Casa Professa do Bom Jesus / Igreja do Bom Jesus / Basílica do Bom Jesus
| IPA.00011435 |
Índia, Goa, Goa Norte, Goa Norte |
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Casa Professa da Companhia de Jesus, construída entre 1586 e meados do séc. 17, pelos portugueses, composta por igreja, à esquerda, e edifício residencial, à direita, com pátio tipo claustro e corpo evoluindo perpendicularmente à igreja. A iniciativa da construção deveu se ao então provincial Alessandro Valignano, "que reclamou para si a autoria do projeto, segundo ele baseado num desenho de um edifício (que não identificou), fornecido pelo engenheiro mor do reino, o também italiano Giovanni Battista Cairato. Mas é também muito provável a participação do arquiteto da Companhia em Goa, Domingues Fernandes " (PEREIRA: 2010, p. 254). As obras tiveram início pela zona residencial, informando o padre Gomes Vaz o Geral Acquaviva, em 1593, que a área habitacional e as oficinas estavam terminadas e se aguardava o início das obras da igreja. Contudo, as obras prolongaram-se mais alguns anos, recebendo os padres autorização, do rei de Portugal, para ocupar definitivamente a casa, apenas em 1617. O edifício com desenvolvimento modelar, apresenta planta irregular e fachadas de três pisos, de grande sobriedade, a principal perpendicular à igreja, solução menos frequente, com fenestração regular e retilínea, de janelas encimadas por cornija reta, e portal em granito, aberto à direita, com moldura encimada pelas insígnias da Companhia e volutas, criando falso frontão. Destaca-se o pátio retangular, paralelo ao templo e "que se supõe da mesma época" (PEREIRA: 2010, p. 255), com dois pisos, desenvolvidos em arcadas de volta perfeita, com guarda em balaustrada, intercalados por pilastras toscanas, suportando entablamentos, dórico e jónico sobrepostos, sendo as alas térreas abobadadas e as do piso superior cobertas por tetos de madeira. A igreja, iniciada em final de 1594 e sagrada em 1605, antes de estar completamente concluída, segue o esquema da primeira arquitetura da Companhia, com planta retangular e nave única, de espaço unificado, amplamente iluminado, ainda que sem ter, de cada lado, as típicas capelas laterais intercomunicantes, com transepto inscrito e capela-mor profunda, enquadrada por duas capelas colaterais e ladeada por uma torre posterior. Segundo António Nunes Pereira, arquitetonicamente, foi o edifício que introduziu na Índia o tipo de igreja jesuíta portuguesa, de uma só nave (PEREIRA: 2010, p. 256). A fachada principal, inspirada na Igreja de Gesu, em Roma, e cujo projeto foi apenas definido em 1597 (PEREIRA: 2010, p. 255), organiza-se em três panos, definidos por pilastras de ordem coríntia, dórica e jónica, sobrepostas, e três registos, terminando em tabela com as insígnias da Companhia, rematada em frontão triangular e entre aletas concheadas. Constituindo uma das fachadas mais ricas da arquitetura goesa, é rasgada por portais em arco de volta perfeita, por janelas encimadas por tabelas decoradas, no segundo registo, e óculos circulares, no terceiro, enquadrados por colunas ou pilastras, duplas no eixo central, formando panos em cantaria de granito, que contrastam com o tom avermelhado da laterite utilizada na restante estrutura, enobrecendo o conjunto. A fachada lateral esquerda, rematada em balaustrada com acrotérios suportando pináculos em bola, e reforçada na nave, em 1862, por três grandes contrafortes, organiza-se em três registos, separados por frisos e cornijas, e vários panos, definidos por pilastras, rasgados por janelas retangulares com frontão triangular, janelas de capialço e óculos circulares sobrepostos, correspondendo no transepto e capela-mor a janelas com frontão. A porta travessa, em granito, possui arco em volta perfeita flanqueado por colunas coríntias suportando entablamento sobreposto por espaldar recortado com decoração vária. Este seccionamento da fachada e a fenestração reproduz-se nas paredes interiores, onde as janelas do segundo registo formam tribunas, corridas, de mármore, sobre cornija assente em mísulas, e com guarda em balaustrada decorada de acantos, interligadas ao coro-alto, disposto sobre três arcos em asa de cesto. Apresenta pavimento de mármore e cobertura de madeira, em masseira sobre grandes mísulas decoradas, executado em 1862, na nave, e em abóbada de berço, formando caixotões decorados, nos braços do transepto e na capela-mor. A meio da nave, no lado da Epístola, possui púlpito quadrado, em talha dourada maneirista, de inspiração indo-portuguesa, com guarda plena decorada com edículas albergando Evangelistas e outras imagens, acedido por porta de verga reta, envolvido por profusa decoração em talha, que se prolonga pelo baldaquino. Na parede do Evangelho, integra túmulo, em bronze, de D. D. Jerónimo Mascarenhas, cujo legado permitiu a construção da igreja. No topo da nave, abrem-se os braços do falso transepto albergando capelas, os quais foram prolongados com mais um tramo em 1659. Nesta data, o braço do Evangelho, inicialmente dedicado a São Francisco de Bórgia, e onde esteve o corpo de Francisco Xavier desde 1624, passa a receber o Santíssimo, transferido do braço da Epístola, que agora é transformado para criar a capela de são Francisco Xavier. Ambos os braços apresentam retábulo, em talha dourada de transição, com estrutura maneirista, mas já com alguns elementos joaninos, de corpo convexo e um eixo, rematado em frontão interrompido por tabela, contendo imagens em edículas e a coroar as colunas, com amplo vão de bandeira rendilhada, acedendo ao Santíssimo e à capela de São Francisco Xavier. Esta última tem as paredes revestidas a apainelados de talha maneirista, com profusa decoração de influência indo-portuguesa, integrando painéis pintados com cenas da vida do Santo, designado de "Apóstolo do Oriente". Alberga túmulo expositivo, em prata, executado por artistas goeses, sobre estrutura de mármore, da autoria do escultor florentino Giovanni Battista Foggini e oferecida pelo grão duque da Toscânia, Cósimo III de Médici, em 1698. O arco triunfal, de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, é flanqueado por dois retábulos de transição, com estrutura maneirista tipo nicho, de corpo convexo e um eixo, rematados em espaldar relevado e baldaquino, sobrepostos por apainelados de talha, com tratamento distinto, envolvendo o arco, integrando quatro painéis pintados, os inferiores facetados, e com anjos relevados nos seguintes a segurar cartela com insígnias da Companhia. Superiormente, sobre cornija, existe um outro apainelado de talha, com diferente decoração, adaptada ao perfil da cobertura, possivelmente executado aquando da reforma da cobertura da nave, levando a pensar que a primitiva seria plana. Na capela-mor, sobre o supedâneo, surge o retábulo-mor, igualmente de transição, com estrutura e remate arcaizante, mas corpo mais evoluído e com elementos barrocos. Tem corpo reto e um eixo, definido por colunas salomónicas e pilastras, rematando em entablamento e frontão interrompido por tabela recortada, com uma Santíssima Trindade horizontal, ladeado quartelões, aletas e imagens de vulto. A capela de São Francisco Xavier possui portais envolvidos por estrutura em talha dourada, de ligação à Casa Professa e à sacristia. Esta foi reconstruída em 1652, com donativos da Baltasar de Veiga, destacando-se pelas suas dimensões, tendo nas paredes laterais amplos nichos facetados integrando janelas, encimados por painéis pintados. Possui longos arcazes, com ferragens recortadas e vazadas, encimados por espaldar de talha dourada, com Santos pintados em painéis, e, no topo, capela profunda. |
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Número IPA Antigo: IN931101000005 |
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Registo visualizado 904 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Casa professa Companhia de Jesus - Jesuítas
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Descrição
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Planta poligonal, composta por igreja e casa professa, disposta a sul. IGREJA com nave única, transepto inscrito e capela-mor retangular, tendo adossado a sul torre sineira quadrangular e sacristia retangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave, de três na capela-mor, de uma no braço norte do transepto e em terraço na torre sineira. Fachadas em cantaria aparente. A fachada principal surge virada a poente, com tratamento simétrico, dividida em três panos, por três ordens de pilastras almofadadas, as exteriores coroadas por pináculos em bola sobre plintos paralelepipédicos, e de três registos, definidos por friso e cornija, que no primeiro registo é liso, no segundo decorado com métopas e tríglifos e no terceiro ritmado por mísulas intercaladas por florões. Remata em tabela retangular horizontal, definida por pilastras, coroadas por pináculos em bola sobre plintos paralelepipédicos, contendo painel com o emblema da Companhia de Jesus, inscrito em cartela circular, envolta por enrolamentos e figuras relevadas, ladeado por duplas pilastras, de fuste estriado, espiralado e liso, segmentado por anéis, que sustentam frontão triangular, coroado por pináculos em bola sobre plintos e com figura relevada no tímpano. A tabela é ladeada por aletas concheadas. O pano central possui portal, em arco de volta perfeita, de duas arquivoltas, assentes em pilastras almofadadas, flanqueado por quatro colunas coríntias, grupadas, sobre altos plintos paralelepipédicos, que sustentam entablamento. Nos panos laterais, abre-se portal de verga reta, encimado por apainelado com cartela oval e elemento retangular rematado por frontão triangular entre aletas relevadas, flanqueado por colunas coríntias sobre plintos, suportando entablamento. No segundo registo abre-se, ao centro, janela de verga reta, com moldura de vários frisos, entre pilastras almofadadas, sobrepostas por mísulas, suportando cornija, encimada por tabela com motivos geométricos e aletas laterais; a janela é enquadrada por quatro pilastras de fuste estriado, grupadas, sustentando o entablamento. Nos panos laterais, abre-se janela, mais pequena, também de verga reta e entre pilastras estriadas, sustentando entablamento encimado por cartela e aletas, flanqueada por duas pilastras sustentando o entablamento. No terceiro registo, abrem-se óculos circulares, com molduras envolvidas por volutas, ladeado por pilastras jónicas, suportando o entablamento, sendo o do pano central maior e as pilastras duplas. A fachada lateral esquerda remata em frisos, cornija e balaustrada, ritmada por acrotérios, coroados por pináculos tipo bola. A nave apresenta três registos, separados por frisos e cornija, e sete panos, definidos por tripla ordem de pilastras, os superiores sobrepostos por gárgulas de canhão, e marcada por três possantes arcobotantes, de perfil ondulado, rematados por pináculos e com vãos em arco de volta perfeita. No primeiro registo, abrem-se janelas retilíneas, molduradas e gradeadas, encimadas por frontão triangular, no segundo altas janelas de capialço e, no terceiro, óculos elípticos. No quarto pano, rasga-se porta travessa, em arco de volta perfeita, sobre pilastras almofadadas e com chave saliente, flanqueada por duas colunas coríntias, sobre plintos paralelepipédicos, almofadados, suportando entablamento com friso decorado, sobreposto por espaldar recortado com cartelas, volutados e motivos vegetalistas, entre pináculos sobre plintos. O transepto e a capela-mor seguem esquema semelhante ao da nave, mas apenas rasgado por janelas com frontão triangular, algumas entaipadas; o transepto tem dois (poente) ou três (nascente) panos, de três ou dois registos, este último sobreposto por aletas concheadas. A fachada posterior da capela possui três panos e três registos, cegos. A torre sineira tem cunhais apilastrados e três registos separados por cornija, rematando em frisos, cornija e balaustrada ritmada por acrotérios coroados por pináculos em bola; no segundo registo é rasgada por janelas retilíneas e no terceiro por uma ou duas ventanas, em arco; na fachada nascente apresenta ainda contraforte escalonado. INTERIOR de espaço amplo e iluminado, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento de mármore, com motivos geométricos, e cobertura de madeira, em masseira, sobre amplas mísulas de madeira, e em abóbada de berço, formando caixotões, com florões, na capela-mor. As paredes possuem três registos, separados por cornija, e vários panos, definidos por três ordens de pilastras almofadadas; no primeiro rasgam-se vãos retilíneos com frontão triangular, no segundo tribunas com sacada corrida, em mármore, mais avançada no alinhamento das janelas, com guarda em balaustrada coroada por pináculos em bola, assente em cornija sobre modilhões equidistantes, intercalados por losangos com florões, e, no terceiro, óculos elípticos. Coro-alto de cantaria, assente em três arcos, em asa de cesto, sobre duplas pilastras almofadadas, o central maior, com guarda igual às das tribunas e tendo ao centro órgão. No sub-coro, com cobertura em falsa abóbada de aresta, existem, junto aos pilares dos arcos, pias de água benta, de taça cilíndrica, sobre colunas-balaústres; de cada lado tem capela, em arco de volta perfeita flanqueada por pilastras suportando frontão triangular. Lateralmente, a nave tem portas travessas, a do lado do Evangelho, protegida por teia de madeira e ladeada por pia de água benta, em mármore, com taça cilíndrica sobre coluna-balaústre. No lado da Epístola, dispõe-se púlpito, em talha dourada, de bacia retangular e guarda plena, com colunas de fuste decorado com motivos vegetalistas, sobre plintos com querubins encarnados, definindo vários panos, decorados por edículas, albergando os Evangelistas e outras imagens encarnadas, envolvidas por concheados, motivos vegetalistas e querubins, assente em mísula, decorada com figuras híbridas e acantos; é acedido por porta de verga reta, com moldura enquadrada por apainelados de talha dourada, com anjos de vulto ou relevados e motivos fitomórficos, enquadrando painel pintado com custódia, flanqueado por amplas mísulas com querubins, sustentando baldaquino; este é rematado com lambrequim e falsos espaldares vegetalistas e pináculos adelgaçados, e tem no teto florão central, envolvido por glória de querubins e anjos. Os braços do transepto têm arco de volta perfeita sobre pilastras almofadadas e cobertura em abóbada de berço, formando caixotões, decorados com vários motivos, pintada, sobre cornija. Albergam retábulos de planta convexa e um eixo, o do lado do Evangelho dedicado ao Santíssimo Sacramento, e a da Epístola acedendo à capela e túmulo de São Francisco Xavier. Arco triunfal de volta perfeita, sobre pilastras almofadadas, pintadas de branco, ladeado por dois retábulos colaterais, de talha dourada, de corpo convexo, um eixo e dois registos, superiormente enquadrado por apainelados de talha, adaptados ao perfil da cobertura, com dois painéis pintados, de cada lado, moldurados com acantos e querubins; os inferiores, octogonais, representam a Ascensão da Virgem (Evangelho) e a Coroação da Virgem (Epístola), e os superiores Pentecostes (Evangelho) e a Transfiguração (Epístola). Nos seguintes do arco, surgem anjos pintados e encarnados, segurando folha de acanto interligada à cartela oval central com, símbolo da Companhia, "IHS". Superiormente, corre cornija de madeira encimado por apainelado, com nicho central quadrangular, flanqueado por motivos florais e quatro pilastras de fuste ornado com motivos vegetalistas. A capela-mor possui as paredes laterais formando apainelados e, sobre o supedâneo dispõe-se o retábulo-mor, em talha dourada, de corpo reto e um eixo, definido por seis colunas salomónicas, com espira fitomórfica, anel vegetalista inferior e terço marcado, e duas pilastras, estriados, também com anel vegetalista inferior e de terço inferior marcado, grupados, sobre plintos paralelepipédicos ornados com elementos vegetalistas. A estrutura remata em entablamento, com friso vegetalista, interrompido ao centro por resplendor com "IHS" inscrito, frontão interrompido e tabela, definida por quartelões com querubins, decorado com uma Santíssima Trindade horizontal e querubim no fecho relevado, ladeado por aletas e imagens de vulto sobre plintos paralelepipédicos. Ao centro possui apainelado a formar falso nicho, em arco de volta perfeita e interior concheado, tendo frontalmente, imaginária sobre mísula, de base curva e remate piramidal, decorado com acantos e querubins. Banco com apainelados vegetalistas e altar paralelepipédico com apainelados de florões no frontal. A meio da capela-mor dispõe-se mesa de altar paralelepipédica, tendo no frontal a representação da última Ceia e, inferiormente, decoração vegetalista. CASA PROFESSA de planta irregular, formada por vários corpos articulados, formando claustro retangular paralelo à igreja, o da portaria avançado perpendicularmente á frontaria do templo, e um outro no alinhamento da torre sineira. Volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, três e quatro águas, rematadas em aba corrida. Fachadas predominantemente rebocadas e pintadas de branco, mas o que prolonga a torre sineira está em cantaria aparente. O corpo da portaria apresenta fachada virada a norte, de três pisos, rasgada por três eixos de vãos, retilíneos, formado por janelas de peitoril, encimadas por cornijas retas e, à direita, ao portal, em cantaria, com moldura encimada por espaldar formado por cartela entre aletas. CLAUSTRO com fachadas de dois pisos, ambos com arcadas, de oito ou seis arcos, de volta perfeita, sobre pilastras, intercalados por pilastras toscanas, suportando entablamento que, no piso térreo, é da ordem dórica e, no superior, jónica, com guarda em balaustrada, e remate em cornija integrando gárgulas e sobreposta por aba corrida. No primeiro piso, as alas são cobertas por abóbada e a parede de uma das alas é ritmada por arcos, de volta perfeita sobre pilastras, intercaladas por pilares, integrando portas de verga reta encimadas por fresta, das celas. No segundo piso, com tetos de madeira, possui os vãos das dependências com verga reta, numa das alas, encimados por cornija. A quadra tem jardim com fonte central, moderna, de tanque recortado. |
Acessos
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Goa Norte, Tiswadi, Velha Goa (Ella), Old Goa Road, Goa 403402. WGS84 (graus decimais) lat.: 15,500749; long.: 73,911259 |
Protecção
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Monumento de Importância Nacional / Incluído nas Igrejas e Conventos de Goa *1 |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado e destacado. Implanta-se em terreno plano do antigo Terreiro dos Galos, inserido no conjunto monumental das Igrejas e Conventos de Goa, envolvido por amplo espaço ajardinado e arborizado. Na proximidade localizam-se, no setor norte-noroeste - norte-nordeste, a uma distância média de cerca de 300 m, a Capela de Santa Catarina (v. IPA.00011432), a Igreja e Convento de São Francisco (v. IPA.00011434), com o Museu Arqueológico de Goa, o Palácio Episcopal de Goa (v. IPA.00011437), e a Catedral de Goa (v. IPA.00011431); a nordeste, e a cerca de 600 m o Arco dos Vice-Reis (v. IPA.00011558) e o Convento dos Teatinos / Igreja de São Caetano (v. IPA.0001436); e para poente, a distâncias entre os 400 e os 700 m localizam-se o Convento de São João de Deus (v. IPA.00036262), o Mosteiro e Igreja de Santa Mónica (v. IPA.00011448), as ruínas da Igreja e Convento de Nossa Senhora da Graça (v. IPA.00030658), a Capela Real de Santo António (v. IPA.00036261) e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (v. IPA.00011444). |
Descrição Complementar
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No sub-coro, no pilar de sustentação do coro-alto, do lado do Evangelho, existe lápide com inscrição alusiva à consagração da basílica: "HANC . ECCLESIAM : / IESV . SOLENNI . RITV : / CONSECRAVIT . REVE / RENDISSIMVS . ET . IL / LVSTRISSIMVS . DOMI / NVS . D. ALEXIVS . ME / NESIVS . ARCHIE / PISCOPVS . GOEN / SIS . INDIAE . PRIMAS . / ANNO DOMINI . / M.D.C.V.D.MA.". A capela do lado do Evangelho possui estrutura retabular formada por quatro colunas torsas, rematada em espaldar recortado, albergando a imagem de São Francisco Xavier. Ainda no sub-coro, a capela do lado da Epístola, com cobertura em abóbada de berço, formando caixotões, dispõe de retábulo, de talha dourada, de corpo convexo e um eixo, definido por seis colunas torsas, com espira fitomórfica e terço inferior marcado. A estrutura remata em tabela retangular, definida por colunas, contendo imagem relevada, rematada em frontão curvo interrompido e ladeada por aletas. Ao centro tem nicho, em arco de volta perfeita, interiormente concheado e albergando imaginária. Altar paralelepipédico com apainelados no frontal. Nos pilares que suportam o coro-alto existem três inscrições: uma em latim no pilar esquerdo "HANC ECCLESIAM: / JESV SOLENNI RITV: / CONSECRAVIT REVE / RENDISSIMVS ET IL / LUSTRISSIMVS DOMI / NVS D. ALEIXIVS ME / NESIVS, ARCHIE / PISCOPVS GOEN / SIS, INDIAE PRIMAS. / ANNO DOMINI / M.D.C.V.ID.MA." (FONSECA: 1878, p.284); e duas em português da época e atual, respetivamente, no pilar direito "ESTA IGREJA DE IE: / SVS SE COMECOV A 24 DE / NOVEMB: DE 1594 E / CONSAGROVA O REVE / RENDIS: E ILLVSTRIS: / SENHOR D F ALEIXO / DE MENESES ARCE: / BISPO DE GOA PRI: / MAS DA INDIA ANNO / DO SENHOR 1605 / 15 DE MAIO" e "SUA SANTIDADE O PAPA PIO XII / POR BREVE APOSTOLICO DE 20-3-1946 / ELEVOU ESTA / IGREJA DO BOM JESUS / À DIGNIDADE DE / BASÍLICA MENOR / A PEDIDO DO EXMO. E REVDMO. ARCEBISPO / DE GOA E DAMÃO, / PATRIARCA DAS INDIAS ORIENTAIS, / D. JOSÉ DA COSTA NUNES / O REITOR / MONS. CONEGO AYRES FRANKLIN DE SÁ / FOI PROCLAMADA EM 3-12-1949". A meio da nave, na parede do lado do Evangelho, sob uma das janelas e junto à porta travessa, insere-se o túmulo de D. Jerónimo Mascarenhas, com frontal metálico, sobre dois leões, ladeado por pináculos relevados, e encimado por brasão, com escudo francês sobre cartela, com as armas dos Mascarenhas, de vermelho, com três faixas de ouro, encimada por elmo e amplo paquife relevado. O frontal é subdividido em três, tendo lateralmente duas cartelas sobrepostas com representações figurativas, numa possível alusão à vida do sepultado. Ao centro surge, entre duas faixas com "ferroneries", inscrição funerária cinzelada, com letra capital quadrada, a inicial inserida num quadrado e ornada com motivos vegetalistas, a lembrar uma letra iluminada de um códice. A inscrição reza: "SEPVLTURA DE DOM HERONI / MO MASCARENHAS, CAPITAM / Que FOI DE COCHIM E ORMVZ ETC. A CV / IA CUSTA SE FES ESTA IGREJA. EM / GRATIFICAÇAM A COMPANHIA / DE IESV LHE DEDICOV ESTE LV / GAR. FALECEO NO ANNO DE 1593". Os RETÁBULOS COLATERAIS possuem estrutura semelhante, com corpo convexo, um eixo e dois registos, definido por seis colunas, de fuste torso, com espira vegetalista e terço inferior marcado, assentes em plintos decorados com acantos, e de capitéis coríntios, suportando entablamento, sobreposto por pináculos sobre plintos, no alinhamento das colunas exteriores. Ao centro abre-se nicho, em arco de volta perfeita, interiormente concheado e albergando imaginária. O segundo registo tem estrutura semelhante e é ladeado por orelhas. A estrutura remata em painel retangular tendo relevado espaldar, decorado com cartelas, motivos vegetalistas e volutados com querubim central, flanqueado por mísulas que suportam baldaquino, de perfil curvo, também ornado com elementos vegetalistas, e rematado em lambrequim, elementos trevados, cartela e pináculos laterais. Sotobanco com apainelados contendo elementos vegetalistas. Altar paralelepipédico, com frontal decorado. Os RETÁBULOS DO TRANSEPTO possuem estrutura semelhante, com corpo convexo e um eixo, definido por seis colunas, de fuste torso, com espira vegetalista e terço inferior marcado, assentes em dupla ordem de plintos paralelepipédicos, decorados com acantos, e de capitéis coríntios, coroadas por imagens de vulto. A estrutura remata em frontão interrompido por tabela retangular, horizontal, com quatro colunas torsas, de espira fitomórfica, assentes em plintos paralelepipédicos, formando três eixos, com nichos em arco de volta perfeita, contendo imaginária, nos laterais sobre mísulas, rematando em frontão curvo, com tímpano decorado e com anjos de vulto sobre as colunas; a tabela é ladeada por aletas, apainelados de acantos, duas mísulas com imagens e, nos extremos, duas outras imagens de vulto, maiores. Ao centro, abre-se amplo vão, em arco de volta perfeita, sobre pilastras, com bandeira vazada, sobreposta por dois anjos de vulto segurando cartela de decoração vazada, surgindo uma outra na cornija superior. A CAPELA DO SANTÍSSIMO alberga estrutura de talha, com frontal decorado por edículas, com figuras relevadas, intercaladas por querubins, flanqueada por pináculos de vários corpos escalonados e decorados. Sobre este dispõe-se o sacrário, tipo templete, facetado, com várias colunas torsas nos ângulos, coroadas por pináculos, e profusamente decorado com motivos vegetalistas. O retábulo da Epístola acede à CAPELA DE SÃO FRANCISCO XAVIER com as paredes revestidas a apainelados de talha dourada, decorados com motivos vegetalistas, volutados, querubins e anjos, encarnados, integrando painéis pintados com cenas da vida do Santo, facetados ou retangulares. É coberta por abóbada de aresta, pintada com cartelas contendo cenas da vida do Santo, sobre mísulas, que formam nicho sustentando anjos de vulto. Ao centro da capela surge o monumento funerário de São Francisco Xavier composto por grande pedestal paralelepipédico, de dois corpos escalonados, o inferior, em mármore branco e rosa, com as faces sobrepostas por cartelas envolvidas por volutados, festões de drapeados e de flores, e o superior em mármore preto e amarelo, com painel de bronze representando cena da vida do Santo que, nas faces mais largas, é ladeado por painéis com lírios relevados. O pedestal remata em balaustrada, de mármore rosa, tendo frontalmente anjos de vulto segurando cartelas em bronze, com filactera inscrita. No topo, eleva-se o túmulo, com arca de prata envidraçada, de faces ritmadas por colunas, sobre altos plintos paralelepipédicos, intercaladas por painéis relevados com cenas da vida do Santo, coroadas por pináculos, e tampa escalonada, profusamente decorada. Quer a face nascente, quer a sul da capela, têm ligação às instalações da casa professa, por portal de verga reta, enquadrado por estrutura de talha dourada, com duas (nascente) ou quatro (sul) colunas de fuste torso, espira vegetalista e terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos, sustentando entablamento, com friso vegetalista, encimado por janela (nascente) ou painel pintado (sul), enquadrado por estrutura semelhante, rematada em frontão triangular interrompido por querubim e com volutados, ambos ladeados por volutas e orelhas, respetivamente. Na porta sul, o painel representa São Francisco de Xavier, em meio corpo, tendo inferiormente a inscrição: "DIMIDIVM CERNIS, QVEM MAGNVM SUSPICIT ORBIS / XAVIER EST TOTVM NVLLA TABELLA CAPIT". O corredor lateral da capela conduz à SACRISTIA. Esta é acedida por portal de cantaria, de verga reta, moldurado e flanqueado por duas pilastras de fuste seccionado em três, decorado com estrias, motivos geométricos e canelado, sobre plintos paralelepipédicos, ornados de losangos, suportando entablamento, com frontão de diferentes florões, e espadar recortado, decorado com volutas, motivos vegetalistas, aves e cartela central com "IHS", entre pináculos tipo pera. Possui porta de duas folhas, entalhada, formando painéis, com anjos, os quatro Evangelistas, motivos vegetalistas, símbolo da Companhia e inscrição superior: "PROPERI SEPH . ENEDX / IT . DNS DOMVI . GEN39". No interior possui as paredes laterais com amplos nichos, com arco de volta perfeita, sobre pilastras, interiormente facetados, com cobertura em abóbada de quarto de esfera, também facetada e formando apainelados, integrando na parede do fundo janelas. Superiormente, sob a cornija onde assenta a cobertura, existem painéis pintados. De ambos os lados, existem compridos arcazes, com três ordens de gavetas, ornadas com ferragens recortadas e vazadas, encimados por espaldar de talha dourada, integrando painéis pintados com Santos, intercalados por pilastras estriadas, coroadas por pináculos, cada um deles rematado em espaldar recortado com cartela. Na parede do fundo existe capela quadrangular, em arco de volta perfeita, sobre pilastras, flanqueado por duas pilastras estriadas, sustentando entablamento, encimado por pequeno nicho retangular ladeado por concheados e pináculos piramidais. No interior, tem retábulo com Calvário. A capela é ladeada por dois armários de amitos, em arco, encimados por painéis pintados. Na sacristia existe lápide tumular de Baltazar Viegas, ou da Veiga com a inscrição: "SEPULTURA DE BALTHAZAR DE VEIGA, Á CUJA CUSTA SE FEZ ESTA SACHRISTIA; A COMPANHIA DE JESUS, EM GRATIFICAÇÃO DESTA BOA OBRA, E DE OUTRAS QUE FEZ A ESTA CAZA, LHE DEDICOU ESTE LOGAR PARA SEU JAZIGO. FALECEU A 14 DE JANEIRO DE 1659" (FONSECA: 1878, p. 301). No adro do templo ergue-se cruzeiro, composto por plataforma quadrangular e amplo plinto paralelepipédico, com cunhais firmados por pilastras, assentes em plintos e coroadas por pináculos; numa das faces possui nicho, em arco de volta perfeita e interiormente concheado, com a imagem de São Francisco de Xavier, a qual marca a sua passagem por Goa. Inferiormente apresenta a seguinte inscrição "S. FRANCIS / CO XAVERIO / INDIARVM / APOSTOLO / DICAVIT . P . / G. M. ANNO / DNI. 1666". O plinto remata por elemento de cantaria, enquadrado por aletas, coroado por cruz, de braços quadrangulares, rematados em botão, e com coroa de espinhos no encontro dos braços. |
Utilização Inicial
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Educativa: colégio religioso |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja |
Propriedade
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Pública: Estado Indiano |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Domingos Fernandes (atrib. - 1586). ESCULTORES: A. Fonseca Lapa (1906), Giovanni Battista Foggini (1697). PROJETISTA: Alexandre Valignano (1586). |
Cronologia
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1567 - o Geral da Companhia de Jesus, padre Francesco Borgia, dá parecer favorável à construção de uma casa professa, apesar da Companhia já ter no território goês um colégio e uma igreja; no entanto, a construção do novo edifício, em local mais saudável da cidade, teria de esperar, visto ainda decorrerem as obras de ampliação do Colégio de São Paulo; 1584 - fundação da Casa Professa no Colégio de São Paulo, por ordem do Geral Cláudio Acquaviva, ocupando o piso térreo do edifício, e ficando o colégio nos pisos superiores; 1585 - tornando-se cada vez mais evidente a impossibilidade de manter as duas instituições num só edifício, o próprio visitador Valignano toma a iniciativa de procurar um local para a Casa Professa; além disso, o complexo situado na Carreira dos Cavalos mostrava-se cada vez mais insalubre e inóspito; compram-se para o efeito umas casas no Terreiro dos Galos, o que causa protestos por parte das outras ordens religiosas, por se construir um terceiro edifício da Companhia no território; setembro - Valignano e outros companheiros mudam-se para as casas do Terreiro, sem autorização superior das autoridades eclesiásticas e civis, dando o facto como consumado; 1586 - carta de Valignano para o Geral Acquaviva, em Roma, com as plantas esquemáticas do edifício da Casa Professa, organizada em três pisos, a construir no Terreiro dos Galos (Pereira: 2010, p. 255) *2; 1587 - é enviada de Roma uma planta para a igreja, revista pelo arquiteto da Companhia Giovanni de Rosis, mas que Valignano não segue porque, por esta altura, a casa já se encontrava em construção e não podia ser parada; 1593 - o padre Gomes Vaz comunica ao Geral Acquaviva que a área habitacional e as oficinas dos edifícios estão terminadas, mas aguardava-se ainda o início das obras de construção da igreja do Bom Jesus; 04 março - data da morte do antigo capitão de Ormuz e Cochim, D. Jerónimo de Mascarenhas, que deixa legado para as obras, e cujo túmulo se encontra na igreja, na parede da nave, do lado do Evangelho; 1594, 24 novembro - início das obras de construção do templo, segundo inscrição de lápide existente na igreja; 1597 - o padre Nicolau Pimenta, visitador, em carta enviada para a Europa refere que as obras da casa professa se encontravam quase concluídas, faltando apenas a cerca da horta e o forro de um dos corredores do último piso (Pereira: 2005, p. 221); pela carta sabe-se ainda que a fachada da igreja fora construída com pedra vinda do norte (provavelmente granito de Baçaim), sendo o restante em laterite, o material em que eram construídos todos os edifícios do território (Pereira: 2005, p. 222); 1598 - carta anual regista a presença de 60 trabalhadores estando cerrada uma das capelas do cruzeiro, e estando prevista para breve o fecho da abóboda da capela-mor *3; 1605, 15 maio - apesar de inacabada, a igreja é consagrada pelo arcebispo D. Frei Aleixo de Meneses; 1617 - o rei de Portugal autoriza os padres a abandonarem o Colégio de São Paulo e a ocuparem definitivamente a casa professa; 1624 - cerimónia solene de transladação do corpo de São Francisco Xavier da igreja de São Paulo, onde tinha sido deposto quando veio de Malaca, para a igreja do Bom Jesus; 1637 - feitura do sarcófago prateado em Goa; 1652, 29 fevereiro - início da construção da nova sacristia, com donativos da Baltasar de Veiga, segundo lápide existente na mesma (Pereira: 2005, p. 222); 1655 - colocação em capela própria do mausoléu de São Francisco Xavier; 1659 - conclusão da capela de São Francisco Xavier; 1663 - um incêndio destruiu grande parte do edifício; 1665 - a Companhia recorre a um empréstimo para as obras de reconstrução; 1697 - feitura do grande pedestal onde assenta o mausoléu de São Francisco Xavier, executado por Giovanni Battista Foggini (Pereira, 2005, p. 223) e oferecido pelo Grão-duque da Toscânia, Cosme III de Médici, em agradecimento da oferta do coxim que serviu de almofada ao Santo, pelo Procurador Geral da Província de Goa, padre Francisco Sarmento; o pedestal teria sido inicialmente de maiores dimensões, mas o espaço disponível na capela não permitiu que fosse colocado na sua totalidade; 1759 - o édito de expulsão da Companhia de Jesus chega ao território do Estado da Índia, com aplicação efetiva pelo seu governo, o que resultou na prisão imediata de 127 padres jesuítas, que foram reenviados para Portugal; na sequência, o complexo do Bom Jesus passa para administração direta do vice-rei e do arcebispo; 1774 - decreto real ordena a transferência da igreja e residência arquiepiscopal para o Bom Jesus (Pereira: 2005, p. 224); 1779 - passam a realizar-se na igreja as cerimónias de posse dos vice-reis; 1781 - incêndio destrói a igreja; 1782 - primeira exposição pública com caráter oficial do corpo de São Francisco Xavier; 1835 - após a extinção das ordens religiosas, o cadeiral do coro da igreja de Nossa Senhora da Graça é transferido para a capela-mor do Bom Jesus, onde permaneceu até 1964 (Pereira: 2005, p. 225); 1840 - das 12 lâmpadas de prata que havia na capela de São Francisco, 8 delas e alguns objetos em ouro, são derretidos para cunhagem de moeda; 1862 - construção de três grandes contrafortes para consolidação da parede exterior norte da igreja, e substituição da cobertura da igreja (Pereira: 2005, p. 225); 1890 - últimas grandes obras de engrandecimento por altura das festas xaverianas; 1900, cerca - substituição das janelas de cascas de ostra por janelas de vidro; 1906 - feitura de uma das imagens de São Francisco de Assis, por A. Fonseca Lapa, com oficina em Gaia;1931 - nova reconstrução do teto da igreja, por ocasião de uma exposição do corpo de São Francisco Xavier (Pereira: 2005, p. 225); 1932, 31 março - classificação da igreja como Monumento Nacional, pelo decreto n.º 1360; 1943 - por força da Concordata firmada em 1940 entre Portugal e a Santa Sé, a igreja é devolvida à Igreja Católica; 1946 - a igreja é elevada a Basílica Menor por Breve do Papa Pio XII; 1952 - comemoração do 400º aniversário da morte de São Francisco de Xavier reúne mais de 800.000 pessoas; 1955 - para evitar que as relíquias do Santo sejam tocadas diretamente pelo público, o patriarca de Goa decide mandar colocar o corpo numa urna de cristal; 1956 - o Patriarca de Goa decide devolver a Basílica e Casa Professa aos Jesuítas; 1961 - com a anexação do território de Goa pela União Indiana, a igreja passa para a alçada do Archaelogical Survey of India, mantendo a Igreja Católica o direito de utilização (Pereira: 2005, p. 226); 2009, 10 junho - eleição da Basílica como uma das sete maravilhas portuguesas no mundo; 2014, 22 novembro - 2015, 04 janeiro - decorre a segunda exposição do corpo de São Francisco de Xavier no século 21 *4. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em pedra da região (laterite) aparente, ou rebocada e pintada; elementos da fachada da igreja e portal da casa professa em granito de Baçaim (conjetural); argamassas à base de cal e areia; grades em ferro; portas de madeira; vidros simples; pavimentos em mosaico cerâmico e mármore; púlpito, retábulos e apainelados em talha pintada; painéis pintados; tribunas em mármore; tetos de madeira; cobertura em telha cerâmica. |
Bibliografia
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AAVV - São Francisco Xavier, a sua vida e o seu tempo (1506-1552). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação Oriente, 2006; BAZIN, Germain - «Plan d`etablissements jésuites du XVI siécle au Brésil et à Goa». In Actas III Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Lisboa: 1960, II vol.; CHICÓ, Mário Tavares - A escultura decorativa e a talha dourada nas Igrejas da Índia Portuguesa. Lisboa: 1954; DIAS, Pedro - História da Arte Portuguesa no Mundo. O Espaço do Índico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1998, pp. 84-90, 227-229, 261 e 293; DIAS, Pedro - «A construção da Casa Professa da Companhia de Jesus em Goa». In Carlos Alberto Ferreira de Almeida: in memoriam, Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1999, vol. I (http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3184.pdf); FONSECA, José Nicolau da - An Historical and Archaeological Sketch of the City of Goa. Bombaim: Thacker & C.º, Limited, 1878, pp. 279-301; ISSAR, T. P. - Goa Dourada - The Indo-Portuguese Bouquet. Bangalore: Mytec Process Pvt. Ldª., 1997; MATTOSO, José (dir.) - Ásia, Oceânia, Património de origem portuguesa no mundo, arquitectura e urbanismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010, pp. 254-256; PEREIRA, António Nunes - A arquitectura Religiosa Cristã de Velha Goa, Segunda Metade do Século XVI - Primeiras Décadas do Século XVII. Lisboa: Fundação Oriente, 2005; PEREIRA, António Nunes - «Igreja e Casa Professa do Bom Jesus». In Património de Origem Portuguesa no Mundo - Ásia Oceania. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010, pp. 254-256; SALDANHA, Pe. Manuel J. Gabriel de - História de Goa (Política e arqueológica). História Arqueológica. 2.ª edição. Nova Goa: Casa Editora Livraria Coelho, 1926, vol. II, pp. 66-73; TELLES, Ricardo Micael - Igrejas, Capelas e Palácios na Velha Cidade de Goa. Nova Goa: 1931; Velha Goa. Guia Histórico. Goa: 1952; «List of Ancient Monuments and Archaeological Sites and Remains of Goa - Archaeological Survey of India» (http://asi.nic.in/alphabetical-list-of-monuments-goa/), [consultado em 17 janeiro 2019]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Comissão de Arqueologia:1931 - renovação do teto; 1948 / 1949 / 1950 / 1951 / 1952 - obras, durante as quais se procede à remoção do reboco da maioria das fachadas da igreja. |
Observações
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*1 - Conjunto "Churches and Convents of Goa", declarado pela UNESCO, em 1986, como Património da Humanidade (Relatório da 10ª Sessão do Comité - CONF 003 VIII). O conjunto arquitetónico da Basílica do Bom Jesus consta da Lista de Monuments of National Importance in Goa do Archaeological Survey of India, com o identificador N-GA-1. *3 - A traça de Valignano para a Casa Professa, composta por três plantas, conserva-se na Biblioteca Nacional de Paris (DIAS: 1998, p. 85). Na planta do piso térreo, Valignano desenhou o local de implantação da igreja, mas cuja legenda indica ainda não se ter decidido se seria de uma ou três naves: "Lugar para la yglesia, la qual hasta agora no estamos determinados se ha de ser una sola nave o de tres naves, mas para todo ha lugar". A avaliação do projeto pelos mestres do Geral da Companhia, de Roma, foi feita apenas sobre a dimensão e disposição da casa professa, não definindo a organização espacial da igreja (Pereira: 2010, p. 255). *3 - Segundo Pedro Dias (DIAS: 1999, p. 289) trabalharam nas obras três outros jesuítas: o irmão coadjutor Luis Castanho, que tomava conta dos pedreiros e demais trabalhadores; o irmão Francisco Domingues "homem entendido em obras"; e Diogo Ferrão que tomava conta da pedreira de onde se retiravam os materiais para a construção. *4 - A exposição do corpo de São Francisco de Xavier tem ocorrido, por razões de segurança, a cada dez anos. |
Autor e Data
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Hugo Sérgio Fernandes (Contribuinte externo) e João Almeida (Contribuinte externo) e Paula Noé 2020 |
Actualização
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