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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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Planta irregular, de massa horizontal, com coberturas em telhados de uma, duas e quatro águas diferenciadas. Fachadas rebocadas e pintadas de azul, terminadas em beiral. Fachada principal composta por dois corpos, sendo o da direita recuado. No pano da esquerda rasga-se, no piso térreo, portal, em arco de volta perfeita, com moldura côncava de cantaria, e janela rectangular jacente; no segundo piso, abre-se, sobre o portal, janela de sacada, de verga recta com guarda em gradeamento de ferro, sobre duas mísulas, ladeada à esquerda por três janelas de peitoril, rectilíneas, e à direita, por uma outra, que formaria ângulo. Sobre a cobertura deste corpo surge água-furtada, recuada, rasgada por três janelas de peitoril, com moldura de cantaria, interligadas por friso de azulejo policromo de massaroca de pintinhas e, chaminé, revestida a azulejos, esponjados, em roxo manganés, de diferentes padrões, e a inscrição: "ANNO DOMINI MCMXXV". No corpo direito desenvolve-se ao nível do piso térreo escada disposta paralelamente, com guarda de ferro, de acesso a varanda alpendrada, em L invertido, com guarda em gradeamento de ferro e, no patamar, em cantaria, ritmada por plintos, sobre os quais assentam as colunas toscanas suportando o alpendre; no pano recuado, com silhar de azulejo, de padrão policromo com cercadura de folhagem, rasgam-se duas janelas, a disposta ao centro de verga abatida e trífora, e uma porta, decoradas superiormente por friso de azulejo, em azul e branco de motivos geométricos. |
Acessos
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Alto do Soar; Rua Soar de Cima - Rossio; Largo Major Teles. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,658540, long.: -7,913353 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado, implantado numa zona de terreno com declive acentuado, com fachada principal voltada ao Jardim das Mães. Este, desenvolve-se igualmente em terreno de declive acentuado, aproveitando parte da rampa formada pela balaustrada de acesso ao Jardim Tomás Ribeiro (v. PT021823240328), tendo planta triangular irregular, com diversos canteiros de flores e arbustos de pequeno porte de formato recto, semicircular ou triangular irregular, circundados por espaços de circulação pedestre, ostentando pavimento calcetado. No canteiro central integra-se estátua de figura feminina sentada com as mãos postas em oração, sobre plinto de cantaria. O portal principal da Casa-Museu é acedido por escada de cantaria, ladeada por pequenos espaços ajardinados, estando integrado no da esquerda busto do antigo proprietário, e existindo no da direita escada de acesso ao primeiro piso, com guarda em gradeamento de ferro. Na proximidade erguem-se outros edifícios com interesse arquitectónico (v. PT021823240314) e (v. PT021823240320). |
Descrição Complementar
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AZULEJARIA: As suas fachadas possuem frisos e registos de azulejos datáveis dos séculos 15, 17 e 19, alguns dos quais são reproduções. Na chaminé surgem fragmentos de azulejo de padrão, provavelmente, duas variantes dos padrões P-315, P-316 e P-317, guarnecidas pelo friso F-13. No pano da água-furtada surge friso composto por fragmentos do padrão P-106. Destaca-se, na fachada principal, à direita, registo de azulejo, em azul e branco, com representação de São Bernardo. INSCRIÇÃO: No busto, surge lápide com a seguinte inscrição: "ALMEIDA MOREIRA 1873-1939 I CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO 25-XI-1973". À direita do portal principal inscrição: "MUSEU DE ALMEIDA MOREIRA". |
Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: casa-museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Museu Grão Vasco, DL 44.335, de 10 Maio 1962 |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Raul Lino (séc. 19). ESCULTOR: Mariano Benliure (1973). PINTORES: Joaquim Lopes (séc. 20); Leopoldo Battistini (séc. 19). |
Cronologia
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Séc. 19 - séc. 20 - construção do edifício pelo arquitecto Raul Lino, com pintura de Leopoldo Battistini; 1914 - é habitada por Francisco de Almeida Moreira *1, primeiro responsável pelo Museu Grão Vasco; pintura do retrato de Francisco Moreira pelo pintor Joaquimn Lopes; 1938, 08 abril - testamento de Almeida Moreira legando a casa, incluindo o seu recheio, à Câmara Municipal de Viseu, com a condição de divulgar a biblioteca do Capitão Francisco de Almeida Moreira; 1940 - colocação da estátua no Jardim das Mães; 1953 - entrega da casa à Câmara Municipal de Viseu; 1960, década - devido ao empenho do Dr. João de Almeida e à receptividade da Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direcção do Dr. Azeredo Perdigão, procedeu-se a obras de beneficiação patrocinadas pela mesma fundação, resultando na instalação de uma auditório (Auditório Gulbenkian) e na constituição de um serviço educativo; 1962, 10 maio - foi anexada ao Museu Grão Vasco, responsável pela sua administração, pelo Decreto-Lei n.º 44.335; 1965 - inauguração da Casa-Museu Almeida Moreira; 1973, 25 novembro - cerimónia de comemoração do I Centenário do nascimento de Almeida Moreira, incluindo a colocação de busto do mesmo, da autoria do escultor espanhol Mariano Benliure, num pequeno jardim a S. da casa; 1999, 13 outubro - pelo decreto-lei n.º 389 o Museu foi anexado ao Museu Grão Vasco; 2004 /2006, entre - esteve encerrada; 2006, 25 setembro - reabertura, após obras patrocinadas pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Câmara Municipal de Viseu. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Estrutura em alvenaria armada; silhares de azulejos; escadarias, molduras dos vãos e colunas de cantaria de granito; grades metálicas; cobertura em telha e algerozes metálicos. |
Bibliografia
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MACEDO, Diogo, Notas de Arte, Ocidente, Novembro de 1942; PAMPLONA, Fernando de, Um século de pintura e escultura em Portugal (1830-1930), Porto, 1943; MOREIRA, Laura, Francisco Almeida Moreira, I Centenário do seu nascimento 1873-1973, pp. 352-401, Beira Alta, 32, Fascículo 4, 1973, pp. 352-401; PAMPLONA, Fernando de, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses ou que trabalharam em Portugal, vol. IV, Barcelos, 1988; SILVA, Alcina, Almeida Moreira, Vida e Obra, ALVES, Alexandre (Dir.), Beira Alta (REVISTA TRIMESTRAL PARA A PUBLICAÇÃO DE DOCUMENTOS E ESTUDOS RELATIVOS ÀS TERRAS DA BEIRA ALTA), Vol. LI, Fascículos 3 e 4, 1992, pp. 287-312; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. II, Viseu, 2001; FERREIRA, Paulo Jorge Cabral Almiro Pinto, Análise Crítica sobre Artes Decorativas - a Decoração de Fachadas de Edifícios com Azulejos, Lisboa, Faculdade Lusíada, s.d.; COSTA, Jorge Braga da e CRUZ, Júlio, Monumentalidade Visiense, Viseu, AVIS, 2007; www.prof2000.pt, 26 Setembro 2006; www.ipmuseus.pt, 27 Setembro 2006. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Fundação Calouste Gulbenkian: 1960, década - obras de beneficiação, incluindo a construção de um auditório. |
Observações
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EM ESTUDO *1 - Francisco António de Almeida Moreira (1873-1939), natural de Viseu, foi aluno do Real Colégio Militar, e depois de terminar o curso optou pela carreira militar, alcançando a patente de Capitão, em 25 de Novembro de 1911. Simultaneamente, exerceu a profissão de professor do Ensino Secundário, concorrendo, em 1895, pela primeira vez, ao professorado da Instituição Secundária. No entanto, desde cedo manifestou interesse pela Arte, tendo frequentado o atelier de Columbano Bordalo Pinheiro e sido aluno de António Ramalho, permitindo-lhe estabelecer contacto com diversos artistas que atraiu para Viseu, como foi o caso de Joaquim Lopes e de Alberto de Sousa. O seu grande projecto foi a criação do Museu Grão Vasco, sendo, em 1914, por Decreto, nomeado seu director. *2 - O escultor portuense, José de Oliveira Ferreira (1883-1942) formou-se no Porto, com Teixeira Lopes e, em 1909, depois de ter ganho um concurso público, seguiu para Paris, onde prosseguiu os seus estudos tendo como mestre A. Mercier. Da sua obra destacam-se a estátua intitulada "A Bacante" e o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, patentes em Portugal, apesar de também ter executado algumas peças no Brasil. |
Autor e Data
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Marta Ferreira 2006 |
Actualização
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