Casa dos Monfalim / Edifício das Finanças de Viana do Castelo
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Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela |
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Arquitectura residencial, setecentista / oitocentista e do século 20. Casa senhorial torreada de planta rectangular a que se acrescentou no século 20 uma ala perpendicular, formando L invertido. Fachadas com cunhais apilastrados, percorridas por embasamento, terminadas em friso e cornija, as da torre rematadas com ameias decorativas com chanfro, e rasgadas regularmente, por vãos rectilínios, com molduras encimadas por friso e cornija, os do piso térreo gradeados. Na fachada principal os portais surgem nos extremos e na ala perpendicular surge um único ao centro, encimado por almofada de cantaria e janela de sacada. Fachada posterior com vãos irregulares, na sua maioria mais modernos. A decoração dos vestíbulos da Biblioteca e Finanças tem decoração dos anos 60 do séc. 20. |
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Número IPA Antigo: PT011609310253 |
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Registo visualizado 1504 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo torre
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Descrição
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Planta em L irregular com corpo torreado no ângulo direito onde forma recorte. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, as do corpo torreado alteadas relativamente às do restante edifício. Fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados, percorridas por embasamento de cantaria, e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beirada simples, rasgadas regularmente por eixos de vãos compostos por janelas de peitoril, molduradas, encimadas por friso e cornija recta e com caixilharia de guilhotina. Fachada principal virada a SO. de dois panos, o da direita corresponde ao corpo torreado, de três pisos, terminado em friso e cornija, com gárgulas de canhão nos cunhais, e rematado por ameias decorativas recortadas. A fachada é rasgada por cinco eixos de vãos, sendo os dos extremos compostos por portal de verga recta, moldurado, encimado por friso e cornija recta, e por janela de peitoril, igualmente moldurada e encimada por friso e cornija recta, com caixilharia de guilhotina; o pano direito, ao nível do terceiro piso, é rasgado por uma outra janela igual e, entre as janelas do segundo, surge brasão de família. Os panos que formam o recorte do L, correspondendo um à torre e outro à ala perpendicular, apresentam três e dois pisos, respectivamente, cada um deles rasgado por janelas de igual modinatura. Fachada lateral direita rasgada regularmente por nove eixos de vãos sobrepostos, o central constituindo variante, com portal de verga recta, encimada por almofada rectangular côncava e cornija, interligada a janela de sacada, de verga recta, encimada por friso e cornija recta, com guarda de ferro; o embasamento é rasgado por algumas frestas jacentes de arejamento. No topo desta ala abre-se ao centro um eixo de vãos semelhante ao central da fachada anterior, ladeado por duas janelas rectangulares jacentes, com verga alteada e terminada em cornija, e, no segundo piso, por janela de peitoril de moldura encimada por friso e cornija recta. Fachada posterior, correspondente ao ângulo interno do L, com fenestração muito irregular, a virada a NE. com porta rectilínea larga, sem moldura, e tês grupos de dois vãos rectangulares, e, no segundo piso, dois grupos de tríforas, os da direita longilíneos; a fachada virada a SE. é rasgado por vários vãos sequenciais e por dois vãos sobrepostos iguais aos do topo da fachada lateral direita. INTERIOR com salas rebocadas e pintadas de branco, pavimento em soalho e tectos de estuque. Pela porta do extremo esquerdo da fachada principal, acede-se à Biblioteca, por vestíbulo quadrangular a partir do qual se desenvolve escada de dois lanços, com paredes revestidas a mosaico cerâmico, tipo tesselas. Ao nível do segundo piso, existe vestíbulo protegido por guarda-vento envidraçado e ampla sala de leitura, separada do depósito, zona de arquivo e gabinetes de trabalho. Na ala perpendicular do L, onde está instalada a Tesouraria das Finanças, a partir do portal central, acede-se a vestíbulo rectangular, com pavimento em mármore com guias em preto formando quadrícula, e paredes igualmente revestidas a mármore; ao fundo possui amplo painel cerâmico policromo, com representação das principais actividades de Viana, a pesca e a vinha, tendo ao centro Nossa Senhora da Boa Viagem. |
Acessos
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Rua Cândido dos Reis, Rua Nova de Santana. WGS84: 41º41'39.85''N., 8º49'44.81''O. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado, de gaveto em pleno centro histórico, numa zona de expansão urbana a partir do séc. 16, e formando frente de rua, quer a nível da fachada principal, quer da lateral direita; possui passeio separador dos arruamentos e, no ângulo exterior do L, onde forma recorte, existe placa circular ajardinada com árvore central. A fachada lateral adossa-se à Casa dos Alpuim (v. PT011609310044), seguindo-se o Palácio dos Viscondes da Carreira ou Palácio dos Távoras (v. PT011609310004). Junto à fachada posterior desenvolve-se espaço, utilizado como parqueamento automóvel. |
Descrição Complementar
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Junto ao portal de acesso à biblioteca existe registo de azulejos monocromo azul sobre fundo branco com a inscrição BIBLIOTECA MVNICIPAL. O brasão da torre é esquartelado com as armas dos Cunhas no I quartel, de ouro, com nove cunhas de azul, postas 3, 3, e 3; dos Maciéis no II, partido, o primeiro de prata, com duas flores-de-lis de azul, uma sobre a outra, e o segundo também de prata, com meia águia de vermelho, estendida, movente da partição; dos Regos no III, de verde, com banda ondada e aguada de sua cor, carregada de três vieiras de ouro, com diferença; e as dos Barbosas no IV quartel, de prata, com banda de azul carregada de três crescentes de ouro e ladeada de dois leões afrontados e trepantes de púrpura, armados e lampassados de vermelho. É encimado por elmo comm paquife e quebra. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Política e administrativa: repartições públicas / Cultural e recreativa: biblioteca |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Alberto da Silva Bessa (1977); José Jorge Cavaco Carapeto (1966). |
Cronologia
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1531 - divisão de uns chão pertencentes à família Faguntes, o Arcipreste Rui Anes, pela abertura de uma nova rua, a de Santa Ana; séc. 16 - construção da casa por membro de família nobre de Viana, a de António Jácome do Lago; posteriormente, pelo segundo casamento da 5ª morgada D. Francisca de Barros Bezerra com Diogo da Cunha Rego, o palacete entrou para a Casa de Paredes; pelo casamento de D. Teresa Bezerra com Francisco Jácome do Lago, uniram-se duas das mais importantes famílias de Viana, a dos Morgados de Paredes e dos Morgados da Piedade; por vários casamentos, a casa veio a pertencer à 3ª marquesa e 4ª condessa de Terena, que casou com o seu tio materno D. Filipe de Sousa Holtein, 1º marquês de Monfalim; posteriormente a casa foi vendida; 1759 - data da planta da vila de Viana, do Engenheiro José Martins, indo o palácio é representado no alinhamento do Palácio dos Távoras e dos Alpuins, como se fosse uma fachada única e tendo em cada um dos extremos uma torre, podendo-se assim pensar que a torre do palácio Monfalim data do séc. 17 / 18; 1868 / 1869, entre - data da Carta Cadastral da Cidade de Viana, onde o imóvel é representado com planta rectangular e tendo na fachada posterior quinta; 1879 - adaptação a Hotel Central, pelo designado "Caroça"; 1892 - tomada de posse do hotel por António José Cerqueira, que depois é mantido pela sua viúva; séc. 19 - enquanto foi Secretário-Geral do Governo Civil, viveu no hotel Guerra Junqueiro, dizendo-se que foi nas suas águas-furtadas que escreveu o livro "Os Simples"; séc. 19 / 20 - provável construção da ala perpendicular do L; 1940 - encerramento do Hotel Central; 1966, posterior - transferência da Biblioteca Municipal no 2º piso do palácio, após obras de adaptação do espaço, com projecto do Arquitecto José Jorge Cavaco Carapeto; 1977 - data do projeto de adaptação do edifício do Hotel Central a Repartições Públicas da Câmara de Viana do Castelo, elaborado pelo arquiteto Alberto da Silva Bessa. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; embasamento, molduras dos vãos, pilastras, frisos, ameias, brasão e outros elementos em cantaria de granito; portas e caixilharia de madeira; janelas, guarda ventos e divisórias em vidro simples; grades e guardas de ferro; algerozes metálicos; pavimentos em cantaria, mármore e soalho; paredes dos vestíbulos revestidas a mosaicos cerâmicos e a mármore; painel cerâmico policromo; cobertura em telha. |
Bibliografia
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ALPUIM, Maria Augusta d', VASCONCELOS, Maria Emília de, Casas de Viana Antiga, Viana do Castelo, 1983; NUNES, Henrique M. Barreto, Uma Biblioteca para Viana, Cadernos Vianenses, vol. 11, Viana do Castelo, 1988, p. 97 - 109. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1977 - obras de adaptação do edifício do Hotel Central a Repartições Públicas da Câmara de Viana do Castelo. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2008 |
Actualização
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