Fortaleza de Buarcos

IPA.00001021
Portugal, Coimbra, Figueira da Foz, Buarcos
 
Fortificação de costa característica, adaptada a artilharia, composta por 3 baluartes unidos por 2 panos de muralha. Está bastante truncada, de que subsistem os baluartes e as poternas, uma delas emtaipada, destacando-se o facto de manter algumas gárgulas de canhão, que talvez resultem das obras seicentistas.
Número IPA Antigo: PT020605040009
 
Registo visualizado 1956 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Fortaleza    

Descrição

Fortaleza abaluartada de que subsistem dois panos de muralha e três Baluartes irregularmente distribuídos. O baluarte a S. tem a forma de pentágono bem definida, o adjacente apresenta uma forma pentagonal pouco acentuada e o do N. é quadrangular. No baluarte central subsistem ainda uma gágula de canhão e a base de uma guarita. Os pavimentos dos baluartes N. e S., são em terra batida e encontram-se abaixo do nível da rua 5 de Outubro, enquanto que o do central é lajeado por blocos de pedra e fica acima do nível da rua. As cortinas da muralha, são encimadas por cordão que nos baluartes se encontra sob as canhoneiras. A S., existem ainda duas poternas que apresentam arco de volta perfeita e cobertura em abóbada de berço, a da esquerda encontra-se entaipada por alvenaria de pedra calcária e a da direita continua a dar acesso à povoação, esta no extradorso com moldura em cantaria com aparelho mais cuidado que o da muralha e também moldura composta pelas aduelas do arco, cujo revestimento exterior já desapareceu.

Acessos

Rua 5 de Outubro

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 44 075, DG, 1ª série, n.º 281 de 05 dezembro 1961 / ZEP, Portaria nº 337/2011, DR , 2ª série, n.º 27, de 8 de fevereiro 2011

Enquadramento

Urbano, isolado, voltado ao mar a O. e separado da praia por espaço ajardinado e Av. Infante D. Pedro. A E., fronteiro ao imóvel encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Conceição (v. PT0605040010), separada pela rua 5 de Outubro. A S. a baía de Buarcos e a N. e o Cabo Mondego.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: fortaleza

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Junta Autónoma das Estradas

Época Construção

Séc. 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1206 - Senhorio de Buarcos é doado ao mosteiro de Santa Cruz, pelo bispo de Coimbra D. Pedro Soares; 1342, 1 de Abril - doação do foral de Buarcos por D. Afonso IV; 1411 - a vila de Buarcos é doada por D. João I a seu filho D. Pedro, duque de Coimbra; Séc.15 - D. Pedro seu donatário talvez tenha iniciado obras; 1466, 18 de Dezembro - D. Afonso V, doa a terra de Buarcos com jurisdição civil e crime a seu filho, príncipe D. João II, reservando para si a correição e alçados, com direitos, foros, tributos e dízima velha do pescado; 1516, 15 de Setembro - concessão do foral a buarcos por D. Manuel; 1519. 18 de Outubro - D. Manuel doa a vila de Buarcos ao conde de Tentugal; 1522, 1 de Novembro - piratas saqueiam, casas, pessoas e bens da igreja; séc.16 - existem referências a obras na fortaleza no reinado de D. João III, indiciando que a estrutura já existiria; 1566, Agosto - sofre grande destruição provocada pelo desembarque de ingleses; 1595 - doação da vila de Buarcos a D. Nuno Álvares Pereira de Melo, conde de Tentúgal; 1602, 25 de Maio - saque da vila pelos ingleses, destruição dos arquivos da câmara, com irreparáveis perdas para a história da vila; 1629, 2 de Junho - saque de Buarcos pelos holandeses; 1640 - obras com os Filipes; 1643 - D. João IV, determina que o rendimento real da água dos luagres de Tavarede, Quiaios, Figueira, Alhadas, Maiorca, Montemor e seu termo, pretendido pela cidade de Coimbra, passe para as obras de fortificação até estas acabarem; 1701/1702 - por ordem de D. Pedro II são interrompidas as obras que decorriam na fortaleza, os rendimentos que lhe eram destinados foram canalizados para a guerra da restauração; 1758 - as muralhas ainda estavam por acabar; 1789, Janeiro - parte do forte foi destruído pelo mar pondo em risco a população; 1822 - inspeção à fortaleza pelo coronel Luís Gomes de Carvalho do Nacional e Real Corpo de Engenheiros, que atesta o bom estado da muralha mas salienta haver necessidade de construir um paiol, quartéis, uma cozinha, uma casa da guarda e armazéns para armamento; 1833, 9 de Novembro - os fortes de Buarcos, Santa Catarina e fortim de Palheiros, impedem o ataque de uma corveta; 1834, 8 de Maio - desembarque em Buarcos das tropas constitucionais; 1836 - é extinto o concelho de Buarcos passando para a jurisdição do concelho da Figueira da Foz.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Cantaria, alvenaria calcária e rebocos

Bibliografia

COSTA, Fausto Caniceiro, Monografia de Buarcos, Figueira da Foz, 1995; LARCHER, Jorge, Castelos de Portugal, Coimbra, 1935; ROCHA, António dos Santos, Materiais para a História da Figueira sec. XVII e VIII, Figueira da Foz, 1954; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73660 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMC

Intervenção Realizada

DGEMN: 1961/1962 - desentulhamento junto à muralha reconstrução e consolidação de paredes, arranjo dos baluarte pentagonal (primeiro) e do que lhe está mais próximo (segundo), com rebaixamento do piso e restauro de cantarias; 1963 - arranjo do terceiro baluarte, escavação e rebaixamento do piso, construção de um muro de suporte; 1964 - consolidação e rebaixamento do pano da muralha entre o primeiro e segundo baluarte; 1986 / 1987 - reconstrução e limpeza do baluarte N. e tratamento do pano de muralha que lhe está adjacente; 2005 - intervenções no baluarte maior que fica junto à Capela de Nossa Senhora da Conceição, correspondentes a limpeza das cantarias, refechamento de juntas, pavimentação do terraço em calçada de seixo e lajes de betão branco e iluminação do espaço.

Observações

Autor e Data

João Cravo e Horácio Bonifácio 1992 / Margarida Silva 2004

Actualização

Carlos Amaral 2005
 
 
 
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