Povoação de Estói / Aldeia de Estói
| IPA.00014292 |
Portugal, Faro, Faro, União das freguesias de Conceição e Estoi |
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Núcleo urbano. Aldeia situada em encosta. Núcleo urbano de traçado orgânico. Aldeia do Barrocal algarvio cujo crescimento mostra vários tipos de malha, irregular no núcleo inicial, recticulada e linear nas áreas de crescimento dos séc. 19 e 20. Crescimento limitado a NE. por aí se localizar uma unidade formal (Palácio e jardins de Estoi) desarticulada do conjunto. Apesar sua localização estratégica, no triângulo Faro / Olhão / São Brás de Alportel, não sofreu grandes alterações urbanísticas, como aconteceu em grande parte das aldeias algarvias. O Palácio de Estoi, único exemplo de arquitectura civil romântica no Algarve e as Ruínas de Milreu conferem-lhe uma singular importância, fazendo com que esta aldeia seja uma dos locais mais visitados do Algarve. Sede de freguesia extinta na reforma administrativa de 2013. |
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Número IPA Antigo: PT050805020128 |
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Registo visualizado 1101 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoação Povoação moderna
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Descrição
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Núcleo urbano caracterizado por uma malha bastante irregular no centro, recticulada para E. e S. e linear a O.. Encontra-se limitado a NE. pelo Palácio de Estoi e seus jardins, unidade formal quase desarticulada da aldeia. O aglomerado urbano primitivo ter-se-à implantado onde hoje se situam as ruínas da villa romana de Milreu (v. PT050805020001), local que se manteve até à Idade Média. Transferiu-se então para E., numa cota superior, no eixo entre a actual Igreja Matriz (v. PT0805020049), cuja elevada implantação a destaca do tecido urbano, e a Ermida de Nossa Senhora do Pé da Pedra. Este núcleo inicial, de raíz medieval, implantado ao longo do eixo entre as duas igrejas, passando pelo Largo de Ossonoba e a Rua das Escadinhas da Barroca, é caracterizado por uma malha irregular compacta, de quarteirões multiformes, ruas curtas e estreitas. A primeira expansão ter-se-à dado para E., de onde partem três ruas (Rua do Arco de Santana, Rua Visconde de Estoi e Rua Poeta Emiliano da Costa), de traçado rectilíneo e paralelas entre si, cuja distância, de cerca de 45m, permitiu lotes com logradouro de maior dimensão. A partir do séc. 19 / 20 o aglomerado urbano começa a crescer ao longo das principais vias de acesso (Rua de Faro e Estrada de Olhão). Da mesma época data a malha ortogonal mais compacta (largura entre as ruas de cerca de 25m) que se desenvolveu a O. da Igreja Matriz. É também nesta altura que se ergue o Palácio de Estoi e os seus jardins (v. PT050805020006), que irá condicionar o crescimento da aldeia a O. e NO. No aglomerado, alguns largos arborizados, e enquadrados por casas de 1 e 2 pisos, articulam estes espaços. O Largo da Liberdade, junto à escadaria da Igreja Matriz, faz a ligação com os principais acessos da aldeia; a 50 m, o Largo General Humberto Delgado, mais fechado e de forma triangular. O Largo Ossonoba, localizado no núcleo habitacional mais antigo, e daí resguardado por vias de acesso secundárias, situa-se a uma quota mais elevada. O edificado, caracteriza-se por casas térreas e de 2 pisos, datadas na sua maioria do final do séc. 19, decoradas com pormenores característicos da arquitectura vernácula algarvia (platibandas, elementos em argamassa). Também existem casas abastadas, sobradadas, algumas de gaveto (Rua de Faro, Largo Ossonoba, Rua Visconde de Estoi). De realçar a presença de várias fontes, antigos bebedouros para os animais situados nos principais eixos urbanos. |
Acessos
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EN2, Rua de Faro, Rua do Pé da Cruz |
Protecção
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Em vias de classificação / Inclui Palácio de Estoi (v. PT050805020006) / Ermida de Nossa do Pé da Cruz (v. PT050805020037) |
Enquadramento
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Rural, implantado em encosta. Situa-se nas colinas de transição entre o Litoral e Barrocal Algarvio, no triângulo entre Faro (a cerca de 12 km), Olhão (9 km) e São Brás de Alportel (8 km), limitada a N. pela Via do Infante e dominada pelos cerros do Guilhim e do Malhão. O núcleo urbano, no sopé do cerro do Malhão, desenvolve-se de O. para E., a partir do vale do Rio Seco (Sítio do Coiro da Burra), à cota altimétrica de 70m, seguindo um declive suave até à cota máxima de 125 m. Na Rua de Faro (que liga o Estoi ao Coiro da Burra, situam-se as Ruínas da Villa Romana de Milreu (v. PT050805020001). A paisagem do cerro do Malhão, outrora revestida pelos pomares de sequeiro, constitui-se hoje por oliveiras e alfarrobeiras, também em regressão, dando lugar a bosquetes de pinheiros mansos. Nas zonas baixas predomina a ocupação agrícola, pomares de sequeiro (amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras, oliveiras e alguma vinha) e agricultura de regadio (citrinos, laranja e limão), alargada até à encosta. |
Descrição Complementar
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Não aplicável |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. I - implantação do núcleo urbano primitivo de Estoi, situado na actuais ruínas da villa romana de Milreu, tendo aí permanecido até à Idade Média; posterior transferência para uma cota mais alta, à volta do eixo que une a Ermida de Nossa Senhora do Pé da Cruz à Igreja Matriz; 1755 - o terramoto provocou graves estragos, daí a escassez de vestígios da primitiva fundação da aldeia, a Igreja Matriz ficou destruída, tendo sido reconstruída pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar; séc. 1840, cerca / 1909 - construção do Palácio de Estoi, residência de verão da Família Carvalhal e Vasconcellos, posteriormente adquirido por José Francisco da Silva (Governador Civil de 1905 a 1906), responsável pela dimensão e traça do actual edifício; séc. 19 / 20 - Estoi desenvolve-se graças ao desenvolvimento da agricultura de sequeiro na zona, o aglomerado urbano expande-se ao longo dos principais eixos de comunicação da aldeia (R. de Faro e Est. de Olhão); em paralelo começa a crescer a área urbana a O. da Igreja Matriz; na envolvente da aldeia foram sendo construídas as casas de abastados proprietários agrícolas, ligado à agricultura de sequeiro e de regadio; anos 50 / 60 - início da estagnação demográfica da aldeia, relacionada com o declínio da agricultura de sequeiro (devido à nova importância da hortifruticultura) e com o aumento da emigração; anos 90 - construção da Via do Infante, crescimento demográfico devido à proximidade de Faro; 1987 - aquisição do Palácio de Estoi pela Câmara Municipal; 1996, 4 Junho - despacho de abertura do procedimento de classificação, pelo vice-presidente do IPPAR, a partir de proposta da Junta de Freguesia de Estoi; 1999 - protocolo de cedência do Palácio de Estoi e jardins, à Enatur para aí se adaptar uma Pousada; 2001 - Censos registam 3561 habitantes, (cerca de mais 500 pessoas que em 1991) apresentando um crescimento demográfico de 14,9%; 2006, 27 Junho - despacho de encerramento do procedimento de classificação, pelo vice-presidente do IPPAR; 2010 - Plano de urbanização em elaboração pela Câmara Municipal de Faro; 2013, 28 janeiro - criação da União das Freguesias de Conceição e Estoi por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19; 2013, 26 setembro - despacho de abertura da diretora-geral da DGPC; 2013, 28 outubro - anúncio n.º 330/2013, DR, 2.ª série, n.º 208, declaração de abertura de novo procedimento de classificação do Núcleo Urbano Antigo de Estoi. |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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LOPES, João Baptista da Silva, Corografia ou Memória económica, estatística e topográfica do Reino do Algarve, 1841; OLIVEIRA, Ataíde, Monografia de Estoi, Faro, 1993; MAIA, Porfírio, FARRAJOTA, Paula, SILVA, Ana, ROMÃO, Maria José, CUNHA, Filipe, Plano de Intervenção na Aldeia de Estoi, CCR Algarve, (texto policopiado), 2001. |
Documentação Gráfica
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CCRAlg / CM Faro; DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Fotográfica
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CCRAlg / CM Faro; DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS, IGESPAR: IPPAR |
Documentação Administrativa
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DGARQ/TT: Memórias paroquiais, vol. 14, nº 95, p. 631 a 650; CCRAlg / CM Faro; DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMS, IGESPAR: IPPAR; ENATUR (Palácio de Estoi) |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1992 / 1993 / 1994 / 1995 / - obras de recuperação e de restauro do Palácio de Estoi; CMF: 2005 - Requalificação dos largos da Liberdade, Humberto Delgado, Ossonoba; execução de novas infraestruturas (em fase de concurso): circular sul, mercado, campo de feiras e campo de futebol; ampliação do cinema de Ossonoba; escavações arqueológicas junto à Igreja matriz. |
Observações
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Estoi é historicamente conhecida como uma Aldeia de Almocreves (está prevista no Plano de Intervenção de Estoi a recriação da "Rota dos Almocreves"). Incluída no Projecto "Aldeias do Algarve", de que fazem também parte Carrapateira, Budens, Caldas de Monchique, São Marcos da Serra, Paderne, Querença, Cachopo, Vaqueiros, Cacela Velha, e Odeleite. Em 1996, foi elaborada uma proposta de classificação do núcleo histórico de Estoi pela Junta de Freguesia, processo que foi suspenso com o Plano de Pormenor de Estoi, em elaboração pela Câmara Municipal de Faro. Está a ser estudado um novo acesso a Faro, alternativo à EN2, que irá provavelmente resolver muitos dos problemas de estrangulamento de accesso às duas localidades. Festividades: Festa da Pinha (recriação histórica ligada aos Almocreves), Feira do Cavalo (em Setembro, que inclui desfiles e corridas de toiros), mercado mensal (segundos domingos do mês). Durante várias décadas pensou-e que Ossonoba teria sido localizada no núcleo urbano inicial de Estoi (actuais ruínas de Milreu), mas esta hipótese está hoje posta de lado, uma vez que invesrigações recentes localizam-na no centro histórico de Faro. Em 2001 possuia uma extensão do Centro de Saúde de Faro, Farmácia, Escola EB 2,3, 4 Escolas Primárias, Creche, Jardim de Infância, Mercado Abastecedor e associação ligada à prática equestre ATL, Banco. |
Autor e Data
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Porfírio Maia, Paula Farrajota, Ana Silva, Maria José Romão, Filipe Cunha 2002 (GTAA) / Anouk Costa 2002 |
Actualização
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Anouk Costa 2005 |
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