Igreja Paroquial da Cividade / Igreja de São Tiago

IPA.00017244
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Braga (Maximinos, Sé e Cividade)
 
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e neoclássica. Igreja paroquial de planta longitudinal, de uma só nave, com capela lateral, e capela-mor em eixo. Fachada principal rematada por frontão triangular com portal principal de verga recta rematado por cornija e encimado por janelão. Interior com uniformidade decorativa de estilo neoclássico, apenas quebrada pela pia baptismal maneirista e pelo retábulo barroco nacional da capela lateral.
Número IPA Antigo: PT010303070125
 
Registo visualizado 1181 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, rectangulares, em eixo, possuindo lateralmente, adossados a N., capela lateral e sacristia, rectangulares, e torre sineira, quadrangular. Volumes articulados e escalonados de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira. Coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas e em coruchéu bolboso coroado por catavento e cruz de ferro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridos por embasamento avançado em cantaria, cunhais apilastrados, sobrepujados, na nave e capela-mor, por pináculos, rematadas por cornija sob beiral saliente, nas fachadas laterais, com cruz sobre acrotério no remate das empenas da fachada principal e posterior. Fachada principal voltada a E., rematada por frontão triangular, rasgada por portal de verga recta, recedido por três degraus, encimado por cornija recta, e em eixo, janelão em arco abatido, de avental moldurado, também encimado por cornija recta. Fachada lateral S. rasgada por porta de verga recta, na nave, e quatro janelões, rectangulares, dois na nave e dois na capela-mor. A fachada posterior com janelo rectangular, na capela-mor, flanqueada a N. pela torre sineira e tapada, na metade inferior, pelo salão paroquial. Torre sineira com cunhais apilastrados sobrepujados por pináculos, de dois registos marcados por cornija, tendo no primeiro janela rectangular e, no último, quatro sineiras em arco pleno. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por rodapé e cornija de granito, com silhar de azulejos industriais recentes, de tipo tapete, policromos com estampilha azul, amarela e branca. Coro-alto de madeira, formando no centro balcão semicircular, com balaustrada de madeira. Sub-coro com guarda-vento em madeira entre pias de água benta, com base gomada, tendo, do lado do Evangelho, baptistério inscrito em vão de arco pleno, com pia monolítica, decorada com motivos flamenguistas, e no lado oposto, escada helicoidal, em ferro, de acesso ao coro-alto. Nave coberta por abóbada de berço estucada e pintada de branco e pavimento em soalho. Paredes laterais abertas por três janelões com sacada e guarda de ferro encimados por sanefas. Do lado da Epístola, encontra-se a capela lateral dedicada às Santas Chagas, com acesso por arco pleno sobre pilastras, com as armas da Confraria das Chagas na pedra de fecho, em granito com pintura a óleo, polícroma, constituído por águia em vôo abatido num escudo encimado por cabeça de anjo, alada, de cuja boca sai folha de acanto estilizada abraçando o escudo. A capela é cerrada por grade de ferro forjado com as armas dos Grãs e inscrição do nome da capela. Interior rebocado e pintado de branco, com pavimento em madeira integrando uma tampa de sepultura, de granito, e tecto em abóbada de berço, com caixotões de pedra pintados a branco e dourado, sobre cornija dupla assentes em mísulas de pedra. Na parede testeira possui retábulo em talha policromada a dourado, com decoração marcada a vermelho, branco e azul. Adossado à parede do lado esquerdo, em vão de arco pleno, concheado, encimado por frontão triangular rematado por pináculo encontra-se arca tumular com tampa piramidal coroada por motivo enrolado e no frontal inscrição. A decoração é marcada a dourado. Retábulos laterais confrontantes, junto ao arco triunfal, em talha policroma a azul, branco e dourado, sendo o do lado do Evangelho da invocação de Nossa Senhora das Dores e o do lado da Epístola dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Arco triunfal pleno, sobre pilastras dóricas, revestido por sanefa de talha polícroma, a branco, azul e dourado, com decoração fitomórfica e volutada. Capela-mor sobreelevada, com cobertura em abóbada de berço estucada e pintada de branco e pavimento em soalho. Paredes laterais rebocadas e pintadas de branco, com rodapé de granito e silhar de azulejos industriais recentes, de tipo tapete, policromos com estampilha a azul, amarelo e branco, rasgadas por par de janelões de sacada confrontantes, com guardas de ferro e sanefas. Do lado da Epístola encontra-se porta de acesso à sacristia. Parede testeira integralmente preenchida pelo retábulo-mor, sobrelevado, com três degraus de pedra, de talha polícroma, a branco, verde, azul e dourado, de planta recta, um só eixo. Remate em cornija curva, com fragmentos de frontão nos extremos, que encima frontão triangular, com querubim no tímpano. Tribuna recortada superioremente, albergando trono eucarístico, enquadrada por colunas coríntias e pilastras da pesma ordem, onde assentam duas mísulas com imaginária, uma de cada lado. Sobre a banqueta encontra-se sacrário encimado pelo Crucificado. Altar em forma de urna. Sacristia, com silhar de azulejos industriais recentes, do tipo tapete, monócromos a azul e pavimento de tijoleira, com portas de comunicação com a torre sineira e o salão paroquial. Lavabo de granito, com espaldar recortado, moldurado e taça semi-circular. Possui arcaz de castanho.

Acessos

Largo de São Paulo; Rua D. Gonçalo Pereira. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,548601, long.: -8,426824

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, no centro histórico na cidade (v. PT010303070088), no lado S. do quarteirão definido pela Rua D. Gonçalo Pereira, pelo Largo de São Paulo e pela Rua de Santiago. Adossada, do lado N., encontra-se a casa paroquial, de dois pisos, com entrada pela Rua D. Gonçalo Pereira, e a O., à fachada posterior está o Centro Pastoral Paroquial da Cividade, com entrada pela Rua de Santiago e ligação à sacristia. O portal lateral da igreja abre para uma praça empedrada, delimitada de E. pela Igreja de São Paulo e Seminário de Santiago (v. PT010303070056), e de S., pela Torre de Santiago (v. PT010303070060).

Descrição Complementar

TALHA: Retábulo da capela das Santas Chagas de planta côncava, um só eixo, com remate em duas arquivoltas, possuindo no fecho as armas da Confraria das Chagas. No centro apresenta tela pintada, com cena representando o Crucificado, enquadrada por colunas pseudosalomónicas com decoração de aves e anjos. Altar em forma de urna, com querubim e grinalda de flores no frontal; Retábulo laterais idênticos inscritos em arco pleno, moldurado a talha, possuindo nas pilastras, de cada lado, uma peanha com imaginária. Os retábulos apresentam planta recta, de um só eixo, com remate em cornija curva encimada por pequeno espaldar. Nicho com imagem do orago, ladeado por colunas coríntias, demarcadas no terço inferior por estrias. O retábulo do Sagrado Coração de Jesus apresenta no banco em maquineta a representação das Almas do Purgatório. Altar em forma de urna; INSCRIÇÕES: Inscrição existente na bandeira do portal da capela das Santas Chagas; pintadas a dourado; sem moldura nem decoração; tipo de letra: capital quadrada; leitura: CAPELA DAS SANTAS CHAGAS; Inscrição gravada no frontal da arca tumular; sulcos com vestígios de tinta preta; moldura simples, com filetes dourados; tipo de letra: capital quadrada; leitura: SEPULTURA DE PO GRÃ COMENDATÁRIO DO MOSTEIRO DE CARVOEIRO O QUAL MANDOU FAZER ESTA CAPELA COM OBRIGAÇÃO DE MISSAS POR SUA ALMA E DO ILLMO SOR BPO DOM BERNARDO. FALECEU AOS 19 DE FEVEREIRO DE 1602.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: Mestre Manuel Fernandes (1720).

Cronologia

1594 - Num mapa da cidade de Braga, da autoria de Georg Bräun, aparece representada a Capela de Santiago da Cividade "Aedes diui Jacobi", com corpo único rectangular e fachada principal, voltada a SO., rematada na empena por sineira; 1600, 19 Janeiro - instituição da capela das Santas Chagas por D. Pedro da Grã, fidalgo da Casa de El-Rei D. João III; 1602 - falecimento de D. Pedro da Grã, último Comendatário do Carvoeiro; doação de uma relíquia do Santo Lenho à capela; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa a igreja é vigararia, pertencente ao Cabido da Sé de Braga; é administrador da Capela das Chagas o Padre Fernado Correia de Lacerna e tem 4 missas semanais; a povoação tem 300 vizinhos; 1720 - o mestre-pedreiro Manuel Fernandes faz as armas novas de pedra para a Confraria das Chagas da Igreja da Cividade, pelo preço de 4$800, com a condição de ser aceite como confrade; 1750 - no "Mapa das Ruas de Braga" aparece representada, ainda com a fachada principal orientada a O.; séc. 18, finais - remodelação da igreja da Cividade, orientando a sua fachada principal para E.; 1889 - oferta de um órgão, "de quatro oitavas e meia"; 1907 - encontra-se em construção a sanefa para o arco triunfal, nas oficinas de José António Soares Barbosa; 1913 - é benzida a imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura, elementos decorativos, rodapé, pias de água benta e baptismal, lavabo da sacristia, tecto e tampa de sepultura do pavimento da capela lateral, brasão e arcva tumular de Pedro da Grã em granito; guarda-vento, balaustrada do coro-alto, portas, janelas, pavimentos da nave, capela-mor e capela lateral, sanefas, retábulos e arcaz, em madeira; silhar de azulejos industriais recentes nas paredes da nave, capela-mor e sacristia; pavimento da sacristia, em tijoleira; grades das janela e escada para o coro-alto, em ferro; cobertura exterior em telha de canudo.

Bibliografia

Braga. Os Tempos e o Lugar..., Paços de Ferreira, 1998, p. 86; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., tomo I, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706; COSTA, Luis, Braga Roteiro Monumental e Histórico do Centro Cívico, Braga, 1985, pp. 34 - 35; NÓBREGA, Artur Vaz Osório, Pedras de Armas e Armas Tumulares do distrito de Braga, vol. 1, tomo 2, Braga, 1971, pp. 697 - 699; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, Braga. Percursos e memórias de granito e oiro, Braga, 1999, p. 43; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, Arte Religiosa e Artistas em Braga e sua Região (1870 - 1920), Braga, 1999, p. 88.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

António Dinis 2000

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login