Banco de Portugal de Viseu / Edifício do Governo Civil de Viseu

IPA.00014230
Portugal, Viseu, Viseu, União das freguesias de Viseu
 
Arquitectura administrativa, novecentista. Edifício de planta rectangular irregular, com fachadas de três pisos, com excepção da posterior, separados por cornijas, apresentando pilastras nos cunhais, percorridas por embasamento, rasgadas por vãos sobrepostos. Fachada principal de três panos, os laterais rematados em frontão sem retorno, apresentando brasões, rasgada no primeiro piso por vãos rectilíneos e por porta de verga recta, com garagem adossada ao lado direito, rematada por guarda balaustrada; rasgada no segundo piso por varandins e janela central de sacada e no terceiro piso por triforas e janelas de perfil recto de dois lumes. Fachadas laterais constituídas por diferentes corpos escalonados, os de menor dimensão com terraços superiores, flanqueadas por pilastras, rasgadas por janelas de perfil recto e em arco abatido no primeiro piso, por varandins e por janelas em arco abatido no segundo piso, e por janelas rectilíneas de dois e três lumes no terceiro piso. Fachada posterior de três corpos, o central mais recuado, flanqueados por pilastras e rasgados por janelas rectilíneas e de arco abatido. Interior com vestíbulo, encontrando-se do lado direito escada de acesso aos pisos superiores, onde se encontram os gabinetes, com acesso por corredores.
Número IPA Antigo: PT021823090207
 
Registo visualizado 257 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Serviços  Banco    

Descrição

Planta rectangular, composta por edifício de planta poligonal irregular, resultante de alguns acrescentos, garagem adossada ao lado direito, logradouro no lado esquerdo que possui escadas que acedem a um pequeno jardim e court de ténis na fachada posterior, sendo o edifício de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas e em terraços. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, com excepção do primeiro piso integralmente revestido a cantaria de granito aparente, em silharia fendida, percorridas por embasamento salientes, de dois e três pisos separados por frisos, adaptando-se ao desnível do terreno, flanqueadas por cunhais de cantaria e rematadas em duplo friso e cornija. Fachada principal voltada a E., de disposição simétrica, composta a partir de um pano central, bastante largo, flanqueado por dois corpos mais elevados e salientes, com cunhais convexos, flanqueados por duas ordens de pilastras angulares, as superiores colossais e com capitéis de inspiração fitomórfica, com pingentes, e as inferiores marcadas por falsa mísula no topo do fuste. O pano central é rasgado por portal de verga recta e moldura recortada, protegido por duas folhas de vidro e por gradeamento de ferro pintado de preto, sobre o qual se desenvolve cartela concheada, decorada por volutas e motivos vegetalistas, ladeada por consolas que suportam a sacada do piso superior, com bacia de cantaria e guarda de balaústres, sendo o vão em arco de volta perfeita, assentes em pilastras coroadas por capitéis de decoração geométrica, com volutas e pingentes, apresentando pedra de fecho saliente e almofadada. O portal é flanqueado por duas janelas de peitoril rectilíneas com molduras recortadas e dinteladas, protegidas por grades metálicas, ornadas por elementos geométricos nas extremidades; a janela do segundo piso é flanqueada por duas janelas de peitoril, com modinaturas e guardas semelhantes à central. No terceiro piso, três bíforas, de peitoril e perfil recto, rematadas por friso e cornija, assentes em colunas de fustes liso, com capitéis decorados por motivos vegetalistas e geométricos, assentes em plintos paralelepipédicos; sob estas, corre pano de peito emoldurado a cantaria e ornado por elementos esféricos. Os panos laterais são semelhantes, rematados em frontão semicircular sem retorno, rematado por cornija assente em cachorrada simples, tendo o fecho preenchido por pedras de armas volutados, o do lado esquerdo com as armas da cidade de Viseu e o do lado direito com as armas de Portugal, ambos sob coroas fechadas. O piso inferior é rasgado por uma janela de peitoril, semelhante às do pano central, encimadas por ampla janela de peitoril em arco abatido, assente em pilastras coroadas por capitéis de decoração geométrica, com volutas e pingentes, apresentando pedra de fecho saliente e almofadada, com guarda balaustrada; no terceiro piso, tríforas assentes em colunas e pilastras com decoração geométrica e com plintos paralelepipédicos, encimadas por tímpanos decorados por cartelas volutadas muito estilizadas rematadas em cornija, e por motivos vegetalistas; possuem pano de peito emoldurado e decorado com elemento esférico. O lado esquerdo é flanqueado por murode alvenaria rebocada, capeado e encimado por gradeamento de ferro, com portão do mesmo material no extremo, que dá acesso a pequeno pátio lateral. No lado direito, pequeno muro semelhante ao anterior, que protege pequeno logradouro que liga à garagem, flanqueada por pilastras e rematada por guarda balaustrada que protege terraço superior, rasgada por porta de verga recta e moldura estriada, com o vão protegido por duas folhas metálicas e pintadas de verde, com almofadas de cantos chanfrados, decoradas por motivos vegetalistas. Fachada lateral esquerda, voltada a S., com o corpo principal disposto em ângulo, a que se adossa um corpo de apenas dois pisos, coberto por terraço e rematado balaustrada; é rasgado, no primeiro piso, por duas janelas de peitoril rectilíneas e gradeadas, uma em cada face, surgindo, no segundo piso, por três janelas de peitoril em arco abatido, assentes em cornija e com moldura na zona superior, a da face E. em cantaria, de onde se prolonga um friso que seccionada horizontalmente o pano, e as da face S., em cantaria e tijolo, que se prolonga lateralmente, estando protegidas por grades metálicas. Adossado a este corpo, escadas em cantaria e guarda corpo metálico, de acesso ao pátio posterior. O corpo principal possui, no primeiro piso, uma janela de peitoril, em arco abatido e dupla moldura, protegida por grades metálicas; no segundo piso, surge uma ampla janela de varandim, com o vão em arco abatido, semelhante às dos panos laterais da fachada principal; no outro braço do ângulo, aparecem duas pequenas janelas de peitoril, em arco abatido, assentes em cornija e com verga de tijolo, que se prolonga em friso, unindo-se ao corpo mais baixo. No terceiro piso, surgem uma trífora e duas bíforas num dos panos do ângulo, flanqueadas, superiormente, por elemento ornado por botão, com características semelhantes às da fachada principal, aparecendo, na face E., porta de acesso ao terraço; o outro pano do ângulo possui duas janelas de peitoril, assentes em friso de cantaria. Fachada lateral direita, virada a N., muito semelhante à fachada S., tendo adossado um corpo de menor dimensão idêntico ao da fachada oposta, mas rasgado só por uma janela de peitoril em arco abatido, com parte da moldura em cantaria; o corpo principal apresenta janela ampla, bíforas e tríforas, semelhates às existentes na fachada principal. Fachada posterior, virada a O., criando um U invertido assimétrico, sendo o braço direito de maiores dimensões, dividido em dois panos por pilastra colossal., evoluindo em dois pisos. É rasgada, no piso inferior, nove janelas em arco abatido, com moldura em cantaria e tijolo, e protegidas por grades metálicas; no segundo piso, surgem quatro janelas rectilíneas, assentes e rematadas em friso de cantaria; surgem, ainda, três bíforas e quatro janelas quadrangulares com frisos de cantaria nos extremos. INTERIOR com acesso por vestíbulo, com paredes rebocadas e pintadas de branco, apresentando azulejos de padrão em azul, branco e amarelo, formando silhares, com pavimento em lajeado de granito, existindo três portas rectilíneas protegidas por duas folhas de madeira almofadadas, de molduras recortadas, duas das quais dão passagem à Tesouraria e à Recepção, à direita da qual se encontra um elevador e uma escada de pedra, com guarda balaustrada e corrimão no mesmo material, que dá acesso aos pisos superiores. Segundo piso formado por corredores em L, com salas individuais, correspondendo aos gabinetes do Governador Civil, do Secretário, e o de Apoio ao Governador, o Salão Nobre e a Secretaria. No terceiro piso encontram-se os gabinetes dos Deputados, da Contabilidade, da Prevenção Rodoviária, o Auditório e o S.N.B.P.C. - CDOS Viseu Na zona posterior, um court de ténis e uma área ajardinada.

Acessos

Avenida Alberto Sampaio, n.º 17. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,657327, long.: -7,915723

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado ao antigo edifício da Direcção das Finanças de Viseu (v. PT021823090208), a N., e, a S., a um edifício residencial plurifamiliar, envolvido por aglomerado habitacional e comercial. Confina com a via pública, separando-se desta por passeio pavimentado a calçada. Nas proximidades situa-se o Edifício da Direcção Escolar (v. PT021823090204), um Palacete (v. PT021823280318) e o Edifício do Banco Espírito Santo (v. PT021823090207).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Serviços: banco

Utilização Actual

Política e administrativa: departamento municipal

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Arnaldo Redondo Adães Bermudes (1907).

Cronologia

1835, 25 Abril - Mouzinho da Silveira reforma uma primeira divisão administrativa, surgindo os distritos; 18 Julho - D. Maria II decreta esta divisão, em 17 distritos e 7 províncias; simultaneamente, surge a designação de Governador Civil, como um magistrado nomeado pelo monarca, que exerce funções administrativas numa divisão distrital; 25 Julho - a cidade qu ficava a dominar a zona era Lamego, sendo nomeado um governador civil; 15 Dezembro - perante os protestos da cidade de Viseu, transfere-se a sede de Lamego para Viseu, sendo o primeiro governador civil Manuel Metelo de Nápoles e Lemos; a instituição passa a funcionar no edifício do Museu Grão Vasco; 1871, 2 Novembro - nomeação do primeiro governador-civil, Francisco de Melo Lemos e Alvelos; 1907 - construção do edifício, conforme projecto do arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes para instalação do Banco de Portugal; 1936 - o Governo Civil funcionava ainda no Edifício do antigo Seminário de Viseu (PT021823240005); 1931 - o Banco de Portugal abandona o edifício, mudando-se para as novas instalações (v. PT021823240313); o edifício foi adquirido pela Câmara Municipal de Viseu para instalar no local a Escola do Magistério Primário; 1952 - o edifício foi vendido ao Estado; séc. 20, década de 50 - adaptação do edifício de repartições públicas de Viseu para instalação do Governo Civil, conforme projecto da DGEMN; 1953 - o Governo Civil instala-se no edifício; 1957 - construção de um edifício anexo para arquivo; 1964 - projecto de ampliação do edifício; 1968 - instalação de um elevador na sala anexa ao vestíbulo.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em alvenaria mista; molduras dos vãos, frisos, cornijas, pilastras, elementos decorativos, escadas, guardas em cantaria de granito; gradeamentos e portão em ferro; portas e caixilharias em madeira; silhar de azulejos; vidros simples; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

FRANÇA, Paula Cristina Viana, O Governo Civil do Distrito de Viseu - nota histórica e documentação, Viseu, 1992; Governos-civis - mais de um século de história, Lisboa, 1994; COSTA, Jorge Braga da e CRUZ, Júlio, Monumentalidade Visiense, Viseu, AVIS, 2007.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREL/DEM

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1957 - instalação de iluminação; séc. 20, década de 60 - reforma das janelas do salão nobre; aplicação de parquet nos pavimentos; beneficiação de portas, janelas e rodapés; feitura de instalações sanitárias; execução de um guichet de atendimento; feitura do balcão da secretaria; 1970 - obras várias, compreendendo a colocação de portas no vestíbulo; colocação de rodapés em madeira de pinho e feitura do corrimão da escada principal; colocação do lambrim de madeira no salão nobre; beneficiação das sancas nas salas principais e salão nobre; execução de grades para varandas e janelas; década de 70 - renovação da instalação eléctrica, para colocação de aquecimento; 1975 - projecto de adaptação de nova instalação eléctrica; 1978 - beneficiação da instalação eléctrica; 1988 / 1989 / 1990 / 1991 - projecto de remodelação do interior do imóvel, com feitura de um auditório e anexos, instalação de um PBX; 2002 - obras de conservação; reparação de pinturas e caixilharias; remodelação da instalação eléctrica; Proprietário: 2006 - construção da rampa de acesso e da plataforma elevatória, com vista a melhorar a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência. Proprietário / DGEMN: 2007 - conclusão da reforma da instalação eléctrica.

Observações

Autor e Data

Rute Antunes 2007

Actualização

 
 
 
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