Igreja Paroquial de Gomes Aires / Igreja de São Sebastião
| IPA.00016905 |
Portugal, Beja, Almodôvar, União das freguesias de Santa Clara-a-Nova e Gomes Aires |
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Arquitectura religiosa, popular, vernácula, tardo-barroca. Igreja paroquial de planta escalonada, com nave rectangular cujo comprimento é aproximadamente o triplo da largura, situação frequente em igreja de construção popular edificadas no Alentejo até ao séc. 16, data a que podemos atribuir também o portal lateral, chanfrado e a fonte baptismal de secção octogonal. O retábulo reflecte a continuação anacrónica de modelos maneiristas, anteriores à popularização das máquinas retabulares do chamado estilo nacional, com fundo plano, quatro colunas suportando um entablamento, nichos com imagens e pequenos painéis pintados, onde é patente uma linguagem plástica mais actualizada, com exuberantes grinaldas de flores enquadrando imagens de santos de gosto assumidamente barroco. A fachada em empena polilobada constitui uma solução muito frequente em campanhas de obras realizadas após o terramoto de 1755, e denota o vigor plástico e a animação característicos do tardo-barroco regional. |
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Número IPA Antigo: PT040202020029 |
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Registo visualizado 188 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal escalonada, irregular, composta por nave rectangular e capela-mor a que se adossam à direita, junto da fachada principal, a torre sineira e escadaria exterior de acesso e à esquerda o baptistério, dependências e sacristia. Volumes articulados com cobertura exterior diferenciada em telhado de duas águas e cúpula bolbosa na torre sineira. Fachada principal a SO. de um só pano definido por pilastras de argamassa caiadas a cinzento, assente em soco de argamassa caiado a cinzento e rematado superiormente em empena polilobada encimada por cruz latina de ferro forjado, com dois pináculos de argamassa à esquerda; portal de verga recta com moldura de argamassa caiada a cinzento, encimado por cornija e sobrepujado por janelão com moldura de argamassa caiada a cinzento, coroado por frontão polilobado encimado por duas palmas cruzadas pintadas a preto; à direita, eleva-se sobre a empena a torre sineira prolongando o pano de parede, definido acima desta por cunhais de argamassa pintada a cinzento, e rematado superiormente por cornija cinzenta, rasgado por olhal em arco de volta perfeita, emoldurado e assente em pilastras, pintadas a cinzento e coroado por urnas de argamassa no coroamento dos cunhais rodeando a cúpula bolbosa, de secção quadrada, encimada por cata-vento em forma de galo e cruz latina de ferro. Fachada NO. de um só pano rematado superiormente por beirado e rasgado por uma porta, precedida por dois degraus e uma janela; no ângulo O. eleva-se um pináculo. Fachada NE. de um só pano rematado superiormente em empena assimétrica coroada por cruz assente em plinto, à esquerda adossa-se um contraforte coberto por telhado. Fachada SE. com torre sineira de um só pano definido por cunhais de argamassa caiados a cinzento e rematado superiormente por cornija cinzenta, rasgado por olhal em arco de volta perfeita emoldurado e assente em pilastras cinzentas, abaixo do qual se destaca um relógio de sol de cantaria, quadrado, com duas palmas cruzadas gravadas na base, mostrador circular com numeração árabe e no topa o cronograma "1702" enquadrado por moldura em cujos ângulos se destacam caudas de andorinha, pintadas a cinzento; no coroamento elevam-se urnas de argamassa, brancas; no coroamento dos cunhais, rodeando a cúpula bolbos; segue-se a nave, recuada, de três panos separados por contrafortes encimados por telhados, rematados superiormente por cornija e beirado comuns; no primeiro pano adossa-se a escada exterior de acesso à torre sineira, resguardada por muro de alvenaria, com porta entaipada de que é visível a moldura de argamassa e porta de acesso virada a NE. precedida por cinco degraus; no segundo pano abre-se a porta lateral de cantaria caiada, com chanfros, precedida por seis degraus e ladeada por canteiros; o terceiro pano é cego e apresenta um grande soco de alvenaria, capeado a tijoleira, ligando os dois contrafortes; capela-mor recuada de um só pano definido por contrafortes encimados por telhados, rematado superiormente por cornija e beirado, assente em soco de alvenaria que liga os dois contrafortes e rasgado por janela engradada com moldura de argamassa. INTERIOR: de uma só nave coberta por tecto de masseira pintado e pavimentada a soalho, com silhar de azulejos de padrão azul e branco de fabrico industrial; portal principal encimado por janelão e resguardado por guarda-vento; do lado do Evangelho abre-se um arco de volta perfeita com moldura de argamassa assente em impostas e encerrado por grade de madeira pintada encimada por cruz de ferro forjado, que dá acesso ao baptistério, coberto por forro de madeira e pavimentado a tijoleira, em cujo centro se situa a fonte baptismal, de cantaria, com secção octogonal, assente em coluna atarracada; segue-se o púlpito com porta de verga recta, gradeamento e bacia de madeira pintada e uma capela lateral, facial, integrada em arco de volta perfeita emoldurado e assente em pilastras de argamassa, com o fundo pintado a azul de onde se destaca uma mísula de alvenaria pintada a branco; do lado da Epístola abre-se a porta lateral e uma capela lateral idêntica à do lado do Evangelho. Arco triunfal emoldurado e assente em impostas, ladeado por mísulas e assente em três degraus. Capela-mor coberta por abóbada de berço pintada a azul, assente em cornija com retábulo de talha branca e dourada assente em sotobanco de alvenaria revestida a azulejos brancos, de que se destacam três painéis polícromos, representando ao centro a última ceia, à direita o sagrado coração de Jesus e à esquerda São Sebastião; banco liso, com seis bases cúbicas em destaque e corpo de estrutura vertical tripartida com corpos laterais enquadrados por colunas caneladas, cada um deles com duas pinturas a óleo sobre madeira representando à esquerda Santa Catarina encimada por São Paulo e à direita Santa Bárbara encimada por São Pedro, os quatro enquadrados por ricas grinaldas de flores; no corpo central destaca-se ao centro o sacrário encimado por um nicho em arco abatido com moldura decorada por óvulos, assente em pilastras de idêntica decoração, ladeado por nichos em arco de volta perfeita, colocados mais baixos, com molduras de óvulos, encimados por cornijas coroadas por composição entalhada de volutas; remata todo o corpo um entablamento com friso de óvulos que suporta o ático liso, em arco abatido, delimitado por moldura e rasgado ao centro por nicho em arco abatido com moldura de óvulos onde se destaca um crucifixo; paredes com silhar de azulejos iguais aos da nave, com janela do lado da Epístola e porta de acesso à sacristia do lado do Evangelho. Sacristia com tecto de madeira e arcaz de madeira pintada; janela virada a NO. tendo à esquerda um lavabo de cantaria truncado e caiado; na parede SE. abre-se uma porta de acesso às dependências, onde se localiza a escada de acesso ao púlpito e uma porta de ligação à rua. |
Acessos
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Largo da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, em destaque, precedido por um largo irregular, rodeado por construções de um e dois pisos e adro murado, elevado, a que se acede por escadaria de planta semicircular, com sete degraus de cobertor revestido a xisto, onde estão plantadas duas árvores. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 (conjectural) / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Séc. 16 - provável data de construção do templo e da fonte baptismal; Séc. 17 - remodelação da igreja, construção do retábulo-mor; 1702 - relógio de sol; 1755, 01 de Novembro - estragos causados pelo terramoto; Séc. 18, finais - Recuperação com remodelação da fachada principal e torre sineira. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas; telhado em telha de canudo; portas e caixilharias de madeira, janelão com caixilharia de alumínio; grades de ferro, cruz de ferro forjado; pavimentos de soalho e tijoleira; tectos em abóbada e madeira; retábulo e púlpito de madeira pintada; silhares de azulejos de padrão azul e branco de fabrico industrial; via sacra e painéis de azulejo pintados à mão; pinturas a óleo sobre madeira. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Ricardo Pereira 2002 |
Actualização
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