|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
|
Descrição
|
Planta octogonal, composta por nave, capela-mor e corpo da sacristia com dois pisos. Irregular, com coincidência entre o exterior e o interior, de volumes articulados e disposição verticalista das massas. Cobertura de telhado homogéneo de oito águas, com pináculo ao centro, assente em base octogonal. Embasamentos proeminentes de cantaria, com as faces rebocadas de branco, delimitadas por pilastras, encimadas por pináculos boleados sobre base alta facetada. Remate em friso e cornija. Fachada principal voltada a SE. com portal de verga recta, emoldurado e epigrafado, encimado por óculo quadrilobado. Nas duas faces contíguas à fachada principal, duas fenestrações rectangulares de reduzidas dimensões, uma delas epigrafada. Para S., desenvolve-se o muro, adossado à pilastra. A face seguinte com porta rectangular e janelão quadrangular em nível superior. Lado tardoz com fenestrações diferenciadas, uma delas epigrafada. Num dos extremos e sobre um corpo exterior, o campanário, servido por escadaria, com uma sineira de arco a pleno centro e recorte curvado e contracurvado encimado por pináculo. Os restantes lados estão adossados a construção descaracterizada, que, para N. e na via pública, é composta de porta e janelão rectangulares emoldurados e sobrepostos. INTERIOR com porta ladeada por dois nichos rectangulares e encimada por óculo quadrilobado. Do lado de Evangelho, porta para o exterior, sobrepujada por falsa tribuna e janelão rectangular. No lado fronteiro, porta para a sacristia encimada por tribuna. Estas são protegidas por teia de madeira torneada, pintada de branco com motivos fitomórficos dourados. Nas faces do octógono que ladeiam o altar mor, dois nichos emolduradas e de arco rebaixado, constituindo pontos de devoção a São José e ao Sagrado Coração de Jesus. Cobertura em cúpula semi-esférica, apoiada num friso circular em granito. Silhar de azulejos azuis e brancos, formando 6 painéis historiados, percorre toda a nave representando Santos Eremitas, a Sagrada Família e São João Baptista. Arco triunfal de volta perfeita, com pintura decorativa, representando cartelas, querubins, festões e cornocópias, num ritmo repetido, sobre fundos marmoreados. A capela-mor apresenta cobertura em abóbada de berço, assente sobre friso e cornija, igualmente policromados. Retábulo de madeira dourada e policromada a imitar marmoreados. Compõe-se por dois pares de colunas coríntias de fuste liso, dossel e frontões curvos interrompidos e rematado por glória radiante ladeada por dois putti. Na tribuna, a imagem do orago. |
Acessos
|
Largo Pintor Gata. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,659628, long.: -7,912607 |
Protecção
|
Incluído na Zona de Proteção da Muralha e portas antigas de Viseu (v. PT021823240004) |
Enquadramento
|
Urbano, em plataforma horizontalizada artificialmente, a que se acede por quatro degraus. Destacado, adossado parcialmente a construções e separado por muro delimitador de pequeno espaço arborizado que confina com a muralha e Porta de Soar. |
Descrição Complementar
|
A arquitrave do portal principal tem a legenda: "ESTA CAPELLA HE DO POVO QUE SE FEZ A CUSTA DAS ESMOLLAS DOS DEVOTOS ANNO DE 1742". Na pequena fenestração no lado esquerdo lê-se: "ESMOLLA PARA AS OBRAS DE N. SENHORA DOS REMÉDIOS". No lado tardoz, na arquitrave, partida de uma janela: "ESTA OBRA MANDARAM FAZER OS DEVOTOS DE NOSSA SENHORA DO REMEDIO NO ANNO DE 17( ilegível )". |
Utilização Inicial
|
Religiosa: capela |
Utilização Actual
|
Religiosa: capela |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
PEDREIROS: Manuel Lourenço e Manuel Ribeiro (1738). |
Cronologia
|
Séc. 18 - os moradores do Largo da Erva, actual Largo do Pintor Gata, decidem pedir autorização para a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, a qual se encontrava na Porta do Soar, na sua face interior; 1738, 9 Dezembro - escritura pública de obrigação com os mestres pedreiros minhotos, Manuel Lourenço e Manuel Ribeiro, para se executar a capela, por 340$000 réis, até ao dia do Espírito Santo de 1739; 11 Dezembro - doação do cónego Bernardo Pereira de Melo, de umas casas na Rua das Teias, junto à Porta de Soar, para a construção da capela e da sacristia, com a contrapartida de se abrir uma tribuna para as suas casas, permitindo assistir à missa na dita capela; 1739, 20 Janeiro - o Cabido da Sé contribui com 24$000 para a construção; Setembro - o Cabido doa 24$000 para a feitura da cobertura; a obra para por falta de verbas; 1742 - lápide epigrafada que refere ser a capela do povo e se fez à custa de esmolas dos devotos; 1743, Março - finalização da construção da capela; pedido da trasladação da imagem para a capela; 1747, 27 Junho - pedido para a criação da Confraria de Nossa Senhora dos Remédios; 1816, 29 Janeiro - o espólio e axtos de culto da Capela de São Lázaro, então demolida, passa para a capela; 1824 - morte do boticário José Pais de Almeida, que custeava anualmente as festividades; os proprietários da Casa dos Melo apossam-se da capela para actos de culto esporádicos, relacionados com a família; 1934, Novembro - arrematada em praça judicial, juntamente com o palacete de Soar, pertencente, na altura, aos Malafaias de Serrazes. |
Dados Técnicos
|
estrutura autoportante. |
Materiais
|
Granito, rebocos, madeiras, talhas e azulejos. |
Bibliografia
|
LEAL, Augusto Soares D'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. XII, Lisboa, 1890; ALVES, Alexandre, Igrejas e Capelas Públicas e Particulares na Diocese de Viseu nos sécs. XVII, XVIII e XIX, in Beira Alta, vol. XXVII, nº 2, Viseu, 1968; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 36, Lisboa / Rio de Janeiro, s.d.; ALVES, Alexandre, Memória Histórico-Documental da Capela da Nossa Senhora dos Remédios em Viseu, Viseu, 1993; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vols. II e III, Viseu, 2001; COSTA, Jorge Braga da e CRUZ, Júlio, Monumentalidade Visiense, Viseu, AVIS, 2007. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios: 1996 / 1997 - pinturas do interior e sistema de iluminação. |
Observações
|
*1 - na casa contígua ao corpo da sacristia viveu o Doutor António de Oliveira Salazar. |
Autor e Data
|
João Carvalho 2001 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |