nas paredes N. demolindo rebocos e pesquisando cantarias no guarnecimento da entrada principal, frestas entaipadas e outros elementos, com vista à demolição de construções encostadas à fachada N.; limpeza de ervas nas cantarias das cimalhas da torre; 1967 - Demolição dos anexos encostados à fachada N., pondo a descoberto os contrafortes da cabeceira; encasque da parede da igreja liberta das construções; emboço, reboco e caiação da parede; abertura de um vão; conservação de paramentos e caixilharia nas janelas do lado S. assentamento e pintura de porta; arranjo do pórtico N.; sondagem e estudos da composição dos azulejos artísticos no interior; sondagens com vista a repor a comunicação outrora existente entre o Hospital e Igreja; 1968 - Construção de maciço em alvenaria para assentar nova escadaria no adro, aproveitando degraus e acrescentando outros idênticos; construção de alvenaria hidráulica no murete guarda-chapim a S.; demolição das cantarias de um vão que fazia a comunicação do coro com anexo demolido; execução de cantarias para restauro de uma janela, com molduras idênticas à do lado S.; execução de mísula e gárgula de cantaria, moldadas em gesso a partir de uma peça existente sobre a linha de contorno da cobertura; levantamento de calçada de vidraço; rebaixamento do pátio à entrada da igreja; deslocação de cantarias e grade de ferro da protecção da escadaria do arruamento superior; construção de elementos idênticos aos do coroamento (merlões) da parede da igreja em alvenaria hidráulica rebocada a cal parda; demolição da parede do hospital junto ao cunhal NO. da igreja para descobrir um contraforte; 1971 - Remodelação da instalação eléctrica; demolição de um muro de alvenaria de pedra ordinária que circunda a igreja e substituição por capeamento de cantaria moldurada com gradeamento de ferro; 1973 / 1974 - Colocação de grade de ferro sobre o capeado para protecção da zona envolvente da igreja, com pormenores idênticos ao do gradeamento junto ao Hospital; 1974 - Completar o gradeamento vedando totalmente o adro; reparação e pintura de grades; construção de marcos em betão para protecção do gradeamento; reparação de rebocos no interior da Igreja, com guarnecimento igual ao existente; 1975 - Colocação de caixilho móvel com vitral idêntico aos existentes, em anexo da Igreja; reparação de paredes e pavimentos junto do vão; 1978 - Apeamento do medalhão da Virgem do Pópulo da torre sineira, para restauro no Museu de Conimbriga; 1979 - Consolidação de uma pedra em riscos de cair num arco; arranque, limpeza e nova fixação de azulejos, tendo sido previamente picado e de novo emboçado e encascado o reboco; revisão e limpeza do telhado; 1982 - Pintura de portas exteriores, arcos dos vitrais, grades de janelas e interiores; reparação dos cabeçotes dos sinos; colocação de escada de ferro em caracol de acesso ao coro, incluindo corte no pavimento do mesmo; revisão geral da cobertura, limpeza de caleiras e susbstituição de telhas; 1985 - Pintura dos "favos da abóbada"; 1998 - Consolidação de azulejaria interior; substituição do telhado; revisão de drenagens; reboco da fachada lateral direita; limpeza da torre; 1999 - Reparação de rebocos da escada da torre e piso intermédio; consolidação da pedra do relógio; recolocação de cópia de imagem em nicho da torre; 2000 - Substituição do telhado e do reboco da fachada S.; colocação de réplica do relevo de Nossa Senhora do Pópulo na torre sineira *1.

Observações

*1 O painel em relevo original com imagem de Nossa Senhora do Pópulo que estava na torre sineira encontra-se no Museu do Hospital. *2 Segundo o Livro de receitas e despesas do hospital das Caldas, nº77, fol.324, nesta altura foram igualmente colocados azulejos nas enfermarias e nos oratórios.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1992 / Cecília Matias 2002 / Lina Oliveira e Filipa Avellar 2003/Paula Correia 2004.

Actualização

 
 
 
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