Ponte Romana sobre a Ribeira de Odivelas / Ponte de Vila Ruiva
| IPA.00001027 |
Portugal, Beja, Cuba, Vila Ruiva |
|
Ponte de comprovada construção romana, feita originariamente em granito, reconstruída no período medieval, durante a época visigótica ou árabe, como demonstram as arcarias de tijolo; a presença de outros materiais como o calcário e o xisto, parecem apontar para várias reconstruções e arranjos, realizados já nos séc. 15 e 16, e de que são provável testemunho os arcos da banda N.; na zona central, de silhares graníticos aparelhados alguns deles almofadados, verifica-se a presença de elementos romanos, entre eles uma sepultura circular, epigrafada, e uma ara. De grandes dimensões, sem talhamares, com tabuleiro rampante sobre arcadas de volta perfeita com aduelas de tijolo e olhais de descarga de superfície rasgados nos pégões, com aduelas de tijolo. Uma das mais monumentais pontes de origem romana ainda existentes no país e pela, qual ao que tudo indica, passava a a antiga estrada romana que de Faro e Beja seguia para Évora e Mérida. A tradição local atribui a construção da ponte a um rei Mouro derrotado na batalha de Ourique. |
|
Número IPA Antigo: PT040207040002 |
|
Registo visualizado 3633 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo arco
|
Descrição
|
Tabuleiro rampante, protegido por guardas baixas em alvenaria, estribado em 20 arcos, 8 dos quais no leito normal da ribeira; 13 dos arcos são de volta perfeita, de diferentes vãos (o maior tem 4 m. por 3,70 m.) e os restantes em arco abatido; os arcos são intervalados por 7 olhais em arco redondo, rasgados na parte superior dos pegões; três dos pegões são constituídos por grandes silhares graníticos regulares até à cota do lançamento dos arcos; os restantes arcos têm o lançamento a uma cota inferior e são constituídos por materias mais pobres; a rampa do lado N. é maior que a do lado S.. Devido ao assoreamento, um dos arcos e olhal do lado S. e ainda 14 arcos e olhais do lado N. estão parcialmente soterrados, fazendo-se a circulação do caudal da ribeira apenas sob os restantes arcos do lado S.. Na base do 6º arco ( no sentido S.- N. ) fragmento de uma ara em mármore branco ( 0,60 X 0,45m ); na zona central, sepultura circular, de pedra escura regional, epigrafada: "ANNIUS ARCONIS F. HEIC SITVS" ( Ânio filho de Arcónio aqui está sepultado ).. |
Acessos
|
EM 1004 - 1, sobre a ribeira de Alvito, a c. de 1Km de Vila Ruiva, fazendo a ligação com a estrada para Albergaria dos Fusos, e fazendo a serventia entre a Herdade de Monte Novo da Ponte e a Herdade da Ribeira. |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 47 984, DG, 1.ª série, n.º 233 de 06 outubro 1967 |
Enquadramento
|
Rural, planície, rodeado por terrenos agrícolas ganhos ao assoreamento das margens da ribeira de Alvito que atravessa. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Transportes: ponte |
Utilização Actual
|
Transportes: ponte |
Propriedade
|
Pública: municipal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 05 / 11 / 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido |
Cronologia
|
Séc. 01 a.C. - 01 d.C. - data provável de construção da ponte original (a que corresponderão os primeiros 3 pégões com silhares graníticos aparelhados e com elementos romanos aplicados: uma ara e uma sepultura circular), parecendo constituir parte da via romana Ossónoba - Èvora (ESPANCA: 1993); séc. 05 - séc. 11 - período provável de reconstrução e acrescentamento (a que corresponderão os arcos em tijolo e a inclusão de materiais de construção romanos reutilizados); Séc. 15 - 16 - terão sido refeitos os arcos da margem N., de diferentes tamanhos, utilizando-se então as placas de xisto nos restauros realizados nos arcos e olhais (VIANA: 1946); 1745 - existia no parapeito da passagem um marco de pedra que assinalava a divisão geográfica dos concelhos de Alvito e Vila Ruiva; 1807 - referida no Tombo do concelho de Alvito; 1964 - encontrava-se abatido c. de 1m2 da abóbada do 1º arco do lado N.; 1993, Janeiro - derrocada parcial de um dos arcos menores. |
Dados Técnicos
|
Estrutura autónoma |
Materiais
|
Estrutura em cantaria e alvenaria de granito, intervalado com calcário e restos de pedras romanas reutilizadas; arcos e olhais em tijolo, intercalados com placas de xisto calcário regional; alguns silhares em aparelho almofadado. |
Bibliografia
|
BORGES, Emília Salvado, O Concelho de Cuba - Subsídios para o seu Inventário Artístico, Cuba, 1981; VIANA, Abel, Pelo Baixo Alentejo - Notas Históricas, arqueológicas e etnográficas, in Arquivo de Beja, Vol. III, Beja, 1946; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, Lisboa, 1993; RIBEIRO, Aníbal Soares, Pontes Antigas Classificadas, MEPAT- JAE, 1998. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID; CMA: Tombo do Concelho; IPPAR |
Intervenção Realizada
|
DGEMN: 1988 - obras de consolidação e conservação incluindo remoção de vegetação, limpeza e refechamento de juntas e fendas; construção de alvenaria hidráulica em elevação para cosolidação e tapamento de rombos; consolidação alvenaria hidráulica em elevação em muretes; reparação do paramentos e pavimento; JAE: 1993 - obras de beneficiação; IPPAR: 2000 - obras de recuperação. |
Observações
|
*1 - Abrange os concelhos de Alvito e Cuba. *2 - incluído no Itinerário Pontes Históricas do Alentejo/IGESPAR. *3 - Incluído no Plano de Acção para as Terras da Baronia de Alvito, CMA, 1999. |
Autor e Data
|
Isabel Mendonça 1993 / Rosário Gordalina 2001 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |