Pelourinho de Figueiró da Granja

IPA.00001454
Portugal, Guarda, Fornos de Algodres, Figueiró da Granja
 
Pelourinho quinhentista, de pinha piramidal embolada, com soco octogonal de quatro degraus, de onde evolui coluna de fuste octogonal e capitel tronco-piramidal invertido, com elemento heráldico. Remate em pináculo piramidal e esfera. Apresenta afinidades com os Pelourinhos de Ínfias (v. PT020905070005), Casal do Monte (v. PT020905120002) e Melo (v. PT020906090001). É muito simples, mas com alguns elementos decorativos, onde predominam, os cordiformes. Possui uma originalidade heráldica que levou M. G. Real a afirmar que o pelourinho será posterior ao reinado de D. João II. É possível que o remate superior constitua uma esfera armilar rudimentar.
Número IPA Antigo: PT020905040003
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição monástica  Tipo pinha

Descrição

Estrutura em cantaria de granito, composta por soco octogonal de quatro degraus, estando o primeiro semi-enterrado no solo, de onde evolui a coluna de fuste octogonal com base quadrangular chanfrada nos ângulos e com gola ou anel superior e de secção octogonal. O remate é constituído pela sobreposição de duas pirâmides de base octogonal, unidas pela base e estando a inferior em posição invertida; apresenta friso na união decorado com motivo cordiforme. Escudo adossado a NO. do remate e circundado por motivo decorativo em forma de cabo; o campo de escudo apresenta nove compartimentos cavados nos quais figuram cinco besantes em aspa. O remate é encimado por coruchéu em forma de cilindro estriado ou esfera armilar muito rudimentar.

Acessos

Intersecção da EN 330 com a Rua da Botica. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,627694; long.: -7,499492

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 122, DG, 1ª série, nº 231 de 11 outubro 1933

Enquadramento

Urbano, isolado, situado em terreno um pouco desnivelado, na intersecção da EN 330 com a Rua da Botica, caracterizado por casas rústicas e lateral à Capela de São Sebastião (v. PT020905040024).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 16 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Época medieval - a povoação era denominada Granja ou Herdade da Figueirola ou de Figueiró; 1146 - venda da quinta por D. Afonso Henriques e D. Mafalda a Egas Gonçalves, pelo preço de um cavalo e uma mula; 1161 - doação de Egas Gonçalves ao Mosteiro de São João de Tarouca, confirmada pelo Papa Alexandre III em 1163; 1170 - concessão de carta de couto ou de foral por D. Afonso Henriques e D. Sancho, talvez a pedido do donatário; definição dos limites concelhios que se mantiveram até à actualidade; o convento arrendava as terras e mandava construir casas pelas quais recebia uma renda, as casarias; a jurisdição pertencia à coroa; 1247 - contrato de enfiteuse ou carta de prazo perpétuo, abrangendo todas as terras cultivadas ou a cultivar; 1392 - transferência ou subemprazamento das rendas pertencentes ao convento, por uma quantia anual, à família Osório, que aí viveu em fins do séc. 16 e cujos descendentes se passaram a intitular "Senhores de Figueiró da Granja"; 1443 - elevação à categoria de concelho por alvará de D. Afonso V, sendo já vila e julgado; 1510 (DIONÍSIO) - 1515 (MARQUES) ou 1518 (REAL) - concessão de carta de foral por D. Manuel como "Figueiró da Granja do Mosteiro de São João de Tarouca"; provável edificação do pelourinho; possuia forca no Alto do Soitinho; 1708 - tem 132 vizinhos; tem juiz ordinário, vereadores, procurador do concelho, escrivão da câmara, juiz dos órfãos e um almotacé; pertence à Comarca de Pinhel; 1758, 01 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco João Pedro Pimentel e Brás, é referido que a povoação, com 118 fogos, é pertença do rei e integra a Comarca de Pinhel; tem juiz ordinário, 2 vereadores e um procurador; 1836 - extinção do estatuto concelhio e integração no concelho de Fornos de Algodres; 1857 - venda da Casa da Câmara; 1887 - deslocação do pelourinho que se localizava no sítio da Praça, devido ao traçado da estrada.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza…, vol. II, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1708; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1924; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; MALAFAIA, E. B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; MARQUES, Pinheiro, Terras de Algodres ( Concelho de Fornos ), Fornos de Algodres, 1938; REAL, Mário Guedes, Pelourinhos da Beira Alta, in Beira Alta, vol. XII, Viseu, 1953.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 15, n.º 82, fl. 509-515)

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

Autor e Data

Margarida Conceição 1992

Actualização

 
 
 
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