Igreja Paroquial de Santa Maria de Estremoz / Igreja de Santa Maria

IPA.00001184
Portugal, Évora, Estremoz, União das freguesias de Estremoz (Santa Maria e Santo André)
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Igreja paroquial protótipo de um importante universo de Igrejas construídas no Alentejo sob influência do Cardeal Infante D. Henrique, atribuídas a Miguel de Arruda, com paralelos em Santo Antão de Évora e Nossa Senhora da Lagoa em Monsaraz
Número IPA Antigo: PT040704030022
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta rectangular e volume exterior paralelepipédico, com 21 m de largura e 29 de comprimento, correspondendo o acréscimo de sete à capela-mor embebida, e 21 metros de altura até à cimalha. A frontaria, em alvenaria, divide-se em três tramos, os laterais com dois terços da largura do central, separados por pilares de cantaria em mármore apilastrados, e remata-se nos cunhais com poderosos pilares, também em cantaria. A cimalha é corrida por arquitrave moldurada. Rasga-se no tramo central singelo pórtico de vão rectangular, emoldurado por composição clássica, de simples frontão triangular a carregar sobre colunas jónicas assentes em plintos apilastrados, nas ombreiras. Luneta circular de duas voltas concêntricas de friso moldurado, o interior debruado de pérolas, anula o vazio grave de todo o paramento. Nos tramos laterais, simples portados rectangulares emoldurados de cantaria esquadriada e longas frestas, também rectangulares. Nas fachadas laterais, com graves paramentos de alvenaria rematados de cunhais de silharia, rasgam-se, quase encostados às cimalhas, três amplos janelões rectangulares, emoldurados de silharia esquadriada. INTERIOR: culmina a gravidade sábia da concepção e risco. Uma nave quase cúbica, de planta quadrada, dividida em três simulados tramos nos dois sentidos ortogonais. Trata-se, reduzindo a forma a geometria pura, da circunscrição de um quadrado perfeito por quatro rectângulos que têm de base metade do seu lado e de altura o dobro. Toda esta simetria é marcada na cobertura por tramos ogivais nervurados e no pavimento pelas bases circulares de gigantescas colunas da mais pura ordem jónica, de cantaria marmórea, sobre que descarregam os feixes em queda das ogivas. A capela-mor, realizando metade de um tramo central de acréscimo a esta harmonia, é ladeada por duas sacristias, a realizarem, cada, um quarto de tramo, dos envolventes. A cobertura, radial de quatro águas, omite-se a qualquer perspectiva tomada ao nível do solo e condiz com a depuração voluntária de todo o projecto, que tem a expressão máxima e paradigmática na ausência de frontão, torres ou pináculos.

Acessos

Largo do Castelo

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967

Enquadramento

Urbano, na cota suprema da colina escarpada de Estremoz, isolada no centro da Praça de Armas do Castelo, em frente da Torre de Menagem e contígua aos antigos Paços do Concelho, Sala de Audiências de Dom Dinis, harmonizada com a envolvência.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Évora)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Miguel de Arruda; MESTRE DE OBRAS: Pero Gomes

Cronologia

1560 - fundação e início da obra, em substituição do templo primitivo; 1612 - notícia de continuação das obras; 1730 - na descrição de Avis, efectuada por Francisco Xavier do Rego, surge referido que a igreja era um priorado da Ordem de Avis; 2004, 16 Fevereiro - abertura concurso pela DGEMN - DREMS para obras de conservação em caixilhos e coberturas.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Alvenaria, cantaria de mármore de Estremoz

Bibliografia

SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Viagens em Portugal de Manuel Severim de Faria, Lisboa, 1947; SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal, Lisboa, 1974; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol. VII, Lisboa, 1975; ESPANCA, Túlio, Notícia de quatro Igrejas Comendatárias da Ordem de Avis, A Cidade de Évora, nº 55; REGO, Francisco Xavier do, Descrição Geográfica Cronológica, Histórica e Crítica da Vila e Real Ordem de Avis, in Cadernos de Divulgação Cultural, ano I, n.º 1, Avis, Câmara Municipal de Avis, Novembro 1985 [1.ª ed. de 1730]; KUBLER, Georges, A Arquitectura Portuguesa Chã - Das especiarias aos diamantes - 1521-1706, Lisboa, 1988; SERRÃO, Victor, Santarém, Lisboa, 1990.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Intervenção Realizada

DGEMN: 1969/1970 - restauro geral; 1983 - restauro dos telhados; DGEMN: DREMS: 2004 - obras de conservação e recuperação de coberturas e caixilharias incluindo remoção e substituição de telhas partidas com telhas novas de canal romano e cobrideira; limpeza e reparação de caleiras com impermeabilização; substituição de caixilhos em madeira no alçado lateral direito

Observações

Autor e Data

Manuel Branco 1993

Actualização

Maria João 2005
 
 
 
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