Farol da Ferraria
| IPA.00015920 |
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Ponta Delgada, Ginetes |
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Arquitectura de comunicações, do séc. 20. Farol costeiro de planta rectangular composto por corpo principal integrando torre quadrangular, e por dois corpos posteriores dispostos lateralmente. Fachadas de cunhais apilastrados, de um ou dois pisos, terminadas em cornija, o principal com os pisos separados por cornija e com a cornija do remate encimada por ameias decorativas, rasgadas por vãos rectilíneos ou abatidos, num jogo rítmico. A torre do farol, avançada da fachada principal, apresenta três registos marcados por vãos, correspondendo o inferior a uma porta e os superiores a pequenos vãos, terminando em varandim com guarda de cantaria vazada e com acesso à lanterna. |
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Número IPA Antigo: PT072103090049 |
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Registo visualizado 4857 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Comunicações Farol
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Descrição
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Planta rectangular composta por corpo principal, integrando torre quadrangular avançada da fachada principal, e por dois corpos rectangulares posteriores, mais baixos e dispostos lateralmente. Volumes escalonados com coberturas em telhados de quatro águas no corpo principal, de três nos posteriormente e em terraço na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois pisos separados por cornija rectilínea ou apenas de um, com embasamento de cantaria rasgado por frestas de arejamento, cunhais apilastrados, rematadas em ameias decorativas, no corpo principal, ou em cornija nos posteriores e rasgadas por vãos rectilíneos ou de verga abatida com molduras a estreitar nas zonas laterais. Fachada principal virada a SO., com torre de 18 metros de altura marcada por três registos de vãos, o inferior rasgado por portal de verga recta precedida por escada com guardas rebocadas e pintadas, e dois vãos estreitos; a torre termina em cornija bastante avançada formando balcão corrido, sobreposto por guarda de cantaria, vazada por elementos ovais, intercaladas por acrotérios, mais altos, protegendo terraço onde se dispõe a cúpula envidraçada, pintada de vermelho, coroada por catavento. Os panos laterais são semelhantes, rasgando-se no piso térreo portal de verga recta, igualmente precedido de escada, ladeado por duas janelas de peitoril de verga abatida, os três com caixilharia de duas folhas e bandeira; no segundo piso abrem-se três janelas de peitoril rectilíneas. Fachadas laterais semelhantes, rasgadas no primeiro piso por janelas de peitoril de verga abatida, com bandeira, e no segundo piso do corpo principal duas janelas de peitoril rectilíneas ladeando vão tipo fresta. Lateralmente, a torre é rasgada por vão semelhante aos da frontaria. Na fachada posterior, os corpos dispostos lateralmente são rasgados por porta de verga recta entre janelas de peitoril rectilíneas e na face interna por uma outra janela semelhante; ao centro, abre-se porta de verga recta, precedida por escada, entre duas janelas de peitoril estreitas. No segundo piso rasgam-se janelas de peitoril rectilíneas semelhantes às da frontaria. |
Acessos
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Ilha de São Miguel. Rua do Farol. VWGS84 (graus decimais): lat.: 37.853528; long.: -25.850448 |
Protecção
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Enquadramento
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Orla marítima, isolado na Ponta da Ferraria, na costa O. da Ilha de São Miguel. Ergue-se no cimo de uma falésia, dispondo-se o plano focal a 107 m de altitude, com propriedade vedada por muro de alvenaria de pedra, rebocado e pintado de branco, envolvendo outros anexos, nomeadamente a habitação do faroleiro, de planta rectangular e um piso, disposta do outro lado de uma ribeira, possuindo ponte de ligação sobre a mesma. O farol é circundado lateral e posteriormente por outros muros que seccionam o terreno, com portões de ligação às zonas de horta e anexos. É enquadrado por terrenos reticulados de pastos. |
Descrição Complementar
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O farol tem o nº nacional 719 e o nº internacional D-2655. O sistema iluminante é composto por óptica de 3ª Ordem, de 500 mm, com uma característica luminosa de três relâmpagos agrupados num período de 20 segundos, e com 27 milhas náuticas da alcance luminoso. Na fachada lateral esquerda existe placa, pintada de azul, com a inscrição: MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL DIRECÇÃODE FARÓIS - CAPITANIA DO DISTRITO DE PONTA DELGADA FAROL DA FERRARIA 1901. Sobre o portal central da fachada posterior existe lápide com a inscrição PATRIMÓNIO DO ESTADO. |
Utilização Inicial
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Comunicações: farol |
Utilização Actual
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Comunicações: farol |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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MDN: Capitania do Porto de Ponta Delgada e Direcção de Faróis |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1883 - data da aprovação do Plano Geral de Alumiamento e Balizagem contemplando na Ferraria a construção de um farol de 2.ª ordem, emitindo grupos de três clarões brancos, com um alcance, em estado médio de transparência atmosférica de 25,5 milhas; previa-se a despesa de 21.014$000 na sua construção; 1891 - data do relatório do conselheiro Almeida de Ávila concordando com a construção de um farol na Ponta da Ferraria, mas de 3ª ordem, com um alcance de 15 a 20 milhas; 1901, 22 Outubro - data do Aviso aos Navegantes n.º 18 informando que "Tendo terminado o período de experiências, deverá a luz do Farol da Ferraria começar a funcionar definitivamente a partir de 9 do próximo mês de Novembro"; refere ainda que as experiências realizadas mostraram que o alcance luminoso, que devia ser de 21,5 milhas, em estado médio de transparência atmosférica, chegava a atingir 30 milhas, no melhor estado de transparência; inicialmente o farol foi equipado com um aparelho lenticular, dióptrico catadióptrico girante, de 3ª ordem, grande modelo (500 mm de distância focal), sendo a fonte luminosa um candeeiro de nível constante; 1946 - obras de restruturação do farol levando à necessidade de substituir o aparelho óptico por um outro idêntico, mas de características diferentes; 1947 - o telefone que pertencia à estação semafórica passou para o serviço do farol para transmissão de boletins meteorológicos; 1957 - electrificação do farol com a montagem de grupos electrogéneos; passou ter como fonte luminosa uma lâmpada de 3000W, que conferiria um alcance luminoso de 43 milhas, continuando a máquina de relojoaria a fazer a rotação da óptica; 1974 - montagem de um motor eléctrico para dar corda à máquina de relojoaria, sistema inventado pelo chefe do farol Bettencourt Leça; 1988 - electrificação do farol com energia da rede pública, passando a funcionar com uma lâmpada de 1000W/120V e com motores de rotação eléctricos; actualmente encontra-se automatizado com o sistema modelo DF, com característica de três relâmpagos agrupados num período de 20 segundos e um alcance luminoso de 27 milhas. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes autónomas. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; frisos, cornijas, embasamento, cunhais, guarda e degraus em cantaria; plataforma, cimalha da torre, cimalha e terraço em volta da torre cimento armado; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; estrutura da cúpula em ferro; algerozes metálicos; pavimento de mosaico; cobertura de telha. |
Bibliografia
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FURTADO, Eduardo Carvalho Vieira, Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico, s.l., s.e., 2005; http://pt.wikipedia.org/wiki/Farol_da_Ponta_da_Ferraria, Julho 2010; http://www.lifecooler.com/Portugal/patrimonio/FaroldaFerraria, Julho 2010; http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_jan2005/pag_35.hmtl, Julho 2010; http://www.geocaching.com, Julho 2010. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2010 |
Actualização
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