Torre e Muralhas de Sagres / Fortaleza de Sagres

IPA.00001291
Portugal, Faro, Vila do Bispo, Sagres
 
Arquitectura militar, religiosa, renascentista, maneirista. Fortaleza de planta poligonal, baluartes nos ângulos, baterias voltadas ao mar. O imóvel está associado à Vila do Infante, fundada pelo Infante D. Henrique, que se localizaria neste espaço (da qual nada resta desse tempo) e que englobava uma fortaleza; referida documentalmente, a Vila entrou em declínio após a morte do Infante, deixando de ser referida na documentação a qual passa apenas a utilizar a designação de Sagres. Destaque para a chamada Rosa dos Ventos cuja função é desconhecida.
Número IPA Antigo: PT050815040001
 
Registo visualizado 3684 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Fortaleza    

Descrição

Planta poligonal, grande cortina muralhada, com um cavaleiro ao meio, sob o qual se rasga a porta principal, dois baluartes nos flancos e 6 baterias voltadas ao mar. No interior do espaço amuralhado destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Graça, alguns edifícios e a chamada Rosa dos Ventos. A igreja de planta longitudinal, nave única, cabeceira quadrangular à qual se anexa a S. a sacristia de planimetria idêntica. Fachadas sem embasamento. Principal com 2 panos correspondentes ao corpo da igreja, onde se abre o portal com lintel, e ao campanário. Fachada S. de 2 panos, no correspondente à nave abre-se uma janela, no outro sobressai a sacristia. Fachada E. idêntica à S., com uma escadaria de acesso ao campanário. Telhados de 2 águas. Interior de espaço unificado, iluminado pelas janelas dos muros da nave, abobadado em canhão; capela-mor coberta por cúpula sobre trompas. Edifício O. de planta rectangular, com 9 portas rasgadas no pano único da fachada principal; cobertura de 4 águas. Em frente a Rosa dos Ventos, estrela radiada de 32 rumos, desenhada no solo por pedras desiguais. O edifício central de planta quadrangular, com dois registos num único pano; na fachada principal, sem embasamento e rematada por cornija e beiral, abrem-se, no registo inferior, 3 portas, intercaladas por 2 janelas e no registo superior 5 janelas; coberturas de 2 águas. Uma cortina de muralha ameada liga este edifício a outro mais a E., denominado casa do Governador, de planta rectangular, com dois pisos, na fachada principal, sem embasamento, rematada por beiral, de pano único, abrem-se duas portas, no 1º registo, desencontradas de 2 janelas, no registo superior.

Acessos

A 1Km da EN268, km 35

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria n.º 469/87, DG, 1.ª série, n.º 128 de 04 junho 1987

Enquadramento

Rural, destacado, implantado em zona plana, bem visível à distância.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: fortaleza

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCAlgarve, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: João Carreira (projecto valorização arranjos exteriores, 1996- 1997)

Cronologia

1471, 29 de Outubro - D. Afonso V dá a Rui de Sousa o senhorio da Vila de Sagres, ao Cabo de S. Vicente; 1487, 22 de Junho - Rodrigo Anes, morador na Raposeira, recebe mercê da capitania da vila; 1495, 1 de Abril - D. João II dá a alcaidaria-mor de Sagres a Rodrigo Anes; 1498 - o senhorio, depois da morte de Rui de Sousa, passa para seu filho D. João de Sousa e depois para seus descendentes, os condes do Prado, Marqueses das Minas; 1516, 12 novembro - devido à distância que separava a vila da Aldeia do Bispo, onde a população ia assistir ao serviço religioso, D. Manuel cria a freguesia de Sagres; o Bispo D. Fernando Coutinho erige em priorado a dita freguesia; D. Manuel manda edificar a igreja matriz; 1521, 4 de Outubro - Alexandre de Freitas, filho de Rodrigo Anes, é nomeado capitão e alcaide-mor da Vila de Sagres; 1536, 19 de Julho - após a morte de Alexandre de Freitas em Azamor, sucede-lhe seu irmão Manuel de Freitas; por sua vez sucedeu-lhe Belchior Barreiros, que serviu a capitania cerca de 20 anos e vivia ainda em 1575; 1587 - a fortaleza é danificada com a incursão da armada de Drake; 1631 - quando D. Luís de Sousa, 2º Conde do Prado, governa a província do Algarve, Filipe III manda reparar alguns lanços da muralha, que tinham caído; 1640, após - Sagres recebe uma fortificação exterior segundo o sistema do conde de Pagan; 1755 - arruinada com o terramoto; 1793 - reconstruída; 1840, c. de - por iniciativa de Sá da Bandeira é colocada na muralha, próximo da porta principal, uma lápide evocativa do Infante D. Henrique; 1962, 30 maio - delimitação de ZEP por Portaria publicada no DG, 2.ª Série, n.º 128; 1986, 25 setembro - Portaria n.º 550/86 publicada no DR, 1.ª Série, n.º 221, retificando a delimitação da ZEP; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1997, finais - o retábulo da Capela de Santa Catarina da Fortaleza de Belixe (v. PT050815040003) é transferido, por questões de segurança, para a Fortaleza de Sagres; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Algarve, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2009 - 2010 - Projecto de requalificação e valorização do Promontório de Sagresno âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e do Programa de Intervenção do Turismo (PIT), pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, Direcção Regional de Cultura do Algarve e Turismo de Portugal; 2012, abril - maio - apresentação do Projeto do Centro Expositivo da Fortaleza de Sagres, orçado em c. de 1,3 milhões de euros, e integrado nas obras de requalificação do imóvel com conclusão prevista para 2014.

Dados Técnicos

Materiais

Alvenaria, pedra, madeira, telha portuguesa

Bibliografia

ALMEIDA, João de, Roteiro dos monumentos militares Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1948; DGEMN, Monumentos de Sagres, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 100, Lisboa, 1960; LOPES, João Baptista da Silva, Corografia (...) do reino do Algarve, Lisboa, 1841; REVEZ, Natasha, “Não haverá mar morto", Sombras do Império, Belém, Hesitações e Inércia 1941-1972, Catálogo da Exposição no Padrão dos Descobrimentos, Coord. João Paulo Martins, Lisboa: Tinta da China, 2023, pp. 131-151.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1980 - obras de recuperação; IPPAR: DRL: 1996 - 1997 - obras de valorização - arranjos exteriores, 3ª fase, projecto do Arq. João Carreira; Turismo de Portugal/CCDRCAlgarve/DRCAlgarve: 2009 - 2010 - 1ª fase do Projecto de requalificação e valorização do Promontório de Sagres no valor de 3.466.305 Eur: arranjo paisagístico; na fortaleza, restauro e conservação de paramentos exteriores e dos portões do torreão central e limpeza de cantarias e brasões; na igreja caiação de paredes exteriores e interiores; na Praça de armas ordenamento geral do espaço público, limpeza e reparação e prospecções geofísicas na Rosa dos Ventos; iluminação cénica; 2014 - obras de reabilitação das muralhas e iluminação cénica.

Observações

Autor e Data

João Neto 1991

Actualização

 
 
 
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