Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto / Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto
| IPA.00001049 |
Portugal, Braga, Cabeceiras de Basto, União das freguesias de Refojos de Basto, Outeiro e Painzela |
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Arquitectura religiosa, maneirista, barroca, rococó, neoclássica. Mosteiro masculino da Ordem de São Bento composto por igreja e dependências monacais. Igreja de planta longitudinal em cruz latina, com nave única, transepto e capela-mor. Dependências monacais compostas por dois corpos justapostos, um em torno de claustro e outro em L. Igreja barroca, com fachada principal ladeada por torres sineiras, ricamente decorada, contrastando a cantaria em granito lavrada com o branco das paredes. Portal principal enquadrado por pilastras sobrepostas criando a ilusão de concavidade. Vãos em arco abatido e recortados, com cornijas circulares e ondulantes. Remate em frontão recortado, com coramento de cruz e urnas. Recurso a decoração fitomórfica, principalmente de acantos. Torres sineiras com remate em entablamento e balaustrada semicircular, à semelhança do que acontece na Igreja dos Congregados (v. PT010303420040), em Braga, do Arquitecto André Soares. Sobre o cruzeiro ergue-se torre rematada por balaustrada ritmada por estatuária, coberta por zimbório com lanternim. Interior da igreja com cobertura em abóbada de berço, na nave, braços do transepto e capela-mor. Cruzeiro com cobertura em cúpula com caixotões de pedra, seccionada por arcos, criando a ilusão de maior profundidade. Coro-alto em U, com cadeiral de talha ricamente decorado com acantos, concheados e volutas, com prolongamento da talha para as molduras e sanefas dos janelões, característica que se mantém para toda a igreja. Órgãos gémeos, sendo um verdadeiro e outro mudo, de modo a criar simetria. Oratório neoclássico, com decoração vegetalista e recurso a coroamento com urnas. Capelas retabulares laterais e colaterais e capela do Santíssimo Sacramento, em talha policroma rococó, com predominância para a decoração de motivos vegetalistas, em múltiplas combinações e variações de folhagens, flores, frutos e conchas, ou de efeitos sugestivos da água a correr ou do vento sobre as folhagens. Grades do coro-alto, baptistério e nave, ao gosto do barroco nacional, executadas segundo o risco utilizado no Mosteiro de Tibães (v. PT010303250015) e posteriormente reproduzido na Igreja do Mosteiro de Alpendurada (v. PT011307010025). Capela-mor com cadeiral disposto lateralmente, semelhante ao da Igreja do Mosteiro de Tibães, e na parede testeira retábulo-mor de talha dourada rococó, com recurso a formas reboscadas e até pesadas, com inúmeros concheados, volutas e linhas ondulantes, também chamado de talha gorda. Sacristia decorada no estilo barroco nacional, com arcazes, mesa e contadores em madeira com apliques de latão, e retábulo na parede testeira, parcialmente relevada em cantaria lavrada de volutas. Dependências monacais maneiristas, com claustro com arcaria toscana, também semelhante ao do Mosteiro de Tibães, de linhas bastante simples, quebradas apenas pelo excessivo decorativismo do barroco, usado na cobertura interior em caixotões e no molduramento de alguns vãos e nichos. A fachada principal apresenta dois panos murários completamente distintos, devido às modificações realizadas no séc. 19 / 20, que levaram à alteração significativa dos vãos dando-lhes características da arquitectura residencial novecentista, em simetria com a maioria das casas da Praça da República, principalmente com a Casa do Barão de Basto. Retábulo existente na capela do colégio em barroco nacional. Desenvolvimento das dependências monacais a N. da igreja, contrariando a prática mais comum aos mosteiros beneditinos onde estas dependências se situam a S., e se desenvolvem em ângulo recto em relação à igreja. Trata-se da única igreja da Ordem de São Bento dotada de torre sobre o cruzeiro. O corpo com escadaria e varanda alpendrada, junto à capela-mor, apresenta semelhanças morfologicas às varandas alpendradas dos solares nortenhos. Toda a decoração interior da igreja seguiu o risco de Frei José de Santo António Vilaça, apesar deste não ter acompanhado todas as obras até ao fim. Os órgãos existentes ainda conservam a sua originalidade, não tendo sofrido a tubaria, do órgão verdadeiro, qualquer alteração, facto que permite, após restauro adequado, obter a sonoridade da época. A decoração de ambos é extremamente original, conjugando o emprego de grandes sátiros e carrancas, com putti e golfinhos. O cadeiral nunca chegou a ser dourado, tendo ficado apenas com o bolus arménio como preparação para receber a folha de ouro, o que levou durante muitos anos, por desconhecimento, a considerar que o cadeiral havia sido adulterado e pintado de branco, resultando na remoção quase total do bolus arménio durante os restauros. A capela do Santíssimo Sacramento apresenta a forma octogonal, e ao contrário do que é habitual, encontra-se do lado da Epístola. O mobiliário existente na sacristia corresponde à encomenda original, concluindo-se que representa um conjunto tipo de peças de mobiliário eclesiástico barroco, dentro do gosto e das opções tomadas para outras sacristias beneditinas do Minho. A antiga sala do capítulo encontra-se no segundo piso, com acesso apenas pelo interior, e não pelo claustro, como é habitual. A fachada principal do corpo do colégio foi profundamente remodelada no séc. final do séc. 19 pelo seu proprietário, com vãos rasgados à semelhança das várias casas da praça, e principalmente da Casa do Barão de Basto, do mesmo proprietário. Esta fachada do colégio chegou mesmo a ter azulejos com padrão de riscas, tal como ainda existe na Casa do Barão, conferindo-lhe aspecto de Casa de Brasileiro. A fachada apresenta ainda um beiral pintado com uvas e parras, a azul sobre fundo branco. |
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Número IPA Antigo: PT010304140002 |
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Registo visualizado 4453 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem de São Bento - Beneditinos
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Descrição
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Planta composta por igreja e dependências monacais adossadas a N.. Igreja longitudinal, em cruz latina, nave única, possuindo capela octogonal, do Santíssimo Sacramento, adossada ao topo do braço S. do transepto, com capela-mor rectangular, torres sineiras integradas na fachada principal, anexos rectangulares adossados à nave, a S., e corpo com varanda alpendrada, adossado à capela-mor, também a S.. Dependências monacais, correspondendo a dois corpos, adossados, sendo um rectangular, em torno de claustro e outro em L, com pátio interior, correspondendo às instalações do colégio. Volumes escalonados de dominante horizontal, quebrados pelo verticalismo das torres sineiras e da torre do cruzeiro. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água num dos anexos, duas águas na nave, capela-mor e anexo, quatro águas nas dependências monacais, cinco águas na capela do Santíssimo Sacramento, em coruchéus bolbosos quadrifacetados, coroados por urna, nas torres sineiras e em zimbório na torre do cruzeiro. Esta *2, de planta octogonal, eleva-se até à altura das torres sineiras, e é vazada por janelas gradeadas recortadas superiormente, intercaladas por pilastras toscanas, possuindo alternadamente panos com par de janelas de peito e panos com janela de sacada, rematada por frontão recortado interrompido por acanto encimado por óculo oval. As varandas das sacadas apresentam recorte triangular, com balaustrada e urna com fogaréu no ângulo. No pano S., escada de pedra de acesso ao zimbório. A torre é rematada por cornija sob balaustrada, ritmada por doze plintos com bustos de bispos e pontífices, possuindo por cima dos óculos, cornijas circulares encimadas por pequenas urnas. A coroar o zimbório, lanternim aberto por vãos em arco batido e de verga recta, intercalados por colunas coríntias estriadas encimadas por pináculos, rematado por cornija, com estátua de São Miguel a encimar o domo. IGREJA com fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento saliente e cunhais apilastrados toscanos, em granito. Remate em friso e cornija sob beiral, com os topos dos braços do transepto coroados por frontão triangular, ladeado por urnas com fogaréus e cruz sobre acrotério. Fachada principal orientada, ladeada pelas torres sineiras, rematada por frontão recortado, com cartela no tímpano, e no vértice, cruz latina de braços trilobados, com resplendor, sobre acrotério fitomórfico, ladeada por urnas com fogaréus. Portal principal de verga recta, recortado nos ângulos superiores, com portas com almofadas talhadas. É enquadrado por pilastras coríntias sobrepostas, criando a ilusão de concavidade, assentes em plintos bojudos encimadas por entablamento e fragmentos de frontão curvo interrompido. Ao centro, as insíginas da ordem beneditina, sob cornija recortada. O portal é encimado por balcão com guarda de ferro, destacado ao centro, com ninho enquadrado por pilastras toscanas sobrepostas que suportam cornija interrompida por motivo fitomófico. No nicho, imagem policromada do orago inscrita em pequeno retábulo de pedra com policromia, de volta perfeita, com altar em forma de urna. É ladeado por dois janelões em arco abatido com brincos, rematados por cornija quebrada, simulando frontão. A encimar o nicho, grande óculo recortado, que se eleva para além da cornija de remate. Torres sineiras rematadas por entablamento semicircular encimados por pequena balaustrada com urnas nos ângulos. Possuem três registos, sendo os dois primeiros enquadrados por pilastras toscanas sobrepostas, com entablamento e gárgulas de canhão nos ângulos, a separar o último registo, correspondente às sineiras. No primeiro registo, a O., janela recortada encimada por nichos concheados, com brincos, com imagem de São Bento, do lado esquerdo, e de Santa Escolástica, do lado oposto, e no segundo, relógio de pedra encimado por pequena janela, também recortada. Fachada lateral S. com frestas jacentes. Sineiras com cunhais apilastrados arredondados, com ventanas em arco de volta perfeita sobrepujadas por cornija ondulada. Fachada lateral S. da igreja, com corpos dos anexos rasgados por vãos de verga recta, corpo da nave com dois janelões em capialço, braço do transepto com vão em arco abatido sobre outro mais pequeno, de verga recta, parciamente entaipado pela capela do Santíssimo Sacramento, rasgada lateralmente por janelas em arco abatido, entre pilastras. Corpo da capela-mor aberto por três janelões também em arco abatido, com corpo destacado, possuindo ao nível térreo par de arcos de volta perfeita, fechados por grade, estando um deles parcialmente tapado pela escadaria de um lanço recto, com guarda em balaustrada de granito, de acesso ao pátio superior. Este possui guarda de ferro, entre plintos de pedra, apresentando a extremidade E. pequena varanda alpendrada, suportada por pilares e colunas toscanas, com cobertura interior em tecto de masseira de madeira. Sob esta varanda, porta de acesso às dependências monacais, em arco abatido, com moldura recortada, com a representação do sol, sobre o lintel. Fachada lateral N., adossada ao claustro, sendo apenas visível o braço do transepto, rasgado por janela em arco abatido. Fachada posterior, a E., com parte das dependências monacais incluindo as sacristias, encaixadas no corpo da capela-mor. Este é coroado por empena, ladeada por urnas com fogaréus e cruz sobre acrotério e rasgado por pequena janela em capialço. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco. Nave coberta por abóbada de berço estucada e pintada de branco, assente em cornija de pedra, segmentada por arco moldurado, também de pedra, formado dois tramos, correspondendo o primeiro ao coro-alto. Pavimento em taburnos de madeira, entre guias de granito. Coro-alto em U assente em arco abatido, com o intradorso moldurado, com balaustrada em pau santo, com ornamentos vazados de latão, possuindo no topo dos braços dois órgãos gémeos, o do Evangelho mudo, em talha policromada a branco, verde, castanho e preto, pontuada a dourado. Ao centro, destaca-se em semicirculo, oratório com o Crucificado. Dispondo-se em U, cadeiral de talha em branco. Junto à guarda do coro, portas em arco abatido com sanefas com decoração idêntica à do cadeiral. Subcoro com cobertura em abóbada de berço abatida, com caixotões de pedra, assente em mísulas. Guarda-vento de madeira com apainelados e pilastras, ladeado por pias de água benta concheadas. Do lado do Evangelho, baptistério, inscrito em vão de arco abatido, fechado por grade de madeira, com balustrada em pau santo, com apliques de latão, ritmada superiormente por pináculos. Possui pia baptismal e armário de alfaias embebido na caixa murária, com moldura recortada e decoração de concheados. Do lado da Epístola, vão idêntico ao do baptistério. Na nave, junto ao subcoro, par de confessionários confrontantes, embebidos na caixa murária, inscritos em arco abatido, coroado por concheado. Capelas retabulares laterais profundas, inscritas em arco de volta perfeita, assente em pilastras molduradas, dedicadas a Nossa Senhora das Dores e Santa Ana, do lado do Evangelho, e Santa Quitéria e Nossa Senhora da Conceição, do lado da Epístola. Revestimento interior e exterior em talha policromada a rosa, salmão e verde, pontuada a dourado, com decoração volutada e fitomórfica, interligando-se com as molduras dos janelões. São idênticas, apenas com algumas diferenças ao nível dos marmoreados, à excepção da de Nossa Senhora das Dores, que não os apresenta. Os janelões apresentam sanefas de talha, sendo os do lado do Evangelho falsos. Entre as capelas, pequenos nichos moldurados, embebidos na caixa murária. A proteger as capelas retabulares grades de madeira, em U, com balaustrada igual à do baptistério. Púlpitos confrontantes de talha idêntica à dos retábulos laterais, com guarda plena e baldaquino. Transepto com cruzeiro marcado por arcos de cantaria, de volta perfeita, assentes em pilastras de ordem coríntia. A torre do cruzeiro é percorrida por galeria oval, com guarda de ferro, sendo coberta por cúpula com lanterim, decorada por caixotões, seccionada por arcos de pedra que se ligam aos pares de colunas de ordem coríntia. A cobertura do lanternim é decorada por florão. Braços do transepto, com cobertura igual à da nave. Pavimento em taburnos de pedra. O topo do braço, do lado do Evangelho, possui porta de acesso ao claustro, e do lado da Epístola, portal com sanefa de talha, ladeado por pequenos nichos com policromia, de acesso à capela do Santíssimo Sacramento. Esta é cerrada por teia de madeira, com cancela, possuindo cobertura em cúpula com apainelados decorados com rosetas e símbolos litúrgicos e retábulo de talha policroma a branco e dourado, com o Crucificado. Paredes revestidas a talha, com duas telas com cenas bíblicas, representando a "Última Ceia" e "A apanha do Maná". Capelas retabulares colaterais decoradas com talha idêntica às capelas laterais, de invocação de Nossa Senhora do Rosário, do lado do Evangelho, e do Sagrado Coração de Jesus, do lado oposto. Capela-mor mais elevada, delimitada por guarda de madeira com balaustrada, aberta ao centro, com cobertura em abóbada de berço assente em cornija e pavimento em laje de pedra. Paredes laterais com portas decoradas por sanefas de talha, sendo a do lado do Evangelho de acesso à sacristia, seguidas de cadeiral encimado por janelões, com molduras e sanefas de talha. Sobre supedâneo de cinco degraus, retábulo-mor de talha dourada. SACRISTIA no piso térreo da ala E. das dependências monacais, articulada em ângulo recto com a capela-mor, fazendo-se a ligação entre estes espaços através de uma antesacristia. Possui cobertura abobadada e lavabo, comunicando directamente com o claustro, e com uma escadaria de pedra, com arranque volutado encimado por urna, que dá acesso às dependências monacais. Sacristia de planta rectangular coberta por abóbada de cruzaria de ogivas, rebocada e pintada de branco, com as ogivas marcadas a granito, assentes em mísulas. Pavimento em laje de pedra. Paredes laterais corridas por arcazes. Parede fundeira, com armários embutidos a ladear a porta. Parede testeira inteiramente em cantaria lavrada com relevos de ornamentos de volutas e flores, possuindo ao centro, arco de volta perfeita, pintado com marmoreados, onde se insere retábulo em talha dourada. DEPENDÊNCIAS MONACAIS, com fachadas de dois registos, rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados, coroados por pináculos, embasamento saliente em granito e remates em cornija sob beiral saliente. Vãos com molduras em granito, rasgados regularmente. Fachada principal a O., com dois panos separados por pilastra toscana colossal coroada por pináculo, correspondendo o pano da direita ao corpo do claustro, e o da esquerda ao do colégio. Pano da direita, rasgado ao nível do primeiro registo por portais e janelas de verga recta, destacando-se no extremo N. o portal principal, de acesso à portaria, rematado por frontão triangular, com data epigrafada, e ladeado por janelas jacentes. Registo superior, com janelas de sacada, com guarda de ferro e janelas de peito, ambas rematadas por cornija recta, apresentando as de peito, cornija assente em modilhões sob o parapeito. Sobre o portal principal a pedra de armas do concelho. Pano da esquerda, rasgado no registo inferior por portais de volta perfeita, com bandeiras em ferro decorado, possuindo um deles, um monograma e uma data, e no superior por janelas de peito e de sacada com guarda de ferro, em arco de volta perfeita, com fecho demarcado por motivo floral. As telhas do beiral deste pano são vidradas e pintadas a azul sobre fundo branco, com uvas e parras. Fachada lateral N. rasgada regularmente por janelas de verga recta, apresentando no topo do braço do L, porta de verga recta, encimada por fresta e ladeada pela direita por janela jacente. Junto a esta porta, pequeno terraço com guarda de ferro, que cobre pequeno corpo resultante de um aumento, correspondente às garagens e serviços. Este terraço comunica directamente com o pequeno logradouro que se localiza do lado direito. Fachada posterior a E. rasgada por janelas em capialço e duas portas, uma no corpo do claustro e outra no do colégio, no registo inferior e janelas de peito e de sacada, com guarda de ferro no segundo registo. A delimitar o corpo do braço do L, existe uma pilastra toscana colossal. CLAUSTRO, com pátio arborizado, com chafariz central, de tanque e taça circular. Primeiro registo das fachadas, apresentado arcaria de volta perfeita assente em colunas toscanas, com paredes interiores percorridas por silhar de azulejos industriais recentes de padrão, rasgadas por portais de verga recta e de volta perfeita, alguns deles de acesso a escadarias monumentais de granito que comunicam com o piso superior. Cobertura interior em tecto plano rebocado e pintado de branco, ritmado por travejamento também pintado. Pavimento em taburnos de pedra. Segundo registo, separado por friso simples, com janelas de sacada, com guarda de ferro, cuja varanda encontra-se sobre o friso e é suportada por mísulas. Pátio interior do colégio, com acesso ao exterior, através de pequenos túneis, nas estremidades E. e O.. Fachadas rasgadas por portas no primeiro registo e janelas de peito, e de sacada com guarda de ferro e janelões no segundo. INTERIOR, dividido entre as dependências do corpo do claustro e do corpo do colégio. Corpo do claustro com acesso principal através da portaria, coberta por tecto de madeira com caixotões e pavimento em laje de pedra. Paredes com silhar de azulejos industriais recentes de padrão e algumas lápides comemorativas. A portaria comunica com o claustro, através do qual se tem acesso às várias dependências do piso superior. Através de um portal rasgado na ala N. do claustro, acede-se a vestíbulo com cobertura em tecto de caixotões de madeira, apresentando ao centro as insígnias beneditinas com moldura ornamentada por volutas. Paredes decoradas por silhar de azulejos industriais recentes de padrão. Ampla escadaria com lanço único de acesso a patamar, com bifurcação em lanços rectos paralelos. Sobre o patamar rasga-se na parede, ao centro, nicho de volta perfeita, com moldura de cantaria lavrada, com motivos fitomórficos, coroado por frontão curvo interrompido por bola. Piso superior com distribuição através de longos corredores, que percorrem o edifício, dando acesso às diversas salas. Estes são cobertos por tecto de masseira de madeira com caixotões, pavimento em soalho, paredes decoradas com silhar de azulejos industriais recentes de padrão e vãos moldurados por cantaria de granito. Na ala E., ficam as dependências do tribunal, e nas restantes alas, a Câmara Municipal. Salão Nobre da Câmara, na ala O., sobre a portaria. Antigo refeitório na ala E., no piso térreo, contíguo à sacristia, hoje em dia utilizado como auditório. Corpo do Colégio com acesso principal através de pequeno vestíbulo com tecto decorado com estuques, com silhar de azulejos industriais de padrão, comunicante com escadaria de pedra, fechada por portão de ferro com monograma e data na bandeira. Piso inferior com diversas salas com cobertura em abóbada de arestas, pintadas fingindo tijolo, correspondentes a serviços e salas de aula. Bar correspondente às antigas adegas, possuindo inscrição num dos pilares. Balneários, correspondendo às antigas cavalariças, apresentando ainda as manjedouras. Ainda neste piso, existe uma sala de aula com cobertura idêntica à da sacristia, com acesso através de pequeno vestíbulo com lavabo idêntico ao da antesacristia e pavimento em mosaico de grés. Este vestíbulo comunica ainda com o claustro, pátio do colégio e com a antiga cozinha, usada actualmente como arrecadação. Piso superior com pavimento de madeira e longos corredores iguais ao do corpo do claustro, comunicando com salas de aula, correspondentes às antigas celas dos monges, com cobertura em par de tectos de masseira de madeira. Nas paredes das salas nichos rectangulares alguns usados para encaixar salamandras. Capela do colégio, junto a escadaria principal, correspondente à antiga sala do Capítulo, com inscrição no lintel. Cobertura em tecto de masseira de madeira com caixotões e retábulo de talha dourada inscrito em arco de volta perfeita rasgado na parede testeira. Salão nobre do colégio com cobertura em tecto de masseira de madeira com caixotões, com representação, ao centro, de São Miguel. |
Acessos
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Refojos de Basto, Praça da República; Praceta José Gonçalves Ferreira; Rua General Humberto Delgado |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 011, DG, 1ª Série, nº 197 de 31 agosto 1933 *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado, em terreno com ligeiro declive a N., no centro da vila, possuindo a O., fronteira à fachada principal, ampla praça (v. PT010304140070), trapezoidal, ajardinada, enquadrada por habitações do séc. 19, no centro da qual se ergue um cruzeiro setecentista (v. PT01030414009), e no extremo a estátua de um guerreiro lusitano, conhecida como "O Basto" (v. PT010304140059) e a antiga Casa do Barão de Basto (v. PT010304140080). Para S. conserva-se ainda uma pequena parte da cerca monástica, e em terreno mais elevado, uma fonte (v. PT010304140024). Junto à igreja existe um pequeno jardim, conhecido como Jardim dos Arcebispos, onde são conservados alguns elementos arquitectónicos que pertenceriam ao mosteiro, tais como pináculos, colunas e pia de água benta. Ainda a S., contornando para E. encontra-se a Ribeira de Penoutas, coberta por ramadas de ferro, assente em monólitos de granito. O acesso à fachada posterior é feito por portal em cantaria, de verga recta, rematado por cornija recta, aberto em muro de cantaria aparelhada. Junto a esta fachada, um anexo de planta rectangular, correspondente a uma antiga cozinha da Casa do Mosteiro, um campo de jogos e um edifício também rectangular, em pedra e madeira, correspondente a um antigo lagar de azeite. Na margem da ribeira, banda de casas de granito, devolutas, de cariz acentuadamente vernacular. A igreja é precedida por pequeno adro recortado, com plintos com urnas nos ângulos. No topo N. das dependências monacais, logradouro fechado por muro, aberto por portal enquadrado por colunas de secção quadrangular apilastradas, com portão de ferro. No seu interior um campo de jogos e um conjunto de colunas estriadas, que pertenceriam ao mosteiro. Em quota mais elevada outro pequeno logradouro com grande coluna decorada ao centro, e acesso por escadaria de pedra de lanço recto e arranques volutados, e por portão aberto no muro que cerca toda a ala N.. Na proximidade um monumento em bronze comemorativo do cinquentenário do Colégio de São Miguel de Refojos. |
Descrição Complementar
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Pia baptismal de taça circular simples assente em coluna com estrias espiraladas; Cadeiral da capela-mor de talha em branco, pontuada a dourado, com espaldar recto, decorado por volutas e concheados; Lavabo da sacristia com espaldar enquadrado por pilastras toscanas, rematado por entablamento, encimado por composição de volutas e motivos fitomórficos, ladeada por pináculos. O espaldar é ricamente decorado por motivos fitomórficos, apresentando duas bicas carrancas. Taça semi-oval, assente em coluna estriada; INSCRIÇÕES: Inscrição gravada no frontão do portal principal de acesso à portaria; sem moldura apenas com decoração de motivos florais no início e fim do texto; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: ANO 1690; Inscrição existente na bandeira do portal do colégio; composta pelas siglas A A F B, que abreviam o nome Alexandre Augusto Fernandes Basto, encimadas pelo emblema do proprietário, composto por sobreposição de uma espada e um bastão passados em aspa, um voo, uma balança com listel e um livro aberto, alusão provável ao orago do mosteiro. É ladeada por cartelas molduradas, com letras relevadas, do lado direito, 3 DE ABRIL, e do lado oposto, DE 1883. Toda a bandeira é decorada por motivos fitomórficos; ferro; tipo de letra: capital quadrada e ....; Inscrição comemorativa existente na portaria, cinzelada sobre placa de metal rectangular, com os sulcos a preto; sobre laje de granito, simulando moldura; sem decoração, apenas com pregos em todos os lados; tipo de letra: capital quadrada; leitura: VISITA DO SENHOR MINISTRO DO EQUIPAMENTO, DO PLANEAMENTO E DA ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO, ENG: JOÃO CRAVINHO E DE SUAS EXªs REVERENDISSIMAS O PATRIARCA DE LISBOA, D. JOSÉ POLICARPO E O ARCEBISPO PRIMAZ DE BRAGA, D. EURICO DIAS NOGUEIRA, POR OCASIÃO DA HOMENAGEM PRESTADA PELA CÂMARA MUNICIPAL AO ANTIGO CARDEAL D. ANTÓNIO RIBEIRO 3 DE MAIO DE 1998; Inscrição comemorativa existente na portaria, com as letras relevadas, marcadas a dourado, em placa de metal rectangular, moldurada; sobre laje de granito, simulando moldura; sem decoração; tipo de letra: capital quadrada; leitura: HOMENAGEM DO CONCELHO A SUA EXCELÊNCIA O SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA , DR. JORGE SAMPAIO, POR OCASIÃO DA SUA VISITA A CABECEIRAS DE BASTO. 26 - 10 - 1996; Inscrição comemorativa existente na portaria, gravada em placa de alumínio rectangular; sem moldura, nem decoração, apenas com pregos nos ângulos; tipo de letra: capital quadrada; leitura: LOJA DO MUNÍCIPE INAUGURADA POR SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DA REFORMA DE ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DR. ALBERTO MARTINS EM 22 DE SETEMBRO DE 2001; Inscrição existente na bandeira do portão do vestíbulo do colégio; inscrita em semicirculo, composta pelas siglas A J F B, que abreviam o nome do proprietário, Alexandre José Fernandes Basto, sobre a data de 1871; tipo de letra....; Inscrição comemorativa existente no vestíbulo do colégio, gravada em lápide rectangular, com os sulcos pintados a dourado; canto inferior direito partido; sem moldura nem decoração, apenas com pregos nos ângulos; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: HOMENAGEM DOS PROFESSORES E ALUNOS DO COLÉGIO DE S. MIGUEL DE REFOJOS. A JOSÉ GONÇALVES FERREIRA 25 - 9 - 1977; Inscrição gravada no ábaco do pilar de suporte da abóbada da antiga adega; sem moldura nem decoração; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: J G F (siglas que abreviam o nome José Gonçalves Ferreira) 1945; Inscrição gravada no lintel do portal da antiga sala do Capítulo; sulcos pintados a dourado; sem moldura nem decoração; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: PECCANTES CORAM OMNIBUS ARGUE 1 AD TIMÓTEO 5 1703; tradução: Culpados são aqueles que acusam na presença do Homem; TALHA: Oratório do coro-alto de talha policromada a branco e dourado, com decoração de motivos fitomórficos, com baldaquino rematado na face frontal por cornija circular, com dentículos, com acantos ao centro e lateralmente urnas; Cadeiral do coro-alto em U, com dupla fila, e quarenta e cinco assentos. Ao centro, cadeira do abade encimada por amplo painel moldurado com acantos e concheados, cuja decoração se prolonga no emolduramento do óculo que o encima. É ladeado por janelões com moldura semelhante ao painel central e com sanefas ricamente decoradas com composição de motivos fitmórficos. Laterais do cadeiral, com espaldar, ritmado por paineis moldurados, com decorações de acantos e concheados, entre pilastras coríntias, bojudas, com pequenas carrancas, sendo rematado por entablamento, encimado por composições vegetalistas entre urnas estilizadas, com flores; Estante de coro em madeira, com decoração marcada em latão; Retábulos laterais idênticos, apenas com algumas ligeiras variações ao nível dos elementos decorativos, da morfologia das tribunas e dos marmoreados e sacrário, inexistentes no retábulo de Nossa Senhora das Dores. Em talha policroma a castanho, azul, verde, e rosa, pontuada a dourado. Planta côncava, de um só eixo, com remate em cornija contracurvada, com cartela concheada ao centro. Tribuna envidraçada, com imagem do orago, sobre sacrário. É ladeado por pequenas peanhas com imaginária, com baldaquino de acantos, e no extremo por par de colunas coríntias, com o fuste decorado por espiral de grinaldas. Altar recto, com o frontal decorado por motivos fitomórficos, todos ligeiramente diferentes; Retábulos colaterais idênticos, em talha policromada a branco, dourado e castanho, com marmoreados a verde e rosa. Planta côncava, um só eixo, rematado por espaldar, ladeado por fragmentos de frontão encimados por concheados. Tribuna recortada com imagem do orago, ladeada por mísulas com imaginária. É enquadrado por colunas coríntias, com motivo fitomórfico em espiral no fuste, assentes em plinto bojudo. Altar recto. Toda a talha do retábulo prolonga-se para a moldura do arco da capela retabular, rematado em espaldar com decoração fitomórfica; retábulo do Santíssimo Sacramento, em talha policroma a branco e dourado, de planta recta, um só eixo, com espladar pintado com cenário, tendo ao centro o Crucificado, moldurado com decoração de acantos e concheados, rematado por cornija ondulada, com composição fitomórfica. Sobre a banqueta sacrário. Altar recto; Retábulo-mor de planta côncava, um só eixo, com remate em espaldar decorado por composição de volutas e concheados, encimado por cornija recortada, interrompida ao centro por cartela. Tribuna recortada, com trono, ladeada por peanhas com imaginária e par de colunas coríntias, com espiral de grinaldas no fuste. Banco e sotobanco unidos, ao centro, por composição de concheados e motivos fitomórficos, que se prolonga até à boca da tribuna. Altar recto; Retábulo da sacristia de planta recta, um só eixo com remate em arquivolta, com nicho com imagem da virgem, enquadrada por par de colunas coríntias, pseudosalomónicas. Altar recto, com frontal decorado por volutas e acantos; Retábulo da capela do colégio, em talha dourada, de planta recta, um só eixo, com remate em arquivoltas, que se interligam com as colunas pseudosalomónicas coríntias, que ladeiam o nicho central. Altar recto, com frontal decorado por volutas e acantos, com a representação do sol ao centro; ÓRGÃOS: Grandes órgãos idênticos, sendo o do lado do Evangelho mudo, em talha dourada e policromada, com caixa com cerca de 6 m de altura, de planta recta, com cinco castelos, em semicirculo, entre pilastras, que se prolongam para as ilhargas. O central é poeminente, ladeado dois nichos, entre gelosias em harpa, com flautas em leque, sob putti e mascarões. Os castelos das ilhargas são encimados por putti montados em golfinhos. É rematado por cornija, com decoração fitomórfica, com estatuária representando as virtudes, sobre os castelos. Órgão do lado do Evangelho, com Justiça, Religião e a Força, e do lado da Epístola, a Fé, a Esperança e a Caridade. Consola em janela, encimada por inscrição datada. No do lado do Evangelho a data "ANNO 1771" e no do lado da Epístola "ANNO 1770". Tem dois teclados manuais com 47 teclas, conservando as etiquetas com os nomes dos registos. A consola é ladeada por duas portas de acesso à mecânica dos registos. Coreto destacado ao centro por semicirculo. São suportados por grandes mísulas de talha com sátiro, três mascarões e duas carrancas, e decorações de acantos e grinaldas, assentes numa outra mísula mais pequena, com mascarão ladeado por carrancas; MOBILIÁRIO: (Sacristia) conjunto formado por dois arcazes em pau santo, com apliques vazados de latão, com gavetas de frontal formado por quatro almofadas, sendo parte de um deles falso. Apresentam cada um 10 m de comprimento, 1,15 m de altura, 1,04 m de profundidade; dois contadores em pau santo, embutidos na parede, com apliques idênticos aos dos contadores; uma mesa de pau santo, de tampo octogonal, com apliques vazadas de latão de desenho recortado. |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Política e administrativa: câmara municipal / Judicial: tribunal / Educativa: escola |
Propriedade
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Pública: Estatal / Municipal (registo em curso) / Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: André Soares (atr. - séc. 18), Maria João Marques Arquitectos, Ldª (2017-2018), Paulo Freitas (2017-2018). ENSAMBLADORES: Agostinho Marques, José da Costa Fernandes, Manuel Moreira Dias. ENTALHADORES: Frei José de Santo António Vilaça, Luís Manuel da Silva, Manuel Carneiro da Costa. FIRMA: ADF - Augusto de Oliveira Ferreira & C.ª, Ld.ª (2017-2018). MESTRE DE OBRAS: Frei António de São João Evangelista ORGANEIRO: Francisco António Solha *2. PEDREIRO: Mestre Longuinhos. |
Cronologia
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1017 - Segundo Frei Leão de São Tomás, um documento, entretanto perdido, mencionaria uma doação a um mosteiro em Refojos *4; 1050 - segundo a legislação do Concílio de Coyanza, existia naquele local uma comunidade monástica; 1131, 26 Julho - D. Afonso Henriques passa carta de couto a D. Gueda Mendes *5 por 900 moios, que logo a teria cedido a Bento Mendes, Abade do mosteiro; 1152 - D. Gueda Mendes oferece ao mosteiro um cálice de prata com o seu nome gravado *6; 1217, 15 de Junho - D. Afonso II renova a carta de couto dada a D. Gueda Mendes e os privilégios dados ao mosteiro, devido aos frades lhe darem 200 morabitinos para a ajuda da reconquista do Algarve e por o Abade D. Paio o ter acompanhado com dois homens a cavalo, à sua custa; 1220 / 1258 - o couto do mosteiro é referido nas Inquirições; 1234 - o mosteiro troca terras com o Mosteiro de Pombeiro (v. 1303150001), em Felgueiras; 1274, 21 de Julho - por ocasião da passagem de D. Dinis por Refojos, é feita uma doação por parte da coroa, ao mosteiro, de algumas herdades na paróquia de São Gens de Monte Longo, em Fafe, justificando-a "pelo serviço que lhe os frades fizeram quando entrou com o seu exército em Castela, que foi de 25 homens besteiros pagos à sua custa"; 1289, 20 de Dezembro - D. Dinis para enobrecer a sua "pobra de Vila Real", trocou terras com o mosteiro, avaliadas em "42 moyos antre pam e vinho e de mais 12 morabitinos"; Séc. 15 - o mosteiro que até então era governado por abades perpétuos, passou a sê-lo por abades comendatários; foi o primeiro abade comendatário, D. Gonçalo Borges; séc. 14, segunda metade - D. Pedro I renova os privilégios dados ao mosteiro; D. Vasco Gonçalves "Barroso", primeiro marido de D. Leonor Alvim, doa grandes parcelas de terras ao mosteiro; D. Fernando e D. João I doa a Igreja de São Salvador de Canedo e o direito de padroado; 1382 - o Arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente, faz uma visitação ao mosteiro, recebendo queixa dos monges contra o Abade Frei João Gonçalves, devido à deficiente partilha de rações; 1418, 1 Agosto - o Arcebispo D. Fernando da Guerra termina em Refojos o seu primeiro circuito pastoral; 1426 / 1428 - é introduzido no mosteiro o sistema de abades comendatários, sendo o primeiro, D. Gonçalo Borges; 1445, 11 de Março - Carta de Privilégio concedida por D. Afonso V, a pedido do abade, que havia informado o rei de um violento incêndio que teria ocorrido no mosteiro e que havia destruído grande parte da documentação lá depositada; Séc. 16, primeira metade - D. João III renova os privilégios dados ao mosteiro, passando a comenda para o seu filho, o Infante D. Duarte, que veio a ser Arcebispo de Braga; 1528 - visitação ordenada pelo Arcebispo D. Diogo de Sousa, feita pelo Desembargador Baltasar Álvares, dando conta que o mosteiro possuia grande número de monges; 1534, 27 Outubro - Bula "Apostolicae Sedis" do Papa Paulo III, absolvendo o Infante D. Duarte das censuras, por ocasião da promoção do abaciado do mosteiro; bula "Romani Pontificis", promovendo D. Duarte na comenda do mosteiro, por morte de Francisco Borges; bula "Exigentibus meritis", fazendo mercê a D. Duarte do mosteiro; 1542, 6 Fevereiro - bula do Papa Paulo III, concedendo a D. Duarte, já Arcebispo de Braga, a administração das comendas de São João de Tarouca, Santa Maria de Ceiça e São Miguel de Refojos; 1543 - após a morte do Arcebispo D. Duarte, o mosteiro foi dado a Frei Diogo de Murça, seu perceptor no Mosteiro de Santa Marinha da Costa (v. 0308120020), em Guimarães; 1549 - Frei Diogo de Murça, pede ao Papa Paulo III que extinga o mosteiro, aplicando as rendas para dois colégios em Coimbra, um beneditino e outro jerónimo, e um outro para 12 estudantes pobres; as pressões dos monges e do seu Prior, Frei Nicolau, levam a que o Frei Diogo de Murça reconsidere; 1555 - o Papa Paulo IV mantem 12 monges e um prior no mosteiro, determinando que parte das rendas sejam aplicadas no Colégio de São Bento, em Coimbra, com vista à formação de monges beneditinos; 1560 - morre em Refojos, Frei Diogo de Murça, sendo enterrado na capela-mor da igreja do mosteiro velho; a comenda do mosteiro passa para o seu sobrinho D. João Pinto, cónego regrante de Santa Cruz. No entanto, este abdica do cargo; 1566 / 1567 - bulas da reforma beneditina, passadas pelo Papa Paulo IV, tendo sido o mosteiro de Refojos, um dos oito reformáveis; 1569 - o mosteiro dispunha de 14 monges, contando-se entre eles Frei Gonçalo de Morais, futuro Bispo do Porto; 23 de Novembro - confirmação por parte do Cardeal D. Henrique, da partilha de rendas entre os monges do mosteiro de Refojos e o Colégio de São Bento, sendo esta cometida ao Vigário Geral e Provisor de Braga; 1575 - fim do regime dos Abades Comendatários, vigente desde o reinado de D. João I, tornando-se o primeiro Abade Trienal, Frei Tomás de Touro; 1590 - no Capítulo Geral da Ordem, reunido em Tibães, define-se como uma das prioridades programáticas a intervenção nos diversos mosteiros; séc. 17, 1ª metade - iniciam-se as obras em Refojos, começando a renovação construtiva pelas dependências monacais; 1605 - no Capítulo Geral de Tibães estipula-se que o mosteiro de Refojos daria anualmente ao Colégio de São Bento de Coimbra a quantia de 925$000 réis; 1626 / 1629 - colocação do lavabo na antesacristia; 1634, 3 Julho - D. Filipe III renova os privilégios dados ao mosteiro; 1644 - Segundo Frei Leão de São Tomás, a nova igreja estaria quase pronta, desconhecendo-se como seria a anterior; 1662 / 1665 - o mosteiro sofreu um violento incêndio; 1690 - data existente no frontão do portal de acesso à portaria; 1699 / 1702 - foi durante o triénio do Abade Frei Gregório da Madre de Deus que se "começou a levantar a fundamentis o mosteiro por excellente magnífico desenho, e com ânimo igual à despeza"; séc. 18, 1º quartel - era por esta altura o segundo maior mosteiro beneditino, depois do de Tibães, conhecido como a "Casa-Grande"; 1703 - a sala do Capítulo estava concluída como atesta a data do lintel da porta; 1709 - o Padre Carvalho da Costa enumera as freguesias pertencentes ao mosteiro, como as de São Miguel de Refojos, São Romão do Corgo, São João de Gundiães, Santo André de Rio de Ouro, Santa Maria de Várzea Cova, Santa Maria do Outeiro e São Pedro de Alvite; 1713 - renovação do refeitório, com a colocação de azulejos e um quadro de meio relevo com o "Trânsito de São Bento"; colocação do retábulo da sacristia, com imagem de Nossa Senhora da Conceição; 1717, 23 Maio - contrato com o ensamblador Agostinho Marques, para realização do mobiliário da sacristia; 1716 / 1719 - os Estados referem a existência dos movés e peças da sacristia *7, assim como a compra de um cálice de prata; 1722 - relatório para a Academia Real da História de Lisboa, dando conta da falta de documentação sobre o mosteiro e fazendo uma pequena descrição de um novo mosteiro que estava em construção *8; 1725 - notícia de uma planta onde se prevê dotar o mosteiro com mais 20 celas, de molde a ficar com a capacidade de albergar 50 religiosos (CRAESBEECK, p. 267); 1731 / 1734 - douramento de um retábulo para a sala do capítulo, com o orago de Santa Gertrudes, idêntico ao da sacristia; 1737 - é colocado o cruzeiro no terreiro fronteiro ao mosteiro, mandado fazer pelo Abade Frei Gabriel de Santa Teresa; 1755 - início da construção da nova igreja, sendo abade, Frei Francisco de São José; houve diversas dificuldades para fazer os alicerces "por ser precizo lançar estes junto a hum ribeiro em que senão achava terra firme"; no corpo N, das dependências monacais funcionava um Colégio de Humanidades dos coristas da Congregação; 1763 - conclusão da fachada principal da igreja; 1761 / 1764 - construção do zimbório e das torres sineiras; 1764 / 1767 - a construção da igreja está bastante adiantada, incluindo a capela-mor, procedendo-se à sua ornamentação interior, toda ela submetida a um programa único riscado pelo monge beneditino, Frei José de Santo António Vilaça; a igreja já apresentava muitos vestígios de humidade, pelo que se cobriu o zimbório de chumbo e escudaram-se todas as cornijas, arcos e frestas da capela-mor e cruzeiro; colocação do retábulo-mor; 1767, Novembro - a igreja é sagrada, pelo Abade Frei Francisco de São José, apesar de ainda não estar concluída; 1767 / 1770 - colocação de sanefas sobre portas e janelões; execução dos retábulos colaterais e espelhos da sacristia; construção da escadaria da sacristia e varanda alpendrada existente junto à capela-mor; construção da capela do Santíssimo Sacramento; transladação dos restos mortais de Frei Diogo de Murça da capela-mor, para a capela do Santíssimo Sacramento; colocação de uma cruz de ferro na mão de São Miguel que coroa o lanternim; 1768, 15 Fevereiro - contrato para a construção do cadeiral, sendo a obra entregue a José da Costa Fernandes, Manuel Carneiro da Costa e Luís Manuel da Silva, pelo valor de 440.000 réis; 1769, 11 Março - contrato com o mestre ensamblador Manuel Moreira Dias, para executar as grades do coro e quatro estantes pelo preço de 800$00 réis, e grades da nave e baptistério, pelo preço de 1100$000 reis; 1770 / 1771 - embora Frei José de Santo António Vilaça, já não fosse monge no mosteiro, todas as obras continuam a ser feitas segundo o seu risco; montam-se as grades do coro e coloca-se a estante; são colocadas as grades na nave e baptistério; execução da caixa dos órgãos atribuída a Francisco António Solha, estando a maquinaria a ser feita em Guimarães. Primeiro é feito o órgão verdadeiro e só depois o mudo, como atestam as datas neles inscritas; 1770 / 1773 - execução de sanefas e caixilhos nos janelões da nave; as caixas dos órgãos já estavam concluídas; colocação das imagens das virtudes nos órgãos; 1773 / 1780 - execução dos quatro retábulos laterais; 1777 / 1780 - ultima-se o arranjo da capela-mor, com a colocação das sanefas e caixilhos das janelas, o cadeiral e as sanefas das portadas; execução dos púlpitos pelo mestre Manuel Moreira Dias; 1780 / 1783 - colocação do guarda-vento, construção do novo dormitório, com alas de 3 corredores, com tectos de castanho, com 5 celas de cada lado, incluíndo cartório, quartos de noviços e hóspedes e cela do prior; execução das abóbadas destas dependências; 1780 / 1789 - decoração da Capela do Santíssimo Sacramento; 1786 / 1789 - douramento e pintura dos órgãos, retábulos laterais e colaterais; 1787 - indulgência dada pelo Papa Pio VI, para os que visitarem o altar de Nossa Senhora das Dores, assim como se forem rezadas missas pelas almas dos defuntos da Congregação; séc 19, início - provável colocação do oratório no coro alto; 1829 - um raio destroi parte da torre sineira do lado direito, sendo logo de seguida reparada, não voltando a serem colocados os sinos. Parte da reparação foi feita pelo mestre pedreiro Longuinhos, e outra parte pelo seu filho, devido ao falecimento de seu pai; 1834 - extinção das ordens religiosas, havendo na altura, no mosteiro, 1 abade, 1 prior, 12 monges e 25 criados; as ínsignias da Ordem são picadas da fachada principal das dependências monacais; a igreja torna-se paroquial; é roubada uma custódia de ouro, sendo anos mais tarde oferecida um outra por Joaquim José de Andrade Basto; 1838 - a biblioteca do mosteiro é enviada para a Biblioteca Pública de Braga (v. PT010303520021), ou pelo menos parte do que restou dela, na medida em que o mosteiro, após a extinção, ficou praticamente a saque e muitas obras de arte desapareceram ou foram destruídas; 1839 - as dependências monacais, assim como as cercas, são vendidas em hasta pública e compradas por João António Fernandes Basto; o mosteiro passa a ser conhecida como Casa do Mosteiro ou Quinta do Mosteiro; 1855 (cerca de) - João António Fernandes Basto vende o corpo do claustro para lá serem instalados a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, o tribunal, a repartição da Fazenda e a recebedoria e a conservatória predial; 1871 - Alexandre Augusto José Fernandes Basto, sobrinho do proprietário manda remodelar o vestíbulo da Casa do Mosteiro, como atesta o seu monograma e a data do portão da escadaria do vestíbulo; 1873, 24 Agosto - morre João António Fernandes Basto, herdando a Casa do Mosteiro o seu sobrinho; 1874 - no corpo do claustro encontravam-se também já instalados, um posto da GNR, uma estação telegráfica e a conservatória do registo civil; 1878, 27 Abril - roubaram da igreja a imagem de Nossa Senhora das Dores, e alguns objectos de joalharia, no valor de 300$00 réis; 1883, 3 Abril - data existente na bandeira do portal da Casa do Mosteiro, colocada por ocasião da remodelação da fachada principal, mandada fazer por Alexandre José Fernandes Basto, modificando os vãos, colocando portões de ferro, com o monograma e o seu emblema e revestindo-a a azulejo, com padrão de riscas, à semelhança do que foi feito na Casa do Barão de Basto, do seu irmão, Júlio Fernandes Basto; 1915, 12 Dezembro - o relógio da torre da igreja encontrava-se avariado; 1936 - um raio volta a danificar a torre sineira do lado direito; são retiradas as grades de ferro que fechavam o adro da igreja e arrumadas junto do antigo cemitério, que se localizava junto à fachada lateral S. da igreja; 1942 - morre Nuno Fernandes Basto, filho de Alexandre José Fernandes Basto, herdando a Casa do Mosteiro e propriedades, a sua filha, D. Ilídia Isabel Fernanda Alexandra Cavalcante de Albuquerque de Basto Álvares Pereira de Sousa do Vale e Vasconcelos, e o seu marido Augusto Serafim de Carvalho do Vale e Vasconcelos; 1943 - as grades que fechavam o adro da igreja são enviadas para o Paço dos Duques de Bragança (v. PT010308340013), em Guimarães, para reaproveitamento do material; 1944 - a Casa do Mosteiro é vendida pelos herdeiros, a José Gonçalves Ferreira, para instalação de um colégio; 29 Setembro - inauguração do colégio, sendo o seu primeiro director Manuel Pinto Soares; 14 Outubro - Augusto Serafim de Carvalho do Vale e Vasconcelos e esposa, fazem a doação à Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, de um terreno pertencente à Casa do Mosteiro, com cerca de 1822 m2, que circunda a igreja a S. e as dependências monacais a E., até à ribeira, facto que permitirá, com a deslocação do antigo cemitério, e a demolição de uma casa que lá se encontrava, a libertação da fachada lateral da igreja e o ajardinamento do espaço fronteiro; foram estabelecidas algumas condições para a doação, nomeadamente, a construção de um muro alto, para separar as terras doadas e a colocação de um portão de acesso às terras da quinta; 1949 - incêndio numa das salas da Câmara, destruíndo o tecto e o pavimento; 1951, 13 Dezembro - um violento incêndio destroi todo o interior do piso superior da ala S. e E. do claustro, ficando apenas as paredes exteriores. Nestas alas ficavam a Secretaria Judicial, arquivos e outras repartições e serviços públicos; o antigo refeitório, usado como salão de festas do clube Cabeceirense e a sacristia são afectados pela inundação, causada pela água utilizada no combate ao fogo; 1958 - também se encontrava instalado no claustro, um posto da GNR; 1965 - estudo de arranjo paisagístico do pátio do claustro; 1976 - as obras de remodelação do corpo da antiga cozinha da Casa do Mosteiro, destroem totalmente a sua decoração interior; 1991 / 1995 - o corpo da antiga cozinha da Casa do Mosteiro é usado pelo Centro de Emprego de Basto, para realizar cursos de serralharia *9; 1995, 23 Setembro - inauguração de um monumento em bronze, na praceta José Gonçalves Ferreira, para comemoração do cinquentenário do Colégio de São Miguel de Refojos; 1999, 29 Setembro - inauguração pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, do Jardim dos Arcebispos, localizado junto à fachada lateral S. da igreja; 1999 / 2000 - adjudicação de estudos, visando o edificado, escultura, talha, pintura, mobiliário e órgãos, para um mais completo conhecimento do estado de conservação e das patologias do imóvel e suas colecções, tendo em vista uma intervenção de restauro; 2004, Janeiro - data do concurso de adjudicação para obras de conservação e valorização geral da Igreja e Sacristia - conservação de paramentos exteriores e cobertura - 3ª fase; 2015, 03 junho - publicação do Anúncio n.º 146/2015, em DR, 2.ª série, n.º 107, determinando a abertura do procedimento de ampliação da classificação do imóvel, de forma a abranger todos os espaços do mosteiro, interiores e exteriores, tendo em vista a sua eventual reclassificação como monumento nacional e a sua redenominação para "Mosteiro de São Miguel de Refojos". |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura, elementos decorativos das fachadas, molduras dos vãos, cunhais, embasamento, coberturas das torres sineiras, lanternim, escadarias, colunata da varanda alpendrada, arcaria e fonte do claustro, coro-alto, pias de água benta, pia baptismal, caixotões da cúpula, ogivas da abóbada e pavimento da sacristia, lavabos, guias dos taburnos da nave, e taburnos do transepto e galerias do claustro, em granito; paredes exteriores e interiores e cobertura da nave, braços do transepto e capela-mor, rebocadas e pintadas; zimbório em chumbo; ferro nas guardas das varandas, portões e bandeiras dos portais do corpo do colégio; portas, janelas, órgãos, oratório, cadeirais, molduras dos janelões e sanefas, púlpitos, tecto da varanda alpendrada e da capela do Santíssimo Sacramento, tectos e pavimentos das dependências monacais em madeira; talhas das capelas e dos retábulos, estrutura dos arcazes e taburnos da nave em madeira de castanho; grades do coro-alto, nave e baptistério, frontal dos arcazes, mesa e contadores da sacristia em madeira de pau-santo; chapas vazadas de latão, nas grades da igreja e móveis da sacristia; azulejos industriais nos vestíbulos e corredores das dependências monacais; cobertura exterior em telha de canudo. |
Bibliografia
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Um Cabeceirence, Descripção Abreviada do Concelho de Cabeceiras de Basto, principalmente da freguezia de S. Miguel de Refojos, sua capital, Lisboa, 1874; Jornal O Cabeceirence, Cabeceiras de Basto, 29 Novembro 1914, 12 Dezembro 1915, 20 Fevereiro 1916, 6 Março 1916; MEYRELLES, Gonçalo de, Monografia do Convento de S. Miguel de Refojos em Cabeceiras de Basto, 1933; COSTA, Américo, Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, vol. 4, Porto, 1934; Cabeceiras de Basto - Colégio de São Miguel de Refojos, Cabeceiras de Basto, 1947; Colégio de São Miguel de Refojos, Regulamento: algumas palavras, base de apresentação, Cabeceiras de Basto, 1947; CUNHA, Vítor, Monografia de Cabeceiras de Basto, 1958; SMITH, Robert, Frei José de Santo António Vilaça: escultor beneditino do séc. XVIII, Lisboa, 1972; Idem, André Soares, arquitecto do Minho, Lisboa, 1973; Idem, Três Artistas de Braga, Braga, s.n., 1974; Idem, Agostinho Marques, "enxambrador da cónega": elementos para o estudo do mobiliário em Portugal, Lisboa, 1974; TOMÁS, Fr. Leão de São, Benedictina Lusitana, (ed. do texto integral fac-símile da crónica beneditina impressa em 1644), Lisboa, 1974; Idem, As grades de Tibães e a sua prol, in Belas Artes, S.2, nº28-29, 1975, pp. 17-54; Idem, Cadeirais de Portugal, Lisboa, 1978; MARQUES, José, A Arquidiocese de Braga no Século XV, Lisboa, 1988; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Minho, Lisboa, 1991; ALVES, Natália Ferreira, De arquitecto a entalhador, itinerário de um artista nos séculos XVII e XVIII, in Actas do I Congresso Internacional do Barroco, vol. I, Porto, 1991, pp 355-369; CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra, Memórias Ressuscitadas da Província Entre Douro e Minho no ano de 1726, Ponte de Lima, 1992, 2 vols.; ARAÚJO, Teresa Alves, A Tipologia do Órgão na Obra de Frei José de Santo António Vilaça, (texto policopiado, tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Porto, 1996; LESSA, Elisa Maria M. Silva, Os Mosteiros Beneditinos Portugueses (séculos XVII a XIX): centros de ensino e prática musical, (texto policopiado, tese de Doutoramento em Ciências Musicais, F.C.S.H da Universidade Nova de Lisboa), Lisboa, 1998; ZARAGOZA, Ernesto, La Congregación Benedictina Observante de Valladolid y la reforma de los monasterios benedictinos portugueses (1390-1590), in Os Beneditinos na Europa: I Congresso Internacional, 23 a 26 de Novembro de 1995, Santo Tirso, 1998, pp. 237-246; Struggle for Synthesis: obra total nos séculos XVII e XVIII - Simpósio Internacional, Lisboa, 1999, 2 vols.; DIAS, Geraldo, OBS, O Mosteiro de S. Miguel de Refojos - História do monumento (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; DEUS, António Afonso de (coor.), Estudo do Edificado da Igreja e Sacristia do Convento de Refojos (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; BEGONHA, Arlindo, Estudo da Patologia da Pedra do Mosteiro de São Miguel de Refojos (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; CARDOSO, Isabel Pombo, Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto - mobiliário do coro alto da Igreja e sacristia: estudo e proposta de conservação, (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; JANN, Orguian G., O Órgão na Igreja de São Miguel de Refojos de Basto: estudo sobre o instrumento, diagnóstico do estado de conservação e propostas de intervenção (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; LIMA, Mário Rui Zagalo de, Mosteiro de S. Miguel de Refojos de Basto: relatório / diagnóstico da talha dourada e policromada (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; Oficinas de Santa Bárbara, Mosteiro de S. Miguel de Refojos - Capela do Santíssimo Sacramento (trabalho policopiado), Cabeceiras de Basto, 2000; Mosteiro de s. Miguel de Refojos tema de congresso, in Jornal Cabeceirence, 1 Agosto 2001; DGEMN, Monumentos, nº 17, Lisboa, Setembro 2002; DIAS, Geraldo J. A. Coelho, O Mosteiro de S. Miguel de Refojos - História do monumento emblemático de Cabeceiras de Basto, in Mínia, nº 10, 3ª série, Braga, Outubro 2002, pp. 59 - 84; alfarrabio.um.geira.pt, 29 Janeiro 2004; CMCB, cm-cabeceiras-basto.pt, 29 Janeiro 2004; carlosleiteribeiro.portalcen.org, 29 Janeiro 2004. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID, Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo; CMCB |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID; CMCB |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 19 - restauro do órgão por Manuel de Sá Couto; 1807 - arranjo do cartório, onde se guardava a documentação mais importante do mosteiro; arranjo da cobertura de chumbo do zimbório e respectivas janelas; as caixas dos órgãos são pintadas e douradas e puseram-se canos prateados e dourados; 1819 - arranjo do zimbório, para evitar humidade; 1829 - reparação da torre sineira do lado direito; 1916, 6 Março - início das obras de reparação e pintura das instalações do tribunal; DGEMN: 1934 - substituição das lajes do pavimento em cantaria geométrica na sacristia, escada e diversos pontos; 1936 / 1937 / 1938 - reconstrução da escadaria das dependências monacais; construção de abóbada da escadaria, escada em betão armado, incluíndo nervuras; reparação do telhado da igreja e cobertura do mesmo; reparação do lanternim e vedação do zimbório com chumbo; colocação de vitrais na igreja; 1942 - substituição da telha da igreja; execução de taburnos em madeira de castanho na igreja; substituição de tectos em forro de madeira de castanho; 1944 - colocação de lajes de cantaria nas galerias do claustro; 1945 - reparação da varanda alpendrada da igreja, com substituição do madeiramento e de uma coluna; 1946 - reconstrução da armação do telhado das dependências monacais e reparação de pavimentos em madeira de castanho; 1947 - assentamento de soalho na sala de audiências do tribunal e gabinetes dos magistrados; reparação de estuques da sala de audiências do tribunal; colocação de tectos de madeira de castanho nos gabinetes dos magistrados; 1949 - diversos arranjos na igreja: colocação de vitrais, arranjo do coro e anexos, reparação geral dos rebocos, arranjo e pintura de caixilharias, pinturas gerais, drenagem exterior, conclusão do restauro do portal da varanda alpendrada; construção de um colector para drenagem da sacristia, claustro e outras dependências; escoramento de uma das paredes do claustro, que se encontrava em perigo de ruir; CMCB: reconstrução de parte do telhado do claustro, devido ao um incêndio; DGEMN: 1953 - Obras na sacristia: impermeabilização das paredes laterais, refechamento das juntas de cantaria e abertura de canais de ventilação; reparação do pavimento e de paredes; reconstrução de vitrais e grelhas; desmontagem e restauro dos arcazes e de um contador da sacristia; 1954 - obras no interior da igreja: pintura, limpeza de cantarias e colocação de vitrais; 1955 - obras na antesacristia, para protecção contra a humidade; levantamento do piso da sacristia; COLÉGIO: colocação de novo soalho; DGEMN: 1965 - trabalhos de restauro do claustro; ajardinamento do claustro; 1966 - trabalhos de restauro; reparação da fachada lateral S. da igreja; 1971 - obras de conservação nas dependências a N. da capela-mor, nomeadamente limpeza e arranjo do telhado; 1972 - reconstrução de vitrais e respectiva protecção de rede; pequenos trabalhos na sacristia, nomeadamente arranjo dos arcazes e contadores; 1973 - trabalhos de conservação e rebocos na fachada lateral S. da igreja; 1974 - drenagens exteriores e vedação do acesso à fachada posterior das dependências monacais; 1975 - reparação do pavimento nave; trabalhos de conservação e reconstrução do telhado do corpo da escadaria; reconstrução do vitral da capela-mor; 1976 - reconstrução de dois vitrais da capela-mor; diversas obras na igreja, nomedamente arranjo dos taburnos da nave; COLÉGIO: obras de remodelação interior do corpo da antiga cozinha da Casa do Mosteiro; nomeadamente a remoção dos azulejos e embrechados e demolição da chaminé; DGEMN: 1977 - conclusão da reparação dos taburnos da nave; 1979 - beneficiação dos telhados, nomeadamente substituição de telha e limpeza de vegetação; 1981 - trabalhos de conservação das fachadas da igreja; 1982 - conclusão da reparação da fachada principal da igreja; COLÉGIO: 1984 - pintura da fachada posterior; DGEMN: 1985 / 1986 - beneficiação da Igreja; 1986 - drenagem do pavimento do transepto; 1990 - beneficiação da Igreja; COLÉGIO: 1991 - recuperação do logradouro *10; 1994 - entaipamento da porta existente num dos corredores, que comunicava com o corpo do claustro; 1996 - pintura da fachada principal e lateral; pintura das paredes interiores; colocação de azulejos nos corredores; pintura das portas dos corredores; demolição de paredes que separavam as antigas celas, para aumento das salas de aula; COMISSÃO FABRIQUEIRA e DGEMN: 1999 / 2000 - obras de conservação na cúpula do cruzeiro: tratamento dos vãos, limpeza das cantarias, reparação de rebocos e pintura, remoção do revestimento cerâmico e execução de coberturas em chumbo no zimbório e lanternim; DGEMN: 2000 - obras de conservação da fachada principal da igreja e torres sineiras: limpeza de granitos, tratamento de rebocos e pintura dos paramentos rebocados; tratamento dos vãos, caixilhos, gradeamentos e vitrais; limpeza do interior das torres e restauro dos sinos; 2001 - obras diversa na igreja: obras de conservação da sala anexa ao coro alto, incluindo vãos e paramentos exteriores, limpeza de granitos, tratamento de juntas, picagem e aplicação de rebocos, pintura dos paramentos, execução de novos vãos exteriores, e tratamento de vitrais no volume anexo à nave, junto à torre sineira, tratamento de tectos, paredes e pavimentos, execução do projecto de instalação eléctrica, no interior do coro e no volume anexo junto à torre sineira, conservação do cadeiral; 2002 - tratamento dos paramentos exteriores da igreja; conservação da cobertura das áreas anexas à capela-mor, do lado N.; conservação dos vitrais e dos lanternins; 2003 - restauro do retábulo da sacristia; 2017, 31 julho - publicação do Anúncio de procedimento n.º 6561/2017, relativo à empreitada de conservação e restauro da fachada principal, torres sineiras, incluindo sistemas de afastamento de aves da Igreja 1, com valor base de 250000.000 euros, em DR 2.ª série, n.º 146/2017; CMCabeceiras de Basto: início das obras de restauro, com projeto de arquitetura e de estabilidade da autoria dos arquitetos Paulo Freitas e Maria João Marques Arquitectos, Ldª e da Universidade do Minho, respetivamente, e a obra executada pela empresa de construção civil ADF - Augusto de Oliveira Ferreira & C.ª, Ld.ª, e sob a fiscalização da DRCNorte; 2018 - recuperação da antiga livraria; obras de beneficiação e restauro do mosteiro, resultante de uma candidatura a fundos comunitários na ordem dos 2 milhões de euros, aprovada pelo Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020), compreendendo a beneficiação das coberturas da ala nascente do mosteiro e da igreja e beneficiação da fachada principal e das torres sineiras; posteriormente proceder-se-á ao arranjo do adro e à instalação de sistema eletrostático de afastamento de aves. |
Observações
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*1 - DOF: "Igreja e Sacristia do Convento de Refojos, em Cabeceiras de Basto, assim como o tecto de uma das salas do antigo mosteiro de frades beneditinos, hoje aproveitada como sala de audiências do tribunal da comarca"; *2 - a torre do cruzeiro eleva-se cerca de 33 metros de altura, medindo na base cerca de 26 m, e a estátua de São Miguel, que coroa o lanternim, tem cerca de 2,5 metros de altura; *3 - Organeiro espanhol, responsável pela construção de outros órgãos em Portugal. Segundo JANN: 2000, há indicações que permitem atribuir o de Refojos a Solha, adiantando todavia este autor que a confirmação poder-se-á obter nos someiros, local onde aquele organeiro usualmente deixava a sua assinatura. A obtenção desta prova exige a desmontagem do órgão. Este órgão inicialmente teria 2 manuais, 54 notas, com 15 registos no Principal e 6 no Eco, possuindo 2200 tubos e tambores. Posteriormente foi alterado para 1 manual, 54 notas, com 9 registos, na base do flautado de 8 pés; *4 - o mosteiro é inicialmente referido como "Monasterium Refugii", aparecendo também o nome de Refóios, alusão provável ao facto de aquele lugar ser um local de refúgio; *5 - foi de D. Gueda Mendes que derivou a família dos Guedões ou Gedeões; *6 - o cálice encontra-se actualmente no Museu Machado de Castro (v. PT020603250013); *7 - os móveis da sacristia ainda se mantêm como o original, tendo sido descritos e 1716 / 1719 "puserão se caixoens de pao preto cubertos de bronse sobredourado para os lados da Sanchrristia. Fiserão se dous contadores de pao preto, com bronses dourados para os Amittos, e debaixo delles dous almarios para recolhimento das alfayas da Sanchristia. Fesse hua mesa de pao preto borseada para os calices. Puserão se quatro cadeiras de sola lavrada com pregaria dourada para os lados da Sanchristia. Posse hua cadeira rara para os Pontificaes. Puzerão se dous esguichos de bronse no lavatorio. Fesse hua porta de Angelim para a Sanchristia"; *8 - "...sobre as ruinas do mosteiro velho no mesmo sítio, em que o conhecemos o outro ha couza de 30 anos: forma-se de tres capacissimos dormitórios, a que faz o 4º angulo a Igreja, que ia estava edificada sufficientemente quando se reduzio a practica o desenho da nova fabrica, a qual fecha hum claustro fermozo assim no artifício, como no tamanho: O frontespício se ajuda de hua bem lavrada torre, e corresponde a toda a face do mosteiro hum dilatado terreiro cingido, e adornado de arvores grandes postas com igualdade, e com eleição, e favorecidas de hum regato, que lhe passa mui vezinho a fecundar as dependencias da cerca, que he bastante dilatada, e proveitoza: as oficinas, como a Caza do refeitório, Capitulo das culpas, tudo está excellentemente acabado e perfeito"; No que diz respeito à biblioteca "...que não he má caza, e se vai reformando de livros, porque dous incendios que padeceu o mosteiro velho, nos deixaram mui desprovidos queimando, e destruindo"; *9 - actualmente, o corpo da antiga cozinha, embora pertença do colégio, é usado pela Câmara Municipal para arquivo; *10 - grande parte das obras realizadas foram feitas pelo funcionário do colégio, João Pereira Martins e seu pai. |
Autor e Data
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Filomena Bandeira 2000 / Joaquim Gonçalves 2004 |
Actualização
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