Dada a necessidade de assinalar o relevo da costa e os seus perigos para a navegação marítima, desde o século XVI que há registos da construção de faróis na faixa costeira de Portugal continental.
A partir de 1758, por alvará pombalino, os faróis passam a ser uma organização oficial e em 1866 é realizado um projecto geral de alumiamento marítimo para a costa de Portugal.
A maior parte dos faróis do continente é construída até finais da década de 50 do século XX. Também nesta década há um incremento substancial na construção de faróis nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Verifica-se que até finais do século XIX a maior parte das torres é prismática, com diversos tipos de secção.
O material mais utilizado em construção era a alvenaria de pedra, técnica construtiva que pelas suas características se adapta melhor a construções quadrangulares: de embasamento forte, geralmente com pedra aparente, com paredes grossas, estreitando ligeiramente à medida que a construção sobe.
Os faróis, pela sua complexidade técnica, geralmente necessitam não só de espaços contíguos, onde se possam instalar os equipamentos necessários ao seu funcionamento, como também instalações para acomodação da guarnição para o seu funcionamento e manutenção. Assim, a maior parte dos faróis construídos de origem apresenta edifício(s) anexo(s), tanto no continente como nas ilhas.
Foram incluídos nesta rota 25 faróis localizados em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Nesta tipologia podem-se identificar 3 sub-tipologias:
- Faróis de torre quadrangular - torres de média altura, de secção quadrada, cuja medida do lado vai reduzindo com a altura. Foram identificadas nesta rota 20 torres com estas características, entre elas a do Farol de Montedor. No caso particular do Farol da Ponta da Ilha, na ilha do Pico, as arestas da torre são chanfradas.
- Faróis de torre hexagonal – torres semelhantes às quadrangulares, mas em que a secção é hexagonal. O corpo da torre apresenta-se dividido em três corpos ou pisos, e a medida do lado vai reduzindo em altura. Nesta selecção surge apenas um exemplar, o Farol do Cabo Espichel.
- Faróis de torre octogonal - torres semelhantes às anteriores, mas de secção octogonal. O corpo da torre apresenta-se geralmente dividido em três corpos ou pisos, e a medida do lado vai reduzindo em altura. Foram identificadas nesta rota 4 torres com esta tipologia, entre elas a do Farol da Guia.