Igreja Paroquial de Viana do Castelo / Catedral de Viana do Castelo / Sé de Viana do Castelo

IPA.00004129
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela
 
Arquitectura religiosa, românica, gótica, e revivalista. Igreja paroquial românica de transição, de planta em cruz latina, de três naves escalonadas, cada uma com quatro tramos, transepto saliente, e cabeceira composta por capela-mor retangular e absidíolos, com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço ou berço abatido, pintadas ao gosto revivalista, e iluminada uniformemente por janelas retilíneas rasgadas nas fachadas laterais e braços do transepto. Fachada principal harmónica, terminada em empena e rasgada por portal aberto em alfiz, de arco apontado, com quatro arquivoltas, decoradas com motivos fitomórficos, anjos músicos e instrumentos da Paixão em relevo, assentes em colunas com figuras de Apóstolos adossadas, encimada por ampla rosácea. Torres sineiras rasgadas por vãos de diferentes modinaturas e terminadas em parapeito ameado sobre arcaria cega assente em mísulas com carrancas e figuras antropomórficas. Fachadas laterais da nave em cantaria envolvidas por capelas seiscentistas e setecentistas, e outras construções posteriores, rebocadas e pintadas, com cunhais apilastrados e rematadas em friso e cornija. Interior com naves separadas por arcos apontados sobre pilares, possuindo coro-alto, batistério no lado do Evangelho e dois púlpitos confrontantes, adossados aos pilares da nave central. As capelas laterais, absidíolos e sacristias têm estruturas posteriores: a capela dos Camaridos e pia de água benta manuelina, capelas de São Bernardo e de São Bartolomeu renascentistas, retábulo e revestimento da capela do Santíssimo barroco, retábulo dos Mareantes rococó e restantes retábulos neoclássicos. Igreja incluída no Itinerário do Românico da Ribeira Minho, onde se instalaram três Confrarias de grande peso na vida da cidade, com sacristias e outras divisões, que foram crescendo progressivamente, resultando numa mole muito irregular, e que são devidamente demarcadas exteriormente pelas suas respetivas insígnias. A fachada principal, medieval, é, segundo Lourenço Alves, do tipo "joanino", flanqueada por possantes torres sineiras, alteadas no séc. 18, e integrando as naves laterais, não denunciando o seu esquema escalonado. O portal principal abre-se em falso alfiz, ladeado por dois contrafortes esguios, possuindo adossado às colunas seis Apóstolos com respetivos atributos e os arcos decorados por decoração vária e anjos, constituindo um conjunto escultórico notável apesar dos motivos serem frustemente trabalhados e permanecerem agarrados à estrutura e forma dos templos românicos de transição, ainda que adapte algumas formas góticas. Assemelha-se a outros pórticos de igrejas galegas, nomeadamente ao da igreja de S. Martin, em Noya, levando Flávio Gonçalves e Vergílio Correia a atribuírem-no ao mesmo autor, que, segundo pensam, teria chegado a Viana depois de 1434, depois da conclusão da igreja galega. A semelhança entre Noya e Viana é, essencialmente, compositiva, sendo as imagens desta última estáticas, atarracadas e bastante grossas e as arquivoltas, ainda que esquemáticas, têm também decoração mais românica do que gótica e os figurados, ao contrário do que se passa neste estilo, estadeiam-se numa posição transversal às arquivoltas. A planimetria da igreja parece ter contemplado uma cabeceira tripla, com capela-mor e absidíolos, os quais entretanto foram truncados e alterados por construções posteriores adossadas, e os braços do transepto foram também prolongados e alteados. Interiormente, a igreja é profundamente marcada pelas obras do séc. 19, após o incêndio de 1805. O seu programa decorativo denota duas fases: uma primeira até 1832, correspondendo à necessidade de reconstrução e reativação do culto, e uma segunda durante as três últimas décadas da centúria, nomeadamente nas obras da fachada e da torre S. e nas pinturas murais, de modo a enfatizar a "ansienidade" e "vetutez" do templo, sendo os paramentos e coberturas pintadas, em "grisaille" e "trompe l'oeil", com vocabulário ao gosto neo-gótico e neo-manuelino, nas naves, e neo-rococó nos braços do transepto, a dos Mareantes anterior. Os arcos receberam enquadramento em pintura de modo a conferir-lhe o perfil do arco canopial de intradorso cairelado, para o qual se colocaram no seu intradorso elementos em ferro forjado, entretanto apeados. Esta reconstrução não foi pensada como um todo, mas como um conjunto de módulos autónomos, reconstruídos conforme as diversas devoções, práticas cultuais e patronos, ainda que se procurasse uma certa uniformização decorativa. Na capela dos Mareantes realça-se o retábulo principal, rococó, seguindo o esquema dos delineados por André Soares, em que braços laterais emergem do sotobanco e sustentam as mísulas dos eixos laterais, semelhante aos do Santuário da Falperra (v. PT010303280222) e, ao menos exuberante, da Capela da Agonia. O grupo escultórico neste retábulo constituiu a peça central ou a predela monumental de um retábulo atualmente inexistente, certamente de feitura flamenga, e datável da segunda década do séc. 16, reutilizado, pelo menos em dois outros retábulos posteriores. Possui grande qualidade plástica, realismo e cuidado, sobretudo na figura de Cristo, rígida, hirta, com correta modelação anatómica, de tronco bem marcado, com o lanho lateral ensanguentado, escorrendo verticalmente como se estivesse de pé, mas também das restantes figuras que O lamentam. A capela do Santíssimo, toda com decoração setecentista, a única da Sé em barroco joanino, é totalmente revestida a talha, constituindo uma denominada gruta de ouro, que contrasta com o caráter renascentista do portal, profusamente decorado nos plintos e remate, onde se distinguem as insígnias da Irmandade. A obra do retábulo é notável como conjunto, utilizando a gramática decorativa joanina, onde despontam elementos rococó, introduzidos nos anos 30 do séc. 18, mostrando o perfeito conhecimento que o mestre possuía da estética que se vivia no momento e a importância que a escola de Barcelos, mais precisamente a oficina dos Coelho, na qual ele se formou, assumia na panorâmica da talha do N. do país. A estrutura revela-se também muito importante no contexto de Viana, onde são raros os exemplares de talha joanina, surgindo, apenas, alguns elementos nas sacristias dos conventos e mosteiros locais e no interior da igreja do Convento de Santo António. O arco de comunicação com a Capela de Nossa Senhora da Soledade conserva ainda vestígios de douramento e pintura seiscentista. Na sacristia do Santíssimo destaque para o arcaz e armário embutido, em barroco nacional, com losangos das almofadas totalmente preenchidos por guarnições metálicas rendilhadas; as características da talha do espaldar sobre o arcaz, composto por colunas torsas e acantos de talhe delicado, profusamente decorados por anjos encarnados e aves com plumagem bem texturada, permitem fazer a sua atribuição ao mestre de Barcelos, Manuel Ambrósio Coelho; o retábulo do mesmo foi reformado entre 1785-89, conforme data inscrita e, possivelmente, também as ilhargas, que têm um entalhado diferente do espaldar, sem a mesma delicadeza de tratamento dos acantos, anjos e aves, inserindo-se, na estrutura, duas tábuas do séc. 16. O teto da sacristia, também setecentista, apresenta características rococós e os espelhos linguagem neoclássica. Dos sete retábulos neoclássicos, o retábulo do Senhor dos Passos constitui o melhor exemplar, quer pela gramática decorativa, quer pela perfeição do talhe, surgindo os restantes na capela-mor e nas capelas laterais da Senhora dos Artistas, das Almas, de Nossa Senhora das Dores e de Nossa Senhora da Piedade. A semelhança entre os dois últimos e entre eles e o próprio retábulo do transepto, leva a crer que foram feitos pelo mesmo mestre e pagos pela Irmandade do Espírito Santo. O retábulo da capela de Nossa Senhora da Piedade, a 3ª da Epístola, parece não ter sido feito para o local, pois é pequeno e desproporcionado relativamente ao espaço, tendo sido possivelmente colocado posteriormente às obras do incêndio de 1805, desconhecendo-se para onde foi executado. O retábulo de Nossa Senhora das Graças constitui uma imitação do das Almas, mas mais tardia e com menor qualidade plástica. Os retábulos de São Pedro e São Paulo são revivalistas e possuem estrutura menos conseguida que a do retábulo-mor e a decoração é menos interessante, destacando-se, contudo, as telas que encerram, que são anteriores, talvez de finais do século 18 ou inícios do 19. Na sacristia do bispo, refira-se o arcaz maneirista, decorado com elementos metálicos formando acantos enrolados e rosetões nos espelhos das gavetas, inspirados nos motivos que haviam sido executados para o forro da capela do Espírito Santo. De realçar a existência de vários arcosólios com túmulos medievais, com estátuas jacentes pouco destacados da caixa tumular; duas pias de água benta manuelinas, uma pia batismal barroca e duas teias de madeira exótica nas capelas do transepto, de feituras distintas, a dos Mareantes integrando anjos atlantes de vulto e, a do lado S., proveniente de um convento extinto da cidade, com embutidos de vários tipos de madeira. Conserva três órgãos, dois do tipo "Grande Órgão" e um positivo, refletindo a importância da música nas celebrações litúrgicas e na das Irmandades que se encontravam sediadas no imóvel, sendo de destacar o dos Mareantes, com um esquema típico dos instrumentos nortenhos, que se filiam na composição arquitetónica difundida pela organaria alemã, que, ao contrário da tendência geral, não apresenta esculturas nos remates, mas vasos e açafates, unidos por festões, criando um elemento de individualidade entre os espécimes construídos no mesmo período; revela, ainda, uma sobriedade decorativa típica do neoclassicismo que se anunciava, difundido pelas teorias pombalinas, mas onde se verificam influências da talha gorda nortenha, no volume e relevo dos acantos laterais e do remate.
Número IPA Antigo: PT011609310013
 
Registo visualizado 6820 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta em cruz latina composta por três naves escalonadas com quatro tramos, a que se adossam capelas laterais de diferentes dimensões, transepto de braços bastante prolongados e cabeceira constituída por capela-mor retangular e dois absidíolos truncados por várias dependências que se adossam de ambos os lados, formadas por sacristias e salas de arrecadação, surgindo, no piso superior do lado N., um pequeno Museu, e torre sineira quadrangular no extremo do braço S. do transepto. Volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas, rematadas em beirada simples. Fachada principal harmónica, virada a SO., em cantaria aparente, com o corpo em empena, rematado por cornija saliente e cruz florenciada, de dois registos divididos por cornija, enquadrados por contrafortes escalonados, de arestas boleadas, ostentando, em cada um deles, crâneos de animais, envolvidos por moldura circular relevada; os contrafortes formam, no registo inferior, alfiz, que sublinha o portal escavado, de arco apontado, com quatro arquivoltas, a interior lisa, duas ornadas com motivos fitomórficos (acantos e ramadas) e uma outra com anjos em relevo, o primeiro músico, o segundo ostentando filacteras e os restantes vários instrumentos da Paixão de Cristo, tendo ao centro, Cristo redentor; as arquivoltas assentam em três colunas com capitéis fitomórficos de diferente decoração, sobre plintos paralelepipédicos de almofadas côncavas com figuras de seis Apóstolos adossadas, representando no lado esquerdo São Bartolomeu, São Tiago Maior e São Pedro, surgindo no oposto Santo André, São João e São Paulo; sobre as colunas corre friso fitomórfico, que se prolonga para os contrafortes laterais, seccionando-os; nos seguintes, dois anjos músicos em relevo e superiormente três mísulas de suporte de um antigo alpendre. No registo superior abre-se rosácea com as várias molduras e frisos decorada com motivos vegetalistas, enquadrada por quatro silhares com figuras antropomórficas. Torres quadrangulares salientes, de três registos marcados por diferentes vãos: no primeiro por fresta retangular, no segundo por fresta geminada e no terceiro por vão, o do lado direito de arco abatido com sino e o do lado oposto, com arco em asa de cesto sobre colunas de capitel decorado; entre o segundo e terceiro registo a torre S. possui silhar com inscrição delida e outro com escudo nacional e a N. relógio circular e silhar com brasão do Bispo de Ceuta, Frei Justo Balduino. Rematam em parapeito de ameias decorativas sobre arcaria cega, assentes em mísulas decoradas com carrancas, figuras antropomórficas e zoomórficas. As faces laterais e posterior apresentam pequenas frestas e janelas na zona superior, de perfis semelhantes às da principal. Fachadas laterais da igreja em cantaria aparente rasgada por frestas entaipadas ou vãos quadrangulares. As capelas e dependências adossadas são rebocadas e pintadas de branco, algumas com cunhais de cantaria ou apilastrados, por vezes terminadas em friso e cornija de cantaria, com vãos moldurados a cantaria, simples ou com capialço, gradeados, alguns encimados por cornija. Fachada lateral N. marcada pelos corpos salientes das três capelas laterais, as duas primeiras formando corpo único e rasgadas nas faces laterais por janelas em capialço, surgindo, entre a segunda e a terceira, a porta travessa, em arco apontado, encimada por duas janelas de diferentes dimensões e com o mesmo perfil, atualmente entaipadas; a terceira capela apoiada por contrafortes de esbarro nos ângulos é rasgada, na face O., por janela retilínea, encimada por motivo cordiforme e elementos vegetalistas; sobre as capelas, evoluem os vãos do clerestório, retilíneos e em arco de volta perfeita, estes últimos entaipados. No braço do transepto, adossado ao edifício incaracterístico da Casa Paroquial, rasga-se porta de verga reta e moldura simples, flanqueado por lápides com inscrições e uma pedra de armas suportada por duas figuras antropomórficas; surge, ainda, ampla janela retilínea com os extremos curvos. Fachada lateral S. marcada por vários corpos escalonados, de diferentes perfis, surgindo o volume das duas capelas adossadas, a primeira retilínea, iluminada por janela longilínea em capialço, a segunda de perfil poligonal, com janelas retilíneas de extremos curvos em duas das faces; entre esta e o volume da sacristia do Bispo, surge a porta travessa, formando pequeno nártex, com acesso por arco de volta perfeita assente em impostas salientes, em cujo pavimento aparece uma lápide sepulcral fragmentada e com pedra de armas; o nártex é protegido por grades de metal pintadas de verde e percorrido por azulejos de padrão azuis e brancos, formando silhar; o portal é em arco apontado, sendo visível a marcação de um arco mais amplo de volta perfeita. O corpo da sacristia do Bispo é de dois pisos, com acesso elevado relativamente à via púbica, através de dois lanços de escadas convergentes, com guarda metálica, rasgado, no piso inferior, por portal de verga reta, e três janelas, duas de peitoril retilíneas e outra jacente, todas com molduras em cantaria de granito; no piso superior, rasgam-se duas janelas de peitoril semelhantes às do inferior, entre as quais surge elemento em cantaria, de forma cruciforme invertida, com as insígnias da Irmandade do Espírito Santo, e inscrição latina, flanqueada por dois rosetões. Sobre a sacristia, distingue-se o corpo do transepto mais elevado, com janela em arco abatido, a que se adossa a ante-sacristia, iluminada por janela retilínea, sobrepujada por uma jacente. Ao lado deste, ergue-se torre sineira quadrangular, com pilastras nos cunhais, de três registos separados por friso e cornija, abrindo-se, por face, no primeiro, janela de capialço, no segundo duas semelhantes sobrepostas e, no terceiro, sineira de arco de volta perfeita sobre imposta saliente; remate em friso e cornija, encimado por guarda em ferro e, nos cunhais, pináculos piramidais com bola sobre plintos paralelepipédicos, e cobertura em coruchéu facetado. Adossado ao topo do transepto e formando ângulos oblíquos com a torre e dependências da Confraria do Santíssimo Sacramento, existe corpo de três pisos, rasgado por vãos retilíneos sobrepostos, correspondendo, no primeiro, a duas portas e janela jacente central, e no segundo a três janelas de peitoril gradeadas, em ambos com molduras terminadas em cornija, a central encimada pelas insígnias da Confraria do Espírito Santo; no superior, abrem-se três janelas, duas delas jacentes. Os corpos da Confraria do Santíssimo têm dois pisos, rasgados por vãos retilíneos sobrepostos, correspondendo, no inferior, a três portas e janela jacente, à esquerda, e, no superior, a quatro janelas de guilhotina, com moldura a formar falsos brincos; ao centro, tem silhar de cantaria a representar custódia, protegida por sanefa com lambrequins, de onde partem drapeados a abrir em boca de cena. Fachada posterior adossada a várias construções. INTERIOR com pequeno endonártex retangular, com teto plano pintado em "grisaille", a formar motivos geométricos concêntricos, protegido por guarda-vento de madeira envernizada e envidraçado. As naves são separadas por arcos apontados sobre pilares de cantaria revestidos a estuque de modo a formar falsos pilares cruciformes com colunelos dispostos nos ângulos, ambos da ordem toscana, e paramentos revestidos a estuque, pintados em "grisaille" com motivos arquitetónicos, emoldurando os arcos e transformando-os em canopiais, terminados em cogulhos; nas coberturas, em falsas abóbadas de berço abatido, as pinturas em "trompe l'oeil" formam falsas abóbadas de lunetas com vários tramos marcados e decoração central rendilhada, a central assente em falsa cornija encimada por platibanda rendilhada, também pintada. Nave central de dois registos, com os arcos encimados por janelas retangulares, as do último tramo falsas e pintadas em "trompe l'oeil". O coro-alto, aberto apenas para a nave central, assenta em arco abatido, pintado a imitar janelas maineladas em arco apontado e espelhos rendilhados, e tem estrutura de madeira, com friso decorado por rosetões dourados e guarda em balaustrada; é acedido por escadas em cantaria e guarda plena do mesmo material a partir da nave colateral da Epístola. Encostado à parede, possui órgão positivo de armário, de madeira encerada. A rosácea é encimada por sanefa de talha dourada. Aos pilares do último tramo, adossam-se dois púlpitos, confrontantes, com bacia retangular de cantaria sobre coluna de tipo balaústre, e guarda em balaustrada, acedidos por escada de madeira, de perfil curvilíneo. As naves laterais possuem azulejos de padrão, azuis e brancos, formando silhar, para onde abrem as capelas laterais, três de cada lado, de diferentes dimensões, algumas delas profundas, e dedicadas, no lado do Evangelho, a Nossa Senhora das Dores, esta antecedida por arcosólio apontado, parcialmente entaipado, a de Senhora dos Artistas e a de Nossa Senhora da Consolação, aparecendo, no oposto, as de São Cristóvão, das Almas e da Senhora da Piedade. As portas travessas são encimadas por sanefas em talha dourada, formando falsos lambrequins lobulados e com remate em enrolamentos vazados e concheados. Na nave do Evangelho, inserido no volume da torre, surge o batistério com pavimento em lajeado de granito, paredes com azulejos azuis e brancos de padrão, formando silhar e, superiormente, pinturas imitando janelas trilobadas e maineladas com espelhos rendilhados, que se prolongam na cobertura. Possui dois arcosólios de arco apontado, um deles com estátua jacente em relevo e pedra de armas, painel em relevo com representação do Baptismo de Cristo, com pintura policroma, e pia batismal de taça hemisférica assente em pé, ambos decorados com acantos e elementos geométricos. Na nave da Epístola, e no vão da escada de acesso ao coro, existe arcosólio de arco apontado, correspondente ao túmulo do Padre Gaspar da Rocha Gaifar, com jacente envergando dalmática e segurando enorme cruz latina. Junto a este, há pia de água benta, de taça hemisférica e apainelados diagonais com, decoração fitomórfica e escudo central, assente em pé facetado com decoração de vieiras e flores. O cruzeiro do transepto possui cobertura semelhante à da nave, com pintura em "grisaille", criando falsa abóbada de lunetas, sobre duas janelas também fingidas. No braço N. do transepto, surge a capela do Senhor Jesus dos Mareantes, separada da nave por teia, em pau-santo, torneada e incrustada de metal, tendo nas pilastras anjos atlantes; tem pavimento em lajeado de granito, paredes rebocadas e pintadas em apainelados de vários tons de rosa, percorridas por azulejos azuis e brancos de padrão geométrico, formando silhar, e com cobertura em falsa abóbada de berço, assente em cornija, pintada com o fundo azul celeste, estrelado, a imitar o firmamento, percorrida por falsa platibanda e emblema da confraria do Senhor Jesus dos Mareantes ao centro. Tem duas capelas laterais, dedicadas à Virgem e a São José, de arco de volta perfeita, sobrepostas por sanefa de talha branca e dourada, elementos que se repetem nos vãos de perfil abatido; à entrada, a capela possui, do lado da Epístola, coreto sobre ampla mísula, suportando órgão, e uma maquineta com caravela holandesa; no lado oposto, dois arcosólios de arco apontado, com túmulos e inscrições e ainda vestígios de um terceiro; no topo, surge amplo retábulo de talha pintada de branco e dourado, de planta côncava e três eixos. No braço S. do transepto, fica a capela do Senhor dos Passos, protegido por teia de madeira, com pavimento em soalho, paredes pintadas de rosa e percorridas por azulejos azuis e brancos de padrão, formando silhar, e com cobertura em falsa abóbada em asa de cesto, com pintura em "grisaille", tendo no centro a representação de alegoria à igreja e nas reservas cartelas assimétricas e anjos a segurar livros com inscrições latinas. No topo, surge o retábulo do Senhor dos Passos, e, confrontantes, portas de acesso aos anexos, encimada por sanefas, os retábulos de São Pedro e São Paulo; a E., tem ainda a capela de São Bernardo, com pórtico de pedra brasonado e inscrição da memória construtiva, e, na parede oposta, grande órgão de tubos. O absidíolo do Evangelho, a capela de Santo Cristo, tem acesso por vão em arco apontado assente em pilastras com arestas biseladas, sobrepujado por pedra de armas dos Fagundes, tendo o interior em cantaria de granito aparente, com cobertura em abóbada de berço; no lado do Evangelho abre-se arcosólio com túmulo de João Álvaro Fagundes, com o fundo rasgado por pequena fresta; no lado da Epístola, no vão de arco apontado que o separa da capela-mor, surge pedra de armas esquartelada, encimada por elmo, paquife e timbre, túmulo do seu genro e neto, com estátua jacente representado uma figura nobre com a cabeça sobre almofada e ostentando uma espada. O absidíolo da Epístola, a capela do Santíssimo Sacramento, abre para o braço do transepto e, através de arco apontado, para a capela-mor e, de vão reto, protegido por grades torneadas, para a capela imediata. Tem planta retangular e acesso por vão em arco de volta perfeita, envolvido por estrutura arquitetónica clássica, em cantaria, com arco de volta perfeita, de fecho volutado, tendo nos seguintes duas figuras antropomórficas, flanqueado por duas colunas coríntias, assentes em plintos paralelepipédicos decorados por medalhões com faces, suspensos por querubim e envolvidos por vegetação; remata em entablamento, com o friso decorado por acantos e, ao centro, Deus Pai, encimado por tímpano concheado e pelas insígnias da Irmandade: uma custódia, ladeada por dois anjos, encimadas pelo Crucificado. O acesso encontra-se protegido por teia de madeira embutida, em balaústres, com portadas centrais. No interior, tem pavimento de madeira de embutidos, e é totalmente revestida a talha, com abóbada de aresta, tendo nas mísulas de ângulo "putti" de vulto, formando as ilhargas dois tramos falsos, sublinhados por sanefas recortadas e com lambrequins, surgindo, sobre friso e cornija, amplo tímpano semicircular com janelas de perfil recortado, a do lado do Evangelho falsa, tudo envolvido por enrolamentos, cartelas e acantos; sobre o vão de acesso, sanefa descentrada relativamente ao mesmo de talha dourada, com cartela central sustentada por anjos; na parede testeira, sobre supedâneo de três degraus, o retábulo de talha dourada. Arco triunfal sobreposto por sanefão em talha dourada, de arco trilobado decorado com vários círculos. Capela-mor profunda, com cobertura em falsa abóbada de berço, com enorme medalhão circular no centro e apresentando nos ângulos anjos dourados, em reservas de "grisaille". Lateralmente tem os vãos de ligação aos absidíolos, em arco apontado, encimados por sanefas de talha dourada de perfil recortado, que também surgem sobre as portas e janelas confrontantes, e cadeiral de madeira de pinho, disposto em quatro fiadas, duas de cada lado. Sobre o supedâneo de dois degraus, dispõe-se o retábulo-mor de talha policroma a bege e dourado, de planta convexa e um eixo, definido por quatro colunas de fustes marmoreados a verde, formando falsas estrias, com o terço inferior marcado e decorado por elementos fitomórficos, com capitéis coríntios e assentes em dupla ordem de plintos paralelepipédicos, com as faces decoradas por elementos vegetalistas, e coroadas por urnas. No centro, abre-se ampla tribuna em arco de volta perfeita, interiormente com cobertura em falsa abóbada de berço, com pingente central em florão, e albergando trono expositivo de cinco degraus, ornados de acantos, encimado por baldaquino, circunscrito por pilastras e cornija contracurva, tendo custódia dourada. Remate em espaldar curvo, decorado por festões, encimado por frontão triangular, com feixe de plumas e festão de flores. Amplo banco com apainelados de acantos e altar paralelepipédico, junto ao qual surge a cadeira episcopal. No lado da Epístola, tem porta de acesso a duas ante-sacristias dispostas sequencialmente e sacristia do Santíssimo, retangular, com arcaz, encimado por espaldar de talha e cobertura em gamela, com apainelados pintados.

Acessos

Santa Maria, Largo do Instituto Histórico; Travessa dos Clérigos

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 39 175, DG, 1.ª série, n.º 77 de 17 abril 1953 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 149 de 27 junho 1973

Enquadramento

Urbano, adossado. Implanta-se no Núcleo urbano da cidade de Viana do Castelo (v. PT011609310116), em pleno centro histórico, no interior do antigo limite da muralha, a que se adossou, sendo precedido por adro e rua, vedada ao trânsito. À fachada posterior adossam-se outras construções e as fachadas laterais são circundadas por ruas apertadas. Fronteiro ergue-se a Casa de Miguel de Vasconcelos (v. PT011609310009) e nas proximidades vários outros imóveis de interesse patrimonial, nomeadamente, a Casa de João Velho ou dos Arcos (v. PT011609310008), os antigos Paços Municipais (v. PT011609310003), a Misericórdia de Viana (v. PT011609310005) e o chafariz da Praça (v. PT011609310006).

Descrição Complementar

O portal axial apresenta, na arquivolta decorada com anjos, dois querubins com filacteras inscritas, meio delidas, mas que, segundo Maria Augusta de Alpuim rezam "SURGITE MORTUI VENIT A JUDICIUM". A ladear a porta do braço do transepto N., surgem duas lápides, a do lado esquerdo em granito polido, com os sulcos avivados a dourado, com a inscrição "MVSEV DA / MATRIZ"; a do lado direito possui várias réguas de letras em relevo de distintas dimensões, com a seguinte inscrição: "ERA / D(e) 150 / 4 AN(o)S / IH(ES)VS / ESTA CAPELA MAND(AR)V(M) fazer / OS MAREANTES"; aves, cruzes e elementos fitomórficos decoram a lápide. Na fachada lateral S., a lápide sepulcral do nártex precedendo a porta travessa, bem como sobre o absidíolo do Evangelho, existe brasão dos Fagundes, cujas armas são de prata, com cinco chaves de azul, postas em sautor, seus palhetões ao alto; o do interior apresenta elmo, paquife e timbre com duas chaves do escudo passadas em aspa. No exterior da sacristia do bispo, surge a inscrição: "HICAMOR OM ...TENS HISPETRUS / SPLENDET ET ILLIS HAECPUTACLERO SACRA DICATA / DOMUS / ANNO DE 1808". No CORO-ALTO existe órgão positivo de armário, encerrado numa caixa de madeira de castanho, com duas portadas sem qualquer decoração, rematada em cornija, sobre a qual evolui um espaldar recortado, decorado por acantos e enorme rosetão vazado. As portadas abertas deixam antever os flautados enquadrados por estrutura de talha policroma com marmoreados fingidos a rosa, verde e bege, possuindo apontamentos dourados. A estrutura forma três nichos divididos por quatro pilastras com o fuste almofadado e decoração fitomórfica, assentes em falsas mísulas; no nicho central, os flautados surgem em disposição diatónica em teto, protegidos por gelosia fitomórfica, enquanto os laterais apresentam uma disposição cromática, em harpa, acompanhando a forma das gelosias, ao contrário do habitual, mais exuberantemente decoradas do que a central, compondo elemento volutado, à volta do qual surgem acantos e pequena grinalda de flores. A zona do teclado, manual com 30 teclas, forma janela, flanqueada pelos botões dos 12 registos ou jogos de flautas: mão esquerda - Fagote, Cheio, Dezanovena e 22.ª, Quinzena, Flautado de 6 tapado, Flautado de 12 tapado; mão direita - Voz humana, Oboé, 15.ª, 19.ª e 22.ª, Corneta, Flautado de 6 tapado e Flautado de 12 aberto. Ao lado da identificação dos registos, o último organista que nele tocou deixou a informação de que o fagote e o oboé não abriam e, numa curiosa nota junto ao Flautado de 12 tapado, a informação de que "Para Melodias é todos abertos i éte fechado". Na base da consola situa-se o fole, em péssimo estado de conservação e, na portada direita, tem uma inscrição incisa: "Ferreira da Silva 1894". Na nave do Evangelho, surge a CAPELA DA SENHORA DAS DORES, rasgada no muro, com acesso por arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas almofadadas. No interior tem pavimento em lajeado de granito, cobertura em falsa abóbada de berço de estuque, em caixotões pintados com rosetões "grisaille" sobre fundo rosa, e retábulo de talha policroma a bege e dourado, de planta convexa e um eixo, definido por duas colunas e duas pilastras coríntias, de fustes estriados e marcados, assentes em plintos paralelepipédicos, com as faces frontais ornadas de rosetões, as primeiras encimadas por urnas. Ao centro abre-se nicho em arco de volta perfeita, com imaginária. Remate em espaldar curvo, decorado por festões e resplendor, encimado por falso frontão trapezoidal e elemento vegetalista vazado. Altar em forma de urna, ostentando decoração fitomórfica. O retábulo é ladeado por duas mísulas de talha, vazias. A CAPELA dedicada à SENHORA DOS ARTISTAS, é pouco profunda e de planta côncava, com cobertura em abóbada de concha sobre pilastras de capitel jónico, flanqueada por dois escudos. Possui paredes pintadas em apainelados, com os emblemas da Música e Pintura (Evangelho), Escultura e Arquitetura (Epístola), e alberga retábulo de talha policroma a branco e verde e dourado, de planta reta e um eixo, definido por duas colunas de fuste liso, com o terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos decorados por elemento entrelaçado, e de capitéis jónicos, coroadas por urnas. Ao centro abre-se nicho contracurvo, interiormente pintado a imitar brocados. Remate em espaldar curvo, contendo resplendor, encimado por cornija e falso frontão curvo. Altar em forma de urna com frontal ornado de motivos vegetalistas. Sucede-lhe a CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO, com acesso por dois arcos de volta perfeita geminados e de dupla arquivolta boleada, assentes em colunelos finos, com capitéis de decoração geométrica, formando, no centro, pilar com decoração vegetalista; são flanqueados por colunas torsas encimadas por cogulhos e remata em duplo friso rendilhado. O interior é rebocado e pintado de branco, percorrido por faixa a cinza, com pavimento em lajeado de granito e cobertura em abóbada estrelada, tendo os bocetes decorados com elementos fitomórficos. Na parede da Epístola, possui retábulo de talha pintada de bege e dourado, de planta reta e três eixos definidos por quarteirões no centro e, no exterior, por colunas de fuste estriado e terço inferior decorado por elementos vegetalistas e querubins, de capitéis coríntios, e assentes em plintos paralelepipédicos e consolas. Ao centro, tem painel retilíneo, com a representação da Virgem com o Menino e um santo e, no fundo, a representação da "Visitação"; nos eixos laterais, surgem dois registos de pinturas, as inferiores com duas paisagens e as superiores com a representação dos doadores ou Santa Inês e um outro Santo (SERRÃO); na predela, tem quatro bustos de santos pintados, interrompida ao centro por mísula. A estrutura remata em friso de ramadas e querubins, cornija e espaldar recortado, em forma de cartela enrolada, apresentando festões e, no centro, painel pintado com a figura de Deus Pai. Altar em forma de urna. Na parede testeira, tem nicho em arco de volta perfeita, contendo pequeno ossário com a inscrição que extravasa para a moldura do nicho: "AQUI JAZEM OS O/SSOS DE LIANOR GOMEZ DE CARVALHO E / DE S(EU) M(ARIDO) MARTIM FR COREA OS QUAIS TROUXE / RAM PERA E(S)T(A) ILHA D(E) S. JORGE P(ERO) PINTO SEU GENRO / CAVALRO DA ORDEM DE XPO / S(UA) M(ULHER) BRITIS FRZ DE CAR/VALHO INSTITUIDORES DESTA CAPELA. TEM DUAS MISSAS C(ADA) SO / MANA". Na nave da Epístola, a primeira CAPELA, dedicada a SÃO CRISTÓVÃO, é profunda, com acesso por arco de volta perfeita em cantaria, assente em pilastras toscanas, com pavimento em lajeado de granito e cobertura em falsa abóbada de berço de estuque, sendo iluminada por janela no lado da Epístola. Possui retábulo de talha pintada a marmoreados fingidos a verde, bege e cinza, com apontamentos dourados, de planta reta e um eixo definido por duas pilastras e duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em duas ordens de plintos, os superiores paralelepipédicos e os inferiores galbados. Ao centro tem nicho contracurvo, interiormente pintado com firmamento, rodeado por filete dourado, que remata superiormente em acantos. A estrutura remata em espaldar recortado, com cornija e elementos concheados. Altar em forma de urna, com o frontal decorado por acantos, concheados e enrolamentos. Segue-se a CAPELA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, bastante profunda, de planta octogonal, com acesso por vão em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, de fustes almofadados. No interior tem pavimento em lajeado de granito, paredes rebocadas e pintadas de branco e cobertura em cupulim oitavado de madeira, formando apainelados de diferentes dimensões, em triângulos isósceles ou em trapézio, que se unem no centro, em reserva, também oitavada, onde surge uma pintura a representar uma Trindade horizontal, composta por Cristo e Deus Pai entronizados, tendo, ao meio, a pomba do Espírito Santo; a cobertura apoia-se em cornija de madeira. Lateralmente rasgam-se duas janelas retilíneas com os topos contracurvos, sobrepujados por sanefas de talha dourada; nos panos seguintes, tem duas estruturas retabulares de talha pintada a branco e dourado, semelhantes, e dedicadas às Almas (Evangelho) e a Nossa Senhora das Graças (Epístola), surgindo, nos imediatos, duas janelas entaipadas, de perfis semelhantes às anteriores. Na parede do fundo, o retábulo principal, de talha pintada a marmoreados fingidos a verde e rosa, com apontamentos dourados, tem planta reta e um eixo bastante largo, definido por duas colunas de fuste ornado de acantos, assentes em altos plintos galbados decorados por cartelas assimétricas, concheados e acantos, e de capitéis coríntios. Ao centro tem nicho em arco de volta perfeita, formando o remate, em cornija, com pedra de fecho volutado e encimado por feixe de plumas, interiormente pintado com glória de anjos, envolvido por filete saliente de perfil curvo; é ladeado por apainelados recortados. Altar em forma de urna, com o frontal decorado por elementos vegetalistas, possuindo, sobre a banqueta, sacrário em estrutura recortada, tendo a porta decorada por enorme cruz e resplendor. Os retábulos laterais são semelhantes e bastante longilíneos, de talha pintada de branco e apontamentos dourados, de planta reta e um eixo, definido por pilastras coríntias, com o terço inferior marcado, coroadas por urnas. Ao centro têm nicho em arco de volta perfeita, interiormente pintado de azul celeste e cobertura em masseira. A estrutura remata em espaldar contracurvo, decorado por festões, o das Almas com resplendor central. Altar em forma de urna com o frontal decorado por rosetão central, de onde evoluem acantos e festões. A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE apresenta-se pouco profunda, inserida num vão em arco levemente apontado, com três arquivoltas assentes em seis colunelos, com capitéis decorados com motivos vegetalistas e assentes em bases côncavas e convexas bastante altas; o conjunto é envolvido por dois colunelos, que sustentam falsa platibanda fitomórfica, apresentando lateralmente dois rosetões. No interior, tem retábulo de talha policroma e dourada, envolvido por estrutura do mesmo material em arco de volta perfeita assente em pilastras de fuste liso e capitéis de inspiração coríntia, sobre altos plintos, onde se inserem duas mísulas. O retábulo tem planta convexa e um eixo, definido por duas colunas e duas pilastras estriadas com o terço inferior marcado, as primeiras assentes em consolas e as pilastras em plintos paralelepipédicos, tendo capitéis de inspiração coríntia. Ao centro abre-se nicho contracurvo, de moldura fitomórfica, interiormente pintado com firmamento, moldura a imitar brocados e, no centro, a representação de uma cruz latina, sublinhado por duplo filete. A estrutura remata em cornija contracurva, de onde evolui pequeno espaldar curvo decorado com festões e terminado em cornija. Banco decorado por ramadas e altar em forma de urna com frontal ornado por albarrada e festões. A CAPELA DOS MAREANTES possui, no lado da Epístola, grande órgão de tubos, de planta trapezoidal e três castelos, o central proeminente, em meia cana e os laterais projetados em ângulos, encimados por urnas, tendo ainda quatro nichos retilíneos, dois deles formando as ilhargas; na base dos castelos, as flautas de palheta em leque; possui consola de janela e acesso por porta de verga reta no lado esquerdo, encimada por janela polilobada encimada por sanefa; o órgão assenta em amplo coreto, convexo e curvo no lado direito, com guarda vazada com decoração geométrica. No lado do Evangelho, um dos arcosólios apresenta a arca tumular de João Velho, com a tampa contendo a seguinte inscrição em letras góticas "AQUI JAZ JOÃO VELHO, O QUAL OUVE HUA PROVISÃO POR ONDE ESTA VILLA TORNOU A SER DEL-REI REALENGA". O seguinte possui dois silhares epigrafados na parede testeira. Lateralmente dispõem-se dois retábulos laterais semelhantes, inseridos em vãos, em arco de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas e encimados por sanefas; os retábulos são de talha pintada a branco e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas colunas de fuste espiralado e terço inferior decorado por elementos fitomórficos, de capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos ornados por elementos fitomórficos. Ao centro possui apainelado pintado a imitar brocados, com mísula. A estrutura remata em espaldar contracurvo, volutado, sobreposto por motivos vegetalistas e, no centro, querubim. Banco com apainelado contendo elementos vegetalistas. Altares em forma de urna, com decoração de concheados e acantos. Sobre supedâneo de três degraus centrais, surge retábulo de talha pintada a branco e marmoreados fingidos a verde, com apontamentos decorativos dourados, de planta côncava e três eixos definidos pelos nichos de perfil oval oblongo, externamente circunscritos por duas colunas com fustes de falsa espira fitomórfica e capitéis coríntios, assentes em altos plintos galbados. O eixo central é composto por tribuna proeminente, de perfil ovalado, interiormente coberto por caixotões decorados por rosetas, contendo trono de três degraus e fundo com enorme resplendor, que rodeia um Calvário. A estrutura remata em fragmentos de frontão e espaldar curvo terminado em cornija contracurva, de inspiração borromínica, contendo elementos fitomórficos e escudo português. Na base da tribuna, surge nicho envidraçado com grupo escultórico figurando a Lamentação de Cristo Morto, protegido por vidraça; é constituído por oito figuras de vulto, esculpidas isoladamente, sendo a imagem de Cristo inteira, jacente, com as marcas do martírio, e as restantes, dispostas cenograficamente à sua volta, em dois terços da sua altura; estas são identificadas pelos seus atributos: José de Arimateia com a coroa de espinhos, junto à cabeça de Cristo; Nicodemos segurando os cravos, junto aos pés do mesmo; a Virgem, próxima de Cristo e de mãos postas; Maria Madalena com o pote de perfume, portando rica indumentária e arranjo de cabelo distinto; e São João que, chorando, esconde parte do rosto; as restantes duas figuras, sem atributos, corresponderão às santas mulheres. Do nicho evoluem dois braços sinuosos que servem de suporte às mísulas dos nichos laterais, sendo encimados por elemento decorado com concheados, enrolamentos e acantos. O altar-mor em forma de urna, com frontão decorado por concheados, é ladeado por suas portas de perfil curvo, de acesso à tribuna. No braço S. do transepto, a CAPELA DO SENHOR DOS PASSOS, possui cobertura contendo nos topos estreitos apainelados e, ao centro, amplo medalhão com as insígnias da Irmandade, rodeadas por glória de anjos, querubins e resplendor; é ladeado por dois medalhões ovalados com as imagens de São Pedro (Evangelho) e São Paulo (Epístola), segurando os seus atributos. Nos ângulos, elegante elemento decorativo de acantos, festões, concheados, anjos, e livros abertos com textos bíblicos da autoria de cada um dos Evangelistas e seus respetivos atributos: no lado do Evangelho, São Lucas, com o touro e a inscrição "Ponite vos in cordibus vestris sermones istos" (Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos), Lucas, 9: 44, surgindo, erradamente como 4: 8; e São Mateus, com o anjo e a inscrição "Estote ergo vos perfecti, sicut et pater vester caelestis perfectus est" (Sede vós, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus, Mateus, 5: 48); no lado oposto surge São Marcos, com o leão e a inscrição "Qui autem sutinuerit in finem hic, salvus erit" (mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo), Marcos, 13: 13 - a legenda Marcos 3: 29 está errada; e São João com a águia e a inscrição "Si vos manseritis in sermone meo vere discipuli mei eritis" (Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos), João, 8: 31. O retábulo do Senhor dos Passos é de talha policroma a bege, cinzento e verde com apontamentos dourados, de planta convexa e um eixo definido por duas pilastras exteriores e quatro colunas coríntias. Ao centro, abre-se tribuna, profunda, de perfil contracurvo e dupla moldura vegetalista, com fecho estriado e seguintes marcados por pequenas rosas e folhas de louro. No interior, todo o nicho é decorado com instrumentos da Paixão: na cobertura, a coroa de espinhos a envolver os cravos, ladeada por cálice e espiga de trigo, a turquês e filactera com a inscrição "INRI", e, nas ilhargas, a coluna, cordas, azorrague e o galo, a cruz, escadas, a lança e a vara do vinagre; o fundo apresenta tábuas colocadas de forma pouco cuidada, revelando que teria outra estrutura. A estrutura remata em espaldar curvo, encimado por frontão semicircular, ladeado por duas urnas, tendo, no centro, dois anjos a sustentar as insígnias da Irmandade e festões. A tribuna era encerrada por uma enorme tela representando uma Última Ceia, atualmente deteriorada, na antiga casa do consistório. Lateralmente, surgem os retábulos de São Pedro e São Paulo inseridos em vão com arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas e encimados por sanefas com lambrequins e elementos fitomórficos vazados no remate. Os retábulos são semelhantes, em talha pintada de branco, marmoreados fingidos a verde e dourado, de planta reta e um eixo, definido por duas colunas de fuste liso, capitéis coríntios e terço inferior marcado, e quatro pilastras coríntias, de terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos. Ao centro tem tela pintada, envolvida por moldura contracurva, e remate em espaldar recortado e projetado na zona central, decorado por rosetões e festões. Altar em forma de urna tendo medalhão central envolvido por festões e torços de louro. No lado do Evangelho, rasga-se a CAPELA DE SÃO BERNARDO, acedida por arco de volta perfeita de arestas boleada e pedra de fecho volutada, ostentando a data de 1547, flanqueado por duas pilastras estriadas, a do lado esquerdo com capitel decorado por ave e, a do lado direito, com concha estilizada, revelando feitura mais tardia; sobre a cornija, um friso tem a inscrição: "ESTA C(apel)A MA(n DOV FAZER FERNÃ BR / ANDÃ E SVA MOLHER C(atarin)A FAGV(n)DEZ" e, no centro, pedra de armas. Interior com acesso descendente por três degraus, revelando, certamente, a primitiva cota da igreja; tem pavimento em lajeado granítico, paredes rebocadas e cobertura em abóbada de nervuras, com bocetes decorados por figuras antropomórficas. Nas ilhargas possui arcosólios com túmulos ostentando inscrições, o do Evangelho com o fundo vazado comunicando com a Capela do Santíssimo. Alberga retábulo de talha policroma a rosa e dourado, de planta convexa e um eixo definido por duas colunas torsas, com espira fitomórfica, e quatro pilastras com os fustes decorados por acantos, assentes em plintos paralelepipédicos ornados por florões. Ao centro tem nicho com o fundo pintado a representar estrelas. A estrutura remata em lambrequins, frontão de lanços e concheados. Altar em forma de urna, com o frontal ornado por elementos vegetalistas. No lado esquerdo do retábulo, tem lápide com inscrição. No lado da Epístola, possui ÓRGÃO de talha policroma a branco e dourado, de planta retangular, com um castelo central proeminente e dois nichos laterais, tendo na base a palhetaria em pequeno leque, divididos por pilastras encimadas por urnas, rematando, na zona central por cornija encimada por anjo músico; possui, na zona inferior, apainelados de várias dimensões e consola de janela com os botões de registos laterais; o manual é dividido em dezoito registos, assim repartidos: mão esquerda - Cimbala, Vintedozena, Clarão, Dezanovena, Quinzena, Flautado tapado, Oitava Real, Flautado aberto, Fagote; mão direita - Cimbala, Vintedozena, Corneta inglesa, Oitava Real, Pífaro, Flauta doce, Flauta travessa, Flauta de 12 aberto, Oboé. O órgão é flanqueado por duas portas de acesso retilíneas, a da direita entaipada, encimadas por sanefas de talha dourada e policroma; encontra-se implantado em coreto com a zona central convexa, tendo guarda vazada por motivos geométricos, o qual assenta em três mísula interligadas, formando a saliência da base do órgão, decorada lateralmente por troféus de instrumentos musicais e, nas mísulas, por elementos vegetalistas e grinaldas. A capela do Senhor dos Passos é encerrada por teia de madeira de pau preto, com embutidos de teca, formando acantos e tulipas estilizadas, semelhantes a um confessionário que se mantém nas reservas da igreja e que esteve aplicado na Capela de São Bernardo, conjunto que veio, provavelmente, do Convento de Santo António, após a sua extinção. Acedida a partir do braço S. do transepto, a SACRISTIA DO BISPO tem paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento em soalho e teto plano em estuque, tendo arcaz de carvalho com 18 gavetas de jacarandá, com as guias preenchidas por elementos metálicos; é encimado por oratório com baldaquino de talha policroma a verde e branco, assente em duas colunas, servindo de proteção a uma imagem do Crucificado. Na ante-sacristia, lavabo em cantaria, com recetáculo concheado e duas bicas em querubim, e taça retangular; fronteiro, tem armário embutido na parede, a antiga cantareira. No ABSIDÍOLO DO EVANGELHO, a capela de Santo Cristo, tem no vão do lado da Epístola, que dá para a capela-mor, pedra de armas dos Sousa, esquartelado, tendo no I e IV quartel, de prata, com cinco escudetes carregados de cinco besantes do primeiro esmalte, postos em sautor; o II e o III de prata, com um leão de púrpura; é encimada por elmo, paquife e o timbre com o leão do escudo. No frontal do túmulo, surge a inscrição "AQV JAZ JOHAO DE / SOVSA DE MAGALHÃES / E SEV FILHO COSME / DE SOVSA". O ABSIDÍOLO DA EPÍSTOLA, a Capela do Santíssimo, possui retábulo de talha dourada de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas salomónicas, assentes em consolas com anjos atlantes, o central proeminente e encimado por friso e cornija, interrompidos, ao centro, por cartela em branco, ladeada por dois anjos de vulto, protegidos por dossel com lambrequins. O eixo central é formado por nicho em arco de volta perfeita com a boca decorada por elementos fitomórficos que emoldura painel pintado a fingir brocado, apresentando sacrário de madeira policroma em marmoreados fingidos, tendo na porta um "Agnus Dei"; é sobrepujado por baldaquino assente em quarteirões e encimado por falsa coroa formada por amplos acantos, sobrepujada por ramo de flores. Nos eixos laterais aparecem apainelados de talha com exuberante decoração de plumas, acantos, cartelas e concheados. A estrutura remata em cornija interrompida por volutas no centro, encimadas por cartela sustentadas por dois anjos de vulto, estofados e encarnados, protegidos, por seu turno por baldaquino assente em possantes volutas. A cobertura, em falsa abóbada de aresta, sustentada por rudes atlantes encarnados e estofados, tem os panos revestidos por acantos e enrolamentos em cascata, surgindo, ao centro, as insígnias da Irmandade: uma custódia e uma coroa fechada, envolvidas por encanastrados, vieiras e acantos. A SACRISTIA do lado do Evangelho da capela-mor, a PRINCIPAL da igreja, encontra-se desativada, mas mantém teto de madeira plano em caixotões, um lavabo em cantaria e pedra de armas do Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles e a inscrição "AD MDCCXIII"; ao centro, mesa de cantaria, de tampo circular e pé formado de volutas. A partir de porta do lado da Epístola da capela-mor, acede-se a uma primeira ante-sacristia, rebocada e pintada de branco, com pavimento em lajes de granito, azulejos policromos de vários padrões formando silhar e cobertura de betão; possui escadas com guarda em cantaria volutada de acesso à tribuna do retábulo-mor e a vão retilíneo desativado para as coberturas; uma porta no lado esquerdo conduz às instalações sanitárias e ao piso térreo do corpo da Irmandade do Santíssimo. Porta frontal acede a uma segunda ante-sacristia, rebocada e pintada de branco, com pavimento em cantaria, colocado em losango com moldura retangular, azulejos de vários padrões formando silhar, e teto plano de madeira encerada com claraboia central. Possui arcaz, paramenteiro sobrelevado e policromado e, ladeado por cantareiras, lavabo em cantaria, com reservatório em concha, bica em forma de carranca e remate volutado, tendo pequeno tanque semicircular. Surge ainda uma estrutura retabular de talha policroma a branco, azul celeste, rosa e dourado, de planta reta e um eixo definido por pilastras com os fustes decorados por "ferronerie", concheados e albarradas, assentes em consolas com querubins. Ao centro possui nicho em arco de volta perfeita, com o fundo pintado a imitar o firmamento, e nas ilhargas dois nichos concheados e orelhas. A estrutura remata em fragmentos de frontão e lambrequins, ladeados por anjos de vulto. Altar em forma de urna. Uma porta disposta no lado direito acede a corredor que liga à tribuna, torre e antiga tulha da Irmandade do Espírito Santo. Segue-se a antiga SACRISTIA DO SANTÍSSIMO, com azulejos em ponta de diamante formando silhar e cobertura com painel central bipartido com pingente em forma de rosetão e fragmentos de cartelas pintadas; os apainelados que o rodeiam apresentam cartelas assimétricas, "putti" e elementos fitomórficos. Tem arcaz de pau-preto (1,85 m. x 7,50 m. x 1,27 m.), ornado de 39 almofadas em losango, totalmente preenchido com guarnições metálicas douradas rendilhadas, que se repetem nos entrepanos. É encimado por espaldar tripartido, dividido por pilastras assentes em mísulas com "putti", surgindo, ao centro nicho em arco em asa de cesto, assente em pilastras decoradas por acantos e rematado em espaldar de acantos sustentado por anjos encarnados, interiormente pintado de azul celeste, elementos fitomórficos e tendo inferiormente a inscrição "ANNO / 1789"; é flanqueado por duas pinturas sobre tela, representando alegorias ao poder da Eucaristia: na do lado direito, um leão morto com um pão na boca, submisso perante a figura de Sansão, com a inscrição "De comendete exivit cibus, et de forti egressa est dulcedo" (Livro dos Juízes, 14: 14); no lado oposto, uma figura deitada a quem aparece um anjo revelador, com a inscrição "surge et comede: grandis enim tibi restat via" (I Livro dos Reis, 19: 7). A decoração prolonga-se pelas ilhargas, surgindo, no lado esquerdo, a representação de um "Lava-pés" e, na direita, "Cristo...". Junto à porta de entrada, abre-se armário embutido (2,10 m. x 1,85 m.), de moldura simples e organizado em 3 módulos, um de duas portas, o central de porta abatível e o inferior de dois gavetões, igualmente decorado com almofadas em losango com guarnições metálicas, as do módulo inferior iguais às do arcaz e as outras mais simples. Fronteiro ao arcaz, surgem dois espelhos, com molduras douradas, datados e de clara linguagem neoclássica ladeando porta para a antiga sala do CONSISTÓRIO DO SANTÍSSIMO, rebocada e pintada de branco, com pavimento em soalho e teto plano com medalhão de estuque central, tendo paramenteiro de madeira e mesa retangular no centro.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: catedral

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 15 / 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Manuel Pinto de Vilalobos, Pai e Filho (séc. 17/18). CARPINTEIROS: Afonso Rodrigues (1652-53); António Martins (1746-47); Alexandre Ferreira (1648); Álvaro Pires (1691-1711); António de Afife (1707); Domingos Casado (1707); Domingos Fernandes (1691-1711); Domingos Gonçalves (1623-24); Domingos Moreira (1709); Domingos Pinto (1726-27); Francisco Antunes (1707); Francisco Gonçalves (1604-07); Francisco Martins (1672); Francisco Mendes (1707); Francisco Rodrigues (1650-51); João Álvares (1707); João Domingues (1586-87); João Fernandes (1707); João Gonçalves (1629-30); João Martins (1680-1713); José Meira (1707-46); Luís José Lopes (1836-39); Manuel Afonso (1726-27); Manuel Álvares (1683); Manuel Gonçalves (1633-91); Manuel Martins (1755-76); Manuel Martins Conde (1727-47); Manuel Pires Candastro (1707); Manuel Rodrigues (1631-39); Manuel Rodrigues (1709); Miguel Barbosa (1641); Miguel Fernandes Moreira (1818); Pedro Gonçalves (1623-24); Ricardo José do Couto (1870-71); Simão Gonçalves (1769); Tomás Rodrigues (1640-43); Vicente Álvares (1726-27); Vicente da Costa (1709). ENSAMBLADOR: Manuel de Azevedo (1707). ENTALHADORES: António Fernandes (1638); António Rodrigues Pereira (1743-62); Domingos Magalhães (1727-28); Manuel Ambrósio Coelho (1709-20). ESCULTOR: José Rodrigues (1832-33). ESTUCADOR: Caetano Pinheiro (1810-11). IMAGINÁRIOS: António de Azevedo (1717-20); António Luís (1638-40); Gualter de Sousa (1720). MESTRE DE OBRAS: Domingos Gonçalves do Rego (1690-91); Filipe Jácome (1647-61); Joaquim de Sousa Lima (1899-90); José António Dias Basto (1832-33); Manuel Joaquim Ribeiro (1832-33); Manuel José da Cunha (1832-33); Manuel Pires (1711). ORGANEIROS: Francisco Carvalho (1604-05); Lourenço da Conceição (1731-33); Luís Lopes (1839). ORGANISTAS: Bento Maciel (1638-46); Padre Manuel Madris (1654-92); Manuel Maria Tristão (1901-02); Pêro da Rocha (1560); Rafael da Gama Coelho (1728). PEDREIROS: Ambrósio de Matos (1693-98); André Ferreira (1695); André Gonçalves (1604-05); António Lopes Trindade (1770); António Martins (1698-1720); Baltazar Rodrigues, (1695); Bento Gonçalves (1695); Bento Lourenço de Lanheses (1627-46); Bento Rodrigues (1698); Diogo Martins (1604-05); Domingos Dias (1604-05); Domingos Gonçalves de Araújo (1838); Domingos Vale (1695); Francisco Fernandes (1720-39); Giraldo Fernandes (1770-77); Gregório Dias (1604-05); Gualter Fernandes (1739-61); João Afonso (1690-91); João Álvares (1726-27); João Soares (1695); João Lopes (1585-87); João Martins (1614-33); José Esteves da Silva (1892-93); José Parente (1830); Lucas Rodrigues (1695); Luís Álvares (1604-05); Manuel Afonso (1726-61); Manuel de Abreu (1695); Manuel Martins (1604-05); Manuel Rodrigues (1698-1707); Martinho Mulato (1695); Pascoal Rodrigues (1690-1707); Pedro Francisco (1604-05); Rodrigo Gonçalves (1604-05); Vicente Álvares (1726-27). PINTORES: André Cardoso (1702-21); António Luís (1683-87); Cristóvão da Costa (1648); Domingos Álvares (1623-24); Domingos Gonçalves dos Santos (1870-71); Fernão de Brancas (1566); Francisco de Padilha (1561-72); Francisco Fernandes (1650-51); João José Barbosa (1839); Manuel José de Gouveia (1758-59); Francisco Machado (1752-62); Francisco Rodrigues (1717-18); João Machado (1631-48); Manuel José (1752-58); Manuel José Barbosa (1839).

Cronologia

1263 - 1374 - construção das muralhas; 1385 - início da construção da nova Matriz intramuros, perto da torre de menagem, sobre um penedo onde se reuniam os homens bons do concelho; 1400 - 1433 - continua a construção com o Bispo de Ceuta, D. Justo Balbino; 1439 - pede-se em Cortes a ajuda para a construção de uma torre, sacristia e paramentos; 1455 - novo pedido de subsídios para os alpendres e paramentos; D. Afonso V concede 100$000; 1475 - instituição da Irmandade do Espírito Santo, São Pedro e São Paulo, no braço S. do transepto *1; 1483, 1 março - Bula de Sisto IV institui Colegiada de cinco cónegos, presidida pelo Arcipreste da "Igreja Nova", Rodrigo Annes, com as anexas da Igreja Velha (atual das Almas) e a da Vinha, de Areosa; mudança do orago para Santa Ana, protetora contra a peste que grassava na região; séc. 16 - instituição da Irmandade das Almas, composta por mordomo(a)s de vários estratos sociais, no absidíolo S., com a designação de Irmandade dos Fiéis de Deus e São Sebastião; 1504 - data da inscrição na parede exterior do transepto N. *2; 1506, 1 maio - instituição da Confraria do Santo Nome de Jesus dos Mareantes por grupo de 70 mareantes e pescadores, no braço N. do transepto, obra já iniciada, e que, até ali, servia de panteão da nobreza; 1510 - conclusão da capela por 2:500$000; aquisição de casa sobradada atrás desta a Catarina Afonso, para instalação do consistório e anexos; 1512 - existência de 2 órgãos, o do coro e o privado dos Mareantes; 20 setembro - contrato entre o bispo de Ceuta, D. Frei Henrique de Coimbra, com o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, incorporando as terras entre os rios Lima e Minho na Arquidiocese de Braga; 1514 - a Matriz passa do Bispado de Tui para o de Braga, a quem pertence a capela-mor, responsabilizando-se pela sua fábrica, e daí auferindo a terça parte dos seus rendimentos; 1524, 28 abril - João Velho junto com outros vianenses, adquire em Londres um paramento bordado, dois cálices e várias relíquias destinadas à mesma capela *3; 1526, 26 agosto - instituição testamentária da capela de São Tiago (Nossa Senhora das Dores) por Inês Vicente; 1530 / 1540 - decoração da capela do Camarido, com pintura mandada vir da Flandres; 1534, 28 novembro - contrato com André de Padilha para pintura do retábulo dos Mareantes, com cinco painéis, e douramento, por 80 mil reais, terminado em 1536 *4; 1540, 1 novembro - instituição da Confraria do Santíssimo na capela-mor (Epístola) dividindo o espaço da ábside com a Colegiada; 1546, 18 junho - Fernão Brandão e Catarina Fagundes, criam o vínculo da capela de São Bernardo, no transepto S., executada no ano imediato por João Lopes, pai; 27 julho - Martim Fernandes Correia e Brites Fernandes de Carvalho, instituem a capela do Morgado da Carreira, de Nossa Senhora da Consolação; 1557 - conclusão da capela do Espírito Santo, com a feitura e pintura do forro, onde se fingiram "espelhos nos vãos"; conclusão da pintura do retábulo (13$280), atribuída a Francisco Padilha; 1562, 29 janeiro - Belchior Rodrigues doa terreno ao Santíssimo, atrás da capela dos Fiéis de Deus, para feitura de nova capela, que importou 405$258 *5; 1563 - acréscimo da capela dos Mareantes pelo mestre João Lopes, pai; 1566 - compra de casas para a construção da sacristia do Santíssimo; 1571 - os Mareantes compram uma casa sobradada no sítio da atual casa paroquial; 1586 - Câmara ordena várias obras ao entalhador Baltazar Moreira, gastando 6$400 no retábulo para a capela batismal, com pintura de São João Baptista; o administrador da Irmandade das Almas, Diogo Jácome de Araújo, pede autorização para ocupar a segunda capela da nave colateral S., pertencente à Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios, cujas administradoras, Briolanja Barbosa e Inês Correia, autorizam, com a condição da sepultura da capela ficar por sua conta; 1590 - lavabo da sacristia da mesma Irmandade, por João Lopes, o Moço; 1597 - instituição da capela de São Bartolomeu por António de Vilas-Boas Raymundo; feitura do retábulo da sacristia do Santíssimo (8$790); séc. 17 - execução do galeão da capela dos Mareantes, proveniente de Hamburgo, como ex-voto; 1609 - douramento do retábulo das Almas (10$000) *6; 1621 - compra de azulejos de padrão policromo azuis e amarelos, em Lisboa, para a capela dos Mareantes (27$080); 23 janeiro - D. Afonso Furtado de Mendonça estabelece uma 3.ª paróquia, filial da Matriz, com sede na Igreja de Nossa Senhora de Monserrate; 1623 / 1624 - encomenda ao mestre Domingos Álvares de Lisboa de 11.300 azulejos (89$306) para a capela do Espírito Santo; 1629 - colocação do relógio e sino do município na torre N.; 1631 - novo retábulo para a capela dos Mareantes (30$000) *7; encomenda a António Vaz de uma custódia para o Santíssimo (52$700); 1638 - encomenda de novo retábulo do Espírito Santo a António Fernandes (120$000), com os Evangelistas e três painéis (Pentecostes, Visitação e Deus Pai), feitos por António Luís (51$000); 1639 - feitura do forro da capela das Almas (14$500); novo retábulo da capela de São Nicolau pelos carpinteiros Manuel Gonçalves e Manuel Rodrigues *8; 1656 - incêndio na sacristia; 1661 - compra de várias casas junto à sacristia do Espírito Santo, para fazer um terreiro; 1690, década - projeto do Padre Manuel Madris para nova sacristia, consistório e torre sineira desta Irmandade; 28 junho - obra arrematada pelos pedreiros João Afonso e Pascoal Rodrigues (220$000); 1691 - o arcipreste e pároco da Matriz, António de Araújo e Lomba, solicita ao governador das armas da Província do Minho, D. João de Sousa, licença para ampliar a capela-mor, que ameaça ruína, à custa da muralha da vila; 1692, 27 outubro - surge nova Irmandade de Nossa Senhora da Assunção, orago da paróquia; 1695, 20 fevereiro - doação de parte das casas na Pç. das Couves à Irmandade do Santíssimo para reconstrução da capela-mor e colocação de uma tribuna na mesma para se expor o Santíssimo, impondo a utilização exclusiva do espaço para a construção da tribuna; 1695 - Irmandade do Santíssimo dá 3$000 a pedreiro de Braga para a obra da tribuna; 1696, março - José Fernandes Braga é o responsável da ampliação da capela-mor, estando terminadas as obras de pedraria e madeiramento, painéis e forros; para a sua conclusão é necessário colocar o revestimento azulejar nas paredes, que José Fernandes Braga diz ter encomendado em Amesterdão, e mandar fazer o retábulo e trono para expor a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da igreja, e o Santíssimo; 1700, janeiro - carta do Arcebispo D. João de Sousa à Câmara escusando-se das imperfeições da capela-mor, que não mandara fazer e que, por isso, ainda não estava acabada; 1702, fevereiro - carta do arcebispo acusando receção das plantas do retábulo da capela-mor e tribuna, pelo entalhador Manuel Martins, mas devolve-as por incapacidade de o custear; a obra da sacristia não podia ser feita devido à necessidade de romper os muros da vila; 1705, janeiro - retomam-se as obras na capela-mor; 1707 - construção de novo arco cruzeiro; ampliação da capela do Espírito Santo e reforma do retábulo (200$000); novo forro de 70 painéis em talha com os vazios de motivos fitomórficos dourados, pelo ensamblador Manuel de Azevedo (300$000), na mesma forma do forro do Mosteiro de Santa Ana; 1707 / 1708 - ajuste entre Irmandade do Santíssimo e entalhador Francisco Gonçalves da Silva para fazer retábulo-mor (345$327); 1709 - novo retábulo para a mesma capela por Manuel Ambrósio Coelho, ajudado pelos oficiais Vicente Ribeiro, António Rodrigues Pereira, João Antunes, Domingos Moreira, Vicente da Costa e Manuel Rodrigues (530$089); 1710 - feitura do arcaz para a antiga casa do despacho (atualmente na sacristia do bispo - 58$940); 1714 - Irmandade de Nossa Senhora da Assunção pede autorização para acrescentar os "caixões" da sacristia e, conforme apontamentos de Manuel Pinto Vilalobos, a lâmpada da capela-mor passa a ser recolhida pela sacristia; 1715 - a Irmandade do Espírito Santo solicita à de Nossa Senhora da Graça autorização para rasgar uma porta sob o retábulo da capela, que permitisse o acesso à sacristia, e retirar a grade de ferro que ligava ambos os espaços; 1719 - douramento do retábulo por André Cardoso e Francisco Rodrigues; 1720 - juízes e oficiais das Confrarias do Rei Salvador, Nossa Senhora da Guia e de Nossa Senhora da Esperança, propõem edificar de novo uma sacristia, a N. da igreja, concorrendo cada uma das Irmandades com a 6ª parte do custo total; feitura de nova imagem do Senhor dos Passos pelo torneiro Luís Barbosa; doação da capela de São Caetano e respetivo legado (80$000) à Irmandade do Espírito Santo; feitura da imagem do Senhor atado à coluna e Senhor da Cana Verde por António de Azevedo; 1721, 25 dezembro - ajuste com Manuel Cardoso do Vale, de Viana, para o douramento do retábulo-mor (450$000), mas apenas das partes pertencentes à Mitra (estrutura, encarnamento dos serafins, meninos e anjos, e o estofo das rosas grandes e plumas); o douramento da tribuna é ajustado separadamente ao mesmo pintor (276$040 - incluía o encarnamento dos anjos, pintura do trono e douramento do sacrário); 1724 - execução de arcaz de pau-preto com ferragens douradas e respaldo de talha com quadros para os lados e crucifixo no meio para a sacristia do Santíssimo e retábulo para a casa do despacho; 1730 - Câmara faz novo órgão para o coro-alto, encomendado ao Padre Lourenço da Conceição; 1731 - colocação de cadeiras na capela-mor, formando o coro da Colegiada; 1743 - ajuste do novo retábulo do Santíssimo com o entalhador António Rodrigues Pereira (600$000); 23 novembro - construção do órgão do Espírito Santo pelo Padre Lourenço da Conceição (96$000) *9; 1746 - Irmandade das Almas solicita à Câmara Municipal autorização para ampliar a capela; inicio da reforma, conferindo-lhe o atual aspeto, com obras a cargo do mestre Bento Lourenço (112$220); pede-se ao engenheiro militar Vilalobos Sanches para reparar e altear a torre sineira da igreja; 1746 / 1747 - arcaz do consistório da Irmandade de São Miguel, pelo carpinteiro Manuel Martins Conde e serralheiro Luís Gaspar (10$880); 1752, 14 março - douramento do retábulo do Santíssimo por Manuel José, de Viana do Castelo, em parceria com Francisco Machado, do termo de Barcelos (480$000); 1770 - obras na casa da Irmandade das Almas por Giraldo Fernandes e António Lopes Trindade, criando corpo de dois andares, para loja e sala de reuniões; 1778 - feitura do novo sacrário para a capela do Santíssimo (2$000), substituindo o anterior, em forma de globo, doado pela Irmandade ao Convento de São Francisco do Monte; demolição da casa do consistório para ampliação da capela dos Mareantes *10; 1788 / 1789 - reforma na sacristia do Santíssimo, fazendo-se 2 espelhos, com molduras douradas (16$125) e reforma do retábulo; 1794 - feitura de nova caixa do órgão dos Mareantes; 1800 - doação dos bens da Irmandade de São Nicolau à do Espírito Santo; 1803 / 1804 - colocação de baldaquino sobre o sacrário da capela do Santíssimo, de Manuel José Marques; 1805, 19 janeiro - incêndio arruína vários espaços da Matriz *11; 1806, 28 janeiro - reunião da Câmara, Cabido, Irmandades e paroquianos, comprometendo-se a reconstruir a igreja; 1 fevereiro - estando presentes as principais Irmandades, decide-se que cada uma devia re-edificar as respetivas capelas segundo o risco e condições impostos pela Câmara, de forma a manter a unidade de critérios, já que as confrarias do Santíssimo e dos Clérigos pretendiam aumentar a dimensão das suas capelas; 1808, 3 agosto - adjudicação da obra da capela do Espírito Santo ao pedreiro José Parente (116$948); 1812 - pedido de autorização ao arcebispo de Braga para benzer a capela; 1813 / 1814 - reconstrução da capela-mor; 1814 / 1815 - Irmandade dos Mareante manda pintar a cornija e cobertura da capela (133$000); 1816 - transferência da imagem da Senhora da Piedade, que encimava a porta das Atafonas, no enfiamento da atual R. Mateus Barbosa, para a Sé; 1819 - pintura do novo órgão, do Espírito Santo, efetuado, talvez, por José António de Sousa; 1826 - contrato para execução do atual retábulo do Espírito Santo (500$000) e douramento; provável execução dos retábulos de Nossa Senhora da Piedade e das Dores, 1830, década - a Irmandade do Santíssimo e as demais sediadas na igreja resolvem unir-se para a restaurar; transferência do órgão do Convento de Santo António para o coro-alto da Igreja, doado pelo administrador do concelho, Dr. António Joaquim de Carvalho; 1832, 24 junho - reposição do culto na matriz; 1832 / 1833 - reforma da capela das Almas e feitura do retábulo pelo carpinteiro Luís José Lopes (487$530); imagens de Cristo e de São Miguel, do escultor José Rodrigues (57$785); 1834 - extinção da Colegiada com abolição dos dízimos, conservando o pároco o título de arcipreste até 1880; 1836-1837 - criação de uma tribuna na capela-mor para colocação do órgão (40$365), pelo carpinteiro Luís Lopes; 1838 - obras da matriz pelo pedreiro Domingos Gonçalves de Araújo (24$000), douramento do retábulo-mor (303$150), doado por Domingos Fernandes Silva, tendo a data 1778; pintura dos púlpitos (33$825), reboco e escaiola (36$030), pavimento em castanho (6$825); a pintura é feita por Manuel José Barbosa e Filho, João José Barbosa (420$585); obras no arco cruzeiro e púlpitos (1$430); 1839 - reforma do arco da capela do Santíssimo, onde se assenta uma grade de ferro inglês, feita por Jerónimo Marques Guimarães (56$638); 1848 - durante a Revolução da Patuleia, um petardo cai sobre o telhado da sacristia dos Mareantes, causando grandes estragos; 1851 - início da reconstrução da sacristia (90$765); 1865 - Irmandade do Santíssimo pede autorização para demolir pano da muralha junto ao consistório para o alargar; 1869, 14 julho - a Irmandade do Espírito Santo aceita o pedido dos mordomos da Confraria de Nossa Senhora da Piedade, que substituíra a de Nossa Senhora da Graça, para aprofundar um pouco a capela; 1870 / 1871 - demolição da muralha e ampliação dos anexos da Irmandade do Santíssimo pelo carpinteiro Ricardo José do Couto, caiador Domingos António Correia Feijó e o pintor Domingos Gonçalves dos Santos, da freguesia do Carreço (125$030); 1873 - re-edificação da torre S.; 1880 - execução das pinturas murais nas naves pelo pintor vianês João Baptista Rio; 1889 / 1890 - execução da decoração da capela do Espírito Santo pelos pintores e caiadores António Perre, António Martins, Domingos Saraiva e os moços José e António (185$000); 1892 / 1893 - feitura dos arcos das capelas laterais no transepto S. por José Esteves da Silva (85$000); 1896 - divisão do consistório do Espírito Santo em 2 por parede de taipa para sala de reuniões e casa dos foles do órgão, pelo mesmo mestre; novo soalho, reboco e pintura a fingir; séc. 20 - colocação na capela das Almas do retábulo do Sagrado Coração de Jesus, proveniente da zona imediata ao batistério; demolição da casa da Irmandade adossada à capela; 1920 - Viscondes de Montemor consultam o Bispo de Beja sobre a possibilidade de criação da diocese de Viana do Castelo; 1926 - por ocasião da criação da diocese de Vila Real, sacerdotes e leigos de Viana do Castelo formulam novo pedido à Santa Sé; 1932 - nivelamento do adro da igreja, pondo-se a descoberto o resto do antigo "penedo", junto ao qual se construiu a igreja; 1942 - organização de comissões nos vários concelhos para formular novo pedido à Santa Sé; 1943 / 1964 / 1970 / 1977 - pedidos sucessivos para criação da diocese; 1977, 3 novembro - Constituição Apostólica "Ad Aptiorem populi Dei", do Papa Paulo VI, cria a diocese de Viana do Castelo, sendo nomeado como primeiro Bispo D. Júlio Tavares Rebimbas, Arcebispo Titular de Mitilene e Auxiliar do Patriarca de Lisboa; 1983 - cedência do relógio da torre à Comissão Fabriqueira da Paróquia de Santa Maria Maior; 1995 - assinatura de protocolo entre a Região de Turismo do Alto Minho, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, a Direção-Geral do Património e o Fundo de Turismo para recuperação, beneficiação e criação de um itinerário de visitas integradas das igrejas românicas da bacia do Alto Minho; 1998, final - lançamento público do Itinerário Românico da Ribeira do Alto Minho; 2002 - elaboração da Carta de Risco do imóvel; 2017, 03 fevereiro - o mau tempo provoca a queda de parte da cobertura em estuque decorativo do batistério instalado na torre norte; 2019, 01 março - inauguração do núcleo expositivo e de acolhimento da Sé.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria ou alvenaria de granito aparente e, em algumas fachadas, rebocadas e pintadas; molduras dos vãos e estrutura das capelas, base dos púlpitos, pias de água benta e batismais em cantaria de granito; retábulos de talha, dourada ou policroma; azulejos tradicional e industrial, relevado e de estampilha; estuque simples e decorativo esculpido e pintado; painéis pintados sobre suporte de madeira e tela; coro-alto e teias de madeira, algumas exóticas (pau santo, jacarandá, teca, sucupira, castanho, carvalho, contraplacado e pinho de Riga); grades de ferro; pavimento de lajedo de granito e madeira; cobertura interior em fasquiado revestido a estuque, madeira, envernizada e policroma; cobertura exterior de telha em aba e canudo; caleiras em zinco.

Bibliografia

ALPUIM, Maria Augusta d', A Sé Catedral de Viana do Castelo. Viana do Castelo: s.n., 1984; ALPUIM, Maria Augusta d', VASCONCELOS, Maria Emília - Casas de Viana Antiga. Viana do Castelo: Centro de Estudos Regionais, 1983; CARDONA, Paula - «A actividade artística das confrarias no vale do Lima». in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 138-143; COSTA, Manuela Pinto da - «O tesouro da Sé, Monumentos» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 124-133; CRESPO, José - Monografia de Viana do Castelo. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo, 1957; FERNANDES, Ana Peixoto - «Temporal derrubou janela e abriu buraco no teto da Sé». In Jornal de Notícias. 08 fevereiro 2017, p. 25; FERNANDES, Francisco José Carneiro - «"Matriz Velha" e "Matriz Nova" de Viana». in Cadernos Vianenses. Viana do Castelo: Pelouro da Cultura da Câmara Municipal, 1981, vol. 5, pp. 111-132; FIGUEIREDO, Paula - «As capelas da Sé de Viana através da documentação das suas Irmandades - abordagem cripto-histórica» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 56-79; FIGUEIREDO, Paula - «Os Órgãos da Sé de Viana do Castelo» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 106-115; GONÇALVES, Flávio - O Pórtico da Matriz de Viana do Castelo. Sep. da Rev. MVSEV. Porto: s.n., 1961, 2ª série, n.º 3; GRILO, Fernando Jorge - «Escultura devocional em Viana da Foz do Lima no séc. XVI. A Lamentação de Cristo da Confraria dos Mareantes» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 92-105; GUERRA, L. de Figueiredo da, Esboço Histórico. Viana do Castelo. Coimbra: Imp. Da Universidade, 1878; GUERRA, L. Figueiredo da - Guia de Viana do Castelo. s.l.: Tip. Commercial A. Aurora do Lima, 1923; LOURENÇO, Alves - Arquitectura Religiosa do Alto Minho. Viana do Castelo: s.n., 1987; LOURENÇO, Alves - Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho. Sep. da Rev. Caminiana. Caminha: s.n., 1984, nº 10, dezembro; MALHEIRO, Miguel, LEMOS, Francisco Sande, SAMPAIO, Liliana, NOGUEIRA, Sandra, ALBUQUERQUE, Beatriz - «Intervenções na Igreja Matriz de Viana do Castelo / Sé de Viana do Castelo» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 182-189; MARQUES, Cátia - «Mobiliário Monumental da Igreja Matriz de Viana do Castelo» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 116-123; MOREIRA, Manuel António Fernandes - Os Mareantes de Viana e a Construção da Atlantidade. Viana do Castelo: Câmara Municipal, 1995; OLIVEIRA, Marta - «Viana, a Sé» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 28-41; Relatório dos Trabalhos de Acompanhamento Realizados pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, ao Abrigo dos Protocolos com a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (1997 - 1999) (2001 - 2002), (Universidade do Minho), Braga, 2002; ROSAS, Lúcia Maria Cardoso - «O restauro da Matriz de Viana no século XIX» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 50-55; SERRÃO, Vítor - André de Padilha e a pintura quinhentista entre o Minho e a Galiza. Lisboa: Editorial Estampa, 1998; SERRÃO, Vítor - «André de Padilha e a pintura do Renascimento em Viana da Foz di Lima, 1517-1561» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 80-91; SOROMENHO, Miguel - Manuel Pinto de Vilalobos da Engenharia Militar à Arquitectura. Lisboa, 1991, vol. 1. Dissertação de Mestrado em História da Arte Moderna, apresentada à Universidade Nova de Lisboa; SOROMENHO, Miguel - «O alpendre da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz de Viana» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 166-171; SOROMENHO, Miguel - «Renovação urbana e arquitectónica entre os séculos XVII e XVIII: as reformas da Igreja Matriz» in Monumentos. Lisboa: Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 2005, nº 22, pp. 42-49; STATUA, Atelier de Escultura Conservação e Restauro - Relatório do Estudo sobre o estado de conservação da pedra da Igreja de Viana do Castelo Santa Maria Maior. Sintra, 1997; VALENÇA, Pe. Manuel - A Arte Organística em Portugal - depois de 1750. Braga: editorial Franciscana, 1995, vol. 2; VASCONCELOS, Maria Emília Sena de - Mestres, «Alunos e Aulas em Viana do Castelo». In Cadernos Vianenses. Viana do Castelo: Pelouro da Cultura da Câmara Municipal, 1984, vol. 8.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN, Carta de Risco; Arquivo Diocesano da Igreja Matriz de Viana do Castelo: Fundo da Irmandade das Almas (Livro de Inventário de Todas Alfaias, 1855; Livros de Inventário, 2 vols., 1743, 1809; Livros de Receitas e Despesas, 5 vols., 1673-1748, 1850-1880, 1881, 1882-1883, 1883-1884); Fundo da Irmandade de Nossa Senhora da Assunção (Livro de Acórdãos da Irmandade, 1869-1872; Livro de Receitas e Despesas, 1761-62 -1813; Livros de Inventário da Irmandade, 2 vols., 1762, 1763); Fundo da Irmandade de São Miguel (Livro da Despesa e Receita da Irmandade do Glorioso São Miguel, 1744-1803); Fundo da Irmandade de São Nicolau (Livro de Inventário da Fábrica da Irmandade do Glorioso São Nicolau, 1701, 1704; Livro de Rendimentos e Despesas da Irmandade do Glorioso São Nicolau, 2 vols., 1653-1693, 1638-1708); Fundo da Irmandade do Espírito Santo (Livros dos Acórdãos, 4 vols., 1687-1740, 1741-1777, 1777-1891, 1879-1893); Livro de Receita da Devoção de Nossa Senhora das Dores, 1893; Livro de Receitas e despesas da Capela e Inventário, s/d; Livro de Registo de Despesas, 1945-1951; Livros da Fábrica da Capela - Inventários, 2 vols., séc. XVIII, 1759; Livros de Inventário, 3 vols., séc. 19, 1898, 1933; Livros de Receita e Despesa, 12 vols., 1551-1593, 1672-1710, 1721-1724, 1747, 1878-1918, 1893-1903, 1906-1910, 1910-1925, 1924-1933, 1925-1933, 1933-1937, 1948-1952); Fundo da Irmandade do Santíssimo Sacramento (Livros dos Acórdãos, 2 vols., 1718-1752, 1803-1874; Livros de Inventário da Irmandade do Santíssimo, 6 vols., 1721-1722, 1818, 1859, 1860-1861, 1868, 1888; Livros de Receitas e Despesas, 12 vols., 1532-1550, 1570-1600, 1659-1700, vol. que começa em 1699, 1738-1773, 1779, 1814-1836, 1818, 1835-1865, 1836, 1870-1890, 1895; Livros particulares da Receita e Despesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, 2 vols.,1872-1918, 1888-1907); Fundo da Irmandade dos Mareantes (Compilador de documentos vários, séc. 16-18); Conta da Irmandade dos Mareantes de Monserrate, 1904-1918; Livros de Receitas e Despesas, 4 vols., 1802-1880, 1880-1905, 1908-1926, 1911-1922; Livros dos Inventários da Irmandade, vols. 1748, 1785, 1770, 1851); IAN/TT: Dicionário Geográfico, 1758, p. 875 - 879

Intervenção Realizada

1566 - limpeza e retoque do retábulo do Espírito Santo ($500), por Fernão de Brancas; 1586 / 1587 - reforma da primitiva casa do consistório do Espírito Santo (onde hoje se situa o corredor de acesso à tribuna e oposta à primitiva sacristia adossada à capela da Senhora da Graça) desde os alicerces, abertos pelo cabouqueiro de Afife, Álvaro Anes, sendo os responsáveis da obra, o pedreiro João Lopes, o Moço (23$150) e o carpinteiro João Domingues; 1604 / 1605 - a pedraria da capela do Espírito Santo é refeita por Domingos Dias, Luís Álvares, Diogo Martins e seu filho, Manuel Martins, Pedro Francisco, Rodrigo Gonçalves, seu companheiro, Gregório Dias e André Gonçalves (4$280); reforma do madeiramento, telhado e forro, com molduras e os cantos ornados por cordão, com talha, dos carpinteiros Francisco Gonçalves, o Velho e o Moço (6$534); 1623 / 1624 - renovação da capela do Espírito Santo, com conservação dos silhares das paredes por Belchior Pires e seu filho; conserto do telhado da sacristia e consistório por Pedro Gonçalves e rebocador João Gonçalves (4$960); arranjo das portas e janelas pelos carpinteiros Domingos Gonçalves e Pedro Gonçalves; 1640 - imaginário de Braga, António Luís endireita o retábulo de São Nicolau e executa painel relevado para o banco e duas cartelas para o remate (1$200), dourados por João Machado (40$000); 1641 - o carpinteiro da vila Miguel Barbosa, faz uma "varanda" para o remate (2$500), dourada pelo mesmo (9$900); 1648 - feitura de dossel de madeira, pelo carpinteiro Alexandre Ferreira, pintado por Cristóvão da Costa e pregado pelo serralheiro Jerónimo Fernandes, para proteger o Crucificado na capela de São Nicolau; 1651 - reforma do retábulo do Espírito Santo, por dois oficiais de Barcelos, colocando-se anjos no remate e pequenos anjos na estrutura (3$260); 1656 / 1657 - renovação do dourado do retábulo do Espírito Santo pelo mestre Francisco Fernandes (239$120); 1707 - reforma dos telhados e paredes de fora da capela, com novo madeiramento colocado por Francisco Gonçalves (97$780), onde trabalham os oficiais Manuel Pires Candastro, João Fernandes, João Álvares, Domingos Casado, Francisco Mendes, António de Afife, Francisco Antunes e filho; 1711 / 1714 - conserto da casa da Irmandade das Almas; 1715 - reforma dos retábulos de Nossa Senhora da Graça e São Bernardo por Manuel Ambrósio Coelho; 1719 - transformação de dois atlantes da tribuna do consistório do Espírito Santo em anjos tocheiros para o presbitério, pelo imaginário António de Azevedo, de Barcelos (19$840); 1720 - mudança do painel de Pentecostes do topo do retábulo do Espírito Santo para a boca da tribuna, tapando a imagem do Senhor dos Passos, com feitura de nova talha e molduras por Manuel Ambrósio Coelho (46$404); reforma do pavimento da tribuna, pelo torneiro Luís Barbosa; colocação de cintas de ferro para segurança do quadro do Espírito Santo; abertura da parede para correr o quadro pelo pedreiro António Martins da Portela; 1726 / 1727 - ampliação da casa da Irmandade das Almas, rasgada nova janela, feitura de escada exterior de acesso, pelo pedreiro João Álvares e carpinteiros Manuel Afonso, Vicente Álvares, Domingos Pinto e José Meira (150$000); 1728 - obras na capela das Almas, pelos pedreiro Bento Lourenço e carpinteiro Manuel Martins Conde, com colocação de azulejo e grade de ferro na zona superior do arco e na fresta (115$794), lajeamento do pavimento pelo pedreiro Manuel Afonso, colocação de lampadário de prata, no valor de 121$060, e de tarja de talha, feita por António Rodrigues Pereira e decorada pelo entalhador Domingos de Magalhães à entrada da capela; 1732 - douramento do retábulo-mor; 10 fevereiro - a Confraria dos Mariantes decide fazer duas portadas na capela, uma para o órgão e outra para o coro da mesma; 1736 - conserto dos foles e trombetas novas que se fazem, a cargo de João Borges de Araújo (5$960); 1739 / 1740 - arranjo da casa da Irmandade das Almas por Gualter Fernandes; 1738 / 1743 - execução da tulha sob sacristia do Santíssimo; 1742 / 1743 - reforma do Consistório do Santíssimo, com obra nos telhados, onde João Borges coloca novos canos pluviais, e no forro; 1743 / 1744 - Domingos Lourenço reforma os telhados da sacristia (8$680) e o do espaço onde se situava a escada de cantaria que ia para a tribuna da capela-mor; 1746 - reforma da torre do Espírito Santo, desenhada por Manuel Pinto de Vilalobos, Filho, com acrescento da estrutura; 1753 - assentamento de azulejo na sacristia do Santíssimo, por Domingos Lourenço; 1752 - pintura da caixa do órgão do Espírito Santo a charão vermelho e dourado (31$045); 1758 - o pintor Francisco Machado doura o retábulo da sacristia do Santíssimo (137$600); 1758 / 1759 - reforma do retábulo da capela de São Miguel por António Rodrigues Pereira, com douramentos de Manuel José de Gouveia (130$800); 1768 / 1769 - feitura de pavimento e forro da sala de reuniões da Irmandade de Nossa Senhora da Assunção pelo carpinteiro Simão Gonçalves; 1771 / 1772 - douramento do oratório da Virgem na sacristia da igreja; 1775 / 1776 - novo forro de castanho e madeiramento do consistório do Espírito Santo; 1797 - remoção dos azulejos seiscentistas da capela, sendo a mesma pintada; 1725 - afinação do órgão da capela dos Mareantes pelo mestre bracarense Paulo Borges de Araújo (1$000); 1811 / 1812 - Irmandade do Santíssimo paga conserto na tribuna da capela-mor; 1814 / 1815 - conserto do mecanismo interno e pintura do órgão dos Mareantes (441$162); 1818 - obras na capela-mor pelo carpinteiro Miguel Fernandes Moreira e retelhador Manuel Francisco Álvares; 1835 / 1839, entre - a Irmandade do Santíssimo paga o novo forro da capela-mor (3$225), a colocação do órgão num coreto no lado da Epístola (40$635), o conserto dos taburnos (5$265), a caiação pelo mestre Manuel (4$740); 1853 - pintura e douramento do órgão da capela-mor (142$800); 1857 - restauro da cobertura e forro da sacristia do Santíssimo (162$770); 1869 - Irmandade N. S. Assunção reforma a sala de sessões, aumentando-lhe a porta e pé-direito, faz a frontaria, rebaixa a claraboia e faz encanamentos para as águas pluviais (225$000); 1874, 4 março - a Junta de Paróquia da freguesia de Santa Maria Maior recorre a um empréstimo de 1.800$000, para a reconstrução da torre S., já terminada, e "reparar e restaurar o resto da frontaria daquele templo, cuja arquitectura denota antiguidade"; 1880, década - prosseguem as obras de revestimento, estucagem e pintura, ali trabalhando o pintor-cenógrafo, João Baptista do Rio, natural de Viana; 1900 / 1901 - conserto do órgão do Espírito Santo, pelo organista Manuel Maria Tristão (45$000); 1911 - desmontagem das grades da matriz; 1930 - restauro do arcaz da sacristia da Irmandade do Espírito Santo pela oficina de funileiro de Viana, de Joaquim Simões (970$75); 1940 - restauro do painel central do retábulo da capela da Consolação, por Carlos Mardel, para figurar na Exposição do Mundo Português; DGEMN: 1942 - desentaipamento de um arcosólio, compreendendo o arranjo do arco, rebocos e cantarias (2.500$00); arranque dos florões em ferro forjado dos arcos das naves, reparação de rebocos de cimento e areia (3.000$00); substituição da cobertura do braço N. do transepto por telha dupla (9.946$00), tudo pelo carpinteiro Júlio Gonçalves dos Santos; 1955 - pintura decorativa semelhante à existente no batistério; limpeza da rosácea; consolidação da torre N. e vedação da cúpula; construção da armação da cobertura da torre S.; execução da porta lateral da nave; limpeza e reparação das coberturas; 1957 - restauro do retábulo da capela da Consolação, com pintura do mesmo por Francisco Nicolau Ramos; 1958 - obras na capela lateral do transepto com substituição do pavimento de madeira por lajeado e pintura dos dois altares; arranjo do pavimento e picagem do reboco do absidíolo; 1959 - reparação dos caixilhos com madeira de castanho, pintura e colocação de vidros na torre N. e batistério; armação dos telhados com barrotes de madeira de carvalho e forro de castanho do Minho; chaceamento de tetos com barrotes de madeira de pinho seco; assentamento da porta lateral em madeira de castanho do Minho, ferragem e pintura; reparação da porta principal e ferragens; limpeza e caiação exterior da cúpula N., com abertura e refechamento de juntas do passadiço; abertura e refechamento de juntas do pavimento das sineiras da torre S.; limpeza e reparação de telhados da igreja e anexo, com construção do da torre S.; arranque do soalho e picagem de rebocos das paredes e abóbada da capela lateral do lado S.; reparação das vedações da ala lateral na sua ligação com a torre N., obras adjudicadas a Baganha e Irmão, do Porto, e da responsabilidade do arquiteto Alberto da Silva Bessa; Proprietário: 1963 - colocação de pedra de armas na Capela dos Fagundes; arranjo da cobertura da nave lateral N. e da capela de São Cristóvão; DGEMN: 1964 - instalação elétrica pelo engenheiro António Rodrigues da Costa (89.834$00); 1965 - levantamento da telha das naves central, lateral S., capela-mor, transepto S. e capela abobadada a N.; consolidação da armação da cobertura e substituição de peças por outras de castanho ou carvalho; assentamento da telha apeada, do tipo Marselha, substituindo-se a que faltava e de telhões; colocação de caleiras no beiral em chapa de zinco; picagem, reboco e caiação da abóbada e paramento das naves central e lateral S.; substituição da instalação elétrica; 1970, década - transferência do órgão para o coro-alto e entaipamento da tribuna; 1971 - instalação elétrica (130.000$00); instalação sonora; remoção de entulho da capela de Nossa Senhora das Dores; 1972 - colocação de telha nas coberturas, fornecida pela Fábrica Jerónimo de Campos, de Aveiro; 1973 - arranjo das coberturas da sacristia e anexo, com colocação de chapa de zinco nas caleiras; 1974 - obras de conservação interior; 1982 - construção de uma grade de ferro idêntica às existentes para a entrada lateral S.; reconstrução da tabeira em madeira de casquinha, consolidação do chaceamento em madeira de carvalho; colocação de placas de ardósia assente com pasta de cimento no rodapé do transepto N.; picagem do revestimento das paredes interiores das capelas N., capela-mor, colateral N., S. e nave, com abertura e refechamento de juntas e reboco dos paramentos; dedução de vãos de porta, fresta e vão na capela-mor; reconstrução de ombreiras, aduelas dos arcos e capitéis, obras da firma António Carvalhido; 1983 - retificação da instalação elétrica; picagem da cal, refechamento de juntas em arcosólios e nichos, com assentamento de azulejos coloridos em falta; reconstrução da padieira partida na colateral N.; tratamento das cantarias de arcosólios e frestas; 1984 - pintura de portas, caixilhos, grades e frestas; reconstrução da fresta da fachada lateral E., com reboco e impermeabilização, por António Carvalhido (1:089.000$00); 1985 - reparação de caleiras, caixilhos de ferro e pintura de paramentos exteriores; dedução de pilastras, cornijas e fresta na fachada lateral O., com picagem da torre e testeira da capela-mor; 1986 - pintura de paramentos exteriores; construção de grade de ferro na fachada O.; colocação de cantaria nas soleiras e ombreiras dos vãos; 1987 - eletrificação da capela do transepto do lado poente; pintura de madeiras e colocação de vitral do tipo catedral; construção de um alçapão na torre O.; construção de frontão de madeira de castanho no transepto do lado poente; caixilhos na sacristia e sala anexa; portinholas de madeira nos nichos da nave; retificação da ombreira de betão da capela de Nossa Senhora das Dores; tratamento de rebocos da capela-mor, sacristia e transepto poente; 1989 - trabalhos de beneficiação, eliminação de humidades e preparação prévia das superfícies para a futura recuperação de pinturas murais; 1990 - obras nas salas contíguas à capela-mor, com novas coberturas; recuperação da pintura da nave central completando as zonas em branco, pelo Centro de Conservação e Restauro da Santa Casa da Misericórdia de Viana (15:000.000$00); 1994 - restauro das pinturas murais na capela-mor; 1995 - obras de beneficiação interior; 1997 - tratamento dos paramentos exteriores, com pintura em todo o perímetro da igreja; tratamento dos vãos exteriores; revisão das coberturas; tratamento e restauro do soco existente na capela lateral S.; 2001 / 2002 - conservação dos pavimentos das naves, com acompanhamento arqueológico pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, no âmbito do protocolo com a DGEMN; levantamento desse pavimento e sua substituição *12; 2002 - elaboração de plano de intervenção abrangente para a conservação, beneficiação e valorização do imóvel pelo arquiteto Miguel Malheiro; elaboração de Carta de Risco; início da conservação e beneficiação das coberturas e paramentos verticais exteriores, incluindo a remoção da vegetação e pintura dos rebocos; substituição do pavimento do transepto e beneficiação do da capela-mor; 2002 / 2003 - conservação da capela de Nossa Senhora da Consolação: execução de rebocos interiores e nova rede elétrica; descoberta de nicho atrás do retábulo de Santa Ana e São Joaquim; transferência do ossário sob janela para o nicho e do retábulo para a ante-sacristia do Santíssimo; restauro e conservação do retábulo da capela: desinfestação e consolidação, remoção da pregaria oxidada, remoção de purpurinas; montagem do retábulo, criando zona de ventilação; tratamento da superfície policroma, com preenchimento de fissuras e lacunas, fixação da policromia destacada; levantamentos de vernizes e repintes; reintegração cromática com aguarelas e aplicação de verniz; reforço da mesa de altar; conservação e restauro da escultura em madeira dourada e policromada da Virgem; 2003 - beneficiação geral da cobertura na zona do transepto; consolidação da torre do campanário na fachada posterior; feitura de estrado para a instalação do cadeiral, atril e cadeira da presidência para a capela-mor e altar para o cruzeiro; novo guarda-vento; 2004 - conservação das coberturas; 2006 - última fase da conservação das coberturas (previstas); Direção Regional de Cultura do Norte: 2018 / 2019 - 2.ª fase da reabilitação da ala sul, num valor de 232 mil euros, compreendendo a instalação de um núcleo de receção e loja, e espaço expositivo.

Observações

*1 - a Irmandade era constituída por clérigos seculares e leigos, sendo, inicialmente, a capela mais curta, o topo coincidente com a atual zona das escadas do supedâneo, e mais baixa, ao nível da Capela de Santo Cristo. *2 - Segundo alguns autores, a lápide teria pertencido à primitiva ermida de Santa Catarina que os Mareantes possuíam nas imediações do Castelo de São Tiago e que, durante o reinado de D. Filipe III viria a ficar dentro dos muros da fortaleza. Este facto, teria levado o rei a indemnizar os Mareantes, oferecendo-lhes em troca, entre 1610 e 1614, a atual capela de Santa Catarina, e levaria à transferência daquele silhar para o local onde hoje se encontra. *3 - Existe a lenda que o grupo da Lamentação de Cristo Morto ter sido comprado em Inglaterra, por João Velho, por volta de 1524, em conjunto com paramentos, cálices e algumas relíquias, por ocasião das convulsões sociais, políticas e religiosas que sucederam à constituição do Anglicanismo como religião da Coroa, como resposta de Henrique VIII à vontade de Clemente VII. Um documento do Livro dos Legados da Confraria dos Mareantes, datado de 1656, afirma outra face da lenda dizendo que "imagem hé a tradição que a mandou o Papa Clemente VII a Henrique VIII, rei de Inglaterra, antes deste infeliz abraxar a heresia e dali veio resgatada para esta capela por um devoto portuguez, depois de introdozida a heresia naquelle Reino". *4 - Este tinha que seguir o modelo do retábulo existente na Capela de Pero Eanes de Caminha, figurando o Calvário, a Prisão de Jesus, o Cristo com a cruz às costas e a Ressurreição de Cristo, e ainda as figuras de Sete Bustos de Santos, não especificados, na predela. Pelo contrato, percebe-se que ainda não se sabia se se devia remover o "escabello" do retábulo e prover no espaço deixado livre a execução de sete figuras de meio corpo, ou se tal dispositivo seria mantido no lugar. *5 - Com a remodelação da capela, os túmulos dos Rochas passaram para os cantos da igreja, depois para o adro e mais tarde para o interior da igreja; fecho da capela com grades de ferro e cortinas. *6 - O retábulo possuía as imagens da Virgem com o Menino (a Senhora dos Remédios), dois bustos, correspondendo às Almas do Purgatório, um Crucificado e um São Sebastião, cuja irmandade se encontrava instalada no mesmo espaço. *7 - Em documento de 1656, refere-se o retábulo da capela, como tendo três corpos, dourado, tendo no primeiro andar a imagem do Pai Eterno, estofada, no seguinte, ao centro, a tribuna, com imagem de Cristo crucificado com resplendor de prata, novo, tendo a velha sido transferida para a sala do consistório; dentro do camarim tinha as imagens de Nossa Senhora do Calvário, São João Evangelista e Santa Madalena, em vulto e "pianha"; fora da tribuna, tinha ainda a imagem de São Telmo e São Lourenço, bem como o grupo escultórico de Cristo Morto, este rodeado por sete imagens, todas de vulto e estofadas, uma cruz de prata com o Santo Lenho e muitas relíquias; a sacristia tinha um arcaz em madeira do Brasil, encimado por um retábulo, expositório com várias imagens e, na ilharga dois espelhos, e ainda um grande guarda-roupa, onde se guardavam as pratas, e um arquibanco; o Livro dos Legados da Confraria dos Mareantes já refere um navio, vindo da Holanda, e que era transportado nas procissões. *8 - No Inventário de 1701, afirma que a Irmandade é constituída sobretudo por estudantes, tendo retábulo dourado, com banqueta de oito castiçais de prata e uma cruz do mesmo material e um lampadário de prata; ocupava capela desconhecida, mas talvez a segunda ou terceiras capelas do Evangelho, provavelmente partilhando o espaço com as Irmandades de Nossa Senhora da Luz e São José. Retábulo com gavetões laterais, decorados com ferragens, para arrumar a fábrica da Irmandade. *9 - No contrato, refere-se que seria um meio órgão, com caixa de castanho guarnecida com molduras, e almofadas, e nas ilhargas de talha aberta, com cobertura que abra ao tocar e torne a fechar; os foles metidos em baixo de pé e jogo de marfim , tendo dez registos iguais nas duas mãos: "flautado de 12 com os primeiros canos tapados, e onde suprir altura serão de estanho abertos; 8.ª do flautado, superior 8.ª, 5.ª - da 8.ª, sinco vozes, a saber = a primeira em c a 2.ª em J a 3.ª em 4.ª; a 4.ª em 3.ª a 5.ª em 5.ª; na mão direita, segue o mesmo, e demais hua voz a c, com seus tambores. *10 - Passou a ter 36 palmos, abrindo-se nela porta a O. e executando-se novo retábulo; execução de novos lampadários para a capela, fabricando-se três novos com a prata fundida de três lampadários antigos, um outro que estava em frente do Santo Cristo, a cruz grande que presidia ao altar-mor, seis castiçais grandes, à romana, e mais quatro pequenos; no adro N. da mesma capela, erigiu-se cemitério, designado do Anjo, devido à imagem do anjo Gabriel existente num nicho da parede do consistório, com capacidade para 30 campas; construir dois retábulos laterais e colocar o órgão em posição superior, num amplo coreto, no local onde se encontrava anteriormente um nicho de pedra dourada com a imagem de Nossa Senhora do Rosário com o Menino, sendo esta imagem transferida para um dos retábulos, o do lado da Epístola; ao instrumento foi acrescentado um novo flautado de 12. *11 - A Irmandade do Espírito Santo ampliou a capela, o espaço da capela da Graça foi transformado em sacristia e o espaço do consistório e sala anexa da tribuna, transformaram-se no atual estreito corredor; transferência da sala de reuniões para outro local, sobre a sacristia; a Irmandade das Almas teve de reformar todo o espaço; a Irmandade N. S. Assunção perdeu todos os bens que tinha na capela-mor, sendo obrigada a fazer nova imagem da Virgem (37$600 mais 19$950 pela coroa de prata); restauro da Senhora na sacristia (3$000). *12 - Durante o levantamento do soalho da igreja, verificou-se que se conservavam os apoios de granito dos barrotes de sustentação do soalho, formados por fragmentos de guias de granito do antigo sistema de pavimento em taburnos, por fragmentos de degraus e de cornijas; três das cabeceiras das guias eram gravadas na face superior com algarismos e a palavra "almas" - depositadas no núcleo museológico anexo. Sobretudo no lado NO. da nave, afloram granitos à superfície, com recortes retangulares na nave, correspondentes a caixas sepulcrais; identificaram-se cerca de dez fragmentos de ossos humanos sem contexto, profundamente revolvidos nos sedimentos. No sector NO. do transepto detetou-se uma caixa tumular in situ onde ainda estavam depositados restos osteológicos. A remoção do soalho do transepto permitiu salvaguardar os níveis arqueológicos que ficarão resguardados para futuras investigações, visto supor-se que, a partir dos 30 cm de profundidade, se conservem os primeiros enterramentos, sobretudo nesta área. *13 - A portaria de 19 de julho de 1961, fixa uma Zona Especial de Proteção conjunta à Igreja Matriz, Casa de João Velho ou dos Arcos e à Casa de Miguel de Vasconcelos.

Autor e Data

Paula Noé 1992 / Paula Figueiredo e Paula Noé 2004 / 2005

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login