Aqueduto da Gargantada
| IPA.00006518 |
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas |
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Arquitectura infraestrutural, setecentista. Aqueduto composto por uma pequena caleira de cantaria, correndo, maioritariamente, em troços subterrâneos, mas aflorando a superfície em arcaria de volta perfeita, apresentando uma única clarabóia em forma de templete prismático com cobertura formando vértice. Aqueduto de dimensões regulares, facilmente confundível com o Aqueduto das Águas Livres, devido à sua proximidade com o troço proveniente de Carenque, do qual funciona como extensão, apresentando características diferentes deste no que respeita às condutas de água e às respectivas coberturas demonstrando maior rusticidade. É visitável quase em toda a sua extensão, com excepção da arcada junto à Venteira, destinada à condução da água que alimentava o desaparecido Chafariz das Quatro Bicas, a Fonte dos Namorados e o Chafariz da Carranca. O troço junto ao Mercado de Queluz apresenta uma fonte adossada. |
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Número IPA Antigo: PT031111070250 |
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Registo visualizado 4918 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de condução Aqueduto
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Descrição
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Aqueduto composto por uma caleira de cantaria, protegida por uma capa do mesmo material, de grande extensão, que conduz a água por acção da gravidade, iniciando o seu percurso em Carenque, continuando pela encosta esquerda do vale até à Ponte de Carenque num troço subterrâneo que transpõe a Ribeira com o mesmo nome, entrando depois na Venteira, onde surge à superfície, apresentando catorze arcos de volta perfeita à mesma altura, e um situado a um nível inferior, sob o qual corre a ribeira de Carenque. Este troço termina junto a uma clarabóia, em forma de templete prismático, com cobertura formando vértice, rasgada por janela rectilínea gradeada, continuando depois o seu percurso, em nível subterrâneo até ao Lg. da Ponte Pedrinha onde surgem trinta e três arcos de volta perfeita rebocados e pintados de branco, que se estendem até junto da linha férrea, onde voltam a desaparecer no solo. Adossado a este troço do aqueduto surge uma fonte com placa de mármore e inscrição. O aqueduto segue o seu percurso em direcção ao Palácio Nacional de Queluz, por trás da R. Dr. Manuel Arriaga, onde volta a surgir nova arcaria, constituída por sete arcos de volta perfeita que são absorvidos por muros de separação de quintais dos prédios envolventes, tornando-se mais uma vez subterrâneo, indo alimentar o Chafariz da Carranca. Os troços à superfície têm os arcos em cantaria de calcário, apresentando a zona superior em alvenaria de calcário argamassada, onde corre a conduta. |
Acessos
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Estrada que liga Carenque a Queluz, terminando no Largo da Ponte Pedrinha. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,759835, long.: -9,249265 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 |
Enquadramento
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Urbano, iniciado em Carenque, no lugar da Gargantada, onde se desenvolve isolado, em zona de encosta, passando a uma zona urbana, que atravessa uma freguesia do concelho da Amadora (Venteira) e termina junto ao Palácio Nacional de Queluz (v. PT031111070158), no Chafariz da Carranca (v. PT031111070251). Nas proximidades, situa-se a Torre do Relógio (v. PT031111070050) e o Palacete Pombal (v. PT031111070039). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: aqueduto |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Francisco António Ferreira Cangalhas (1802). EMPREITEIRO: Bernardo António da Silva (1790); Joaquim José dos Reis (1790); Luís António da Silva Coelho (1790); Tomás Álvares (1790); PEDREIRO: Francisco António (1790). |
Cronologia
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1790 - início da construção do aqueduto, com intenção inicial de levar água até ao Terreiro do Paço de Queluz para consumo das cavalariças reais, por ordem do príncipe D. João, futuro monarca; a construção surge na sequência da oferta da nascente da Gargantada por José Justino Álvares, proprietário de duas nascentes, chamadas da Gargantada e do Pocinho, ambas em Carenque; a direcção das obras foi entregue ao mestre pedreiro Joaquim José dos Reis e a sua fiscalização ao Dr. Franzini e ao Capitão Engenheiro Teodoro Marques, sendo o mestre pedreiro executante Francisco António, surgindo, ainda, os nomes dos empreiteiros Bernardo António da Silva, Luís António da Silva coelho e Tomás Álvares; 1791, Maio - estava construído o troço até ao arco da estrada da Ponte de Carenque; 1794 - a construção do aqueduto estava concluída, tendo a obra sido custeada pelo Cofre da Imposição, destinado para a obra das Águas Livres por se constituir como benefício público no terreiro do Palácio de Queluz *2 com o custo total de 112.566$768; 1795, 30 Setembro - pagamento feito aos mestres empreiteiros da obra, relativo ao resto dos trabalhos e respectivas medições nos sítios de Queluz e Gargantada; 1802 - a água do aqueduto é encanada para as cocheiras do Palácio Real de Queluz, sendo a obra executada pelo arquitecto Francisco António Ferreira Cangalhas; 1803, 17 de Agosto - foi dada ordem ao arquitecto da Água Livre para proceder à medição e vistoria da obra de encanamento das águas do aqueduto para as cocheiras reais, pagando-se 2.278$788 ao empreiteiro; 1846 - a água passa a ser encanada para a Quinta das Necessidades, na Reboleira, devido a falta de limpeza do aqueduto, o que o inutilizou por completo; 1896 - do chafariz das Quatro Bicas fazem-se vários ramais para dependências do palácio e para o edifício anexo à torre do relógio, que funcionou posteriormente como Clube de Queluz; séc. 20, década de 50 - desaparecimento do Chafariz das Quatro Bicas. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de calcário azul rebocada a cal e saibro; clarabóias em cantaria de calcário azul; grades em ferro. |
Bibliografia
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MONTENEGRO, Augusto Pinto, Memória sobre as Águas de Lisboa, Lisboa, 1895; Livro 1º de Registo dos Decretos, Resoluções e Avisos de Sua Magestade á Junta da Administração das Águas Livres, s.d.; Noticia Acerca das Águas que abastecem os Almoxarifados das Reaes Propriedades quer Proprias quer Nacionaes no Usufructo da Corôa, Lisboa, 1905; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal. Dicionário Histórico, Corográfico, Biographico, Bibliographico, Heraldico, Numismatico e Artistico, Lisboa, 1907; A Illustração Portugueza, 2º Vol., 1912; PIRES, António Caldeira, História do Palácio Nacional de Queluz, vol. 1, Coimbra, 1925; FERNANDES, José Manuel, (coord. de), Arquitectura e Paisagem do Concelho da Amadora. Levantamento dos Edifícios e Espaços com Interesse Histórico, Urbano e Paisagístico do Concelho da Amadora, Amadora, 1982; CAETANO, Joaquim, Aquedutos em Portugal, [s.l.], 1991; NEVES, Vítor M. L. Pereira, Amadora Grande e Desconhecida: Monografia, Amadora, 1991; LOPES, Flávio, (dir. de), Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa, Lisboa, 1993; CASEIRO, Carlos, PENA, Américo, VITAL, Raul, Histórias e Outras Memórias do Aqueduto das Águas Livres, EPAL, Lisboa, 1999. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Administrativa
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IGESPAR: IPPAR |
Intervenção Realizada
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IPPAR: 2007 - obras de conservação e restauro no troço junto ao Mercado de Queluz, pela empresa Teixeira Duarte e BEL, Engenharia e Reabilitação de Estruturas S.A., com o objectivo de reabilitar o sistema de abastecimento de água dos jardins do Palácio Nacional de Queluz. |
Observações
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*1 - a Casa Real cuidava da sua conservão, cedendo a maior porção ao publico, que a recebia do chafariz das Quatro Bicas, da Fonte dos Namorados e do Chafariz das Carrancas; os sobejos do tanque das Quatro Bicas, era destinado às regas da Quinta Real; do encanamento que liga este chafariz ao das Carrancas, há pequenas derivações para as cozinhas e outras dependências do Palácio e para o edificio anexo à torre do relogio. |
Autor e Data
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Cecília Matias 1997 / Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Rute Antunes 2007 |
Actualização
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