Palácio do Pelourinho / Museu Municipal Martins Correia

IPA.00016384
Portugal, Santarém, Golegã, Golegã
 
Arquitectura civil prisional.
Número IPA Antigo: PT031412020016
 
Registo visualizado 344 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara  

Descrição

Acessos

Largo da Imaculada Conceição

Protecção

Enquadramento

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Época Construção

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1936, 28 Mai. - o decreto-lei n.º 26.643 (Organização Prisional) fixa, no interior do sistema prisional português, a definição de Cadeia Comarcã e as bases para a concepção do seu correspondente edificado. Destina-se ao cumprimento da pena de prisão até 3 meses - na qual se actua por intimidação, para prevenção geral e "satisfação do sentimento de justiça", com isolamento celular contínuo (salvo para os presos com boa conduta ao fim de 1 mês, aos quais é permitido o trabalho em comum) - e de prisão preventiva ou "detenção", à ordem da autoridade administrativa ou policial e aguardando julgamento, com isolamento contínuo nos primeiros 30 dias, e sempre com isolamento nocturno. A construção de edifícios próprios para as cadeias comarcãs - justificada por ser inútil e caro o transporte dos presos às cadeias centrais e injusto e inútil o afastamento dos detidos do local de residência e julgamento - deve prever 2 secções absolutamente distintas, para adultos de ambos os sexos, sem qualquer possibilidade de comunicação (mesmo visual). A sua capacidade não deve exceder a média dos presos preventivos e condenados até 3 meses dos 5 anos anteriores, acrescida de 1/3, e deve, "sobretudo nas terras de provável desenvolvimento", suportar ampliação futura. A localização ideal é junto ou no mesmo edifício do tribunal - por de tratar de cadeias preventivas - ou em lugar isolado, "devendo igualmente o exterior ser construído de maneira a não aparentar o aspecto de prisão". A aquisição de terrenos e a construção, reparação, conservação e instalação de cadeias comarcãs ficam a cargo dos respectivos municípios, podendo ser-lhes concedidos subsídios pelo Estado para tal fim, mas nada pode ser feito senão conforme o plano a estabelecer pela Comissão das Construções Prisionais, que funciona junto do MOP (decreto-lei n.º 26.643). Constituem uma cadeia comarcã, além das celas individuais e disciplinares, a secretaria, o parlatório e o gabinete de magistrados, a habitação do carcereiro e, em cada secção de homens e mulheres, as casas de trabalho - que podem ser recurso para alojamento de detidos ou de condenados, em caso de necessidade, ou utilizadas como capela -, as instalações sanitárias e os espaços para recreio e exercícios, cobertos e descobertos. A direcção é exercida pelo Magistrado do Ministério Público, sendo o serviço quotidiano assegurado pelo carcereiro. A alimentação é fornecida por entidades externas, privadas ou públicas, o serviço de saúde fica a cargo do médico municipal e o serviço de assistência é entregue ao pároco da freguesia e a grupos locais de visitadores; 1949, 13 Abr. - a Delegação das Obras nos Edifícios das Cadeias, Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas apresenta ao DGEMN o anteprojecto de arranjo do antigo edifício dos Paços do Concelho da Golegã para adaptação a Cadeia e Posto da Guarda Nacional Republicana, da autoria do Arq. Raul Rodrigues Lima (1909-1979) (PT DGEMN.DSARH-004-0146/1); 1959, 20 Nov. - a Comissão das Construções Prisionais aprecia favoravelmente o anteprojecto, datado de 24 Ago. 1959, do novo edifício da Cadeia Comarcã da Golegã, apresentado pelo Ministério da Justiça e elaborado em conjunto com os anteprojectos do novo tribunal e dos novos paços do concelho, formando um centro cívico da autoria dos arquitectos Vasco Lacerda Marques e Armando Fernandes Amorim. O anteprojecto da nova cadeia é aprovado por despacho do SSEOP de 28 Jan. 1960; 1960, 4 Jan. - MOP aprova o estudo do centro cívico com a exclusão do edifício da cadeia, para o qual a DGSU propõe nova localização (PT DGEMN.DSARH-004-0146/3); 1966, Dez. - anteprojecto do edifício da cadeia comarcã, elaborado pelo Arq. Armando Fernandes Amorim para a DGEMN / Delegação nas Obras dos Edifícios das Cadeias, Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas, aprovado por despacho do MOP de 7 Jun. 1967 (PT DGEMN.DSARH-004-0146/3); 1968, Nov. - a Delegação apresenta ao DGEMN o projecto definitivo da cadeia comarcã, aprovado por despacho do MOP de 2 Jan. 1969; 1969, 4 Jun. - o decreto-lei n.º 49.040, considerando o elevado custo dos novos edifícios de cadeias comarcãs, o número de instalações ainda em falta para completar a rede nacional, a dificuldade da gestão partilhada entre Ministério da Justiça e câmaras municipais, a insuficiência de pessoal de vigilância, a deficiente economia do serviço e a redução na população prisional (com cadeias vazias), define os princípios orientadores da transformação gradual de alguns edifícios de cadeias comarcãs de construção recente em estabelecimentos prisionais regionais, englobando o serviço de várias comarcas e julgados municipais. Cada estabelecimento deste novo tipo é destinado ao cumprimento de prisão preventiva e/ou penas curtas (até 6 meses), por um mínimo de 25 reclusos, permitindo limitar a necessidade de novos edifícios e pessoal de vigilância e potenciando uma observação dos reclusos tendente à melhor individualização da reacção penal. Condenados e simples detidos são instalados em secções distintas, caso o estabelecimento sirva os 2 fins, e bem assim os menores de 21 anos. Nas comarcas desprovidas de estabelecimento prisional, prevê-se a criação ou adaptação de postos de detenção. Para estudar o agrupamento das comarcas e julgados municipais a servir por estabelecimentos prisionais regionais, é criada uma comissão, a nomear pelos ministros da Justiça e das Obras Públicas, aos quais cabe ainda a aprovação do plano de construções das cadeias regionais. A construção e a adaptação de novas cadeias comarcãs no continente (excepto as de Lisboa, Porto e Coimbra) são suspensas durante a elaboração do estudo, sendo a realização dos novos estabelecimentos prisionais regionais confiada à Comissão das Construções Prisionais. A extinção efectiva de cada cadeia comarcã e julgado municipal, dependente das conclusões do estudo, será progressiva, por portarias a publicar especificamente para cada caso; 1969, 21 Jul. - despacho do MOP concordando com a proposta da Comissão das Construções Prisionais de não construção do novo edifício da Cadeia Comarcã da Golegã, em conformidade com o disposto no Decreto-lei n.º 49.040, de 4 Jun. 1969 (PT DGEMN.DSARH-004-0146/3); 1970, década de - recuperação do edifício da antiga cadeia comarcã e posto da Guarda Nacional Republicana para Museu Municipal Martins Correia; 1971 - o Decreto-Lei n.º 265/71, de 18 de Junho (MJ/MOP), estipula uma zona de protecção de 50m em redor do edifício; 1976 - a Portaria n.º 59/76, de 2 de Fevereiro (MJ), extingue a cadeia a partir de 1 de Março 1977, passando a comarca a ser servida pelo Estabelecimento Prisional Regional das Caldas da Rainha; 1984 - obras de ampliação do museu; 2003 - a Portaria n.º 836/2003, de 13 de Agosto (MOPTH), anula as zonas de protecção e ónus que afectavam o edifício da cadeia.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Ministério da Justiça, Decreto-lei n.º 26.643, de 28 de Maio de 1936 in Diário do Governo n.º 124; Ministérios da Justiça e das Obras Públicas, Decreto-Lei n.º 49.040, de 4 de Junho de 1969 in Diário do Governo n.º 132; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério. Ano de 1967, Lisboa, 1971;

Documentação Gráfica

DGEMN: DRELisboa

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

DGEMN: DSARH (PT DGEMN.DSARH-004-0146)

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Ricardo Agarez 2003 (projecto "Arquitectura Judicial e Prisional Portuguesa")

Actualização

 
 
 
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