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Edifício e estrutura Estrutura Comunicações Farol
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Descrição
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Planta composta por três volumes articulados por corredor de ligação que une os dois corpos laterais à torre do farol de massas dispostas na vertical para o farol e na horizontal para os restantes. Cobertura diferenciada em telhados de 4 águas nos corpos S. e N., em terraço no corpo central e cúpula na lanterna do farol circundada por lambrequim e remate bolboso onde assenta um pára-raios e catavento. Corpos laterais, de um piso, de fachadas rebocadas e pintadas de branco com embasamento em cantaria e delimitadas por cunhais apilastrados; remates em friso e cornija sobre a qual se eleva platibanda; coberturas ponteadas por chaminés; os vãos rasgados simetricamente são de perfil rectangular com molduras em cantaria, com janelas de duas folhas de caixilharia em madeira e bandeira e portas esguias sendo nas fachadas S. e N. geminadas . Torre do farol composta por 3 registos de planta quadrangular no 1º com paredes forradas a azulejos brancos, 2º registo de planta octogonal também forrado de azulejos e o último correspondente à lanterna de planta circular; a altura total dos 3 registos é de 12 m. de altura; tem embasamento e os panos delimitados por cunhais em cantaria, rasgada a E. e O. por dois vãos de iluminação, rectangulares, de moldura em cantaria com capialço, tendo entre eles, a E., um registo azulejar azul e branco onde se lê "FAROL / DO / CABO MONDEGO" entre concheados; remate em cornija sobre a qual se eleva a guarda do terraço da torre onde assenta a antecâmara da lanterna do farol e cujo acesso à lanterna é feito por escada exterior, em ferro, que conduz ao varandim. INTERIOR: zonas de habitação para os faroleiros e depósito de material. |
Acessos
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Serra da Boa Viagem, Rua do Farol |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital da Câmara Municipal da Figueira da Foz de 23 junho 2004 |
Enquadramento
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Isolado, implantado na orla marítima na extremidade SO. do Parque Florestal da Serra da Boa Viagem, encontra-se a uma altitude de 97m., situado a 3 milhas a NNO. da barra da Figueira da Foz. O edifício é vedado por murete aberto a O. por portão em ferro, pintado de vermelho com uma placa em cantaria identificadora do local, colocada à esquerda. Junto ao portão ergue-se um edifício de planta rectangular e cobertura homogénea de 4 águas. Outras estruturas de apoio estão construídas dentro da área vedada do farol. |
Descrição Complementar
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Farol Velho - Planta composta por três corpos principais, o primeiro quadrangular, o segundo octogonal e o terceiro, onde se situa a lanterna, de forma cilíndrica. A torre do "Farol Velho" tinha 17,72 m. de altura, tendo sido instalado um aparelho óptico lenticular de Fresnel de 2ª. Ordem (foi o terceiro a ser instalado no nosso país depois de Santa Maria (v. PT050805050151) e Forte do Outão (v. PT031512010016)). O aparelho iluminante era um candeeiro mecânico de bombas alimentícias pelo sistema de Carcel, funcionando a azeite. |
Utilização Inicial
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Comunicações: farol |
Utilização Actual
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Comunicações: farol |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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MDN: Direcção de Faróis |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO: Francisco Maria Pereira da Silva (farol velho); ENCARREGADO DE OBRAS: Joaquim Afonso Simões; MESTRE: António Joaquim Coelho. (farol novo) |
Cronologia
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1758 - Marquês de Pombal manda publicar um alvará com força de lei, passando os faróis a ser uma organização oficial, competindo a responsabilidade da sua instalação à Junta de Comércio; 1835 - o serviço de faróis passa para a dependência do Ministério da Fazenda, sendo seu Director Gaudêncio Fontana que cria uma oficina para a construção e reparação de aparelhos ópticos, a funcionar no Jardim do Tabaco em Lisboa; 8 de Agosto - data da Portaria que ordena a construção do Farol do Cabo Mondego, pelo Tribunal do Tesouro Público, com a administração do Eng.º Gaudêncio Fontana; 1836, 21 Abril - Primeira solicitação ao governo para que fosse construído um Farol no Cabo Mondego; 1852 - o serviço de faróis transita para o Ministério das Obras Públicas; 1853 - foi feito o levantamento da carta hidrográfica do porto e barra, pelo engenheiro Francisco Maria Pereira da Silva, para determinar qual o melhor local para a construção do farol; 1854 - publicação de um decreto ordenando o estudo necessário para a construção de um farol. Diário do Governo, nº 217 de 15 de Setembro; o Eng.º Francisco Silva elaborou um relatório que enviou para Lisboa em 28 de Outubro, que referia como local preferencial para a urgente edificação um terreno situado próximo das minas de Buarcos; 1855 - portaria de abertura do concurso para a construção do farol, Diário do Governo, nº 167, de 18 de Julho; apresentação das propostas para a construção do farol, as quais não foram aceites por apresentarem verbas superiores às previstas, tendo sido ordenada a construção por administração, Diário do Governo, nº 197, de 22 de Agosto; 1857 - início do funcionamento do Farol do Cabo Mondego; 1858 - a obra de construção é dada como terminada, sendo já director dos Faróis Inácio Vielle; 1864 - é nomeada uma comissão presidida pelo engenheiro hidrógrafo Francisco Maria Pereira da Silva para estudar a passagem do Serviço de faróis para o Ministério da Marinha; 1902 - a comissão nomeada para rever o Plano Geral de Alumiamento e Balizagem dos Portos e Costas Marítimas do Reino e Ilhas Adjacentes, referia que o farol do Cabo Mondego deveria ser modificado (*); 1916 - foi elaborada uma proposta formal de alteração do local de implantação do farol, vindo a ser despachada favoravelmente pelo Ministro da Marinha (*2); 1917 - início da construção do actual farol; 1922, 20 Nov. - conclusão das obras e abertura do novo farol (*3) e encerramento do primitivo; em 1924 - o terreno pertencente ao antigo farol, foi cedido à Empresa Industrial e Mineira, a troco desta fazer a demolição da torre e edifício, e pela cedência de uma faixa de terreno onde se ergue hoje o actual farol; 1928 - o aparelho iluminante passou a utilizar a incandescência pelo vapor do petróleo; 1941 - foi instalado um sinal sonoro constituído por uma trompa de ar comprimido; electrificação do farol com a montagem de geradores (*4); 1947 / 1949 - construção de uma habitação e anexos, pela Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha (Direcção de Faróis); 1947 - electrificação do farol, por ligação à rede pública de distribuição de energia; 1950 - instalação de um radiofarol; 1953 - substituição do sinal sonoro por um diafone da casa Barbier; 1982 - instalação de um motor eléctrico para movimentar o aparelho óptico, em substituição da máquina de relojoaria; 1988 - automatização do farol com a instalação de um novo sinal sonoro e mecanismos redundantes para a rotação e substituição de lâmpadas; 1995 - instalação dos repetidores dos alarmes do equipamento do farol; 2001 - desactivação do radiofarol. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Cal, cimento, tijolo, cantaria, telha |
Bibliografia
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A Voz da Justiça, nº 1508, Ano 18º, Terça-feira, 15 de Maio de 1917; O Figueirense, nº 242, ano 3º, Quinta-feira, 25 de Maio de 1922; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949, Lisboa, 1950; Lista de Faróis, Bóias Luminosas, Radiofarois, (...), Direcção de Faróis, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; VILHENA, João Francisco, LOURO, Maria Regina, Faróis de Portugal, Lisboa, 1995; Revista da Armada nº377 de Julho de 2004; Farol do Cabo Mondego (11): Os Faróis de Portugal na Revista da Armada, in Revista da Armada, s.l., 2006; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/3754161 [consultado em 14 outubro 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID; CMFF |
Documentação Administrativa
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CMFF |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1947 - instalação da rede eléctrica; 1959 - Obras de reparação, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1982 - renovação da instalação eléctrica. |
Observações
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*1 - "(...) a luz que então era branca e fixa, deveria passar a mostrar grupos de dois clarões brancos e o aparelho inicialmente instalado fosse substituído por outro de 3ª ordem, pequeno modelo." (In: Revista da Armada:2006). *2 - Não sendo possível averiguar por forma irrefutável os motivos que levaram a esta decisão, crê-se que interesses relacionados com a Empresa Exploradora das Minas e também por má visibilidade deste farol, levou à construção de outro mais a norte. Por esta razão, do farol originalmente edificado, restam apenas algumas ruínas. A luz do Farol Velho do Cabo Mondego alcançava 20 milhas tendo o foco elevado a 79 metros sobre o nível médio do oceano. A torre em que a lanterna, vinda de França, assentava era composta por três corpos principais, o primeiro quadrangular, o segundo octogonal e o terceiro, onde se situa a lanterna, de forma cilíndrica. Dotado na época da sua inauguração, da mais moderna tecnologia e tendo estado em funcionamento durante cerca de 65 anos, foi substituído pelo actual farol. 3* - A óptica utilizada estivera instalada no farol do Penedo da Saudade (v. PT021010010012). *4 - A incandescência pelo vapor do petróleo ficou como reserva e a fonte luminosa principal passou a ser a lâmpada de incandescência eléctrica de 3000W. |
Autor e Data
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Cecília Matias 2008 |
Actualização
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