Castelo de Alpalhão

IPA.00014241
Portugal, Portalegre, Nisa, Alpalhão
 
Castelo terrestre desaparecido, construído por volta de 1300, pela Ordem do Templo, para defesa da margem direita do Tejo, profundamente reformada no final do séc. 15 / início do 16, pelo comendador Fernão da Silva, articulando-se com outros castelos da Beira e do Alto Alentejo. Implantava-se em zona privilegiada, permitindo controlar a via militar romana que ligava Santarém a Cáceres, passando por Gavião e Castelo de Vide. A descrição no Tombo da Ordem de Cristo e os desenhos de Duarte de Armas, ambos da primeira década do séc. 16, permitem definir o castelo de Alpalhão como um castelo da primeira fase da arquitetura militar de transição, com grande regularidade planimétrica e algumas soluções de adaptação à artilharia pirobalística. Possuía planta sub-quandrangular, integrando a antiga torre de menagem medieval num ângulo e tendo nos restantes torres circulares abobadados, adaptadas ao tiro flanqueado com armas de fogo, tendo três níveis de tiro, o inferior com troneiras cruzetadas, as quais surgiam também nos vários panos de muralha. A torre de menagem tinha características residenciais, com boa iluminação, por amplas janelas conversadeiras, chaminé de aquecimento em cada um dos pisos e forro de madeira, comunicando com ampla sala de aposentamento, acedida por escada exterior. É possível que o castelo tenha recebido obras à moderna na sequência da Guerra da Restauração. A fortificação foi bastante arruinada durante a Guerra da Sucessão Espanhola, em 1704, acabando por ser demolida e absorvida pela malha urbana da povoação.
Número IPA Antigo: PT041212010019
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Do antigo castelo subsistem parcos vestígios, integrados na base da torre do relógio e em habitações privadas.

Acessos

Alpalhão, IP 2. WGS84 (graus décimais): lat.: 39.418047; long.: -7.618498

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Castelo desaparecido, mas que se erguia em zona elevada, permitindo o contacto visual com outras fortificações do Alto Alentejo (Montalvão, Nisa e Castelo de Vide), e da Beira (Castelo Branco e Vila Velha). Nas suas imediações, erguia-se a Igreja Paroquial de Alpalhão (v. IPA.00028679) e desenvolvia-se o núcleo urbano.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Desaparecido

Propriedade

Afectação

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1169, setembro - estando em Lafões, D. Afonso Henriques doa à Ordem do Templo a terça parte de todas as terras que os freires viessem a conquistar na região além do rio Tejo, com a condição dos seus rendimentos serem utilizados em serviço de Deus e do rei; 1199, 05 julho - D. Sancho I doa à Ordem do Templo a Herdade da Açafa (Ródão), constituindo um território muito extenso que ia ao longo da margem direita do Tejo, desde o distrito da Idanha, e que se estendia para ocidente até aos limites do castelo de Belver, da Ordem do Hospital; apesar da dificuldade em identificar com precisão os limites da Açafa a sul do Tejo, a mesma devia incluir o ribeiro de Figueiró, a ribeira de Vide, o rio Sever, Alpalhão (Alpalantri, nome de origem árabe), e o castelo de Terron, que, alguns autores, identificam como sendo Nisa; a primitiva ocupação do território em Alpalhão teria ocorrido na margem esquerda da Ribeira de Sor, no Monte dos Setes, um outeiro a noroeste da atual vila, embora com localização indeterminada; 1295, 16 maio - composição entre o bispo da Guarda, D. frei João, e o Mestre da Ordem do Templo, D. João Fernandes, sobre os direitos episcopais das vilas de Nisa, Alpalhão e Montalvão, estabelecendo-se que: a posse das vilas e seus termos é outorgada ao Mestre da Ordem, enquanto o bispo e seus sucessores passam a ter o direito ao quinto de todos os dízimos, mortuárias e falhas recolhidas nas três vilas; cabe aos comendadores a recolha dos impostos e apresentar anualmente capelães idóneos para as igrejas das vilas; 1300 - construção do castelo de Alpalhão, durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), provavelmente no local onde existira o Mosteiro de Alpalantri e aproveitando algumas estruturas existentes; 1305 - confirmação do acordo anteriormente feito entre o bispo da Guarda e a Ordem do Templo; 1307, 12 agosto - o papa Clemente V, pela bula "Regnans in ecclesis triumphans", dirigida a D. Dinis, convida o rei a acompanhar os prelados de Portugal ao Concílio de Viena, onde se procuraria determinar o que fazer da Ordem do Templo e dos seus bens, por causa dos erros e excessos que os seus cavaleiros e comendadores haviam cometido; pouco depois, pelas letras "Deus ultiorum dominus", dirigidas ao arcebispo de Braga e bispo do Porto, nomeia-os como administradores dos bens templários em Portugal; D. Dinis empreende uma série de medidas, internas e externas, para evitar que os bens dos Templários em Portugal integrassem o património da Ordem do Hospital; assim, ordena que seja tirada inquirição sobre o património da Ordem e, pela via judicial, incorpora-o na Coroa, alegando que as doações haviam sido da responsabilidade régia e que obrigavam à prestação de serviços ao rei e ao reino; 1312, 22 março - extinção da Ordem do Tempo, pela bula "Vox clamantis"; 02 maio - bula "Ad Provirem" concede aos soberanos a posse interina dos bens da Ordem do Templo, até o conselho decidir o que fazer com eles; 1319, 14 março - bula "Ad ea ex quibus" de João XXII institui a Ordem de Cavalaria de Jesus Cristo, ou a Ordem de Cristo, para quem passam todos os bens e pertenças da Ordem do Templo: "outorgamos e doamos e ajuntamos e encorporamos e anexamos para todo o sempre, à dita Ordem de Jesus Cristo (...), Castelo Branco, Longroiva, Tomar, Almourol e todos os outros castelos, fortalezas e todos os outros bens, móveis e de raiz"; 1321, 11 junho - divisão em 38 comendas da Ordem de Cristo dos antigos bens pertencentes aos Templários e respetiva integração na Ordem de Cristo, nomeadamente da comenda de Alpalhão; na sua primeira Ordenação, o primeiro mestre da Ordem de Cristo, Fr. Gil Martins, manda reter para moradia do mestre da Ordem, Castelo Branco com todas as coisas que a Ordem tivesse, no termo desta vila bem como nos termos das comendas de Ródão, Nisa e Alpalhão; 1459 - nas Cortes de Lisboa, os procuradores de Nisa pedem que lhes seja concedido os mesmos privilégios que já gozavam os de Alpalhão e Montalvão, que era a isenção de contribuir com besteiro para o "conto" e de contribuir com armas e cavalos; 1492 - 1511 - o comendador Fernão da Silva manda fazer grandes reformas no castelo, nomeadamente uma nova cerca, que por volta de 1509 tinha já 9 covados de altura e 5 de espessura, com três cubelos nos três cantos, rasgados por bombardeiras, uma sala sobradada, junto à torre de menagem, uma nova cozinha com 5,5 x 3 varas, uma nova estrebaria, com 18 varas de longo, e uma casa para aposentadoria de homens, do tamanho do celeiro, com portal de cantaria; 1505, 29 dezembro - data do Tombo dos bens pertencentes a comenda de Alpalhão, feito por frei Francisco capelão do rei, notário e escrivão da visitação *1; 1509, cerca - desenho do castelo e da vila de Alpalhão por Duarte de Armas *2, sendo então seu alcaide Fernão da Silva (1492-1511); 1512, 13 outubro - concessão de foral novo por D. Manuel; 1527 - Cadastro da População do Reino, mandado organizar por D. João III (1521-1557), refere que Alpalhão "tem um bom castelo e dentro bom aposentamento"; 1640 - na sequência da Guerra da Independência, Alpalhão integra a segunda linha de defesa; neste período D. João IV terá mandado proceder a obras de modernização da fortificação da vila; 1660 - data apontada por Pinho Leal para a conclusão das novas muralhas, já no reinado de D. Afonso VI; 1704 - durante a Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), as tropas franco-espanholas causa muitos estragos nas regiões fronteiriças; 30 maio - Nisa e Alpalhão rendem-se aos espanhóis, sendo a vila de Alpalhão ocupada por tropas durante 18 dias sob o comando de James Fitz-James, 1.º duque de Berwick, quando estas se dirigiam de Castelo Branco para Portalegre; 1706 - é alcaide-mor e comandante do castelo o marquês de Arronches (COSTA; 1706); 1755, 01 novembro - segundo o pároco nas Memórias Paroquiais de 1758, "pello terremmoto foi so o que padeceu nesta villa perder hua pequena parte la do alto da mesma face offendida; que as outras tres se conservao inteiras"; 1758, 04 abril - segundo as Memórias Paroquiais, a freguesia pertence ao rei, ainda que tenha algumas terras de comenda da Ordem de Cristo, sendo seu comendador o Duque de Lafões; tem 420 fogos e 4300 pessoas; a vila situa-se num campo plano mas com certa altura, de onde se avista Montalvão, Nisa, Castelo Branco, Vila Velha, Arias e Castelo de Vide; tem capitão-mor, dois capitães da Ordenança, um de auxiliares e um sargento-mor; "(…) tem esta villa finalmente seu sinal de muralha, que he ao redor hua parede mais larga arruinada e quasi-posta no alicerce, e hum castelo no meyo com hua das quatro faces, arruinada pellos castelhanos em Mayo de mil setecentos e quatro"; 1762 - a vila pertence à Correição de Portalegre; 1821 - Alpalhão é concelho na divisão eleitoral e comarca de Portalegre, apenas com a freguesia da Senhora da Graça; 1834 - abolição das comendas da Ordem de Cristo; 1835 - é concelho no Julgado de Nisa, Beira-Baixa; 1836 - anexa-se ao concelho de Alpalhão os extintos concelhos de Fáfete e Tolosa; 1853, 03 agosto - extinção do concelho de Alpalhão, sendo as freguesias de Nossa Senhora da Graça de Alpalhão e a de Nossa Senhora da Encarnação de Tolosa incorporadas, no concelho de Nisa e a freguesia de São João Baptista de Gáfete no concelho de Crato; 1867 - a freguesia de Alpalhão é anexada ao concelho de Castelo Vide; 1873, cerca - segundo Pinho Leal, as estruturas do castelo e as mandadas fazer por D. João IV, em 1660, "está tudo desmantelado"; 1895, 26 setembro - a freguesia é anexada, mais uma vez, ao concelho de Nisa; 1940 - devolução das antigas muralhas de Alpalhão *3 pelo Ministério de Guerra à Direção-Geral da Fazenda Pública, do Ministério das Finanças; esta Direção manda organizar um inquérito, e consegue apurar que: uma parte das antigas muralhas serve de suporte à torre do relógio, e por não haver dúvidas, manda-se inscrever na matriz respetiva e livros mod. 26, tendo sido requerido o seu registo a favor do Estado na Conservatória do Registo Predial, aceitando a Câmara a sua cessão, a titula precário; outra parte está usurpada e incluída nos prédios de João Joaquim Nababo, António Joaquim Gonçalves Madureira e Francisco Pedro Valentim, resolvendo-se proceder à sua desamortização; a restante parte do antigo prédio militar não é possível identificar por não haver vestígios.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

AA.VV - Alpalhão - Património Histórico e Artístico. Lisboa: Junta de Freguesia de Alpalhão; Liga dos Amigos de Alpalhão, 2015; ALMEIDA, João de Almeida - Roteiro dos Monumentos Militares. Lisboa: 1948, vol. III; ARMAS, Duarte de - Livro das Fortalezas. Fac-simile do MS. 159 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Lisboa: Patrocínio da Academia Portuguesa de História; edições Inapa, 1997; BALESTEROS, Carmen e RIBEIRO, Margarida - «Marcas de Cristianização nos núcleos urbanos antigos de Alpalhão e Valencia de Alcantara (Caceres)». In: Ibn Maruán. Marvão: 1999-2000, 9-10; «Castelo de Alpalhão». In Fortalezas.org (http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=1744&muda_idioma=PT), [consultado em 25 julho 2016]; COSTA, António Carvalho da Costa (Padre) - Corographia Portugueza. Lisboa: 1706; COELHO, P. M. Laranjo - «As Ordens de Cavalaria no Alto Alentejo: I - Comendas da Ordem de Cristo». In Archeologo Português. Lisboa: Imprensa Nacional, 1924, vol. XXVI, pp. 186-248; GONÇALVES, Iria (organização) - Tombos da Ordem de Cristo. Comendas Sul do Tejo. Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 2002, vol. 1; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1973, vol. 1; LOBO, Francisco Sousa - A defesa militar do Alentejo. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Dezembro 2008, n.º 28, pp. 22-33.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID (DGEMN:DSID-001/012-1799/4)

Intervenção Realizada

Observações

*1 - No Tombo da Comenda de Alpalhão, elaborado por frei Francisco capelão do rei, notário e escrivão da visitação, em 1505, procede-se à seguinte descrição do castelo: "Tem na vila huua torre alta e forte. toda de pedra e cal de fundo acima. bem ameada e de booa largura .e tem dous sobrados igualmente corregida. oliuellada de castanho em três painees e cuberta de telha. e tem no sobrado de baixo huua janella d asentos com suas portas ainda booas contra ho norte. e no sobrado de cima tem quatro janelas d asentos com suas portas cada huua em sua quadra. e huua chaminee de dous fogos. em cada sobrado seu fogo. leua de longo çinquo uaras e meya bem medidas e çinquo de largo escassas. e sobem pera ho sobrado de çima per dentro da torre per huua escaada de madeira bem corregida. contra ho ponente. tem huua salla sobradada e oliuellada de castanho em três painees .e tem huua janella ao norte e outra ao sul ambas d asentos com suas portas booas e nouas. e ao ponente tem huua boa chaminee leua esta sala de longo sete uaras e meya e çinquo e meya de largo. e desta salla sobem pera ho primeiro sobrado da torre per huua escaada de madeira de poucos degraaos. sobem a esta salla per huua escaada de pedra que em cima tem huu tauoleiro argamassado com seu peitoril alto. cuberto de oliuel muito bem obrado e telhado em quatro aguas. ha qual salla e çinquo ameyas da dita torre. fernam da silua comendador da ficta comenda mandou fazer toda de nouo. debaixo da dicta sala vay huua logea com dous portaaes de cantaria bem feitos. huu de serujntia da dita logea grande e outro pequeno que uay pera huu quintal e tem ainda outro portal na parede da torre e he outrosi de cantaria. ho que todo o dito fernam da silua mandou fazer. aalem da dita salla estas huua casa que ora serue de cozinha terrea. e tem huua grande e booa chaminee. leua de longo çinquo haras e meya e três e meya de largo. ha qual cozinha ho dicto comendador mandou fazer de nouo. contra ho ponente tem huua casa de estrebaria com suas manjadoiras. todo nouo e bem feito bem madeirada e cuberta de telha que leua .xviij. varas de longo e quatro de largo. ha qual ho dicto comendador outrosi de nouo mandou fazer. contra ho norte estaa outra casa que serue de çeleiro. toda ladrilhada per baixo com suas tulhas de madeira bem feitas e bem repartidas bem madeirada e cuberta de telha e leua oito varas e meya de longo e três de largo. com seu portal de pedraria e suas portas bem fechada. E logo junto do dicto çelleiro outra casa parede em meyos. pera apousentamento de homens e he do tamanho do dito çeleiro. e seu portal de cantaria com booas portas. has quaaes casas ho dicto comendador outrosi mandou fazer. a rredor do dicto apousentamento estaa huua cerca nouamente começada de fazer e estaa jaa de noue couados d alto.cinquo palmos de grossura e tem tres cubelos nos três quantos da mesma altura e grossura com suas bonbardeiras de pedraria. e tem huu grande portal de pedraria bem obrado com suas portas nouas e fortes. e bem fechadas. huu dos ditos três cubelos que estaa ao ponente fez o dito comendador em huu chãao que comprou ha qual çerca e culbelos. ho dicto comendador mandou fazer de nouo. dentro da dicta çerca estaa huu patio xvij varas e meya de longo. e xiij e meya de largo muy chãao e bem feito. e ao canto do dito patio e çerca estaa ha dita torre. e aalem della e da dita salla e cozinha estaa huu quintal que ho dicto comendador fez ha maior parte em huu chãao que comprou e deu aa hordem. no qual quintal estam .xv. limeiras e duas larangeiras e xj pees de parreiras e três pereiros e três amexieiras e huua figueira e parte ao norte com ha dita salla e torre. e das outras bandas com casas de pedro lopez e de ioham uelho e de estejam afonsso e com ho cubello do muro. Leua de longo xxxiiij varas e oito de largo". *2 - Segundo os desenhos de Duarte de Armas, o castelo de Alpalhão possuía planta quase quadrangular, regular, com torre de menagem integrada no ângulo sudoeste e nos restantes ângulos três cubelos circulares, com paramentos aprumados. A torre de menagem media 4,5 x 6 varas, e 12 varas de altura, tendo dois sobrados, o superior sobrelevado, com acesso por aposento disposto a norte, e iluminado por amplos vãos e troneira cruzetada. Cada um dos cubelos tinha 3 varas de largo e 8 de altura, eram abobadados e tinham três níveis de tiro, com três troneiras num nível inferior, três a meio e três seteiras em cima. Os panos de muralha, sem remate, tinham 4,5 de altura e 1 vara e 1 pé de espessura, duas troneiras rasgadas inferiormente, fazendo-se o acesso ao interior por portal a sul. No interior as dependências, térreas ou sobradadas, desenvolviam-se à volta das muralhas, criando pátio central. *3 - Prédio Militar n.º 2/62, de Nisa.

Autor e Data

Paula Noé 2016

Actualização

 
 
 
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