Igreja Paroquial de Barcelos / Igreja de Santa Maria Maior
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Portugal, Braga, Barcelos, União das freguesias de Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro) |
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Arquitectura religiosa, gótica, barroca, maneirista, revivalista. Igreja paroquial de estrutura gótica, reconstruída sobre uma pré-existência românica, de planta longitudinal de três naves, que apenas se evidenciam na fachada arcaizante através dos contrafortes, com quatro tramos, e cabeceira neogótica, resultante das obras do séc. 20, tripartida com abside rectangular e absidíolos poligonais. Apresenta torre sineira setecentista de planta quadrangular e diversos volumes correspondentes a capelas, sacristia e arrumos, resultantes das profundas alterações que a igreja sofreu durante o séc. 16, 17 e 18. No remate de algumas das fachadas surgem cornijas decoradas com perlado e cachorradas simples. Portal principal com esbarro da fachada e contrafortes simulando alfiz, profundo, em arco quebrado, de estrutura gótica, com cinco arquivoltas quebradas, decoradas, de lados verticais e remate arredondado, assentes em finos colunelos redondos e prismáticos. Os capitéis apresentam decoração com temas vegetalistas e naturalistas, seguindo as regras góticas, e motivos historiados, de tradição românica, como duas aves bebendo do mesmo vaso, animas devorantes e aves de pescoços enlaçados. Interiormente, assemelha-se às igrejas de Paço de Sousa (v. PT011311220003), Travanca (v. PT011301360003) ou Pombeiro (v. PT011303150001), da fase mais evoluída do românico do Baixo Minho e Douro Litoral, com características da arquitectura religiosa gótica do Norte, como a volumetria ligeiramente atarracada e ao nível da iluminação bastante escura, evidenciando a arquitectura gótica mendicante com fachadas laterais rasgadas por frestas de dois lumes em arco quebrado, e nos topos da nave central por rosáceas. As naves são separadas por arcaria quebrada assente em pilastras cruciformes, com colunas adossadas a cada uma das faces. Os capitéis ainda com morfologia românica possuem temática decorativa do séc. 14, historiados, com pequenos cestos ornamentados com elementos vegetalistas, heráldicos, do quotidiano e zoomórficos. A cobertura das naves é de madeira com o travejamento à vista. A cabeceira, primitivamente semi-circular, apresenta coberturas em abóbadas polinervadas, rasgadas por altas frestas quebradas, surgindo nas paredes laterais da capela-mor janelas maineladas, recordando a solução de Santiago de Compostela, sugerindo que os absidíolos seriam mais baixas. Portal lateral, de feição maneirista, com arco pleno enquadrado por pilastras e aletas recortadas, sobre o qual se desenvolve edícula com pilastras molduradas e aletas recortadas, e remate em frontão triangular. Carneiro dos Pinheiros, maneirista, inserido em arcosólio com pilastras com altos pedestais e capitéis jónicos e frontão triangular. Da mesma época são os retábulos de Santa Apolónia e de Nossa Senhora das Dores, que seguem um esquema arquitectónico, baseado nos portais da tratadística de Vignola. De talha em branco, o de Nossa Senhora das Dores, com apontamentos dourados, planta recta de três eixos enquadrados por colunas torsas intensamente relevadas. O ático é constituído por tabela, enquadrada por pilastras e aletas volutadas, e rematada por frontão. No séc. 18 a igreja foi revestida a azulejos figurativos joaninos com temática Mariana, envolvidos por arquitectura ilusória e a sacristia com silhar de cenas do quotidiano substituindo o antigo revestimento de padrão seiscentista. De talha em branco com apontamentos dourados, joanina, surge o grande órgão, o cadeiral e o retábulo da Imaculada Conceição. Grande órgão de tubos com castelos em meia cana escalonados e por nichos sobrepostos decorados com gelosias em cortina. Remates com motivos fitomórficos, putti e coroa real fechada, grandes anjos tocando trompetas francesas e pináculos. Apresenta balaustrada decorada com conchas, idêntica à grade que fecha a capela do Santíssimo Sacramento. O cadeiral, de alto espaldar recto com painéis moldurados, ritmados por quarteirões, é decorado com composições fitomórficas, zoomórficas, putti e pináculos piramidais. Retábulo da Imaculada Conceição de planta recta de um só eixo com quarteirões e remate recortado composto por elementos fitomórficos com pelicano. Retábulo da capela do Santíssimo Sacramento, barroco nacional, de talha dourada, planta côncava, de um só eixo, com tribuna albergando trono, enquadrada por colunas pseudo-salomónicas, prolongadas em arquivolta, e assentes em modilhões, com sacrário integrando a estrutura retabular. Na decoração predominam os pâmpanos, pássaros e querubins. Os restauros do séc. 20 procuraram devolver ao edifício as suas características primitivas, perdidas durante os restauros sofridos nomeadamente nos séc. 17 e 18, com a recriação sobre o pórtico principal da primitiva rosácea, a reconstrução das três capelas da cabeceira, a reprodução de alguns capitéis das naves e a remoção do coro-alto. A nave lateral do lado do Evangelho é ligeiramente mais larga do que a do lado da Epístola. Em uma das cenas do revestimento azulejar da nave, surge a representação da Ascensão conjunta de Cristo e da Virgem, sendo que habitualmente a Ascensão é representada em separado. O grande órgão de tubos apresenta os nichos decorados com gelosias em cortina. |
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Número IPA Antigo: PT010302140007 |
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Registo visualizado 5516 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por três naves, a do lado do Evangelho ligeiramente mais larga que a da Epístola, de quatro tramos e cabeceira tripartida, com abside rectangular e absidíolos poligonais. À fachada lateral S. adossa-se, no alinhamento da fachada principal, torre sineira quadrangular, e junto à cabeceira, capela profunda, do Santíssimo Sacramento, ladeada a O. por outra mais pequena, da Nossa Senhora das Dores, e por corpo das salas de catequese, e a E., unida ao absidíolo, sacristia e arrumos. À fachada lateral N. adossa-se estreito volume correspondente à zona do órgão, ladeado pelo volume da capela da Imaculada Conceição. Volumes escalonados de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira e da capela do Santíssimo Sacramento. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água na capela da Imaculada Conceição, de duas águas na nave e nas capelas do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora das Dores, de três águas no volume correspondente ao órgão, sacristia, absidíolos e volume das salas de catequese, e de quatro águas na capela-mor e torre sineira. Fachadas em aparelho de granito, com remates diferenciados. Em empena na fachada principal, fachada posterior da nave e topo da capela do Santíssimo Sacramento. Em cornija, suportada por cachorros lisos, sob beiral, nas fachadas laterais da nave, volume correspondente ao órgão e cabeceira, esta última decorada com perlado. Em friso e cornija na torre sineira, com gárgulas de canhão em cada uma das faces e sineira em arco pleno na face E.. Em friso e cornija sob beiral nas fachadas do volume das salas de catequese. Em cornija sob beiral nos volumes das capelas da Imaculada Conceição e da Nossa Senhora das Dores, fachada lateral da capela do Santíssimo Sacramento e fachadas do volume da sacristia. Fachada principal orientada, com cruz no vértice da empena e pano murário escalonado. Portal axial profundo inserido em alfiz, precedido por escadaria que se desenvolve entre os contrafortes, em arco quebrado enquadrado por cinco arquivoltas quebradas e decoradas, assentes em impostas também decoradas. São suportadas por finos colunelos, redondos e prismáticos, à excepção da exterior que repousa sobre imposta, com bases e capitéis decorados com motivos fitomórficos e zoomórficos. Sobre este, grande rosácea emoldurada, com preenchimento radiante e vitral. No lado direito da fachada, junto ao remate, surge gárgula. Torre sineira de dois registos, separados por cornija. O primeiro registo apresenta quatro paramentos escalonados, sendo rasgado nas faces O. e E. por fresta e na face S. por porta de verga recta, e o segundo registo, rasgado na face N., por duas ventanas em arco pleno e restantes faces por uma ventana, também em arco pleno. Fachada lateral N., com dois contrafortes, rasgada por portal em arco pleno com marcação das impostas, enquadrado por pilastras molduradas, ladeadas por aletas recortadas, suportando entablamento. Sobre este, com base sustentada por três mísulas volutadas, desenvolve-se edícula em arco pleno enquadrada também por pilastras molduradas e aletas recortadas, e remate em frontão triangular. O interior da edícula é concheado, albergando imaginária. Ainda ao nível da nave rasgam-se duas janelas em arco quebrado, com capialço, de dois lumes com óculo quadrilobulado no espelho. Os volumes adossados são rasgados por janela rectangular em capialço gradeada e por grande janelão quebrado. Fachada lateral S., ao nível da nave, com pano escalonado junto à torre sineira, rasgada por duas janelas idênticas à da fachada oposta. Os panos dos corpos adossados, de um e dois registos, são rasgados regularmente por janelas rectangulares molduradas e gradeadas. No pano O. do corpo correspondente às salas de catequese, surge porta de verga recta encimado por janela de sacada com guarda de ferro e verga rematada por estreita cornija, estando a sacada unida à verga da porta por pequena mísula estriada. O pano do topo da capela do Santíssimo Sacramento é enquadrado por pilastras encimadas por fragmentos de entablamento e pináculos, e vértice da empena coroado por cruz latina com remates dos braços trilobados, sobre acrotério. É rasgado por dois vãos alinhados, moldurados e gradeados, o inferior rectangular e o superior óculo. Fachada posterior voltada a E., rasgada ao nível da nave central por rosácea com a Estrela de David e nas naves laterais por frestas de arco quebrado, em capialço. Cabeceira ritmada por contrafortes diagonais, com capela-mor rasgada por janelão em arco quebrado, em capialço, de dois lumes com óculo quadrilobulado no espelho, e absidíolos rasgados, em capialço, por frestas também em arco quebrado. INTERIOR com paredes da nave e das capelas laterais da Imaculada Conceição e da Nossa Senhora das Dores revestidas a azulejos figurativos monocromos a azul, com representação de cenas da vida da Virgem. Restantes paredes em granito aparente, à excepção da capela do Santíssimo Sacramento com paredes rebocadas e pintadas de bege. Pavimentos em laje de granito e cobertura de madeira de um e dois panos, com travejamento à vista, respectivamente nas naves laterais e nave central. Naves separadas por arcaria quebrada sustentada por três pilares, baixos e cruciformes, apresentando adossada a cada uma das faces, coluna com capitéis lavrados. O primeiro tramo, ao nível das naves laterais é também marcado por arcos quebrados, vestígio do antigo coro-alto que aí existiu. Parede fundeira com portal protegido por guarda-vento de madeira, encimado por rosácea com vitrais. Junto a esta parede, no lado do Evangelho, surge baptistério, marcado por plataforma elevada, de granito, protegido por balaustrada de bolacha com elementos de latão. Pia baptismal de granito, com taça e coluna de secção octogonal. Na mesma parede, mas na nave do lado da Epístola surge inscrição comemorativa gravada em silhar. Na nave lateral do lado do Evangelho, encontram-se a capela de Santa Apolónia, a capela retabular do Sagrado Coração de Jesus, a capela da Imaculada Conceição e o órgão. A capela de Santa Apolónia, pouco profunda, é definida por arco pleno com pedra de armas no fecho, apresentando retábulo de talha em branco, onde se insere ao nível do altar inscrição gravada. A capela retabular do Sagrado Coração de Jesus é integralmente revestida a talha dourada, formando também esta a moldura do arco. A capela da Imaculada Conceição, profunda, com acesso por arco pleno em granito, apresenta cobertura em abóbada de berço de caixotões, de granito, assente sobre cornija. Na parede do lado esquerdo rasga-se janela rectangular em capialço e na parede do lado direito surge pequeno nicho com peanha de granito lavrado. Na parede testeira, retábulo de talha em branco com elementos decorativos a dourado. Grande órgão de tubos inserido em grande arco pleno de granito, apresentando a estrutura inferiormente dois confessionários e ao centro a porta de acesso. Junto ao absidíolo encontra-se pequeno vão em arco pleno, com pedra de armas no fecho e inscrição no escudo, no qual se insere imaginária. Na nave lateral do lado da Epístola, junto à parede fundeira, localizam-se o acesso à torre sineira, feito por escada de granito helicoidal, arcosólio com o túmulo dos Pinheiros, as capelas retabulares de Nossa Senhora de Fátima, de Nossa Senhora da Piedade e de Nossa Senhora da Graça, e as capelas de Nossa Senhora das Dores e do Santíssimo Sacramento. Arcosólio dos Pinheiros pleno enquadrado por pilastras molduradas, assentes em altos pedestais, com capitéis da ordem jónica, sustentando entablamento sobre o qual se eleva frontão triangular apresentando vestígios do espaço reservado à pedra de armas que aí existiu. Arca tumular com inscrição gravada na lastra frontal. A capela retabular de Nossa Senhora de Fátima é definida por arco pleno em granito, apresentando à face retábulo de talha em branco, e as de Nossa Senhora da Piedade e de Nossa Senhora da Graça são integralmente revestidas a talha dourada, formando esta também a moldura do arco. A capela de Nossa Senhora das Dores, idêntica à da Imaculada da Conceição, que lhe fica fronteira, apresenta também na parede testeira, sobre supedâneo de granito de um degrau, retábulo de talha idêntica. Capela do Santíssimo Sacramento, bastante profunda, com acesso por arco pleno de granito, protegida por grade de talha decorada com conchas. Apresenta cobertura em abóbada de berço de madeira, com caixotões, suportada por cornija também de madeira. Nas paredes laterais dispõe-se o cadeiral, fragmentado quando retirado do coro-alto, de talha em branco com elementos decorativos dourados. Na parede do lado esquerdo abre-se porta de acesso à sacristia, confrontante com outra entaipada que daria acesso ao exterior e sobre estas, grandes vãos rectangulares em capialço, com vitral. Na parede testeira, sobre alto supedâneo, retábulo de talha dourada. Lateralmente, a esta capela, na nave, surge pequena porta de acesso à sacristia. Arcos triunfal e dos absídiolos quebrados, o triunfal com a arquivolta exterior decorada com fita ritmada por flores de quatro pétalas, encimado por rosácea com vitral. Absidíolos e capela-mor, intercomunicantes por pequenos vãos em arco quebrado, com coberturas em abóbadas de cruzaria de ogivas, a da abside estrelada apresentando inscrições gravadas nos fechos. Absidíolos idênticos, rasgados na parede testeira por três frestas, em capialço, uma delas entaipada e as restantes com vitral. Na base destas surgem peanhas em granito lavrado, com imaginária, e mesa de altar, também de granito, suportado por coluna, sobre supedâneo de um degrau. No absidíolo, do lado da Epístola, surge no pavimento sepultura com pedra de armas e inscrição gravada, e na parede do lado direito pequeno nicho em arco pleno albergando imaginária. Capela-mor com dois supedâneos de granito, no primeiro com mesa de altar sustentada por quatro colunas com bases lavradas. Nas paredes laterais, superiormente, surgem vãos de dois lumes, e na parede testeira dispõem-se penhas lavradas com imaginária, e sobre o janelão penha de talha dourada com a padroeira. Sacristia com paredes rebocadas e pintadas de branco percorridas por silhar com azulejos de padrão seiscentistas, policromos a azul e amarelo, e figurativos setecentistas, monocromos a azul. Cobertura em tecto plano de madeira, com caixotões e pavimento em laje de granito. Na parede fundeira, lateralmente à porta de acesso, surge grande lavabo de dois registos separados por cornija e limitados por aletas. No primeiro registo, duas carrancas inseridas em cartelas, tendo ao centro torneira, e no segundo registo nicho do depósito de água. O remate é efectuado por entablamento encimado por aletas elevadas ao centro por pináculo com bola. Apresenta mesa de granito com taça escavada. Parede do lado esquerdo com grande arcaz com ferragens em latão, encimada por duas janelas quadrangulares em capialço, entre as quais surge nicho revestido a talha em branco, albergando imaginária. Na parede do lado direito e parede testeira rasgam-se portas de verga recta com moldura de granito, de acesso, respectivamente à capela do Santíssimo Sacramento e a zona de arrumos. Ao centro da sacristia surge mesa cujo tampo é um reaproveitamento de uma tampa de sepultura, apresentando ainda vestígios de pedra de armas e inscrição. |
Acessos
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Barcelos, Largo do Município e Rua Dr. Miguel Fonseca |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 14 425, DG, 1ª Série, nº 228, de 15 outubro 1927 / ZEP, Portaria, DG, 2ª série, nº 8 de 11 janeiro 1954 |
Enquadramento
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Urbano, ribeirinho, na margem N. do rio Cávado, isolado, em pleno centro histórico de Barcelos. Implanta-se, parcialmente, em plataforma elevada, devido ao acentuado declive do terreno. Junto à fachada lateral S. desenvolve-se adro ligeiramente elevado, delimitado por murete de granito, que a separa das ruínas do Paço dos Duques de Bragança (v. PT010302140002). A NO. localiza-se o Solar dos Pinheiros (v. PT010302140003), a N. a Câmara Municipal de Barcelos (v. PT010302140112), a S. a Ponte de Barcelos (v. PT010302130004) e a SO. o Pelourinho (v. PT010302140009). |
Descrição Complementar
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AZULEJOS: Nas naves da igreja, surgem painéis figurativos compostos por azulejos monocromos a azul com representação de cenas da vida da Virgem enquadradas por elementos arquitectónicos, festões e anjos. Na nave central, a Adoração dos Reis Magos, a Circuncisão, o Menino entre os Doutores, as Bodas de Canã, a Coroação da Virgem, e uma cena da Infância de Jesus. Na nave lateral do lado do Evangelho, a Apresentação da Virgem no Templo, Nossa Senhora da Conceição, a Morte de São José, a Ascensão de Cristo e a Infância da Virgem. Na capela lateral da Imaculada Conceição, surgem azulejos idênticos aos da nave, estando representada no lado direito Santa Catarina. Na nave lateral do lado da Epístola, surge representado o Casamento da Virgem, a Adoração dos Pastores encimado por dois anjos alados segurando uma filactera com "Gloria In Excelsis Deo", a Anunciação, a Visitação, a Aparição de Cristo com uma figura feminina, a Ascensão conjunta de Cristo e da Virgem e o Pentecostes. Na sacristia surge silhar composto por azulejos de padrão seiscentistas, policromos a azul e amarelo, e figurativos setecentistas, monocromos a azul. Os azulejos seiscentistas apresentam diversos padrões misturados, destacando-se o padrão P-604 do módulo 6X6 e os frisos F-10 e F-13 (SIMÕES, 1997). Os azulejos figurativos, representam cenas campestres e de caça e surgem também azulejos reaproveitados das naves; ELEMENTOS DECORATIVOS DO PORTAL AXIAL: Nas bases dos colunelos, nas duas faces, surgem inseridas em círculos flores de seis pétalas. Nos capitéis predominam os motivos vegetalistas, zoomórficos e fitas entrançadas, sendo de destacar a representação de animais quadrúpedes devorando uma figura humana pelos pés, simbolizando o tema da punição, pássaros com pescoços entrelaçados e pássaros bebendo por um cálice, simbolizando a purificação. Os ábacos apresentam também elementos relevados. No intradorso das arquivoltas surgem gravadas em relevo rosetas, flores de quatro pétalas, escudo de quinas, losangos, flores-de-lis e outros elementos não identificados devido à pedra se encontrar gasta; ELEMENTOS DECORATIVOS DOS CAPITÉIS DA NAVE: Os capitéis da nave apresentam impostas altas e cesto baixo esculpido assente em astrágalo liso ou em corda. Apresentam-se decorados com motivos vegetalistas, zoomórficos e geométricos, inspirados na fauna fantástica, na flora, no quotidiano e na heráldica. É de destacar a representação de querubins segurando pedra de armas de escudo liso, com chefe de linhas côncavas, conchas vieiras, aludindo aos Caminhos de Santiago, a representação de uma serpente, símbolo da ressurreição, animais alados e animais devorando animais. Podemos também encontrar uma repetição de temas dos capitéis do portal, como animais quadrúpedes devorando uma figura humana e aves bebendo por um cálice. Alguns dos capitéis são de produção recente e representam sobretudo folhas e conchas vieiras; INSCRIÇÕES: Inscrição gravada em lápide na parede fundeira do lado da Epístola, junto ao portal; sulcos com vestígios de tinta preta; moldura simples; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: POR INICIATIVA DO PRIOR JOAQUIM ALEXANDRE GAIOLAS INICIARAM-SE AS OBRAS DE RESTAURAÇÃO NO ANO 1927 HOMENAGEM DOS BARCELENSES 1949; inscrição gravada na lastra frontal da arca tumular do arcossólio; sulcos com vestígios de tinta preta; moldura simples gravada apresentando o sulco vestígos de tinta preta; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: SEPULTURA DE ÁLVARO DE PINHEIRO CAPITÃO DESTA VILA E DE SEUS ASCENDENTES E DESCENDENTES; inscrição gravada em lápide de granito colocada no frontal de altar; sulcos pintados com tinta preta; tipo de letra: capital quadrada: leitura: SEPULTURA DOS MORGADOS DO PERDIGÃO; inscrição gravada em tampa de sepultura do absidíolo do lado da Epístola; a parte superior da tampa apresenta pedra de armas dos Barbosas e a parte inferior inscrição; granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: AQUI JAZ MANUEL BARBOSA QUE FALECEU A 25 DE JANEIRO DE 1596 ESTE JAZIGO PERTENCE A SEUS DESCENDENTES; inscrições gravadas nas pedras de fecho da abóbada da capela-mor; granito; tipo de letra: gótica; leitura: no fecho central, ao centro "IHS" e na orla "ESTA OBRA FEZ BARCELOS NA ERA DE 1504", e num dos fechos laterais "M. F. GIL DA COSTA"; ÓRGÃO: Grande órgão de tubos, de talha em branco com elementos marcados a dourado e de planta recta. O corpo do órgão apresenta três castelos em meia cana, o central mais alto, intercalados por nichos sobrepostos e flanqueados por pilastras decoradas por acantos. Tanto os castelos como os nichos são decorados com gelosias em cortina. Inferiormente, a toda a largura do corpo, surgem vestígios dos orifícios das flautas de palheta. O castelo central é rematado por cornija decorada com motivos fitomórficos, putti e coroa real fechada, os castelos laterais por grandes anjos tocando trompetas francesas e os nichos por pináculos. Apresenta consola em janela ladeada pelos botões dos registos e coreto, em balaustrada decorada com conchas, curva ao centro, suportado por quarteirões; HERÁLDICA: Na nave lateral do lado do Evangelho, sobre a pedra de fecho do arco da capela de Santa Apolónia, surge pedra de armas encimada por elmo, com escudo esquartelado dos Teixeiras, Barros, Tinocos e Costas, e no paquife a data gravada de 1612, correspondente à data de concessão do brasão. No nicho, junto ao absidíolo do lado do Evangelho, também sobre a pedra de fecho do arco, surge pedra de armas com as insígnias Papais, apresentando no escudo inscrição gravada "SACRA ECCTIA LATERANENCIS"; tradução: Santa Igreja de Latrão *1; TALHA: Retábulo da Capela de Santa Apolónia de talha em branco de planta recta de três eixos, o central definido por colunas torsas decoradas com motivos fitomórficos e as laterais, nos extremos, por pilastras com a mesma temática decorativa. Apresenta entablamento de friso decorado, encimada por tabela rectangular vertical, com tela pintada, ladeada por quarteirões e aletas, rematada por entablamento encimado por motivo fitomórfico. Eixo central com tela pintada e eixos laterais com imaginária sobre peanhas. Banco profusamente decorado com elementos fitomórficos ritmado por mísulas desenvolvidas no seguimento das colunas e pilastras. Sotobanco com mesa de altar sustentada por colunas de secção quadrangular; capela retabular do Sagrado Coração de Jesus e capela retabular de Nossa Senhora da Graça com moldura do arco em talha dourada composta por quarteirões definindo os pés direitos ladeados por pilastras e aletas, assentes em plintos ricamente decorados, apresentando atlante. Arco com pedra de fecho marcada por cartela decorada com putti, enquadrado superiormente por cornija rematada por composição fitomórfica e putti, com enjuntas seguindo a mesma temática decorativa. Retábulos de planta côncava, o do Sagrado Coração de Jesus de três eixos, o central com nicho, albergando imaginária, enquadrado por quarteirões idênticos aos dos pés direitos do arco e os dos extremos por colunas salomónicas decoradas com pâmpanos, e o da Nossa Senhora da Graça de um só eixo definido por colunas salomónicas também decoradas com pâmpanos, ladeadas por quarteirões com penhas com imaginária. Os elementos definidores dos eixos prolongam-se em arquivoltas, constituindo o ático, unidas no sentido do raio por peças de madeira entalhada, que se unem também à moldura do arco. Banco e sotobanco ricamente decorados, apresentando-se o banco ritmado por mísulas com putto e sotobanco com altar recto de frontal ricamente decorado. A temática decorativa dos dois retábulos é idêntica com recurso a putti e motivos fitomórficos, sendo o de Nossa Senhora da Graça, mais rico; a capela retabular de Nossa Senhora da Piedade apresenta também a moldura do arco pleno em talha dourada, exteriormente enquadradas por pilastras, ricamente decoradas, elevadas acima do arco por elementos fitomórficos que enquadram, ao centro, volutas elevadas por concheado. O retábulo é idêntico ao do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora da Graça, apresentando planta côncava de três eixos, com imaginária, definidos por colunas pseudo-salomónicas decoradas com pâmpanos, e elevadas em arquivolta. Ao sotobanco adossa-se altar recto com frontal decorado com motivos fitomórficos; retábulo da capela da Imaculada Conceição de talha em branco com elementos decorativos a dourado, de planta recta e um só eixo definido por quarteirões, suportando entablamento com friso ricamente decorado com elementos fitomórficos, interrompido por escudo de Portugal envolvido por composição vegetalista. Remate recortado composto por elementos fitomórficos, elevado ao centro por pelicano. Ao centro, a imagem da padroeira sobre alto pedestal, sobre fundo pintado com representação de paisagem. Banco decorado com apainelados moldurados de decoração vegetalista e mísulas com putti de apoio aos quarteirões. Sotobanco com decoracão seguindo a mesma temática do restante retábulo, a que se adossa mesa de altar suportada por colunas de secção quadrangular; retábulo de Nossa Senhora de Fátima de talha em branco de planta recta e de um só eixo, com imaginária, marcado por colunas de fuste liso e arco pleno decorado. Sotobanco com mesa de altar sustentada por colunas; retábulo da capela de Nossa Senhora das Dores de talha em branco com elementos decorativos a dourado, de planta recta de três eixos definidos por colunas torsas decoradas com elementos fitomórficos, sustentando entablamento com friso ricamente decorado, sobre o qual se eleva tabela rectangular horizontal, decorado, ladeado por par de quarteirões e aletas, e remate em frontão triangular, com medalhão no tímpano. No eixo central a imagem da padroeira e nos eixos laterais dois apainelados fitomórficos sobrepostos. Banco com mísulas de suporte das colunas, decorado com painéis fitomórficos moldurados. Sotobanco com decoracão seguindo a mesma temática do restante retábulo, a que se adossa mesa de altar suportada por colunas de secção quadrangular; retábulo da capela do Santíssimo Sacramento em talha dourada de planta côncava de um só eixo, ao centro com tribuna, albergando trono escalonado encimado por imaginária, enquadrada por colunas pseudo-salomónicas, suportando entablamento, e no seguimento das quais se desenvolvem as arquivoltas, unidas no sentido do raio por peças de madeira entalhada. As colunas assentam em modilhões que se desenvolvem ao nível do banco. Ao sotobanco adossa-se altar recto com frontal ricamente decorado, sobre o qual se encontra grande sacrário. A decoração predominante é fitomórfica surgindo também pequenas cabeças de anjos; CADEIRAL de talha em branco com alguns elementos decorativos marcados a dourado. De uma fila, com alto espaldar recto com painéis moldurados, decorados com motivos fitomórficos, separados por quarteirões suportando entablamento, com friso decorado, ritmado por cartelas e encimado por composições fitomórficas, zoomórficas, putti e nos extremos pináculos piramidais; VITRAIS: Nas paredes dos topos da nave central, rosáceas com vitrais. Na fundeira com representação de Deus Pai, ao centro, rodeado pelos Apóstolos, e na testeira representação de um Signo-Saimão e do Espírito Santo. Nas janelas da nave do lado do Evangelho, surgem representadas a Visitação e a Anunciação. Na capela-mor, na janela da parede testeira surgem representados os atributos de São João, São Bartolomeu, São Judas Tadeu, São Tiago Maior, São Simão, São Paulo, São Mateus, Santo André, São Tiago Menor, São Filipe e São Tomé e ainda a representação do Espírito Santo e de Ave-Maria. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 / 15 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENTALHADOR: Miguel Coelho (1727). ORGANEIRO: Frei Manuel de São Bento (1727). |
Cronologia
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Séc. 11, finais - o Censual do Bispo D. Pedro não menciona ainda a igreja de Santa Maria de Barcelos; séc. 12 - a igreja paroquial situar-se-ia no local da actual e seria um cuidado edifício em estilo românico, tendo em atenção alguns restos arquitectónicos aparecidos aquando do restauro da Matriz; séc. 14, 2º quartel / meados - construção do actual edifício por encomenda de D. Pedro Afonso, 3º conde de Barcelos, cujas armas se mostram nas arquivoltas do portal principal; 1410 / 1423 - era abade da igreja Gonçalo Martins, sucessor de Álvaro Gonçalves; 1413 - testamento de Maria Rodrigues, filha de Francisco Rodrigues, doando várias herdades à igreja de Barcelos; 1416 - testamento do Padre Gonçalo Martins, contemplando a igreja com um cálice de prata; 1420 - Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, o Reverendo Pedro Ribeiro de Gouveia, afirma que a Colegiada foi instituída nesta data; 1424, 23 Julho - era abade de Barcelos, João Afonso de Ulhoa; testamento de Senhorinha Fernandes, viúva de Álvaro Gonçalves Faria, prometendo à igreja 20 soldos em troca de uma missa a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição; 1425 - Segundo as Memórias Paroquiais, o conde convidou os cónegos de Vilar para fazerem parte desta Colegiada; 1430, 5 Junho - o conde apresenta para abade de Barcelos João Eanes, seu criado e capelão-mor, cónego da Sé de Coimbra; 1430 / 1448 - a Colegiada começa a ganhar forma com o Priorado de João Eanes; 1433, 10 Janeiro - carta do conde D. Afonso, de pedido de um cónego-cura; nesta carta refere a existência de um prior com direito a metade de todos os rendimentos e um colégio de cónegos com coro já organizado, onde se diziam e rezavam as horas canónicas e os ofícios; refere ainda que "a colegiada da igreja de Santa Maria da minha vila é da fundação e dotação do meu padroado" e apresenta para Cónego Afonso Pires, seu capelão; Março - visita do arcebispo D. Fernando da Guerra; 10 Maio - carta de criação do cónego cura, passada em Braga, por D. Fernando da Guerra; 1433 / 1434 - D. Fernando da Guerra, aquando de uma das suas visitas, institui a chamada "Tesouraria de Barcelos" (englobando Santa Maria, São Cláudio de Curvos e Fragoso), que confirmou ao abade Rodrigo Anes, ficando o direito de apresentação para D. Afonso, 8º conde de Barcelos, futuro 1º duque de Bragança; 1434 - criação da dignidade do tesoureiro, pelo arcebispo; 1436 - o arcebispo anexa à "Tesouraria de Barcelos" as igrejas de Vila Seca, Gilmonde e Courel, com o consentimento do conde de Barcelos; 10 Maio - criação da dignidade do mestre-escola, sendo que a esta dignidade ficou incorporada a Igreja Paroquial de São Miguel de Arcos; 1450 - após a morte do abade Rodrigo Anes, o conde de Barcelos apresenta para o cargo um seu criado, João Rodrigues, anexando as igrejas de São Paio de Carvalhal, São Paio de Principais (Vilar de Figos), São Romão de Milhazes e Santa Maria de Faria; 1451 - confirmação do abade; a intenção de elevar a "Tesouraria de Barcelos" a Colegiada, como o conde insistia, não era do agrado do arcebispo; 1457 / 1491 - foi apresentado e confirmado como abade o Doutor Aires Dias; 1460 - o conde D. Afonso manda reedificar a igreja; 1461 - falecimento do conde; 1464, 7 Outubro - foi instituída a Colegiada de Santa Maria Maior pelo arcebispo D. Fernando da Guerra a pedido de D. Fernando I, 9º conde de Barcelos; Aires Dias torna-se prior da Colegiada, sendo esta composta pelo prior, tesoureiro e cinco cónegos; criação dos estatutos da então criada Colegiada; 1474 - instituição da Colegiada por D. Afonso sendo que a igreja estaria já concluída (VALE, 1991), sendo confirmada pelo Papa Paulo II, cujas rendas depois foram divididas com a Capela de Vila Viçosa; 26 Agosto - carta do arcebispo D. Luís Pires, criando a dignidade de chantre, sendo anexada a Igreja de São Paio de Fão, e o cargo atribuído a Álvaro Pires; 1485 - morte do prior João Eanes, o grande organizador da Colegiada; 1491, 5 Março - D. João II apresenta para prior de Barcelos o sacerdote e cristão-novo Gil da Costa; séc. 15, final / séc. 16 - grande remodelação na zona das naves e da cabeceira; os dois filhos do duque D. Jaime, D. Fulgêncio e D. Teotónio, foram chantre e tesoureiro-mor da Colegida; séc. 16 - demolição da primitiva cabeceira semi-circular, sendo substituída por outra mais pequena com a capela-mor quadrangular; 1500, 15 Dezembro - a renda da judiaria para a colegiada é avaliada em 16.000 réis; 1504 - data visível no fecho central da abóbada da capela-mor, que terá sido paga por Gil da Costa; 1506 - Gil da Costa faz obras na capela-mor (MACEDO, 1998); 1505 / 1532 - confirmação de D. Diogo de Sousa; 1519 - instituição do vínculo do Morgado de Pertigão no antigo altar e capela dos Reis Magos, actual capela de Nossa Senhora de Santa Apolónia; 1528 - abertura de um arruamento entre a igreja e o Solar dos Pinheiros; tombo das propriedades da insigne e real Colegiada de Barcelos; 13 Julho - D. Diogo de Sousa concede novos estatutos à Colegiada; 1530, antes - intenção de enquadrar a fachada principal por duas torres; 1530 - o duque D. Jaime solicita autorização ao arcebispo D. Diogo de Sousa para desmontar e reconstruir a igreja fora dos muros da vila, por considerar que esta, por estar junto ao paço e às muralhas, correria perigo de ser derrubada, em caso de guerra; no entanto, provavelmente, o duque pretenderia o espaço para alargar o paço; 12 Agosto - D. Diogo de Sousa acede ao pedido, mas impõe condições, nomeadamente, a construção de uma ermida no local da capela-mor e a não profanação do cemitério e colocação de marcos de delimitação; estas condições levaram à desistência das pretensões do conde de Barcelos; 1543 / 1561 - D. Pedro de Lencastre, filho do conde de Lemos e cunhado do 5º duque de Bragança, D. Teodósio I, foi o 7º prior da Colegiada; 1546, 18 Outubro - D. Teodósio I pede a dignidade de arcipreste; 4 Novembro - o arcebispo D. Manuel de Sousa cria a dignidade de arcipreste na pessoa de Aires da Costa; séc. 16, 2ª metade - data do antigo retábulo-mor; 1566, 8 Setembro - a Colegiada é declarada insigne, no 4º Concilio Bracarense; 1576 - instituição da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, na capela do absidíolo do lado do Evangelho, por mandato do arcebispo Frei Bartolomeu dos Mártires; o seu primeiro juiz foi Henrique Pinheiro (alcaide-mor) e escrivão o mestre-escola da Colegiada Jácome da Cunha; 1581, antes de - falecimento de Álvaro Pinheiro Lobo sendo sepultado num carneiro, junto à entrada principal, que havia mandado construir na igreja para seus ascendentes e descendentes; 1584 / 1586, Outubro - obras na igreja tendo sido rasgadas frestas e um porta na fachada voltada ao paço; interiormente foram colocadas os órgãos e baixaram-se as grades da capela-mor; 1594 - nas "relationes ad limina" de D. Frei Agostinho de Jesus há referência a grandes obras feitas na igreja por D. Fernando I, que a aumentou e dotou de rendas; a igreja já possui uma sacristia e uma valiosa cruz de prata; 1596 - data da sepultura de Manuel Barbosa e seus descendentes; 1597 - o cónego Negrão obtem licença para tocar o órgão da Colegiada; 1598, 6 Setembro - colocou-se no alto do arco triunfal pedra de armas inscrita com "Santa Igreja de Latrão", actualmente colocada sobre o nicho junto ao absidíolo do lado do Evangelho; séc. 17 - data provável do portal lateral N. *2; 1629, 2 Dezembro - confirmação da instituição da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário; 1675, 13 Julho - a Irmandade do Santíssimo Sacramento compra a capela administrada pelo reverendo Gaspar Mendes de Carvalho, da invocação de Nossa Senhora da Encarnação; início das obras na capela; 1699 - acabam as obras da capela do Santíssimo Sacramento; séc. 18 - a igreja sobre profundas alterações; com o arranjo da praça, sendo cortada a capela actualmente com o órgão; substituição da rosácea da fachada principal por janelas de verga recta; construção das capelas e dependências anexas; os altares que estavam encostados aos pilares dos arcos das naves, são colocados nas paredes laterais; a imagem de Nossa Senhora da Franqueira é mudada para esta igreja; início - data do retábulo da capela do Santíssimo Sacramento, que terá vindo da capela-mor; data do cadeiral do coro dos cónegos; 1704, 14 Junho - D. Catarina de Bragança, rainha de Inglaterra e regente de Portugal, na ausência de seu irmão D. Pedro II, a pedido dos cónegos da Colegiada, dá a pedra do paço para as obras da torre sineira; 1705 / 1725 - reforma da igreja pelo prior D. André de Sousa da Cunha, retirando-se várias sepulturas, segundo a tradição numa delas estaria Tristão Gomes Pinheiro; são feitas as capelas laterais, sendo retirados os retábulos que existiam junto aos pilares das naves; o arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles faz várias visitas à igreja; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é da invocação de Santa Maria e tem, sob os sinos, a capela funerária de Tristão Gomes Pinheiro, onde está sepultado o seu quarto neto Álvaro Pinheiro, senhor da Casa e Morgado; tem a Colegiada as diginidades - prior, que tem de renda 300$000, cola aos cónegos e provê os benefícios da missa; Chantre com 80$000; mestre-escola com 280$000; tesoureiro com mil cruzados, arcipreste com 150$000 e duas conezias inteiras a 150$000 casa uma; seis tercenarias a 50$000 cada; tudo pertence à Casa de Bragança, sendo as dignidades confirmadas pelos arcebispos de Braga; 1708 - construção da actual torre sineira *3; 1709 / 1721 - pagamento a mestres do Porto por "tomar medidas para o azulejo" (TRIGUEIROS, 1998); 1718 - por não se ter feito a obra da torre sineira, o prior a instâncias da câmara e dos administradores da fábrica da Colegiada faz uma exposição a D. João V para pedir a pedra que havia sido prometida; 1718, 12 Agosto - provisão de D. João V para se proceder a inquirição; 1718, 7 Outubro - procede-se à inquirição para se retirar pedra do paço para a obra da torre da Colegiada; 1721 - data da grande encomenda de azulejos que cobrem o corpo da igreja com episódios da vida da Virgem; data do cadeiral, em pau-preto, do coro dos cónegos; 1722, 17 Outubro - visitação de D. Rodrigo de Moura Teles; 1724, 25 Março - escritura com Paulo Bessa e Menezes para reservar a capela das Almas para sua sepultura; 1727 - data do órgão de Frei Manuel de São Bento e talha de Miguel Coelho; 1728 - pagamento da obra de pedreiro da porta lateral N.; 1758 - O reverendo Pedro Ribeiro Gouveia, refere a igreja matriz nas Memórias Paroquiais *4; séc. 19 - a igreja sofre profundas alterações; substituição da pia baptismal por outra de mármore; soalhamento da igreja, tendo desaparecido a primitiva sepultura dos Morgados do Perdigão, que se encontrava "do lado esquerdo de quem entra na igreja, junto á escada do coro", sendo que as cinzas forma colocadas num sarcófago depositado na capela de Santa Apolónia; 1825, 7 Janeiro - Breve do Papa Leão XII à irmandade Eclesiástica do Divino Espírito Santo ou São Pedro Apóstolo; 1828 - colocação de lajes no pavimento de igreja encontrando-se tampas de sepultura, sendo algumas colocadas no pavimento da loja de baixo da sacristia do cabido; 1830 - a irmandade retira do alto do arco triunfal a pedra de armas inscrita com "Santa Igreja de Latrão"; 1848 - extinção da Colegiada; séc. 19, 2ª metade - a capela do Santíssimo Sacramento é aumentada; o tesoureiro e sacristão Germano Lopes de Oliveira que residia por cima da sacristia opôs-se à esta obra porque a irmandade queria incorporara a cozinha, mas como recompensa mandou fazer a sala por cima da loja da sacristia; construção da casa do despacho, actualmente da catequese; 1859, até - a Colegiada era governada por um cónego-cura; 1859 - a Colegiada tinha um prior, um chantre, um arcipreste, um mestre-escola, dois padres, seis padres tercenários, doze cónegos, um tesoureiro-menor, um sacristão-mor e um mestre de cerimónias; 8 Agosto - D. Pedro V, por carta régio, como padroeiro da Colegiada manda reformar e organizar a mesma; 27 Dezembro - sentença do arcebispo D. José Joaquim de Azevedo e Moura reformando, reduzindo e organizando a Colegiada; 1859 / 1869, 1 Dezembro - a Colegiada é governada pelos seis beneficiados; 1867 - apresentava onze altares e capelas; a pedra de armas inscrita com "Santa Igreja de Latrão", estava na sacristia do cabido; 1869, 1 Dezembro - data em que foi suprimida a Colegiada; 1915 - morre o último cónego da Colegiada, o prior José de Amorim Pereira Leite; 1927 - início das obras de restauro, por iniciativa do prior Joaquim Alexandre Gaiolas; séc. 20, 1ª metade - colocação da lápide com inscrição na capela de Santa Apolónia; colocação da pedra de armas, na capela de Santa Apolónia, a mando do Dr. Teotónio José da Fonseca, senhor da casa de Perdigão, para substituir o brasão de madeira que aí existia; meados - reconstrução das três capelas da cabeceira, sobre os alicerces da primitiva cabeceira; 1930 / 1935 - nas obras de restauro suprimiu-se o coro-alto, amputaram-se algumas capelas laterais e deslocou-se o órgão para o local de um antigo altar; 1947 - colocação de lápide comemorativa das obras de restauro; 1948, antes - colocação de pedra com inscrição alusiva aos Morgados de Perdigão, na base do altar da capela de Santa Apolónia *5. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes (naves) / estrutura autónoma (cabeceira). |
Materiais
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Granito na estrutura, remates e elementos decorativos de fachadas, coberturas da cabeceira e de capelas laterais, carneiro dos Pinheiros, pia baptismal, penhas, mísulas e lajes do pavimentos; ferro nas grades de vãos e guarda de sacada; madeira nas portas e janelas, guarda-vento, retábulos e órgão, grades, cobertura das naves e sacristia; vitral nas janelas e rosáceas; azulejos no revestimento de paredes e silhares; telha de canudo nas coberturas. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Geografia da Arquitectura Românica in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986, p. 50 - 131; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Barcelos, Cidades e Vilas de Portugal, Lisboa, 1990; CAPELA, José V., Barcelos nas memórias paroquiais de 1758, Barcelos, 1998; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; DIAS, Pedro, A Arquitectura do Ciclo Batalhino in História da Arte em Portugal, vol. 4, Lisboa, 1986, p. 64 - 109; FERREIRA, Maria da Conceição Falcão, Barcelos terra de condes, Barcelos, 1982; FONSECA, Teotónio da, Barcelos Aquém e Além Cávado, vol. 1, Barcelos, 1987; GOMES, Paulino, SILVA, João Belmiro Pinto da, MAIA, Armando, Barcelos: princesa do Cavado, Paços de Ferreira, 1998; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 11; MACEDO, José Adílio Barbosa, A Colegiada de Santa Maria de Barcelos (sua formação - suas dignidades, in Barcelos terra condal: congresso: actas do Congresso Histórico e Cultural, Barcelos, 1998; MARQUES, José, D. Diogo de Sousa salvou a matriz de Barcelos, Barcelos, 1984; PEREIRA, Domingos Joaquim, Memória histórica da vila de Barcelos, Barcelinhos e Vila Nova de Famalicão, Viana do Castelo, 1867; SOARES, António Franquelim S. Neiva, A Colegiada de Barcelos. Das origens ao século XVI, in Barcelos Revista, 2ª série - n.º 5, Barcelos, 1994, pp. 5-38; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; TRIGUEIROS, António Júlio Limpo, FREITAS, Eugénio de Andreia da Cunha e, LACERDA, Maria da Conceição Cardoso Pereira de, Barcelos histórico, monumental e artístico, Braga, 1998; VALE, Clara Pimenta do, O Paço do Conde de Barcelos in Barcelos Revista, série 2, n.º 2, Barcelos, 1991; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DSARH |
Intervenção Realizada
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Séc. 18 - substituição da rosácea por janelas de verga recta; DGEMN: 1937 - conservação geral; 1940 - reparação de pavimentos; 1950 - consolidação da parede posterior, substituição de cantarias e coroamento da torre sineira, cintagem da capela-mor, reparação das coberturas; 1963 - trabalhos de reparação de madeiramentos que incluíram eliminação das térmitas e defesa e conservação dos elementos de madeira sujeitos aos seus efeitos, pintura de portas exteriores; 1965 - montagem e restauro de dois altares apeados a quando da eliminação das térmitas, diversos trabalhos de restauro na capela-mor e na sacristia; 1972 - reconstrução do pavimento da sacristia, reparação da cobertura e demolição de um anexo; 1973 - reparação do pavimento e cobertura da sacristia, capela-mor e absidíolos, caixilharia exterior e picagem de rebocos interiores; 1974 - reparação de telhados; 1975 - reparação do telhado do corpo da capela do Santíssimo; 1976 - reparação da cobertura do corpo da sacristia; 1977 - trabalhos de conservação; 1979 - Reparação de telhados e tectos, do arcaz da sacristia grande; 1980 - trabalhos de acabamento dos arcazes e reparação ligeira em telhados; 1985 - obras de conservação; 1994 - revisão e conservação das coberturas e da instalação eléctrica; 1995 - reparação do telhado da nave e outros trabalhos de conservação; 1997 - tratamento do património azulejar. |
Observações
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*1 - A Irmandade dos Sapateiros, que se encontrava na antiga capela de Nossa Senhora da Graça, por breve de 13 de Junho de 1598 torna-se membro da Santa Igreja de Latrão; *2 - a localização da portal lateral, quase pegada a um contraforte leva a pensar que terá sido aqui incorporada, por apenas um dos lados apresentar volutas, sendo que o outro lado está colado ao contraforte; *3 - a parede da igreja apresenta uma maior espessura, talvez denunciando a existência de uma antiga sineira lateral, no edifício primitivo; *4 - as Memórias Paroquiais referem como orago da Colegiada Santa Maria Maior, tendo a imagem colocada na capela-mor. Além do altar-mor refere a existência no corpo da igreja de mais doze altares. No lado do Evangelho, surgem os altares de São Pedro, de São Francisco, de Nossa Senhora da Graça, de Nossa Senhora da Piedade, de Nossa Senhora da Luz e dos Santos Reis Magos junto à porta travessa que comunica com o antigo rossio, seguida da pia baptismal. No lado da Epístola, surgem os altares de Nossa Senhora do Rosário, de São João Baptista, do Santíssimo Sacramento, de Santo António, junto a uma porta travessa, de São Sebastião e o da Santíssima Trindade seguido do túmulo dos Pinheiros. Junto ao túmulo surgiam as escadas de acesso ao desaparecido coro-alto e à torre sineira. Na sacristia surgia o altar do Santo Cristo. A igreja apresentava três naves, com dois coros, um na capela-mor e outro, ocupando as três naves, junto à parede fundeira sobre a porta principal. Este último, apresentava sobre o lado do Evangelho, a casa do cabido e arquivo da colegiada, e na zona correspondente à nave central, um órgão. Na nave no lado da Epístola, existia um púlpito junto ao qual surgiria um realejo. Apresentava diversas irmandades: a do Santíssimo Sacramento, na sua própria capela, com sacristia e casa do cabido para os irmão, de Nossa Senhora da Graça, também em capela própria, que dava "tumba para todos os enterros, excepto os que são irmãos da Misericórdia…", as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e de São João Baptista no seu próprio altar, a Irmandade das Almas no altar de Nossa Senhora da Piedade, a Irmandade do São Bom Homem no altar da Santíssima Trindade, a Irmandade de São Crispim e São Crispiano no altar de Santo António, "há mais uma devoção de irmandade, de Santo António, de São Sebastião e da Santíssima Trindade", e os "Sacerdotes têm a sua irmandade colocada no altar de São Pedro e a irmandade da Ordem Terceira no seu próprio altar e capela de São Francisco"; *5 - no séc. 19 quando se colocou o soalho na igreja, a sepultura dos Morgados de Perdigão foi retirada, sendo as cinzas colocadas na base do altar. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Paulo Dordio 1994 / Patrícia Costa 2006 |
Actualização
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