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Espaço verde Jardim Jardim Barroco
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Descrição
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Já no exterior se percebe a austeridade desta casa pela fachada, as pedras de armas e o chafariz. De fora, vê-se o portão, com brasão esculpido em granito, o sino, o muro alto e o buxo cuidadosamente topiado. Ao entrar percebe-se que o jardim continua a ser vivido como quando foi construído. Logo junto à casa mantêm-se limoeiros, referidos já em descrições do séc. 18. O Jardim e a Quinta estendem-se a Sul da casa sobre encosta de suave declive. A quinta, com forma quase rectangular, encontra-se dividida em terraços, de cotas cada vez mais baixas à medida que se caminha para nascente. O jardim desenvolve-se me três amplos terraços, cada um com diferente e rigoroso desenho de buxo, ladeado por balaustrada de pedra. No primeiro terraço, surge um jardim de buxo do séc.20, rico em texturas e cores que jogam com o volume são do buxo anão, das roseiras e os elementos de água e estatuetas de granito. É para este terraço que se abre o portão de ligação com o exterior e onde se encontra uma rampa que conduz a uma plataforma sobrelevada que funciona como galarim, de onde se pode ver a quinta. Os terraços seguintes são em desenho de buxo centenário, sendo alguns talhões cultivados por pomar e hortas e um deles ocupado pela piscina, de recente e adequada intervenção. É comum aos três terraços um caminho central, eixo que chega à casa, ladeado por sebes de buxo, iniciado com grandes pirâmides talhadas e rematado no final por um enorme lago envolvido por um pequeno bosque.
Junto à casa existe um pátio grande com chafariz monumental com tanque e painéis de azulejos datados de 1790, de José Maria Pereira do Cão, representando figuras equestres à semelhança do Palácio Fronteira, em Lisboa. O chafariz possui no centro um brasão, sobre o qual uma máscara grotesca lança água para um bebedouro de pedra. Junto a ele um cedro com quase 500 anos. |
Acessos
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Avenida Viscondessa de Taveiro, junto ao Adro da Igreja da Misericórdia (v. IPA.00002571), à entrada da vila de Santar |
Protecção
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Enquadramento
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Urbano, confina com arruamentos N. e O., com separador a N., numa arquitectura com base no branco e no granito (IPA.00003711). Paisagem vinhateira, olival e produções associadas. |
Descrição Complementar
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Produção de vinho. |
Utilização Inicial
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Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Pereira Cão (azulejos do chafariz) |
Cronologia
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Séc.13 - D. Sancho II elevou a Senhorio e coutou a Quinta do Casal Bom, primeiro nome da Casa de Santar; Séc. 16 - construção do núcleo primitivo da casa, por João Gonçalves do Amaral; capela data de 1580; 1670 - Francisco Pais do Amaral e sua esposa, D. Francisca Pais, instituíram o vínculo de Santar, nomeando administrador o seu filho, António Pais do Amaral; 1678 - data inscrita numa lápide da Capela, alusiva à construção da mesma, pelo Licenciado e capitão-mor de Senhorim, António Pais do Amaral, sendo aí sepultado; 1700 - data dos azulejos figurativos que decoram a fonte no exterior da Cozinha Velha; 1727 - Inicia-se a construção das adegas, Pátio Central e Fonte dos Cavalos, por ordem de Roque Jacinto de Mello, obras que se prolongaram até ao início do séc. seguinte, com o filho do mesmo, José de Mello Pais do Amaral; 1740 - Parcela mais relevante da casa; 1851 - D. Maria II atribui a José de Mello Pais do Amaral de Sousa Pereira de Vasconcelos e Menezes e à esposa, Maria Rosa de Figueiredo da Cunha Eça Abreu de Melo Pereira de Lacerda e Lemos, o título de Viscondes de Taveiro, por acção do tio desta, arcebispo de Braga; 1904 - D. Carlos atribui o título de Conde de Santar a José Pedro Paulo de Mello de Figueiredo Pais do Amaral; Sec. 20 - Pedro Paulo Pais do Amaral, 2º Conde de Santar. Sem geração, deixou vínculo a seu sobrinho cuja filha, D. Maria Teresa é a 4ª Viscondessa de Taveiro e 4ª Condessa de Santar; Jardim de buxo do primeiro terraço de jardim; recuperação do jardim antigo. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Inerte: granito, xisto, tijoleira, ferro, madeira, azulejo; Vegetal: buxo-anão (Buxus sempervirens), limoeiro (Citrus limon), roseira brava (Rosa canina), roseirais (Rosa damascena, Rosa micrantha, Rosa sp), oliveira (Olea europea); loureiro (Laurus nobilis), cameleira (Camellia japonica), cedro-do-líbano (Cedrus libani), hortênsia (Hydrangea macrophylla), choupo-negro (Populus nigra); ameixoeira-dos-jardins (Prunus cerasifera), vinha-japonesa (Parthenocissus tricuspidata), plátano (Platanus hybrida), agapanto (Agapanthus africanus), macieira-brava (Malus sylvestris), tília (Tilia cordata); Vinha: Toriga nacional, alfroxeiro preto, tinto roriz, cercial, encruzado, bical. |
Bibliografia
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CARITA, Helder, HOMEM CARDOSO, António, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e desaires desta arte, 1990, p. 257, 260, 274, 275, 276, 277; SILVA, António Lambert Pereira, Nobres Casas de Portugal, vol.3, Porto, s.d.; CASTEL-BRANCO, Cristina, Jardins com História, Poesia atrás dos Muros, Edições INAPA, Lisboa, 2002. |
Documentação Gráfica
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Casa de Santar |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Casa de Santar |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1980 / 1981 / 1982 / 1983 / 1984 / 1985 / 1986 / 1987 / 1988 / 1989 / 1990 - diversas obras de conservação e estruturas, revestimentos, pavimentos e coberturas, adaptando parte do piso inferior para actividades turísticas; reconstrução da zona das adegas e adaptação de algumas áreas à produção de vinho. |
Observações
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Visitas ao jardim diárias, das 11h às 15h. marcações - 232942937 |
Autor e Data
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Luísa Estadão 2004 |
Actualização
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