Colégio de Santa Rita / Colégio dos Grilos / Palácio dos Grilos / Casa dos Professores
| IPA.00017315 |
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu) |
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Arquitectura civil, barroca e novecentista. Edifício de planta em U, evoluindo em três pisos que acompanham o desnível do terreno, com fachadas rematadas em dupla cornija. A fachada principal mostra alguma assimetria na disposição dos vãos e também diferenciação de registos, de alturas diferentes, sendo a parte esquerda, mais equilibrada na distribuição dos vãos, correspondentes a um portal com frontão encimado por duas janelas também com frontão, de perfil barroco. No interior surgem vários silhares de azulejos com guarnição em concheados, acusando vocabulário rococó. |
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Número IPA Antigo: PT020603020132 |
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Registo visualizado 1766 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio universitário
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Descrição
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Planta, em U, com 3 pisos que se desenvolvem em socalcos, acompanhando o desnível do terreno, de volumes articulados de disposição horizontal e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. O piso inferior, corresponde ao embasamento, liga-se ao morro formando um chavetão, cujos braços só aparecem no andar nobre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de vãos maioritariamente rectilíneos com a modinatura em cantaria. Fachada principal voltada a S., evolui em dois e três registos definidos pelo friso simples de cantaria, que acompanham o desnível do terreno, ficando à esquerda mais baixo, entre dois cunhais apilastrados o portal principal, correspondente à antiga portaria do colégio, curvilíneo, de moldura recortada, com pendentes, encimado por frontão recortado, sobreposto por cornija curva, protegido por portão de duplo batente, com bandeira, em ferro forjado, e recortado, bastante trabalhado, tendo na bandeira uma águia bicéfala, emblema da ordem; sobre o portal, abrem-se duas janelas com frontão de aletas volutadas, sobreposto por cornija angular. Seguindo-se à sua direita um pano com três registos, sendo cego o inferior e terminando junto à parede de suporte do terraço superior, aberto por uma janela no registo intermédio e por três no superior; à direita já ao nível do terraço superior, prolonga-se a fachada, mais ampla com dois registos com alguma irregularidade na distribuição dos vãos, abrindo-se no registo inferior, duas janelas, e um porta de duplo batente com almofadados, em madeira pintada de verde, no superior, correspondente ao andar nobre, abrem-se treze janelas, sendo as duas externas e a central voltada para sacada. Fachada lateral esquerda virada a N., desenvolve-se na longitudinal, com algumas reentrâncias. De salientar, uma porta secundária de acesso, actualmente com a secção de contabilidade e tesouraria dos serviços centrais da Universidade, com remate em pedra semi-circular e, no segundo registo, uma janela para sacada. Ao lado, um portão de ferro que dá acesso à fachada posterior, composta por um corpo retraído. INTERIOR: As diversas modificações para a adaptação do edifício aos diversos fins a que tem servido, desvirtuaram o interior. Na espessura da parede da entrada da antiga portaria (o espaço dos batentes abertos) encontra-se um pequeno ante-átrio oval, revestido com silhar de azulejos simples, tipo de grade e florões, a azul e roxo manganês. O outro paramento da parede recorta-se em porta inferior, fechada com batente de madeira, almofadado e com pregaria simples. Esta porta dá para um átrio rectangular, de abóbada de tijolo em aresta, ladrilhado de largas fiadas de pedra, onde se tem acesso à antiga capela do colégio, hoje sala de atendimento dos serviços académicos, com porta de verga em arco rebaixado. O vestíbulo é revestido por silhar de azulejos, em tipo de grade, em roxo manganês, com enquadramentos de concheado, a azul. Deste vestíbulo, parte a escadaria nobre, em cantaria, de acesso aos pisos superiores, pequeno lanço na linha da fachada, ao que se segue outro. Parapeito pleno e simples resguarda o segundo lanço. Duas janelas, de parte superior decoradas ficando no topo, dão luz à caixa de toda a escadaria. Desde o átrio do R/ch até ao 2º piso a escadaria tem silhar de azulejos de monocromia azul cobalto sobre fundo branco, com guarnição de concheados, rodapé e espaço entre os panos a castanho, imitando marmoreado. O andar nobre compõe-se de grande corredor central, com gabinetes laterais (antigas celas). No extremo norte do grande corredor, encontra-se uma pequena sala com silhar de azulejos, formando sete panos, de motivos emblemáticos e enquadramentos de tipo arquitectónico. No chavetão do norte fica a escada que leva ao antigo refeitório, ambos revestidos de azulejos, que aqui representam diversas cenas. Deste, pequeno lance de escadas que dá acesso à cantina, uma sala grande, de tecto elevado, ambos com silhar de azulejos de padrão com cercadura, tipo "maçaroca". Encontra-se ao lado a antiga cozinha, ampla e de alta chaminé. |
Acessos
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Rua da Ilha, Rua Dr. Guilherme Moreira |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção dos Paços da Universidade (v. 0603250014) |
Enquadramento
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Urbano, integrado na malha urbana da cidade universitária, situado junto ao Paço das Escolas (v. 0603250014), numa cota mais baixa, confinante com as ruas, da Ilha, e do Dr. Guilherme Moreira, na vertente O. do morro universitário, acompanhado o acentuado desnível do terreno, construído em socalcos, denunciados nos dois terraços que antecedem a fachada principal e no pelo jardim central, à volta do qual se organiza parte do edifício ao nível superior. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: colégio universitário |
Utilização Actual
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Política e administrativa: reitoria e serviços académicos |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Arquitectos: Alberto José Pessoa (1944), Amoroso Lopes (1966)*2; Oldemiro Carneiro (1968); Pintor: Joaquim Rebocho (1969). |
Cronologia
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1755 - construção do colégio pelos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, na encosta poente da Alta, sendo um dos últimos colégios a ser edificado em Coimbra. Foram os seus religiosos conhecidos por frades grilos, nome tomado pelo colégio; 1785 - continuação das obras, apesar de já lá residirem estudantes há vários anos; séc. 18 - silhar de azulejos do átrio principal; séc. 19, inícios - depois da sua extinção, foi ocupado temporariamente por um organismo estatal; 1836 - portaria de entrega à Universidade que arrendou o edifício a uma república de estudantes;1836 / 1844 - ocupação por diversas repartições oficiais; 1844, 27 Abril - venda em hasta pública; 1844/1870 - residência do Conselheiro Adrião Pereira Forjaz de Sampaio e sua família, sendo que, após a sua jubilação como Lente em Leis da Universidade de Coimbra, se mudou para a Quinta dos Plátanos; 1870 - arrendamento pelo proprietário; 1880, meados - funcionamento de vários estabelecimentos particulares de ensino: o Colégio de S. Filipe Neri e o Colégio Académico, ambos do sexo masculino; 1933, Setembro - passou a ser o colégio feminino de São José, que viria a ser desalojado pelas obras da Cidade Universitária; 1920, década - residência esporádica de Oliveira Salazar e do Cardeal Cerejeira; 1933 - intenção de adquirir o edifício para ampliar as instalações universitárias (ideia defendida por Angelo da Fonseca, pelas duas comissões de obras da Cidade Universitária, por Oliveira Salazar e pela Comissão Administrativa do Plano de Obras da Cidade Universitária de Coimbra); 1943, 14 Agosto - despacho do Ministro das Obras Públicas e Comunicações ordenando a expropriação do antigo colégio, incluída na primeira zona da quarta fase do plano geral; 1943, 30 Agosto - aquisição do imóvel para o Estado, mediante a indemnização de 390 contos; 1944, Agosto - encomenda a Alberto Jorge Pessoa, do projecto de adaptação do edifício a Casa dos Professores; 1944/1949 - realização das obras, com a demolição e reconstrução da quase totalidade do edifício, exceptuando-se os aposentos do Presidente do Conselho Nacional. Foi apetrechado com quartos, para instalar os professores estrangeiros, restaurante, sala de reuniões, biblioteca e um pátio interior; 1949, Agosto - entrega à Associação Académica até a sua nova sede ser edificada; 1963 - libertação do edifício pela Associação Académica; 1964, 22 Janeiro - Senado Universitário foi informado da decisão do Ministério da Educação de ceder o Palácio dos Grilos ao Centro Universitário da Mocidade Portuguesa e à Associação dos Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra; 1966, Julho - ante-projecto de remodelação do edifício da autoria de Amoroso Lopes; 1968, 26 Fevereiro - projecto final das obras, da autoria do arquitecto Oldemiro Carneiro; 1968, 19 Junho - publicação do edital do concurso público da empreitada de construção civil; 1968, 11 Julho - celebração do contrato de adjudicação da obra; 1969, Setembro - contratação de Joaquim Rebocho para executar os azulejos em falta na escadaria de acesso ao antigo refeitório; 1970 - trabalhos complementares de construção civil, externos e internos; 1970 - 3 Agosto - conclusão das obras; 1970 - 5 Setembro - conclusão do assentamento dos painéis de azulejos; 1980, década - instalação dos serviços académicos da Universidade. O Departamento Académico exerce as suas atribuições nos domínios pedagógico, da vida escolar dos alunos, provas e graus académicos e do expediente e arquivo dos documentos a eles respeitantes, bem como nos de fomento e apoio das actividades circum-escolares. O Departamento Académico compreende o Gabinete de Estudos e Estatística, a Divisão de Alunos e a Divisão Técnico-Pedagógica; 1990, Janeiro - instalação da Casa do Pessoal (*2). |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Cantaria (escadas, pavimentos interiores, molduras dos vãos e cornijas), alvenaria de pedra (paredes); telha cerâmica (coberturas exteriores); madeira (caixilharia, portas e pavimentos interiores). |
Bibliografia
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ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, Coimbra, 1915; BOTELHO, Brito, Historia Breve de Coimbra, Lisboa, 1873; CORREIA, Vergílio e GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Cidade de Coimbra, Lisboa, 1952; ROSMANINHO, Nuno - O Poder da Arte: o Estado Novo e a Cidade Universitária de Coimbra, Coimbra, 2001; VASCONCELOS, António de, Escritos Vários, Coimbra, 1938; Obras Públicas Concluídas em 1970 - Anexo n.º21 ao Boletim do Comissariado do Desemprego, Lisboa, Ministério das Obras Públicas, 1971, p.74.
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Documentação Gráfica
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AUC: processos da Comissão Administrativa do Plano de Obras da Cidade Universitária de Coimbra. |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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AUC: processos da Comissão Administrativa do Plano de Obras da Cidade Universitária de Coimbra |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - Amoroso Lopes (autor do fogão da sala do bar e reconstrução do altar da capela);*2 - A Casa de Pessoal da Universidade de Coimbra foi constituída em 1984 e visa a prossecução de interesses colectivos e comuns dos sócios, particularmente os de carácter social, cultural, recreativo e desportivo e outros que se traduzem na promoção geral dos funcionários da Universidade de Coimbra e dos Serviços Sociais da mesma. A sua sede localiza-se no Palácio dos Grilos, desde Janeiro de 1990, com espaço recreativo, secretaria e gabinetes destinados às diversas secções culturais e recreativas, bem como um serviço de bar e restaurante. Utiliza os espaços como galerias de exposições, das quais se destaca pintura, cerâmica e escultura. Desenvolve cursos de iniciação e/ou aperfeiçoamento em diversas áreas lúdicas e culturais. |
Autor e Data
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Sandra Lopes 2004 / Margarida Silva 2006 |
Actualização
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