Sanatório dos Ferroviários / Pousada da Serra da Estrela
| IPA.00009516 |
Portugal, Castelo Branco, Covilhã, União das freguesias de Covilhã e Canhoso |
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Sanatório cuja implantação e partido volumétrico correspondem à orientação solar mais conveniente, garantindo exposição a Sul de todos os quartos, solários e galerias de cura previstos no programa original. Daqui decorre a definição de um volume bastante alongado e estreito, onde é determinante a extensão atribuída à fachada sul. A planta adotada - disposição em V aberta ao quadrante Sul - era corrente em instalações similares existentes na Europa e correspondia às recomendações técnicas vigentes na época, permitindo proteger a longa fachada dos ventos soprando lateralmente. Cottinelli deu uma prova da sua inteligência e sensibilidade: os tramos da planta em V são de tamanhos desiguais e definem um ângulo bastante aberto, permitindo a redução dos movimentos de terras necessários para a construção. No entanto, tal como o arquiteto então afirmou, "a razão mais importante" que justificava essa volumetria era "de ordem estética". Quebrado o edifício em dois corpos, este deixava de ter "o aspeto de verdadeiro comboio" (TELMO, 1928) passando a ser visto como o encontro de duas construções autónomas que apenas se tocam pelos topos. O espaço fronteiro ao edifício, envolvido pela concavidade assim definida, era apropriado como um grande átrio exterior; a visão escorçada dos topos da construção acentuava o sentido de profundidade, enquadrando a paisagem e conferindo-lhe escala. Também a imagem do edifício é, em grande medida, determinada pelas condicionantes funcionais: a proporção geral e o ritmo dos vãos na fachada decorrem das dimensões generosas atribuídas ao pé-direito - as suficientes para garantir um adequado volume de ar nos compartimentos - e do módulo definido pela largura dos quartos, que determina a repetição das janelas estreitas e altas que lhes asseguravam a indispensável insolação. Embora muitos edifícios com funções semelhantes tivessem alçados onde prevaleciam os elementos verticais (devido ao tipo de fenestrações e ao ritmo imposto pela modulação de quartos), neste caso também a entrada de cada corpo é assinalada por enfáticas pontuações verticais que contribuem para contrastar com o extraordinário desenvolvimento longitudinal dos alçados. Para além da sua imagem revivalista, o edifício do Sanatório constituía um extraordinário exercício de composição, explorando a oposição entre estruturas reticuladas e maciças de forma a produzir uma série de ambiguidades que subvertiam as relações tradicionais entre os cheios e vazios, entre a forma e o fundo. O embasamento e o telhado contínuo em mansarda definiam os limites do volume de um modo convencional, mas, no espaço entre os dois, quando a superfície da fachada se reduzia à retícula dos solários e galerias de cura, perdia-se o peso e o sentido da massa. Um tal efeito só era possível devido ao uso de um sistema estrutural misto, onde as colunas e pilares em pedra, ou até em madeira, se justapunham a elementos em ferro e em betão, numa convivência (eclética) sem preconceitos que a fachada principal assumia de forma expressiva. Essas colunas, que conservam sinais da sobreposição canónica das ordens e não dispensavam, em caso algum, um ábaco que recordava a sua origem clássica, articulavam-se com sucedâneos de balaustradas, moldados em betão, com um desenho estrito e moderno. Uma semelhante combinação entre as técnicas mais modernas e os materiais e métodos construtivos tradicionais, ocorria no solário (situado no piso superior do corpo E., com pilares, parapeitos e asnas em madeira, em combinação com uma laje em betão e com vigas de perfis metálicos de produção industrial) e nas áreas públicas do piso nobre: na Sala de Jantar e no Salão de Festas, as colunas de pedra recebem arcos de descarga em alvenaria e vigas de perfis metálicos que conservam a sua expressão de nervuras estruturais, apesar de revestidas a estafe. A convivência entre linguagens formais de diferentes naturezas manifestava-se, de novo, na decoração. Enquanto os lambris das salas principais empregavam azulejo de figura avulsa (com um grafismo que nos permite atribuir a sua autoria a Cottinelli), demonstrando um gosto tradicionalista e o apreço pela marca artesanal da produção, os trabalhos de serralharia, sobretudo nas escadas e elevadores, recebiam uma ornamentação geométrica abstrata, liberta já de referências à História. De entre os diversos edifícios anexos de apoio ao sanatório que Cottinelli projetou não chegou a ser concretizada a peça mais interessante, a Casa do Médico, que nos alçados, e na planta em L, combinava temas de composição axial com elementos díspares e em aparente desordem. Já a Casa do Gerente, desenhada com o mesmo espírito (e reproduzindo, com ligeiras adaptações, a Casa do Reitor do Liceu de Latino Coelho, em Lamego, projetado por Cottinelli em 1930), foi construída numa localização particularmente feliz, insinuando-se frente à estrada de acesso, como um posto avançado entre o Sanatório e a cidade da Covilhã. Nos longos 17 anos que decorreram entre a proposta inicial e a inauguração do edifício, o projeto do Sanatório da Covilhã terá perdido alguma coerência e sobretudo atualidade. À data da abertura, a imprensa concedeu-lhe, no entanto, alguma atenção. O gosto do momento, que determinara a escolha de uma decoração e de um mobiliário visivelmente tradicionalistas, teria afinal alguns pontos de contacto com o espírito que animara a sua conceção primitiva. O Sanatório da Covilhã constituía a materialização de um conceito romântico enunciado por Cottinelli logo na memória descritiva do anteprojeto, quando o anuncia a intenção de lhe conferir "o aspeto mais adequado ao seu destino e á região e lugar onde será levantado" e de o conceber como se de "um grande hotel para montanha" se tratasse. Esse modelo ideal pretendia, certamente, resgatar o Sanatório aos estigmas que marcavam tal tipo de instituições. Recusava, por um lado, a imagem do "bisonho casarão amarelo" que constituía "o inestético estilo peculiar no nosso país a hospitais e quarteis" (D'AVYS, 1932), mas afastava também o despojamento das linhas modernistas que o funcionalismo higienicista iria pôr em voga nos equipamentos de saúde da década de 30. Com o Sanatório da Covilhã encerra-se o ciclo de obras de imagem tradicionalista/ historicista com que Cottinelli iniciou a sua carreira. Outros projetos com uma caracterização semelhante foram desenhados nos anos imediatos, mas nenhum seria efetivamente construído. Ao mesmo tempo, e já desde 1926, o arquiteto desenvolvia para Lisboa as suas primeiras experiências modernistas. Por outro lado, este projeto constituiu a uma prova definitiva de maturidade profissional de Cottinelli, marcando o início da sua carreira como arquiteto independente. Se, na obra posterior do arquiteto, pretendermos identificar traços de uma descendência deste edifício devemos atentar na forma como, com uma naturalidade que é apenas aparente, ele estabelece uma relação particularmente intensa com a envolvente e se afirma na paisagem com um sentido monumental. |
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Número IPA Antigo: PT020503010048 |
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Registo visualizado 2474 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Saúde Hospital Sanatório
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Descrição
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Planta poligonal irregular, composta por duas alas formando um ligeiro ângulo, a do lado direito com anexos rectangulares adossados à fachada posterior, de volumes articulados de disposição na horizontal com coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas ou em cantaria de granito aparente. Fachada principal virada a S. constituída por dois corpos formando ângulo acentuado, adaptados ao relevo natural do terreno, de quatro pisos, rematadas por friso e cornija, sobre o qual se ergue um quinto piso, rematado por cornija e beiral; o pano do lado esquerdo tem quatro panos de dimensões variáveis, dois deles definidos por torreões circulares e o primeiro delimitado por pilastras, rasgados uniformemente por vãos rasgados em eixos compostos por janelas de peitoril, de duas folhas com bandeira, excepto o terceiro pano, marcado por saliência aberta por arcos de volta perfeita nos três primeiros pisos, surgindo nos demais, cinco janelas de varandim com guarda balaustrada. O corpo do lado direito tem três panos simétricos, o central mais elevado e com escadarias exteriores de dois lanços separados por patamares, surgindo, no inferior, portal de verga recta com moldura em cantaria em aparelho rústico, surgindo, no superior, portal em arco de volta perfeita flanqueado por pilastras, molduras múltiplas e cornija angular sobrepujada por pináculos volumosos; encontra-se ladeado por quatro janelas de varandim longilíneas; os demais pisos são rasgados por cinco janelas em cada, as centrais mais largas, rematando em frontão triangular, cujo tímpano se interrompe inferiormente por janela de sacada, encimada por óculo ovalado e cornija, rematando em cinco pináculos. As alas laterais são rasgadas regularmente por vãos rectilíneos, onze em cada piso. Fachada lateral esquerda virada a O. cega com remate em beiral, surgindo, apenas ao nível da cobertura, uma janela de duas folhas. Fachada lateral direita virada a E. em empena e rasgada por três vãos rectilíneos em cada um dos seus cinco pisos. Fachada posterior bastante irregular, com vários corpos adossados e ressaltos nos panos, com cinco pisos rasgados regularmente por vãos rectilíneos. INTERIOR com corredor central e escadarias na zona posterior dos corpos. No corpo central, desenvolvem-se várias salas amplas sustentadas por colunas cilíndricas e as várias dependências possuem revestimento a azulejo de padrão policromo. As dependências são constituídas por 92 quartos, piscina interior, Spa, sala de reuniões e restaurante. |
Acessos
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EN 220, ao Km 27. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,291838, long.: -7,533399 |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital de 28 julho 2009 / Incluído na Área Protegida da Serra da Estrela (v. IPA.00033940) |
Enquadramento
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Rural, isolado e a meia encosta. O edifício implanta-se na vertente Sul da Serra da Estrela, a uma altitude de 1200 metros, à ilharga da E.N. 220, a cerca de seis quilómetros da cidade da Covilhã, em direcção às Penhas da Saúde. Em frente da fachada principal abre-se um amplo espaço em terra batida, de pendente suave, arborizado. Em termos de avifauna podem-se observar sobretudo passeriformes, dos quais se destacam o Rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus) e a Estrelinha-real (Regulus ignicapillus). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Saúde: sanatório |
Utilização Actual
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Comercial e turística: pousada |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Eduardo Souto de Moura (séc. 20); José Ângelo Cottinelli Telmo (1927). CONSTRUTOR: Virgílio Preto (1930). |
Cronologia
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1902, 20 Junho - constituição da Empresa do Sanatório da Covilhã pelos Conselheiro Figueiredo Leal, Alfredo César Gomes, Joaquim José Henriques, António Seixas Correia e Carolina da Glórias Seixas Correia; 1913 - o general Carlos Vasconcelos Porto (1861-1944) inicia uma campanha de assistência sanitária aos ferroviários, desenvolvendo os primeiros esforços no sentido de se criarem sanatórios exclusivamente destinados aos funcionários dos caminhos de ferro do Estado; 1918 - é inaugurado o primeiro sanatório para ferroviários, em S. Brás de Alportel, instalado numa casa de quinta especialmente adaptada para o efeito (CABANAS, 1945); 1919 - é iniciada a construção do "Sanatório do Norte", em Paredes de Coura, cujas obras se prolongaram até 1933; 1924 ? o Governo concretizou o seu apoio à assistência sanitária aos ferroviários, criando, nas linhas do Estado e nas empresas ferroviárias privadas, um Fundo de Assistência Ferroviária, destinado à organização dos meios de combate à tuberculose dentro de cada empresa; 1925, Junho - é publicado o decreto através do qual a Comissão Administrativa dos Sanatórios para Ferroviários Tuberculosos recebe do Estado o terreno, até então integrado na Mata Nacional da Covilhã, destinado à construção do Sanatório da Covilhã (Gazeta dos Caminhos de Ferro: 1946 (n.º 6), p. 194); 1926 - o Fundo de Assistência foi suprimido, mas a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (CP) manteve uma dotação anual para a assistência dos seus funcionários, criando uma comissão destinada à sua gestão; 1927 - a CP, através da Comissão Administrativa dos Sanatórios para Ferroviários Tuberculosos presidida por Fausto de Figueiredo, toma a iniciativa de promover a construção de um sanatório de altitude na Serra da Estrela. O projecto do edifício é encomendado ao arquitecto José Ângelo Cottinelli Telmo (1897-1948), enquanto profissional independente e em paralelo com as suas funções de funcionário da CP. O programa funcional do conjunto foi estabelecido por Carlos Lopes, médico chefe dos Serviços de Saúde da CP, que acompanhou de perto o trabalho do arquitecto. Para a definição exacta das instalações e equipamentos técnicos necessários, Carlos Lopes visitou diversos sanatórios na Suíça, França e Alemanha onde pôde estudar os mais actuais e rigorosos padrões de técnica sanitária em uso na Europa. Cottinelli, por seu lado, visitou o Sanatório de Fuenfria, em Espanha (TELMO, 1928); 1928, 8 de Fevereiro - O anteprojecto do Sanatório da Covilhã foi apresentado à "Comissão Administrativa dos Sanatórios para Ferroviários Tuberculosos" que o aprovou. Alguns elementos da Comissão manifestaram, no entanto, o seu desacordo, considerando o projecto "grandioso de mais" e com um orçamento desproporcionado para a capacidade de alojamento prevista; defendiam a edificação de pavilhões de pequenas dimensões junto dos Sanatórios existentes, e não a construção de um grande edifício reunindo a quase totalidade dos serviços, como na opção adoptada. Inicialmente previra-se a existência de uma secção para homens e outra para mulheres; no entanto, uma vez que os primeiros estudos demonstraram a impossibilidade de estabelecer uma separação nítida entre as zonas destinadas os dois sexos, passou a considerar-se apenas a admissão de doentes do sexo masculino. O programa estabelecia a existência de quartos para doentes de 1.ª, 2.ª e 3.ª classes que o arquitecto localizou em pisos diferentes, de acordo com a fórmula com a qual resumia a distribuição funcional do conjunto "um andar para cada coisa e cada coisa no seu andar". Os serviços administrativos, os serviços médicos e as zonas de uso comum iriam ocupar o piso nobre, agrupados de modo nítido e legíveis na expressão da fachada. Na fase de Anteprojecto, o alçado principal, com uma sucessão regular de janelas idênticas, era pontuado pelo corpo da entrada e pelas estruturas reticulares das bow windows e galerias de cura, que ora se integravam no volume construído, ora se projectavam para fora dele, numa composição de estrutura pouco evidente. O projecto definitivo, elaborado em seguida e concretizado em obra, apresentava algumas diferenças substanciais em relação à proposta inicial. Tanto a distribuição interior como a sua expressão exterior foram reformuladas, dando origem a uma composição articulada, com uma estrutura coerente e uma lógica clara, com tradução nos alçados. Os dois corpos longitudinais que constituem o edifício foram dotados de entradas e de acessos (escadas, ascensores, corredores) autónomos; a partir desta estrutura de circulações estabelecia-se uma teia de relações hierárquicas que justificava a localização dos diversos serviços. Na fase final do projecto, a área total de quartos ocupava apenas metade dos 5 pisos existentes, sendo o restante destinado às diversas áreas de apoio (onde se incluíam, por exemplo, Salas de Recreio e Conversação, Biblioteca e Capela); 1930 - cerimónia de lançamento da 1ª pedra, que assinala o início das obras, dirigidas pelo engenheiro Virgílio Preto. Previa-se então a sua conclusão para cerca de quatro anos mais tarde; 1931 - Cottinelli projectou diversos edifícios anexos, para apoio ao estabelecimento, a construir nos terrenos adjacentes (nomeadamente, Casas do Médico e do Gerente; Garagem), só em parte concretizadas; 1936 - é concluída a construção, inteiramente custeada pela CP; 1944, 11 de Novembro - o Sanatório da Covilhã é inaugurado, uma vez ultrapassadas dificuldades várias quanto à viabilidade da sua exploração por parte da CP. Para tal, a capacidade de internamento foi ampliada, passando de 110 doentes, máximo previsto no projecto, para 170; o estabelecimento foi arrendado à Sociedade Portuguesa de Sanatórios, Lda. que o explorou sob a direcção do professor Lopo de Carvalho, ficando com a obrigação de acolher todos os funcionários da CP que necessitassem de tratamento anti-tuberculoso e colocando ainda uma parcela das suas camas à disposição dos doentes a cargo da Assistência Nacional dos Tuberculosos (Gazeta dos Caminhos de Ferro: 1946 (n.º 6), pp. 192-199). Em data não determinada, foram encerrados os solários e as galerias de cura, de forma a ampliar a capacidade de alojamento, o que alterou profundamente a expressão formal do edifício; no período imediato à Revolução de Abril de 1974, estando o edifício já desafectado do seu uso inicial, serviu para alojamento temporário de cidadãos retornados das ex-colónias de Portugal em África. Foi posteriormente abandonado e sujeito a acções de vandalismo que acentuaram o estado de degradação e conduziram ao actual estado de ruína; 1990, década - adquirido pela Enatur, Pousadas de Portugal com o objectivo de ser recuperado e reutilizado como Pousada, projecto elaborado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura; 2003, 19 Fevereiro - abertura de concurso público para a empreitada de recuperação e adaptação do sanatório a pousada; as últimas notícias conhecidas, após o processo de privatização da Enatur, apontam para a não concretização do projecto por alegada falta de viabilidade económica; 2009, 06 fevereiro - Deliberação camarária decide classificar o edifício como Interesse Municipal; 20 abril - pedido de parecer da Câmara da Covilhã sobre a classificação do edifício; 28 abril - informação favorável à classificação do edifício, pela Delegação de Castelo Branco da Direção Regional de Cultura do Centro; 08 maio - Despacho de encerramento do processo de classificação pelo presidente do IGESPAR, por não ter valor nacional; 2009, 17 julho - deliberação camarária a determinar a classificação do edifício como Interesse Municipal; 2012 - 2013 - transformação do edifício em Pousada, conforme projeto de Souto de Moura. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Granito, betão, ferro, madeira, telha lusa, tijoleira. |
Bibliografia
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FIGUEIREDO, Fausto de, Comissão Administrativa dos Sanatórios para Tuberculosos, Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Carta para Cottinelli Telmo, 30.Jun.1927, espólio Cottinelli Telmo; TELMO, Cottinelli, Carta para Fausto de Figueiredo, 17.Ago.1927; espólio Cottinelli Telmo; Extracto da Acta 1649, da Sessão da Comissão Executiva de 02.11.1927, Processo Sanatório da Covilhã, Arquivo Histórico CP; Extracto da Acta 1769, da Sessão da Comissão Executiva de 08.02.1928, Processo Sanatório da Covilhã, Arquivo Histórico CP; [TELMO; Cottinelli], Sanatório para os Tuberculosos da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses a construir por esta Companhia na Covilhã. Memória descritiva e justificativa e orçamento relativo ao Anteprojecto [1928], espólio Cottinelli Telmo; [TELMO; Cottinelli], Caminhos de Ferro Portugueses. Sanatório da Covilhã. Memória descritiva e justificativa [1930], espólio Cottinelli Telmo; Sanatório da Covilhã. Caderno de Encargos [1930], espólio Cottinelli Telmo; D'AVYS, Palmeirim, Tuberculose! A grande Rainha!, O Notícias Ilustrado, IIª série, n.º 206, 22.Maio.1932, pp. 4-5, 7; Assistência Ferroviária. O Sanatório de Paredes de Coura dos caminhos de ferro do Estado, O Notícias Ilustrado, IIª série, n.º 268, 30.Jul.1933, p. 5; Nas Penhas da Saúde. Um sanatório Modelo para ferroviários construído pela CP, Gazeta dos Caminhos de Ferro, 56º ano, n.º 22, 16.Nov.1944, pp. 665-666; CABANAS, Manuel dos Santos, Carlos Vasconcelos Porto e os Sanatórios dos Caminhos de Ferro do Estado, Gazeta dos Caminhos de Ferro, 56º ano, n.º 5, 01.Mar.1945, pp. 116-117; Sanatório das Penhas da Saúde, A Arquitectura Portuguesa e Cerâmica e Edificação (reunidas), 3ª série, ano XXVIII, n.º 127, Outubro 1945; O Sanatório das Penhas da Saúde, Gazeta dos Caminhos de Ferro, 58º ano, n.º 6, 16.Mar.1946, pp. 192-199;Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; MARTINS, João Paulo, Cottinelli Telmo. A Obra do Arquitecto (1897-1948). Dissertação de mestrado em História da Arte, Lisboa: FCSH, UNL, 1995. 2 vol.; MARTINS, João Paulo, Cottinelli Telmo. Arquitecto na CP, in Gilberto Gomes (ed.), O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996, Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, 1996, pp. 126-134; MARTINS, João Paulo, "O Sanatório da Covilhã", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 134-147. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Espólio pessoal de Cottinelli Telmo; CP: Direcção Geral de Gestão de Infraestruturas, Arquivo Técnico; CMC; ENATUR |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; ENATUR |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/ Espólio pessoal de Cottinelli Telmo; CP: Direcção Geral de Gestão de Infraestruturas, Arquivo Técnico; ENATUR |
Intervenção Realizada
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DGEMN:1955 - execução de obras de reforço do abastecimento de água ao sanatório, pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1957 - obras de ampliação com aproveitamento das varandas de cura e início das obras de reparação total pelos Serviços de Construção e Conservação; 1958 - obras de reparação geral, incluindo a reparação dos estragos causados pelo incêndio, pelos Serviços de Construção e Conservação; instalação de uma lavandaria a vapor e outro equipamento, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1959 - instalação de uma lavandaria e de uma caldeira a vapor, pelos Serviços de Construção e Conservação; reparação geral do edifício e remodelação das instalações do pessoal; continuação das reparações dos estragos causados por um incêndio. |
Observações
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Autor e Data
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Luis Castro 2001 / JPaulo Martins 2002 |
Actualização
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