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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Villa
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Descrição
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A estação é interpretada pelo seu investigador (A. N. Sá Coixão) como "Villa rústica" ou "complexo industrial". É composta por dois edifícios definidos por um conjunto de muros em aparelho de granito, assentes em valas escavadas no afloramento granítico. O edifício de maiores dimensões orientado N./S. apresenta planta rectangular e terá funcionado como zona de celeiros e moagens, provável cavalariça, lagar de vinho, armazém de vinhos, oficina de canteiro e oficina de metalurgia, tendo em conta os materiais aí recolhidos. Situado mais a O., encontra-se o edifício de menores dimensões, de planta quadrangular, interpretado como zona de habitação. Aqui terá funcionado um forno de fundição de metais, a cozinha, possivelmente dois quartos, e uma zona ampla de serviços. Entre os dois edifícios, terá existido um alpendre que fazia a ligação entre ambos. A sul do edifício rectangular encontram-se dois fornos*1 de planta Circular, muros em aparelho de granito e compostos por dois registos. No primeiro registo situava-se a câmara de combustão*2 e no segundo a câmara de cozedura. A divisão das câmaras é feita através de uma grelha de lajetas de granito, rectangulares, dispostas em raio e assentes em coluna de granito, também circular, apoiada no centro do primeiro registo. Ambos apresentam abertura voltada para E., e as suas dimensões são diferentes. De acordo com os vestígios aí encontrados, um (o maior) servia para cozer peças de grandes dimensões como as dolia e o outro (menor) para cozer peças menores. A "Villa" era circundada por muro defensivo de blocos de granito*3. |
Acessos
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O acesso é feito a partir da Vendada, pelo denominado caminho de Seixas que liga Seixas, Freixo e Touca. No fim do planalto antes de iniciar a subida para Seixas, no cruzamento de caminhos, vira-se à direita para o caminho do Rumansil. Tem sinalização |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, localiza-se dentro do termo da freguesia de Murça e está implantado em zona de afloramentos graníticos, num planalto de meia encosta virado a nascente. Possui uma localização privilegiada pela sua envolvência paisagística, de grande beleza, rodeada por plantações de vinhas, amendoeiras, oliveiras, mato bravo e uma extensa mancha de zimbros, que vão conferindo à paisagem uma exuberante e variada paleta de cores, nas diferentes estações do ano. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: villa |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Época romana |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 03 - construção da "Villa Rústica"; Idade Média - análises de C14 datam duas ocupações, ténues e temporárias, no séc. 09 e 12, possivelmente abrigos de pastores ou outros*4; 1984 / 1986 - prospecção e inicio da primeira fase dos trabalhos arqueológicos; 1992 / 1995 - 2002/ 2004 - continuação dos trabalhos arqueológicos e acções de restauro e valorização do Sítio. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Granito, argila, cerâmica, metais, ossos, sementes. |
Bibliografia
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COIXÃO, António do Nascimento Sá - Carta Arqueológica do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, 2ª edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, 2000; COIXÃO, António do Nascimento Sá - O Circuito Arqueológico de Freixo de Numão, Guia do Visitante, Ed. A.C.D.R. de Freixo de Numão, 2005. |
Documentação Gráfica
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A.C.D.R. de Freixo de Numão |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; A.C.D.R. de Freixo de Numão |
Documentação Administrativa
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A.C.D.R. de Freixo de Numão |
Intervenção Realizada
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1995 - Acção de restauro e valorização do Sítio (co-financiado pelo FEDER -PRONORTE) |
Observações
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Sítio descoberto e escavado pelo Arqueólogo António N. Sá Coixão. O espólio reunido nas várias escavações, é constituído maioritariamente por fragmentos de cerâmica, materiais de chumbo e ferro, grande quantidade de numismas da 2ª metade do século III d.C., uma estatueta de porco, um fragmento de mão e punho e uma estátua de figura humana. *1 - Foram encontrados alguns pesos de tear em barro, ainda não cozido no interior do forno pequeno. *2 - Foram recolhidas grainhas de uva carbonizadas e amostras de urze utilizadas no aquecimento dos fornos. *3 - Segundo o arqueólogo responsável (Sá Coixão) esta muralha "poderá indicar um certo objectivo defensivo, mais pela prevenção de investidas de animais selvagens do que das pessoas". *4 - Estes vestígios foram recolhidos fora das estruturas romanas, não tendo estas, sofrido violações anteriores. Foi também descoberto e inventariado na Carta Arqueológica do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, a cerca de 200 metros deste local, para Sul, outro Sítio designado por Rumansil II, onde foram encontrados restos de estruturas e grande quantidade de materiais de construção do período de ocupação Romana, certamente com ligação ao Rumansil I. Segundo o arqueólogo (Sá Coixão), poderia tratar-se de uma "área habitacional onde o senhor e os artífices e artesãos tinham os seus aposentos". Facto que nunca se saberá, porque este Sitio foi destruído para plantio de vinha e destruídos praticamente todos os vestígios arqueológicos. |
Autor e Data
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Ana Filipe 2007 |
Actualização
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