Torre de Val-Boim / Torre de Vale Aboim / Pomar de Vale de Boim
| IPA.00001180 |
Portugal, Évora, Portel, Portel |
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Arquitectura militar e / ou residencial, tardo-medieval. Atalaia ou casa-torre localizada na proximidade de um caminho de acesso à sede de um território senhorial no Alentejo (D. João Peres de Aboim, senhor de Portel) e na presença de outras construções térreas nas imediações. Apresenta planta quadrada, quatro registos, construção em alvenaria de pedra e tijolo, vestígios de vãos numa das fachadas e numerosos oríficios quadrados possivelmente destinados a tiro ligeiro. Torre construída na sequência da doação da vila de Portel a D. João Peres de Aboim, obtida no âmbito de uma estratégia política destinada a captar a adesão da nobreza no processo de centralização do poder régio e com o objectivo de neutralizar a oposição senhorial. Os Aboim foram os primeiros senhores cristãos do Algarve e os detentores dos seus mais importantes castelos, entre os quais figurava o de Silves; contudo, o núcleo central dos bens de João Peres Aboim localizava-se no couto de Portel, no qual se encontra a actual Torre de Val-Boim. Constituiria talvez uma atalaia, uma vez que as suas dimensões se podem considerar demasiado reduzidas para ser considerada residência senhorial. Encontra-se em acentuado estado de ruína, completamente esventrada, o que torna difícil a interpretação da sua estrutura interior. Parece ter existido, adjacente ou eventualmente adossada a esta torre, uma pequena torrela. |
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Número IPA Antigo: PT040709050003 |
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Registo visualizado 721 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Atalaia
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Descrição
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Torre de planta quadrada, mostrando traços da existência de três pisos, desprovida de cobertura. Fachadas orientadas aos pontos cardeais, marcadas por pequenos vãos, abertos tardiamente quando a torre foi transformada em pombal. Fachada O. com inclinação da base, apresentando rasgamentos em quatro níveis: vão de entrada recto no piso térreo e três vãos de janela, um em cada piso, com vestígios de pedra de fecho. Fachada N., a de maior altura actualmente, com vestígios de adossamento de uma parede e de um edifício baixo. Fachada E. arruinada, apresentando apenas metade da sua estrutura, com embasamento mais sólido. Fachada S. inexistente. Todo o edifício apresenta orifícios quadrados de pequenas dimensões. |
Acessos
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Estrada de Portel para Vera Cruz de Marmelar, a cerca de 4 km de Portel, a O., acessível por caminho vicinal de terra, visível da estrada. WGS84: 38º16'17.10''N 7º41'44.22''O |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41 191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957 |
Enquadramento
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Rural, em encosta de acentuada pendente, isolada no meio de olival, em destaque, a cerca de 305m de altitude. A O., conjunto de edifícios térreos em ruína, talvez parte das construções setecentistas posteriormente erguidas, ainda integrando parte de um portal encimado pelas armas reais. Localização relativamente próxima da aldeia e da Igreja de Vera Cruz de Marmelar (v. PT040709080002), para S., onde se encontra o túmulo de João Peres de Aboim. |
Descrição Complementar
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Um dos edifícios a O. da torre apresenta um brasão de armas em relevo de argamassa ornamentado e sobrepujado por coroa. |
Utilização Inicial
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Militar: atalaia |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: fundação |
Afectação
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Afectação |
Época Construção
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Séc. 13 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1258 - Aquisição da vila e termo de Portel por D. João Peres de Aboim; 1261 - construção da torre por D. João Peres de Aboim; 1263-1267 - D. João de Portel e o seu filho, Pero Eanes, participaram na tentativa de resolução dos diferendos luso-castelhanos sobre a questão da soberania do Algarve; 1264-1279 - D. João de Aboim era mordomo-mor de D. Afonso III; 1518, 1 de Julho - foral novo concedido por D. Manuel I à vila de Portel; 1574, 26 de Julho - Val-Boim pertencia aos territórios brigantinos constituídos pelo duque D. João I neste ano, e que foram confirmados posteriormente em 1592, 1627, 1639 e 1640 (ESPANCA, 1978); 1750 - restauro da torre e torrela emparelhada (actualmente inexistente) por instância dos donatários (Espanca, 1978); séc. 18, reinado de D. José - o monarca terá contribuído para o melhoramento das instalações anexas, através da construção de cavalariças e casas nobres (Espanca, 1978); 1836 - a paróquia deixou de ser sede de vila; 1884 - apenas existiam vestígios do castelo e algumas paredes que serviam de muro às habitações. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria de pedra e tijolo. |
Bibliografia
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ALMEIDA, João - Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. Lisboa: Edição de Autor, 1948; ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal Distrito de Évora. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1978, vol. IX; LEAL, Augusto - Portugal Antigo e Moderno - Diccionario Geographico, Estatistico, Chorographico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande número de aldeias. Lisboa: Livraria Editora de Tavares Cardoso & Irmão, 1886; SILVA, José Custódio Vieira da, Paços Medievais Portugueses. Lisboa: IPPAR, 1995; Idem, "A Torre ou Casa Forte Medieval". Pontevedra. Museo de Pontevedra, 1999; REI, António. "A tradução do Livro de Rasis e a memória da Casa Senhorial dos Aboim-Portel". Cahiers d'études hispaniques médiévales, 2010, N°33, Lyon, ENS Editions, pp. 155-172 |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Manuel Branco e Castro Nunes 1994 |
Actualização
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Margarida Contreiras 2013 |
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