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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal simples, de três naves, com volumes escalonados e coberturas em telhados de uma e duas águas. Fachada principal orientada a O., em cantaria aparente, de aparelho regular, revelando a divisão espacial interior, com três panos definidos por quatro colunas, duas delas de ordem colossal, de fuste liso assentes em bases facetadas e de capitéis decorados com torçal formando volutas e com as iniciais C. A.; o pano central termina em frontão triangular, com friso decorado com triglifos no alinhamento das colunas, e com três segmentos de colunas de capitéis iguais aos que definem os panos no tímpano; é rasgado por portal em arco de volta perfeita assente nos pés direitos, enquadrado por duas colunas de iguais capitéis sustentando falso frontão triangular, com porta de almofadas decoradas com acantos, encimado por rosácea circular. Os panos laterais, sensivelmente mais recuados e terminados em segmento de frontão triangular com decoração igual ao central, apresentam nichos de arco abatido, contendo cada um deles, urna com torçal sobre plinto, tendo na face frontal, do lado esquerdo, 25 DE DEZEMBRO e, do lado direito, DE 1860 inscrito, assentes em cornija recta. Fachadas laterais cegas, rebocadas e pintadas de branco, de três panos definidos por pilastras toscanas, percorridas por embasamento de cantaria e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beiral; na lateral direita surge uma placa alusiva ao Rei Carlos Alberto. A fachada posterior, rebocada e pintada de branco e com embasamento de cantaria, revela igualmente a divisão espacial interior, terminando a nave central em empena e as laterais em segmento de empena, com friso e cornija; é rasgada por portal de verga recta com moldura em cantaria encimado por falso frontão triangular, sobrepujado por rosácea circular e ladeado por duas grandes janelas rectilíneas com arco de volta perfeita, gradeadas. |
Acessos
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Avenida das Tílias dos Jardins do Palácio de Cristal |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, integrado nos Jardins do Palácio de Cristal (v. PT011312070337), na Av. das Tílias, próximo do Pavilhão dos Desportos Rosa Mota (v. PT011312070289) e do Edifício Cultural do Palácio, que integra a Biblioteca Municipal de Almeida Garrett (v. PT011312070294) e a Galeria do Palácio. Possui adro envolvente, pavimentado a lajes de granito, com cruzeiro colocado em frente da fachada principal e lago junto à fachada posterior. Desfruta de grande paisagem sobre o rio Douro. Na proximidade, implantam-se a Quinta da Macieirinha (v. PT011312070061) e a Casa Tait. Fronteiro aos Jardins fica a Capela do Senhor Jesus da Boa-Nova / Capela do Senhor da Boa-Nova / Capela da Torre da Marca (v. PT011312070215) e a Torre do Palácio dos Terenas / Torre de Pedro-Sem / Torre da Marca (v. PT011312070006). |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÃO da lápide da fachada lateral direita: Capela mandada construir à memória de CARLOS ALBERTO por sua irmã a princesa AUGUSTA DE MONTLEART. CARLOS ALBERTO, Rei da Sardenha, foi campeão da unidade italiana. Vencido pelos austríacos na batalha de Novara, abdicou em seu filho VITOR MANUEL, e, exilando-se, acolheu-se ao PORTO, falecendo na Quinta das Macieiras. Rua de ENTRE-QUINTAS, em XXVIII-VII-MDCCCXLIX. "Reinou como um justo, combateu como um forte e morreu como um santo" Município do Porto XXII-VI-MCMXXXV. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Joaquim Costa Lima (1854). ESCULTOR: Alexandre Oliva (1866). ORGANEIRO: J. W. Walker (1865). PEDREIRO: Lopez (1854). |
Cronologia
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1849 - O Rei Carlos Alberto da Sardenha, escolheu como lugar de exílio a cidade do Porto, após ter sido derrotado em Novara pelo exército austríaco, interrompendo o sonho de uma Itália unida; 1849, 29 Julho - morte de Carlos Alberto, Rei da Sardenha, na Casa da Quinta da Macieirinha; o seu corpo, tendo estado depositado na Capela de São Vicente, no Claustro da Sé do Porto, foi levado para Turim a bordo do navio de guerra italiano Mozambano; 1854 - a Princesa Frederica Augusta de Montheart, meia-irmã do rei Carlos Alberto, veio ao Porto e mandou construir uma Capela nos jardins em homenagem ao seu irmão; Março - a Princesa, que tinha elaborado o projecto, com a ajuda do arquitecto Joaquim Costa Lima, requereu à Câmara que lhe cedesse por compra ou aforamento, terreno para erigir a Capela o mais próximo possível da Casa da Quinta da Macieirinha; a Câmara, presidida pelo Visconde Trindade aprovou o projecto e também a cedência gratuita do terreno; 26 Abril - marcação do terreno; 17 Maio - lançamento da primeira pedra, sob a qual ficou um pergaminho do respectivo auto, algumas moedas com a efígie do Rei Carlos Alberto e um texto da própria princesa, tudo selado com cal e colocado no lado S., junto à primeira coluna; 3 Dezembro - a Ordem do Carmo ficou encarregue da administração da Capela que aceitou por acórdão da Mesa; 1854 - a princesa demonstra o seu descontentamento através de carta enviada de Paris, devido à lentidão das obras e ao não comprimento do prometido pelo pedreiro Lopez; 1856, 21 Agosto - escritura de cedência do terreno entre a Câmara e o conselheiro José Lourenço Pinto, secretário-geral do Governo Civil como procurador de Sua Alteza; 1858 - a princesa demonstra novamente o seu desagrado pela demora da construção da Capela; 1861, Setembro - a princesa deslocou-se novamente ao Porto, trazendo consigo de Paris todos os paramentos e alfaias; 25 Dezembro - conclusão das obras; 26 Dezembro - é rezada a primeira missa na Capela; lançamento da primeira pedra para a construção do Palácio de Cristal em cujo recinto o templo ficou integrado; 1862, 23 Janeiro - carta de Paris da Princesa onde revela a sua satisfação pelo término das obras, e expressa a sua vontade de ver a Capela sob a administração da Ordem do Carmo, para que possam começar a celebrar as missas regularmente; 22 Outubro - o príncipe Humberto de Sabóia assiste na Capela Carlos Alberto a uma missa; 1863, 13 Março - a princesa Frederica Augusta Montheart doou a Capela de Carlos Alberto ao Rei de Portugal, que no ano anterior, casara com D. Maria Pia de Sabóia; 1865, 18 Setembro - execução de um órgão com 4 teclados manuais por J. W. Walker; 1866 - execução do retábulo em Paris, pelo escultor Alexandre Oliva, constituído por quatro colunas e um nicho a imagem de São Carlos Borromeu; 1947 - o órgão foi saqueado; 1950, até - a Capela pertenceu à Casa de Bragança; a Rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e a sua nora Vitória de Hozenzohlen doaram-na à Câmara Municipal do Porto; 1951 - desmantelamento do órgão e venda dos tubos. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Elementos estruturais, paramentos da fachada principal, embasamento, pilastras, frisos, cornijas, colunas, capitéis, molduras dos vãos das portas, janelas e rosáceas em cantaria de granito; fachadas laterais e posterior rebocadas e pintadas de branco; portas em madeira; janelas e rosáceas gradeadas em ferro pintado de verde escuro com vidros simples; placa de mármore; cobertura exterior em telha. |
Bibliografia
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VITORINO, Pedro, A Capela de Carlos Alberto, O Tripeiro, Porto, IV série, ano I, 1930 / 1931, pp. 10 - 12; FERREIRA, J. A. Pinto, A Capela de Carlos Alberto, O Tripeiro, Porto, 1948, pp. 115 - 153 e pp. 238 - 242; BASTOS, A. de Magalhães, Carlos Alberto, O Tripeiro, Porto, V série, ano VI, 1951, pp. 145 e 224; VALENÇA, Manuel, A Arte Organista em Portugal, vol. II, Braga, 1990; QUARESMA, Maria Clementina, Inventário Artístico de Portugal, Cidade do Porto, Lisboa, 1995. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CMP: Notariado Privativo (Processo de doação da Capela de Carlos Alberto) |
Intervenção Realizada
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1935 - afinação do órgão. |
Observações
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Autor e Data
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Patrícia Costa 2003 / Sónia Basto 2005 |
Actualização
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