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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem de Santa Clara - Clarissas (jurisdição do ordinário)
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Descrição
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Planta longitudinal composta por dois rectângulos justapostos e adossamento de torre de planta quadrada e dois anexos de planta rectangular a S. e de sacristia de planta rectangular a N.. Cobertura diferenciada a duas águas. Fachada principal orientada a O, com embasamento proeminente. No primeiro registo, possui portal em arco abatido ladeado por pilastras molduradas e encimado por friso saliente com data de 1808 incisa, surgindo, no segundo, janelão em arco abatido com moldura curvilínea e coroamento angular curvilíneo. A torre tem três registos divididos por frisos, surgindo uma fresta em cada um dos primeiros registos, tendo, no terceiro, abertura sineira em arco pleno. O coroamento é piramidal. Na fachada S., a torre é cega nos dois registos inferiores e, no terceiro, abertura sineira em arco pleno. No corpo da nave, dividido em dois registos, surge, no primeiro, anexo adossado e no superior duas janelas em arco abatido. O volume da capela-mor tem igualmente anexo adossado e, no registo superior duas janelas rectas. Remate em cornija. Fachada N. tem, no corpo da nave, portal recto e moldura de meia-cana encimado por friso saliente e superiormente janela em arco abatido e janela recta, pedra de armas. No volume da capela-mor, surge adossada a sacristia com 2 janelas rectas. Remate em cornija. Fachada E. cego, rematado em empena com cornija. INTERIOR de nave única, coro-alto sustentado por arco abatido. Pavimento lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço de madeira. A nave é iluminada por 2 janelas a S. e a N.. No lado S., surge púlpito com base quadrada de cantaria e balcão decorado. Integra dois altares simétricos, encaixados em arcos plenos de cantaria e com retábulos em talha dourada e tábuas pintadas. Arco triunfal de volta perfeita. Capela-mor iluminada por duas janelas a N. e S., com pavimento lajeado e cobertura de tecto apainelado de 35 caixotões (7 no sentido transversal e 5 no sentido longitudinal) pintados com figuração de cenas marianas. No lado N., surge porta recta encimada por arcossólio em arco abatido com inscrição e rematado por pedra de armas em pedra de Ançã, tendo no oposto porta recta encimada por arcossólio simétrico ao anterior. Os muros são totalmente revestidos com azulejo polícromo de padrão geométrico e motivos vegetalistas estilizados. Retábulo do altar-mor em talha dourada e com tábua pintada figurando Cristo *1. |
Acessos
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Praça Sacadura Cabral |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 740-CX/2012, DR, 2.ª série, n.º 248, 24 dezembro 2012 |
Enquadramento
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Urbano, situa-se em local plano ajardinado, na proximidade do Pelourinho (v. PT020910170001) e do Solar Antas e Meneses (v. PT020910170010), actuais Paços do Concelho, adossado à Igreja da Misericórdia (v. PT020910170007). |
Descrição Complementar
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Existência de um órgão. |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ESCULTOR: Casa Fânzeres de Braga. FUNDIDORES: Oficina Fernandes. MARCENEIRO: Júlio de Figueiredo Júnior. ORGANEIRO: António Joaquim Claro. |
Cronologia
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1596 - Fundação da Igreja e Mosteiro de São Luis, de freiras clarissas, por Luís de Figueiredo Falcão *2; tinha de renda anual 100$000 e 16 moios de pão; 1602, 5 Dezembro - entrega do convento à Ordem de São Francisco, apesar de desentendimentos entre o fundador e vários prelados que pretendiam a ampliação das instalações; as primeiras freiras provinham do Mosteiro de Santa Clara da Guarda; 1603, Outubro - entram as primeiras religiosas no edifício; conflitos sucessivos com o bispo sobre o estatuto das religiosas, que levou à interdição do mosteiro; séc. 17 - colocação do tecto de caixotões e retábulo do altar-mor; revestimento azulejar da capela-mor; 1620 - oferta de relíquias pelo papa Paulo V, de São Caio Papa, São Vital, Santa Teodora e Santa Cristina; 1631 - morte do fundador, sepultado da igreja; 1647 - morte do filho do fundador, António de Figueiredo Falcão; séc. 18 - execução da imagem de São José; 1797 / 1828 - foi erigida em Catedral por ordem do Bispo D. Bernardo Bernardino Beltrão, após a demolição da Igreja do Salvador; 1808 - obras de renovação da igreja, talvez reconstrução da fachada principal e construção do coro-alto em madeira; 1836 - extinção do convento; posteriormente a igreja passou a servir funções paroquiais; 1862 - construção da torre sineira, por mestre local; 1881, 30 Setembro - por bula de Leão XIII, foi extinto o bispado; 1906 - colocação do órgão; séc. 20, 1ª metade: após a Proclamação da República os edifícios monacais foram adaptados para a instalação do teatro, tribunal e outras repartições públicas e a cerca foi transformada em passeio público; as actuais instalações da Misericórdia pertenciam também ao mosteiro; execução das mísulas pelo marceneiro Júlio Figueiredo Júnior; 1904 / 1906 - feitura de um órgão, do tipo francês, por António Joaquim Claro; execução de uym novo sino na oficina Fernandes, de Trancoso; 1916 - pelo Arrolamento dos Bens da Freguesia de Pinhel, é referida a existência de paramentaria diversa, de um Crucificado em marfim, de um baptistério novo, uma custódia de prata dourada, três relicários e as imagens do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora do Encontro, Imaculada Conceição (do 3.º quartel do séc. 19 e na Capela do Hospital), Santo António, Santa Clara e São Salvador (na Igreja de Santa Maria), Santa Inês, do séc. 17, e três sinos; 1988 - restauro do órgão e construção de novo coro-alto assente em arco abatido de granito; 1997 - foi elaborado o estudo para a construção de um museu de arte-sacra e novo cartório paroquial, na ala anexa à Igreja; 1977, 6 de janeiro - proposta de classificação da DGPC; 1980, 22 de agosto - parecer da Comissão do IPPC a propor a classificação como IIP. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes; tecto de caixotões. |
Materiais
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Granito; cantaria e alvenaria; aparelho isódomo; revestimento inexistente e reboco; telha de aba e canudo. |
Bibliografia
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LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; CASTRO, Osório da Gama e, Diocese e Distrito da Guarda, Porto, 1902; MARTA, Ilídio, Pinhel Falcão, Celorico da Beira, 1943; BIGOTTE, Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, Lisboa, 1948; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 198O; Direcção-Geral do Planeamento Urbanístico, Plano da Área Territorial da Guarda, Património Artístico - Cultural, Situação Actual, Concelho de Pinhel, Lisboa, 1984; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; MARTA, Ilídio S., Perfil de Pinhelenses, Pinhel, 1993; VAZ, Padre Francisco, Santa Maria de Pinhel, Lisboa, 1995; Intervenção de fundo na Igreja de São Luís, in Terras da Beira, 17 Agosto 2006. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH |
Intervenção Realizada
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1968 / 1969 - obras nos altares, ambões e pavimentos, pelo mestre pedreiro Albino Alves Hermenigil; 1989 - restauro do órgão por António Simões, custeado pela Secretaria de Estado da Cultura. |
Observações
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*1 - o mosteiro ocupava o actual jardim, clube, teatro, tribunal, secretaria e cadeia. *2 - estipulava que ele e descendentes ali se sepultassem e que se gravassem as suas armas nas paredes; a abadessa vitalícia seria uma sua irmã, proveniente do convento da Guarda, tendo o convento 33 religiosas, 10 à sua escolha, com o dote de 20$000; obrigava a clausura, excepto parentes até ao segundo grau. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1992 |
Actualização
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