Igreja Paroquial de Algodres / Igreja de Nossa Senhora da Alagoa
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Portugal, Guarda, Figueira de Castelo Rodrigo, União das freguesias de Algodres, Vale de Afonsinho e Vilar de Amargo |
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Igreja paroquial de fundação românica, com elementos ainda remanescentes no pórtico principal em volta perfeita. De planta retangular com nave dividida em cinco tramos, divididos por arcos diafragma apontados, apoiados por contrafortes exteriores, com coro-alto, capela-mor e sacristias adossadas. Cobertura em vigamento de madeira na nave e em caixotões na capela-mor. Retábulos em talha dourada, o mor de estrutura maneirista e os colaterais do estilo nacional. Influência do "Motivo de Serlio" na capela lateral sul. |
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Número IPA Antigo: PT020904010011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular, composta por nave e capela-mor, tendo adossadas duas sacristias, capela lateral e torre sineira. Cobertura diferenciada a duas águas. Fachada principal voltada a O., rasgada por pórtico em arco pleno, de duas arquivoltas, encimado por arco quebrado entaipado e remate em empena com cornija, truncada por campanário de duas aberturas em arco pleno, encimado por friso duplo e três pináculos piramidais. Torre sineira adossada ao alçado N., de planta quadrada, com embasamento proeminente, dividida em três registos delimitados por frisos, o primeiro rasgado por janela em arco abatido com moldura de decoração curvilínea, encimada por concheado ladeado por volutas estilizadas. No segundo, janela em arco abatido idêntica, encimando inscrição. Na zona superior, quatro aberturas sineiras de arco pleno. Remate em friso e cornija, com quatro pináculos bojudos e coroamento bojudo, encimado por esfera. Alçado N. tem, no corpo da nave, quatro contrafortes com esbarro em bisel. Porta de verga recta e duas janelas com molduras simples. Remate em cornija e sineta em arco pleno no eixo da porta. Sacristia adossada ao corpo da capela-mor, com porta rectangular a O. e janela a E.. Alçado E. cego, com empena e cornija. Alçado S. tem, no corpo da capela-mor, fresta recta. e, no da nave, dois contrafortes com esbarro em bisel. Porta em arco abatido, encimada por arco quebrado entaipado e duas janelas rectas. Capela lateral adossada com janela recta a E.. Remate em cornija descontínua, possuindo cachorros lisos e decorados. INTERIOR dividido em cinco tramos divididos por quatro arcos diafragma quebrados assentes em pilares chanfrados nos ângulos, com pavimento lajeado e cobertura em vigamento de madeira. Coro-alto de madeira e capela baptismal sob a torre com abertura em arco pleno e coberta com abóbada de berço. Lado do Evangelho com púlpito e altar inserido na caixa murária, surgindo, no oposto, capela lateral. Arco triunfal quebrado com três arquivoltas, possuindo nas impostas e no fecho figuras humanas, ladeado por retábulos colaterais em ângulo, ambos dedicados à Virgem. Capela-mor com duas portas de verga recta, de acesso às sacristias. Retábulo-mor em talha dourada, de planta recta, em dois registos, divididos por friso e cornija e em três eixos definidos por colunas coríntias com o terço inferior decorado com grotesco. Na zona central, surge o sacrário, em forma de tabernáculo, e, superiormente, nicho em caixotões, trono e a figura do orago. Lateralmente, quatro tábuas pintadas e predela com figuras de santos. Altar paralelepipédico. Pavimento lajeado e cobertura em caixotões. decorados com elementos geométricos e fitomórficos estilizados. |
Acessos
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Largo da Igreja |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 95/78, DR, 1ª série, nº 210 de 12 setembro 1978 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, em terreno plano constituindo largo onde confluem várias vias e delimitado por construções rústicas de dois pisos e construções incaracterísticas. |
Descrição Complementar
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Na torre, a inscrição: "TURRIS DA VITOR (?)A /MANDOU FAZER ESTA TORRE O ABe. MCº CAET CABRAL DE SOUSA/ANº DE 1777". Retábulos colaterais são semelhantes, com mísula central enquadrada por colunas torsas, que se prolongam em duas arquivoltas no ático. Altares paralelepipédicos, com frontal decorado com concheados e marmoreados. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 14 - edificação da igreja; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 30 libras; integra o termo e bispado de Ciudad Rodrigo; 1537 - era abade Jorge Couceiro, que recebia 2$000 e o pé de altar, calculado em 20$000; séc. 17 / 18 - aplicação do tecto de caixotões da capela-mor e dos retábulos em talha dourada; construção da torre sineira; construção de um reduto militar junto à igreja no contexto das Guerras da Restauração, ainda existindo vestígios no séc. 19; foi Abadia da apresentação alternada da Mitra e do Papa e tinha o rendimento de 30 libras; 1627 - sata insculpida num dos arcos diafragma, corresponderá a obras no imóvel; séc. 18 - feitura do actual altar de Nossa Senhora de Fátima, no lado da Epístola; era do padroado real e da apresentação dos bispos da Guarda; 1720 - colocação, na igreja, de uma imagem de Santa Quitéria, antigo orago; 1754 - sepultura mandada fazer por Francisco de Almeida; 1758, 18 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo abade Paulo Cabral de Gouveia, é referido que a paróquia tinha 150 vizinhos, sendo dedicada a Nossa Senhora da Alagoa, com altar-mor e dois colaterais, dedicados a Nossa Senhora do Rosário (Evangelho) e ao Menino Jesus (Epístola); tendo, ainda dois altares particulares, o de São João, no Evangelho, e o de Nossa Senhora do Socorro, na Epístola; tinha a Irmandade das Almas e o pároco era abade de apresentação ordinária, com a renda de 200$000; 1764 - data da sepultura de Maria de Távora, filha de Francisco de Távora; 1777 - data da edificação da torre sineira; séc. 19 - provável construção do coro-alto; modernização das fachadas e vãos de iluminação e feitura de novas cornijas; transformação do orago para Nossa Senhora do Altar; 1821 - a povoação integrava o concelho de Almendra; séc. 20, meados - substituição da cobertura; construção da sacristia N.; redouramento dos retábulos. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista; tecto de caixotões; abóbada de berço. |
Materiais
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Granito, cantaria; aparelho isódomo; madeira; revestimento inexistente; telha de canudo. |
Bibliografia
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LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; AZEVEDO, Joaquim de, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; MARTINS, José Canário, Notas Sobre Arte em Riba-Côa, in Altitude, Guarda, 1943; BIGOTTE, José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda; Lisboa, 1948; CABRAL, A. A. Dinis, Algodres - Figueira de Castelo Rodrigo, Figueira de Castelo Rodrigo, 1967; GOMES, Jesué Pinharanda, História da Diocese da Guarda, Braga, 1981; COIXÃO, António do Nascimento Sá e TRABULO, António Alberto Rodrigues, Evolução político-administrativa na área do actual concelho de Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Foz Côa, 1995; BORGES, Júlio António, O Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo III, in Beira Alta, vols. LXI, fasc. 3 e 4, Viseu, 2002, pp. 319-350. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGARQ/TT: Dicionário Geográfico - Memórias Paroquiais (vol. 2, n.º 62, fl. 505) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Margarida Conceição 1992 |
Actualização
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