Mosteiro de São Marcos / Mosteiro dos Jerónimos / Panteão dos Silvas
| IPA.00001624 |
Portugal, Coimbra, Coimbra, São Silvestre |
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Mosteiro masculino hieronimita, gótico, manuelino, renascentista e barroco. Igreja apresentando porta principal de feição manuelina e cobertura da capela-mor de nervuras estrelada, característica deste gosto. Igreja - panteão com o melhor conjunto de arte tumular, 11 túmulos, dos séc. 15 e 16 em Portugal. O túmulo de Fernão Teles de Meneses enquadra-se em termos estruturais e decorativos no gótico final; os restantes são renascentistas na organização geral e estatuária, embora ainda apresentem ornamentação próxima do Manuelino. A capela dos Reis Magos de entrada bem lançada e harmoniosa e excelente composição geral interior, é uma valiosa construção renascentista e o claustro segue o tipo dos da renascença coimbrã. |
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Número IPA Antigo: PT020603240010 |
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Registo visualizado 2563 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino
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Descrição
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Igreja de planta longitudinal composta por capela-mor, nave e capela lateral anexa. Coberturas exteriores diferenciadas em telhado de 1, 2 e 4 águas com zimbório central na capela dos Reis Magos. Fachada principal orientada a O. com galilé de 3 arcos sobrepujada por janela e 2 nichos e torre sineira. A porta de acesso principal possui arco quebrado, moldurada e com decoração naturalista. No interior, as paredes suportam uma abóbada. À direita da entrada, os túmulos de Aires Gomes da Silva e Gonçalo Gomes da Silva e o monumento funerário de Fernão Teles de Meneses, com arco quebrado debaixo do qual 1 cortinado de pedra suspenso de 1 dossel abriga a arca com 3 escudos, rodeados de ornatos na face e com estátua jacente; em frente o púlpito e a capela dos Reis Magos. Esta tem pórtico de entrada constituído por arco redondo ladeado de pilastras, colunelos no arco, colunas angulares nas ombreiras, medalhões nas cantoneiras e cobertura em cúpula de quartelas sobre cornija circular. Alberga no topo a banqueta do retábulo dos Reis Magos com meias figuras de Apóstolos e nas faces laterais, túmulos com estátuas jacentes de cavaleiros armados. O da esquerda guarda a ossada de Aires Gomes da Silva-o-Velho, o da direita D. Antónia de Vilhena e seu marido Diogo da Silva. Na capela-mor 1 abóbada de nervuras estrelada apoiada em mísulas e na parede esquerda 3 arcos sob os quais se encontram 3 túmulos; o da fundadora do convento, D. Brites de Meneses, e os de João da Silva e Aires da Silva com os arcos sólios cobertos de ornatos e rendilhados e com arcas com estátuas jacentes; em frente o do regedor João da Silva com a representação de uma Assunção sobre estátua jacente. O retábulo do altar-mor, de pedra policromada, divide-se em 2 zonas repletas de figuras entre bancada, soco e frontões; um arco central rasgado na zona alta abriga um alto relevo de Cristo Descido da Cruz. À esquerda do túmulo do regedor João da Silva fica uma porta de acesso à sacristia, sala rectangular coberta por abóbada de pedra de nervuras apoiada sobre mísulas. A E. comunica com o claustro, que se ergue a S. da igreja em 2 pisos e se divide lateralmente em 3 tramos de 2 arcos sobre colunas, separados por grandes contrafortes. As galerias são cobertas por abóbadas de nervuras. A E., encostada à sacristia, situa-se a sala do capítulo, com grande porta arquitravada entre 2 colunas dóricas e em cima friso e cornija. Tem cobertura em abóbada de quartelas. A O. do claustro, perpendiculares à frontaria, desenvolvem-se ao nível térreo, o celeiro e a adega, 2 salões rectangulares de 3 naves com abóbadas de nervuras. |
Acessos
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Quinta de São Marcos a cerca de 2.750 metros a N. da E.N. 111. |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 (Igreja de São Marcos) / Decreto n.º 28 536, DG, 1.ª série, n.º 66 de 22 março 1938 (Capela dos Reis Magos, retábulo do altar-mor, sacristia, claustro, casa do capítulo e adegas do Convento de São Marcos) |
Enquadramento
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Rural, na Qt.ª de São Marcos, enquadrado pelo palácio adossado a S., por casa alpendrada a N., por vasto terreiro arborizado que se estende na frente até ao Cruzeiro (060324011); em volta, campos de cultivo. Dos jardins e varandas do palácio usufruem-se belíssimas vistas sobre os campos do Mondego. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: monumento |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Universidade de Coimbra |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Arquitectos Gil de Sousa (conjunto conventual) *2, Diogo de Castilho (capela-mor); Nicolau Chanterene (retábulo-mor); Diogo Pires-o-Velho (túmulo de Fernão Teles de Meneses), João de Ruão (túmulo do regedor João da Silva). |
Cronologia
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1441 - João Gomes da Silva institui missa quotidiana por sua alma, na primitiva ermida dedicada a São Marcos; 1451 - fundação do Mosteiro por doação de D. Beatriz de Meneses, esposa de João Gomes da Silva, aos frades Jerónimos, no local da ermida dedicada a São Marcos; as obras de construção sob a direcção do mestre Gil de Sousa, arquitecto do rei; 1522-23 - capela-mor e reforma do templo por Diogo de Castilho; retábulo-mor por Nicolau Chanterene; 1574 - construção da Capela dos Reis Magos; Séc. 18, final - alterações na frontaria sendo-lhe acrescentada a galilé; 1834 - após secularização dos bens conventuais, o mosteiro e a cerca foram adquiridos por um particular; 1860, 2 de Novembro - incêndio destrói parte do convento, salvando-se apenas a igreja e casa ao lado; 1952 - o mosteiro e restante parte rústica e urbana da propriedade foram adquiridos pela Fundação da Casa de Bragança; inferiormente sobre as ruínas fêz construír um palácio, com projecto do arquitecto Leonardo Castro Freire; 1976 - a igreja e dependências conventuais são cedidas à Universidade de Coimbra; 1980, 29 Janeiro - a propriedade é comprada pelo Ministério das Finanças; 1981, 9 Março - o M.F. faz a cedência ao Ministério da Educação, que por sua vez a delegou à Universidade de Coimbra. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes, estrutura mista |
Materiais
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Alvenaria de pedra, cantaria, pedra de Ançã. Madeira de castanho (portas). |
Bibliografia
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A Universidade de Coimbra, Coimbra, 1988; BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987; CORREIA, Vergílio e GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Coimbra, Lisboa, 1952; DIAS, Pedro, A Arquitectura de Coimbra na Transição do Gótico para a Renascença, 1490-1540, Coimbra, 1982; DIONÍSIO, Sant'Anna e outros, Guia de Portugal. Beira Litoral, vol. III, tomo I, Lisboa, 1944 (2.ª ed., Lisboa, 1984); GONÇALVES, António Nogueira, O Paço e a Igreja de São Marcos, Coimbra, 1980; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70712 [consultado em 11 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMC |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1939 - enviada ao proprietário estimativa do restauro da igreja: coberturas, pavimentos e recuperação das cantarias; 1946 - substituição da cobertura; 1978 - reparação das coberturas; 1987 - obras de beneficiação das coberturas. |
Observações
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*1 - DOF: Igreja de São Marcos incluindo a Capela dos Reis Magos, retábulo do altar-mor, sacristia, claustro, casa do capítulo e adegas do Convento de São Marcos. *2 - o arquitecto Gil de Sousa foi autor da Penha Longa. Do antigo mosteiro só resta o andar inferior das celas, correspondente ao celeiro e adega. |
Autor e Data
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Margarida Alçada 1984 / Horácio Bonifácio 1991 / Francisco Jesus 1998 |
Actualização
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