Castelo de Miranda do Douro / Castelo e cerca urbana de Miranda do Douro
| IPA.00001061 |
Portugal, Bragança, Miranda do Douro, Miranda do Douro |
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Arquitectura militar, medieval e seiscentista. Povoação muralhada de planta octogonal, com reduto defensivo, sendo as muralhas protegidas por caminhos de ronda e rasgadas por três portas em arco apontado. No interior do recinto, a torre de menagem, na zona mais alta, com três andares, que teriam cobertura abobadada, com acesso por porta no piso térreo e seteiras na zona superior; surgem, ainda, a praça de armas e um poço. Muralhas envolvem a zona antiga da cidade, que constitui, ainda, um burgo que mantém o aspecto medieval. Uma das portas, de maiores dimensões, é tutelada por Nossa Senhora do Amparo, tendo pintura alusiva à mesma. Nas muralhas rasgam-se várias seteiras, e acede-se ao caminho de ronda por escadas encravadas nas faces dos muros. |
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Número IPA Antigo: PT010406080004 |
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Registo visualizado 3034 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
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Descrição
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Castelo do qual subsistem extensos panos de muralha, com aparelho incertum, que rodeiam o núcleo antigo da cidade, com caminho de ronda e rasgadas por portas de arco ligeiramente quebrado: Portas da Senhora do Amparo, Falsa e Postigo, uma delas protegida por matacães. A primeira, é em arco apontado, assente em impostas salientes, moldurado por aduela, protegida por duas cubelos quadrados e intradorso em arco de volta perfeita com moldura; aqui, surge uma pintura alusiva à Senhora do Amparo. Nas muralhas, rasgam-se várias seteiras e possui duas escadas de acesso ao caminho de ronda, encravadas nas faces dos muros. Possui um terreiro, primitiva praça de armas e, no centro, tem um poço com acesso por escadas, actualmente obstruídas e protegidas por gradeamento metálico. A cidade mostra traçado octogonal tendo como eixo o Largo de D. João III, Rua da Costanilha e atravessada pela Rua do Abade de Baçal. No canto S. situa-se a Sé de Miranda e Paços Episcopais. No lado oposto a cerca de 682 m de altitude localiza-se a Torre de Menagem, com uma das fachadas destruída. A cantaria nesta zona vai desaparecendo deixando à vista o material de enchimento, tendo os muros cerca de 2 metros de espessura. A abóbada de parte indeterminada do castelo só existe na sua zona de arranque, tendo caído recentemente algumas cantarias, com porta a nível térreo e, superiormente, uma seteira. |
Acessos
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Miranda do Douro, Largo do Castelo. |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 40 361, DG, 1.ª série, n.º 228 de 20 outubro 1955 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 185 de 09 agosto 1957 |
Enquadramento
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Urbano. A rodear a cidadela encontram-se edifícios ruas e Avenidas de épocas recentes que se demarcam do núcleo intramuros, que continua com aspecto de burgo medieval, composto por casas baixas, onde sobressaem o Castelo, a N. e a Sé Catedral, a S.. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo e cerca urbana |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
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Séc. 13 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Luís Xavier Bernardo. |
Cronologia
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857 - provável conquista da povoação aos mouros; 1136 - D. Afonso Henriques concede foral a Miranda e converte-a em praça de guerra, apesar de existir já uma fortificação; 1213 - Miranda é restituída a Portugal por Afonso IX de Leão; 1217 - D. Afonso II confirma o foral; 1286 - D. Dinis concede foral e processam-se obras na mesma; 1294 / 1299 - D. Dinis manda reedificar o castelo; 1325 - elevação à categoria de vila; 1371 - Miranda é restituída após o Tratado de Évora; 1383 - melhoramento das muralhas e concessão da praça a Pedro Homem de Távora; 1400 - o Mestre de Alcântara põe cerco à Praça; 1408 - conversão da vila em couto de homiziados; 1449, 28 Junho - o castelo de Bragança, conjuntamente com o da cidade, o castelo de Outeiro e Miranda e outras terras foram doadas por juro e herdade por D. Afonso V ao I Duque de Bragança; séc 16 - desenhoe de Duarte de Armas, mostrando planta quadrangular irregular, adaptando-se ao terreno, composta pelo castelo, muralha que envolvia a povoação e barbacã; tore de menagem quadrangular, formando com mais quatro torres poligonais, praça de armas, no centro da qual se situa o poço, considerado como muito bom; portas protegidas por torres laterais; 1510 - D. Manuel outorga foral novo; 1540 - a bula papal "Pro Excellente Apostolicae" transforma a vila em diocese; 1545 - D. João III eleva Miranda a cidade; 1646 - intervenção das tropas na guerra da Restauração; 1664 - D. João IV manda reedificar o castelo preparado para usos de artilharia; 1710 - o castelo cai nas mãos de Castela; 1746 - obras dirigidas por Luís Xavier Bernardo; 1762, maio - explosão do paiol de munições, com cerca de 1500 arrobas de pólvora, durante a Guerra dos Sete Anos, destruindo grande parte da cidadela, levando à queda da praça, ao fim de três meses; 1780 - envio de perito a Miranda do Douro para verificar o estado do castelo, o qual aconselha a não se investir na sua reconstrução, por já não haver necessidades defensivas contra o invasor castelhano; 1804, 28 Dezembro - informação de que a Província de Trás-os-Montes não tinha praça, forte ou fortaleza ou artilharia alguma de préstimo, devido à invasão espanhola de 1762 ter arruinado a Praça de Chaves, a de Bragança e a de Miranda, assim como alguns castelos; 1861, 23 Setembro - circular do Ministro da Guerra sobre a situação das fortificações da Província; 5 Outubro - em resposta, informa-se que nesta divisão militar não existia praça, forte ou castelo, porém uns troços de antigas obras permanentes cujo estado de abandono atestava em absoluto a sua inutilidade; em caso de guerra, poderiam resistir a simples golpes de mão, o Forte de São Neutel e os fragmentos das muralhas de Chaves e Praça de Miranda do Douro, auxiliadas por meio de cortaduras e outras obras de fortificação; 1992, 01 Junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2017, 10 outubro - expropriação de três parcelas de terreno destinadas à execução da obra de recuperação e revitalização do Castelo de Miranda do Douro, com vista à concretização do Plano de Pormenor de Salvaguarda do Centro Histórico de Miranda do Douro, publicado em Aviso n.º 12100/2017, DR, 2.ª série, n.º 195/2017. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Granito, xisto, material de enchimento e argamassa. |
Bibliografia
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VITERBO, Sousa, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses, vol. 1, Lisboa, 1922; TEIXEIRA, António José, Em volta de uma Espada, Glórias Mirandesas, s.l., 1930; ALVES, Francisco Manuel, Memórias Arqueológico - Históricas do Distrito de Bragança, 11 vols., 3.ª ed., Bragança, 1990; LOPES, Flávio [coord.], Património arquitectónico e arqueológico classificado. Distrito de Bragança, Lisboa, 1993; Dicionário enciclopédico das freguesias, 3.º vol., Matosinhos, 1997; MONTEIRO, João Gouveia, Os castelos portugueses dos finais da Idade Média, Lisboa, 1999; VERDELHO, Pedro, Roteiro dos castelos de Trás-os-Montes, Cahves, 2000; www.mirandadodouro.portaldasregioes.com, 2001. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID, DGPC:DREMN; Arquivo Histórico Militar: 3ª divisão, 9ª Secção, Cx . 24, nº. 26 |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1946 / 1947 / 1948 / 1949 - restauro das muralhas; 1950 - apeamento de partes em derrocada e fechamento de juntas; 1968 - Reparação de cantarias derrubadas na porta S.; 1971 - consolidação de parede do antigo paiol junto à torre; 1973 - consolidação do troço de muralha junto ao Paiol; 1981 - beneficiações diversas; Direção Regional da Cultura do Norte / Câmara Municipal de Miranda do Douro: 2018 - início de escavações e sondagens arqueológicas na área envolvente da fortificação, numa área de cerca de 6000m2, no âmbito do Operação Castelos a Norte, cofinanciada pelo Programa Norte 2020. |
Observações
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Autor e Data
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Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001 |
Actualização
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