Santuário de Santa Maria Madalena / Santuário da Falperra

IPA.00017213
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães
 
Santuário.
Número IPA Antigo: PT010303280222
 
Registo visualizado 3456 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta centralizada heptagonal, sem coincidência entre o interior e o exterior, neste interligando dois corpos, um rectangular, correspondente à nave, e outro em losango, tendo o vértice lateral esquerdo truncado por uma pequena sacristia e, na fachada principal, duas torres quadrangulares; internamente, forma eixo longitudinal, composto por pequeno nártex em meia elipse, nave quadrangular, de onde evoluem três braços intercalados pelas caixas das escadas que ligam às tribunas, formando a capela-mor rectangular rematada em semicírculo e as capelas colaterais, de perfil rectilíneo. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, com os ângulos marcados por cunhais apilastrados e remates em duplo friso e cornija. Fachada principal virada a O., de perfil côncavo, dado pela disposição saliente das torres, tendo, ao centro, portal de perfil contracurvado e moldura recortada com orelhas em meios concheados e remate em fragmentos de cornija e falsa pedra de fecho de volutas e concheados; é encimado por janela trapezoidal, ondulada superiormente, com moldura igualmente recortada e volutada, e por plinto suportando a imagem de vulto do orago, envolvida por moldura semicircular. A fachada possui alto remate, em duplo friso e cornija contracurvados, de inspiração borromínica, com cruz latina no vértice, vendo-se, ligeiramente recuada, uma empena simples. As torres são simétricas, de dois registos cegos, divididos por arquitrave com friso convexo, o inferior mais largo e possuindo pilastras de capitéis jónicos nos ângulos, encimadas por fogaréus, cujos plintos extravazam para o segundo registo, o qual é rematado por cornija contracurvada, tendo cobertura em coruchéus bolbosos com fogaréus nos ângulos e no vértice; os panos frontais de ambos os registos possuem elementos concheados, surgindo, no superior, medalhão ovalado com os bustos de São Lázaro (lado esquerdo) e Santa Marta (lado direito). Fachadas laterais são semelhantes formando dois panos em ângulo obtuso, rasgados por vãos rectilíneos moldurados, correspondendo a uma janela em capialço em cada pano e porta de verga recta no segundo, ambas molduradas. No lado esquerdo, entra a nave e a capela-mor, surge o corpo da sacristia, de um único piso.

Acessos

Nogueira, Monte da Falperra

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 1/2017, DG, 1.ª série, n.º 1 de 02 janeiro 2017

Enquadramento

Rura, isolado. A E. da cidade de Braga, situado na linha de montanhas que a envolve, a 450 m. de altitude, rodeada por sobreiros. Próximo, localiza-se Estação arqueológica de Santa Marta das Cortiças / Monte da Falperra (v. PT010303130017).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: santuário

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: André Soares; CARPINTEIROS: Miguel Ferreira (morador na R. da Cónega) e Miguel Francisco; ESCULTOR: António Pinto (morador na R. de Chãos de Baixo); PEDREIROS: Domingos da Silva (morador no Campo de Santa Ana), Domingos Moreira (natural de Afife).

Cronologia

Séc. 16 - o Monte da Falperra era denominado Portela de Espinho, onde se erguia uma ermida dedicada a Santa Maria Madalena; 1532 - o arcebispo D. Diogo de Sousa manda fazer obras na capela, com a abertura de vãos, pintura da capela-mor e transepto, onde existiam três altares, bem como o derrube das cortes que se adossavam ao imóvel; nomeação do primeiro ermitão, João Pires, a quem foi concedida a renda de 24 alqueires de pão meado, 12 almudes de vinho e $600, bem como a utilização das terras adjacentes à capela; 1539, 10 Janeiro - pensão confirmada por D. Henrique; 1575 - sucede ao ermitão, a sua esposa, Isabel Pires, substituída, após a morte, pelo genro, Francisco Dias; 1635 - criação da Confraria de Santa Maria Madalena e redacção dos respectivos estatutos; 1677 - na ausência do ermitão, que partira para Ponte de Lima, a confraria reivindica a administração da capela; 23 Janeiro - o arcebispo D. Veríssimo de Lencastre extingue o cargo de ermitão e concede a administração da capela à Confraria; 1693, 16 Agosto - decisão de construir uma nova igreja, para a qual contribuíram o cónego Bento de Carvalho, com 50$000, cada mordomo 10$000, o escrivão 5$000 e o tesoureiro 2$000; 20 Novembro - a obra de pedraria foi arrematada por Domingos da Silva, por 780$000; 1694, 16 Maio - lançamento da primeira pedra, benzida pelo confrade Padre Cipriano Coelho; 1736, 23 Setembro - obra de carpintaria arrematada por Miguel Ferreira, pela quantia de 49$000, sendo a madeira fornecida pela Confraria; 1737, Janeiro - execução das cinco portas, a principal e as quatro laterais pelo Mestre Miguel Francisco; Abril - execução dos telhados, abóbadas e paredes por Domingos Moreira; 19 Junho - benção da igreja pelo capelão da Confraria, mediante licença do Cabido em sede vacante; 22 Julho - trasladação da imagem de Santa Maria Madalena da primitiva capela; o corpo desta foi adaptado a casa do ermitão; 1738 - colocação da imagem de Santa Marta; 1747 - reedificação da fachada principal; 1755, 1 Novembro - o abalo sísmico provocou a ruína da igreja, sendo pedido um empréstimo de 130$030 à Confraria de Nossa Senhora do Rosário da Sé para reparar o imóvel; é feito o plano da sua reconstrução por André Soares; 1761 - aberto o alicerce da primeira torre; 1762 - existência da imagem do Bom Jesus da Agonia; 1763 - referência à existência de capelas com passos da vida de Santa Maria Madalena; 1768 - colocação da imagem de Santo António; 1775 - execução do cruzeiro, que importou em 13$000; 1776 - execução dos retábulos de Santo António e Nossa Senhora dos Prazeres; 1780 - conserto da Capela do Senhor Ressuscitado; 1781, 18 Março - a obra da torre está concluída; colocação no interior da imagem de Santo André Avelino, do imaginário António Pinto; 1789 - no interior, existiam as imagens de São Lázaro e Santo Acácio; 1823 - colocação do sino grande; 1824 - renovação dos estatutos da Confraria; 1836 - a Capela do Sepulcro achava-se arruinada; 1840 - foi instalado numa casa anexa um contigente de tropas para evitar roubos na capela; 1843 - colocação do sino pequeno; 1848 - o contigente de tropas provocava estragos no local, pelo que se acabou com a sua presença; 1852 - início da construção da sacristia; 1912 - regulamento dos Estatutos; em reunião da Mesa, expressa-se o desejo de construir capelas com passos da vida da padroeira, o qual não se concretizou; 2013, 1 outubro - proposta da DRCNorte para abertura do procedimento de classificação da capela de Santa Maria Madalena da Falperra ; 3 outubro - proposta da UCC da DGPC para alteração da designação para Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra; despacho de abertura da diretora-geral da DGPC; 6 novembro - publicação do Anúncio n.º 347/2013, DR, 2.ª série, n.º 215, determinando a abertura do procedimento de classificação; 2016, 19 janeiro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público do Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra, em Anúncio n.º 17/2016, DR, 2.ª série, n.º 12; 01 abril - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento Nacional do Santuário de Santa Maria da Falperra, em Anúncio n.º 101/2016, DR, 2.ª série, n.º 64; 27 abril - publicação de Anúncio n.º 113/2016, DR, 2.ª série, n.º 81, dando sem efeito o anúncio anterior, por ter sido publicado sem a planta anexa; 28 abril - publicação do projeto de decisão relativo à classificação do Santuário de Santa Maria da Falperra como Monumento Nacional, em Anúncio n.º 117/2016, DR, 2.ª série, n.º 82.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

BARARDO, Maria do Rosário - Santuários de Portugal. Caminhos de Fé. Lisboa: Paulinas Editora, 2015; MENESES, António, Guia do Visitante da Estáncia da Falperra (vulgo Santa Marta), Braga, 1931; MOREIRA, Rui, Uma igreja cobiçada, in Diário de Notícias, 19 Abril 2003, p. 25; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/18286438 [consultado em 2 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

ADB: Memórias de Braga (tomo 2, fl. 270), Secção Notarial (liv. 87, fl. 73); Arquivo Confraria de Santa Maria Madalena do Monte: Livro de Termos

Intervenção Realizada

Observações

Tanto a Câmara Municipal de Braga, como a de Guimarães reevindicam a posse territorial do santuário, mantendo assim uma rivalidade entre as freguesias de Nogueira (Braga) e de Longos (Guimarães); *1 - imagem do Crucificado serviu de inspiração a Antero de Figueiredo para a sua obra "O último olhar de Jesus".

Autor e Data

Joaquim Gonçalves 2003

Actualização

 
 
 
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