Farol do Cabo Sardão

IPA.00014248
Portugal, Beja, Odemira, São Teotónio
 
Arquitectura de comunicações, ecléctica. Farol costeiro, construído segundo a tradição projectual das escolas de engenharia oitocentistas, onde domina um espírito racionalista, de que resulta a clareza de organização da planta, a sobriedade e solidez geral da construção e a adopção de um esquema clássico de composição com o farol colocado simetricamente ao centro dos volumes anexos, pontuado por influências diversas como a forma abaluartada da torre ou as formas barrocas do painel de azulejos da fachada. Apresenta semelhanças com o Farol da Ribeirinha da Ilha do Faial e sobretudo com o Farol de Alfanzina no Algarve (v. PT050806050024).
Número IPA Antigo: PT040211090037
 
Registo visualizado 4308 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comunicações  Farol    

Descrição

Planta composta pelo edifício principal, rectangular e pela torre quadrada, localizada a E. e ligada ao centro do edifício por meio de um pequeno corredor. Volumes articulados, sendo o edifício principal formado por três corpos rectangulares, o central um pouco mais largo que os laterais, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas; corredor de acesso à torre rectangular, coberto por terraço; torre encimada por lanterna cilíndrica com cobertura em domo metálico. Fachada O. com o corpo central dividido em três panos por pilastras de cantaria assentes em soco de cantaria e rematados superiormente por platibanda assente em cornija de cantaria e rematada por capeamento de cantaria, o pano central é rasgado por uma porta com moldura de cantaria, precedida por degrau de cantaria e encimada por painel de azulejos azuis e brancos de 5x4 azulejos, com cartela polilobada onde se destaca a inscrição " FAROL / DO / CABO SARDÃO ", enquadrada por moldura de emrolamentos de folhas de acanto, volutas e concheados, de cada lado abre-se uma janela com moldura de cantaria, nos panos laterais rasgam-se duas janelas com moldura de cantaria, em cada um; os corpos laterais, ligeiramente recuados, são simétricos, cada um deles com um só pano definido por pilastras e cunhais de cantaria, assente em soco de cantaria e rematado por platibanda assente em cornija de cantaria, rematada superiormente por capeamento de cantaria, é rasgado por três janelas com molduras de cantaria e duas portas com molduras de cantaria nas extremidades, acima da platibanda eleva-se uma chaminé. Fachada S. de um só pano definido por cunhais de cantaria, assente em soco de cantaria e rematado superiormente por platibanda assente em cornija de cantaria e rematada por capeamento de cantaria, é rasgado por duas janelas com moldura de cantaria e duas pequenas janelas rasgadas no soco. Fachada E. de esquema idêntico à fachada O. com excepção da porta principal que não existe, estendo neste ponto adossado o corredor de acesso à torre, este apresente duas fachadas idênticas, uma virada a N. outra a S. de um só pano assente em soco de cantaria e rematado superiormente por platibanda assente em cornija de cantaria e rematada por capeamento de cantaria, é rasgado por janela com moldura de cantaria. A torre apresenta três alçados idênticos, virados a N., E. e S., com secção ligeiramente decrescente no sentido do topo, com soco ligeiramente rampeado, de cantaria rusticada, rematado por moldura de cantaria, um pano definido por cunhais recortados de cantaria rusticada, rematado superiormente por platibanda de cantaria assente em entablamento, o pano é rasgado por duas janelas sobrepostas com molduras de cantaria, no topo eleva-se a lanterna de ferro pintado de vermelho. INTERIOR: planta organizada segundo dois eixos de simetria, um transversal e outro longitudinal, com átrio central ladeado pelas salas de trabalho e apoio ao pessoal, corredores transversais ligam às quatro habitações dos faroleiros; o átrio é lajeado a pedra preta e branca formando xadrez, soco de cantaria e lambril de azulejos lisos, amarelos, ao centro de cada lado abre-se uma porta em arco de volta perfeita com moldura de cantaria assente em pilastras a de O. conduz ao exterior, a de E. à torre, e as de N. e S. a dois corredores de acesso às quatro habitações dos faroleiros, ladeando estas portas rasga-se uma janela de cada lado, nos lados E. e O. e duas portas de verga recta com moldura de cantaria, nos lados N. e S. que conduzam às salas de depósito de combustível, depósito de material, convívio do pessoal e inspecção; cada uma das habitações dos faroleiros é estruturada por um corredor transversal que abre para a sala, dois quartos e no topo para a cozinha onde se situam uma despensa e as instalações sanitárias; o interior da torre é revestido a azulejos e ocupado por escada em caracol de ferro fundido com corrimão de latão polido.

Acessos

Cabo Sardão. VWGS84 (graus decimais) lat. 37,598614 long. -8.816191

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado frente ao mar, em planície sobre uma falésia, rodeado por terrenos arenosos, cobertos por vegetação rasteira.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comunicações: farol

Utilização Actual

Comunicações: farol

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1915, Abril - entrada em actividade; 1950 - Montagem de uma nova fonte luminosa de incandescência eléctrica; 1984 - ligação à rede pública de energia eléctrica.

Dados Técnicos

Estrutura mista. A torre do farol tem uma altura de 17 m, a luz encontra-se a 68 m de altitude e o seu alcance luminoso é de 23 milhas (c. 43 km), emitindo grupos de três relâmpagos brancos com um período de 15 segundos.

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e revestidas de azulejos; cunhais, pilastras, socos, cornijas e elementos secundários de cantaria; telhados em telha de aba e canudo de barro vermelho; portas e caixilharias exteriores de alumínio termolacado, portas interiores de madeira; lanterna de ferro e vidro; pavimentos em calcário, soalho e mosaico hidráulico.

Bibliografia

VILHENA, Francisco João e LOURO, Maria Regina, Faróis de Portugal, Lisboa, 1995

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Direcção Geral de Faróis

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; Direcção Geral de Faróis

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Ricardo Pereira 2001

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login