Mosteiro do Crucifixo / Mosteiro das Francesinhas

IPA.00034032
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 
Arquitetura religiosa, seiscentista e barroca. Mosteiro feminino de clarissas capuchinhas, da jurisdição do ordinário composto por igreja e zona regral desenvolvida a SO. e a NO, de planta retangular irregular, desenvolvido em torno de claustro e pátio, tendo a cerca a O.. Igreja composta por nave e capela-mor, a primeira antecedida por um endo-nártex, com duas capelas, encimado pelo coro-alto, tendo adossada, à parede testeira, a sacristia de fora. Nave com capelas laterais, com talha do estilo barroco nacional, encimadas por apainelados de talha, integrando pinturas com cenas da vida de São Francisco e Santa Clara. Confrontantes, dois púlpitos. Arco triunfal de volta perfeita, encimado pelas armas da padroeira, contendo retábulo-mor de talha pintada, barroco joanino. A zona regral desenvolve-se em torno do claustro principal, de dois pisos, ambos com arcadas, tendo poço central. No claustro de baixo, surgem a portaria, roda, locutório, todos com acesso por um pátio, onde se situa a casa da veleira e que acede à casa do capelão, a casa de lavor, livraria, refeitório e cozinha. No piso superior, o ante-coro, coro-alto, com sacrário e acesso por tribuna, os dormitórios e a enfermaria. A cerca possui várias capelas.
Número IPA Antigo: PT031106171732
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  

Descrição

Planta retangular composta por igreja e zona regral adossada ao lado esquerdo, com pequeno pátio e anexos adossados a NO., desenvolvendo-se a cerca na fachada posterior e a S. do cenóbio (FOLQUE, planta 41). IGREJA com entrada pelo Caminho Novo, de planta poligonal composta por nave, antecedida por amplo vestíbulo, e capela-mor. Fachadas rebocadas e pintadas, com panos definidos por pilastras de cantaria, assentes em altos plintos paralelepipédicos e salientes, rematadas em frisos e cornijas, rasgadas por vãos retilíneos com molduras simples em cantaria (Foto, PT/AMLSB/JBN/000276). Fachada principal virada a SE. (FOLQUE, planta 41), de três panos, o central rasgado por portal axial acedido por escada de pedra, de dois lanços, sendo o portal escavado, em arco de volta perfeita, que enquadram a porta de verga reta, encimada por bandeira e ladeada por duas janelas, tendo tímpano ornado por relevo (Foto, PT/AMLSB/JBN/000276), representando Santa Clara a receber a regra, flanqueada por Santo António e São Francisco, encimadas pelas armas franciscanas (SIPA, foto n.º 00506523). O portal está ladeado e encimado por duas janelas; nos panos laterais, duas janelas sobrepostas. Sobre a empena reta, é visível a empena da igreja, rasgada por óculo circular. No cunhal direito, as armas da fundadora. Fachada lateral direita com pano do lado esquerdo correspondente ao coro-alto, com duas janelas, sucedendo-se o portal lateral, de verga reta e moldura simples, rematado por friso, cornija, que sustentam frontão e pináculos a centrar um nicho; surgem, ainda, duas amplas janelas em capialço e, no extremo direito, duas janelas retilíneas (Foto, PT/AMLSB/JBN/000276). O portal acede ao vestíbulo abobadado e com duas capelas confrontantes com retábulos de talha dourada e painéis com a Paixão de Cristo, envolvidos por azulejo e cimalha de pedra (Mosteiros, p. 464); os painéis representam a Flagelação de Cristo e Cristo a caminho do Calvário (TIÇÃO, Doc. 28). Nave com paredes em cantaria, tendo superiormente, sobre um friso de cantaria três quadros de cada lado da nave (TIÇÃO, Doc. 28), os do Evangelho com cenas da vida de São Francisco e o oposto com cenas da vida de Santa Clara (Mosteiros, p. 464); sobre a grade do coro-alto, as pinturas da Trindade, a Morte de Santa Clara e a Morte de São Francisco (TIÇÃO, Doc. 28). Possui teto abobadado (TIÇÃO, Doc. 28) com pintura formando quadraturas e ramos de flores e, no meio, um Crucificado, São Francisco e Santo António; pavimento da nave com lajeado branco e negro (Mosteiros, pp. 464-465). Confrontantes, dois púlpitos com bacias de pedra e guarda balaustrada, em ébano (TIÇÃO, Doc. 28) e quatro capelas com arcos de pedra lavrada e retábulos de talha dourada, de um eixo formado por colunas torsas, que se prolongam em arquivolta, dedicadas ao Santo Cristo e São João Batista (Evangelho) e a da Sagrada Família e Santo António (Epístola) (Mosteiros, p. 464), uma delas reformada na segunda metade do séc. 18, à romana (TIÇÃO, Doc. 28). A Capela de Santo Cristo possui várias lâmpadas (BARBOSA, p. 76). Estão protegidas por teias torneadas, de ébano, com balaústres de embutidos (Mosteiros, pp. 464-465). Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas de fustes almofadados, sobre plintos paralelepipédicos jacentes, também almofadados, tendo, no fecho, as armas da fundadora, com o pano superior revestido a azulejo; está ladeado por dois nichos de talha dourada, de volta perfeita e ladeados por pilastras e duas colunas torsas, que se prolongam formando duas arquivoltas, a exterior torsa, encimado por decoração de acantos enrolados, contendo as imagens de São Francisco (Evangelho) e, no lado oposto, Santo António (COELHO, p. 102). Capela-mor com cobertura em falsa abóbada, revestida de pedraria de várias cores, sendo as paredes laterais revestidas a pedra negra, rasgadas por quatro janelas confrontantes, sob as quais surgem quatro portas, sobrepujadas por frontões triangulares (Mosteiros, p. 463 e COELHO, p. 102). Sobre supedâneo de cinco degraus, a mesa de altar, paralelepipédica, surgindo, na parede testeira, o retábulo de talha pintada, com corpo de planta convexa e um eixo definido por duas colunas de fustes lisos e capitéis coríntios e por dois apainelados côncavos; ao centro, tribuna de perfil contracurvo, contendo trono expositivo de cinco degraus, encimado por baldaquino. A estrutura remata em frisos, cornijas e frontão semicircular, encimado por espaldar contracurvo e decorado pelas armas franciscanas, ladeado por anjos de vulto. Sobre o altar, sacrário em forma de templete, com colunas laterais e remate em cúpula, ladeado por nichos de volta perfeita e pelas portas da tribuna e sacristia, encimadas por espaldares curvos e cornijas, possuindo sanefas de lambrequins (COELHO, p. 102). Sacristia com teto em estuque e paramentos revestidos a azulejo, iluminada por janela com conversadeiras. Tem arcaz de madeira de pau-santo com 15 gavetas e ferragens de bronze dourado; possui espaldar de madeira com nicho central, ladeado por colunas e possuindo apainelados que integram espelhos e, nos topos, painéis a representar Cristo atado à coluna e Cristo coroado de espinhos. Possui dois armários com portas almofadadas e um lavabo de pedra e os paramentos estão revestidos a azulejo (Mosteiros, p. 466). O lavabo é composto por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas almofadadas com fecho saliente e remate em friso e frontão interrompido por cruz, depositado no Museu do Carmo (SIPA, foto n.º 00506525). ZONA REGRAL composta por vários corpos desenvolvidos em torno do claustro principal e de um pátio, sendo o claustro de cantaria, com dois andares de arcadas, o inferior em arcos de volta perfeita e os superiores em arcos abatidos (TIÇÃO, Doc. 28) e guardas metálicas, possuindo poço central. No claustro de baixo, a portaria, roda e locutório (Mosteiros, p. 469), este protegido por uma grade com bicos de ferro para fora e ralo para dentro, coberto por dois panos negros. (Mosteiros, p. 473). Estas dependências têm acesso pelo Pátio das Francesinhas - onde surge a casa da veleira (TIÇÃO, Doc. 28) -, sacristia (com três compartimentos), noviciado com quadros e uma capela dedicada a Santa Catarina de Bolonha, com uma imagem de vulto; sucede-se a rouparia e casa de lavor, tendo, fronteira, a livraria com livros espirituais; segue-se o antigo coro, com o presépio e um corredor para a casa do lavabo e refeitório, com bons painéis, representando a Multiplicação dos pães, Última Ceia, Lava-pés e o Juízo Final, tendo numa das paredes três janelas viradas para a cerca com quadros a representar Santa Clara, Santa Engrácia, Fuga para o Egito. Junto, a cozinha com mesas de pedra e pavimentado lajeado, com pia de lavagens e três para despejos e uma zona para a lenha. Segue-se o refeitório das Fracas, para as que praticam jejum perpétuo, com arrecadação (Mosteiros, pp. 469-470). A anteceder o refeitório, o lavabo, em cantaria de calvário, composto por espaldar rematado por friso e cornija, encimado por tabela e aletas, rematando em frontão interrompido; o corpo é tripartido, possuindo três almofadas com bicas em forma de carranca, que vertem para tanque retilíneo e de bordo saliente (SIPA, foto n.º 00506525). Junto, uma casa grande com seis tanques de pedraria e hum maior que recebe a água e a reparte pelos demais, para lavagem de roupa das religiosas (Mosteiros, pp. 469-470). No piso inferior, surgem, a N., duas capelas de embrechados, dedicadas a São João Baptista e a Santo Onofre, e uma com uma pintura de Santo António (TIÇÃO, Doc. 28). No piso superior, o Ante-coro, de planta quadrangular com teto em gamela e paredes com silhares de azulejo, tendo, a O., uma porta, duas janelas (TIÇÃO, Doc. 28) e quatro capelas, a de Cristo Crucificado, com o Senhor morto e a de Nossa Senhora da Conceição (Mosteiros, p. 468), Nossa Senhora da Soledade e São Sebastião (TIÇÃO, Doc. 28). Tem um amplo arco de acesso a uma escada de oito degraus, que liga ao coro, com teto pintado, possuindo cadeiral com 70 lugares, em madeira de bordo, entalhada, encimado por espaldar com painéis pintados com a representação da vida da Virgem, envolvidos por molduras de talha dourada, sendo os demais paramentos revestidos a azulejo (Mosteiros, p. 468), a azul e branco (BARBOSA, p. 77). As janelas têm molduras de talha e, no centro, uma estante em pau-preto, assente em sereias do mesmo material. Sobre a grade, um sacrário com trono de talha dourada, estando integrado numa roda de cristais que é renovado pelo padre confessor com acesso através da parede da igreja; a porta está ornada por Cristo Redentor, encimado por um pelicano (Mosteiros, p. 468). Num dos lados do coro, o confessionário (BARBOSA, p. 77). Nos remates das cadeiras, duas imagens de vulto, Santa Teresa e São João Capristano. Diante da grade do coro, uma sacada de pedraria assente em modilhões e, na extremidade, grades de ébano (Mosteiros, p. 468). Nas paredes a representação da Adoração dos Magos, Virgem com o Menino, Apresentação do Menino a São Francisco, Menino entre os Doutores, Anjo, Apresentação no templo, duas Natividades, Anunciação, Esponsais da Virgem, Anjo, Visitação, Circuncisão e Fuga para o Egito. Em frente da porta, um altar com a Mater Dolorosa e, no coro, os túmulos de D. Maria Francisca e da Infanta D. Luísa Isabel. Possui cinco oratórios, dedicados ao Menino Deus e Cruz do Santo Lenho (TIÇÃO, Doc. 28), estes a ladear a grade, tendo, confrontantes (BARBOSA, p. 77), o Sagrado Coração de Jesus e o Sagrado Coração de Maria e, sobre a cadeira da abadessa, o de Nossa Senhora da Paz. Junto à saída, uma porta para escadaria com 31 degraus, de acesso à sineira (TIÇÃO, Doc. 28) e a Capela de Nossa Senhora do Carmo (BARBOSA, p. 78). Sucedem-se dois dormitórios, grandes e, no fim destes, a enfermaria, vizinha a uma dispensa e um lavatório; refeitório para as convalescentes e uma capela junta à enfermaria, dedicada a Nossa Senhora da Saúde. Das celas, corredor com porta para o claustro e para a cerca, para divertimento dos doentes, havendo uma capela e uma casa grande para as doentes não acamadas, onde se diz missa diária (Mosteiros, pp. 468-469). A enfermaria tem cinco celas, cada uma com três camas cada (BARBOSA, p. 79). Na zona da Convalescença, uma capela dedicada a São Pedro, surgindo, nos dormitórios, as capelas de Nossa Senhora dos Prazeres, fundada pela Infanta D. Isabel, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Graça (TIÇÃO, Doc. 28). No topo da ala, a Casa das Eleições com a Capela de Santa Clara, revestida a azulejos da vida do orago e altar de embrechados, onde se diz missa para as doentes e onde está instalado o comungatório e confessionários para as mesmas (BARBOSA, p. 79). Nas alas superiores do claustro, os nichos do Senhor no Horto, Ecce Homo, Senhor Preso à coluna, Senhor sentado na pedra fria, Senhor da Cana Verde, Senhor dos Passos, todos protegidos por vidraças, tendo a Capela do Calvário, revestida a azulejo, com o teto com anjos e ornada por painéis pintados e gravuras, tendo portas de ligação para as tribunas da capela-mor e igreja. A Capela dos Anjos possui teto pintado a óleo com ornatos que centram São Francisco a receber o estigma, tendo, sobre o altar, uma pintura de São Francisco a entregar o hábito a Santa Clara e quadros laterais, representando o Senhor Morto, Virgem, Santa Maria Madalena, São João Baptista e Pentecostes (TIÇÃO, Doc. 28). No terraço que abre para o Caminho Novo, surgem duas capelas dedicadas a São João Baptista e a São Pedro, ambas com tetos de madeira, pavimentos em lajeado e azulejos com cenas das vidas dos oragos. Fronteira, a Capela da Madalena, com teto abobadado e pavimento em pedra e tijolo, com azulejos figurativos. Na Calçada da Estrela, um portão de acesso a um terreiro, onde se acha a casa da veleira e uma de acesso ao cenóbio, com dois andares. A cerca é composta por horta, árvores de fruto, semeadura, tanque em alvenaria com água encanada a partir de um poço, protegido por telheiro, e que também abastece o edifício. À frente da Calçada, um prédio com portão e pátio, contendo um poço, que acede a um edifício onde habitam os serventes, o confessor e o capelão, abrindo para um prédio rústico com semeadura, árvores de fruto e latada (TIÇÃO, Doc. 23).

Acessos

Rua das Francesinhas; Calçada da Estrela; Rua Miguel Lúpi

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado numa das colinas de Lisboa, com forte declive, a que se adapta, situado entre o Mosteiro das Inglesinhas (v. PT031106170818), a S., surgindo, no lado oposto, o Mosteiro de São Bento (v. PT031106170254); encontra-se nas imediações do antigo Mosteiro da Esperança (v. PT031106371733). Surgia no local onde se ergue, atualmente o Parque de Bento de Jesus Caraça.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Demolido

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Mateus do Couto, Sobrinho (1667, 1697). MARCENEIRO: Armanias Martins Graça (1902); Manuel Ramalho (1673). PEDREIRO: Lourenço Gonçalves (1699). PINTOR DE AZULEJO: Garcia Ramíres (1691).

Cronologia

1665, 13 maio - início das conversações para o casamento de D. Afonso VI com D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, instigado por Isabel de Vândome; na sequência das mesmas, é manifesto o desejo da construção de um mosteiro feminino de franciscanas capuchas em Portugal, iniciando-se conversações com a Madre Maria de Santo Aleixo, professa do Mosteiro em Paris, que viria a ser a primeira abadessa do Mosteiro de Lisboa; 16 setembro - é decidido que partem de Paris as religiosas Maria de Santo Aleixo, Isabel de São Paulo, Antónia de Santa Cruz, Amata de Santa Clara, Honorata de Jesus e Madalena de São Francisco (TIÇÃO, Doc. 1); 1666, abril - licenças do Papa e do Provincial dos Capuchos para a fundação de um Mosteiro em Lisboa; junho - a rainha vem para Portugal, trazendo quatro religiosas capuchas; 22 junho - nomeação de Fr. Gabriel de Serant para confessor das religiosas; a Madre Maria de Santo Aleixo é nomeada como prelada do cenóbio; agosto - as religiosas recolhem-se no Mosteiro da Quietação, no Calvário; 15 outubro - autorização régia para a fundação do Mosteiro; 1667, 20 fevereiro - aquisição de terrenos a Maria Madalena Freire e a Luísa Dias, terras aforadas aos Mosteiros da Esperança e das Inglesinhas, estas indemnizadas à custa do Erário Régio, por 1:600$000; 26 fevereiro - aquisição de um terreno a Luísa Dias por 650$000; 03 março - o Cabido autoriza a fundação do Mosteiro; início da construção, provavelmente segundo o risco de Mateus do Couto, Sobrinho; as religiosas instalam-se no Mosteiro da Esperança; abril - as religiosas instalam-se num anexo construído na cerca do futuro cenóbio, dependente da Nunciatura; 03 maio - lançamento da primeira pedra do templo; 1668, 20 outubro - as religiosas começam a receber a dotação real, de 250$000 para a alimentação e 45$680 para a compra de outros géneros; 1669, 16 setembro - carta do Papa a autorizar a fundação do Mosteiro (TIÇÃO, Doc. 1); 1673, 19 junho - contrato entre as religiosas e o marceneiro Manuel Ramalho para a feitura do cadeiral do coro (FERREIRA, vol. II, p. 548); 13 agosto - profissão da primeira noviça, Maria de São José (TIÇÃO); 1674 - o Santíssimo é colocado na igreja e as religiosas entram no novo edifício; Madre Maria de Santo Aleixo adquire uma pintura a representar o Banquete do Deserto, colocado no refeitório, por 100$000; 1678, 13 março - os Capuchinhos deixam de administrar o cenóbio (BARBOSA, p. 196); 1683, 18 março - aquisição de uma quinta ao Conde de Vila Verde, para o qual contribuiu a rainha com 260$000; 27 dezembro - falecimento da rainha; 1690 - falecimento da filha da rainha, D. Isabel, sendo os corpos de ambas sepultados no coro da igreja, pois a capela-mor ainda não estava concluída; 1685, 06 julho - profissão de Engrácia Arcângela da Glória, doando os quadros da Última Ceia, Lava-pés, Juízo Final, Santa Clara, Santa Engrácia e Fuga para o Egito, colocados no refeitório; 1691 - pintura dos azulejos de figura avulsa para as escadas, por Garcia Ramíres; no tempo da Madre Cecília de São Francisco, o Santíssimo é transportado para a Igreja; 1694, 24 março - a igreja encontra-se terminada; 30 março - D. Pedro II institui a obrigação de três missas diárias pelas almas da rainha e da infanta; 1696, 24 setembro - primeiro registo de entrada na Irmandade do Santíssimo Crucifixo (TIÇÃO, Doc. 7); 1697 - numa avaliação curricular de Mateus do Couto, Sobrinho, é referido que se encontrar a construir o mosteiro, tendo enorme trabalho e emendas sobre o que já se achava construído (COELHO, p. 105); 1699, 19 outubro - testamento de Lourenço Gonçalves referindo que efetuou obras de pedraria no Convento (COUTINHO, p. 399); 1707, 05 outubro - testamento de Ana Armanda Duverger, onde revela a intenção de se fazer sepultar junto à Capela do Bom Jesus, de gora juiz e para o que deixa 50$000 (TIÇÃO, Doc. 11); dezembro - é sepultada na igreja D. Ana Armanda Duvergen, amante do rei D. Pedro II, com autorização do monarca; o retábulo-mor e os túmulos de D. Maria Francisca e da filha ainda não estão terminados; existem 33 religiosas e nenhumas serviçais, fazendo elas todo o trabalho; 1709 - D. João V dota o Mosteiro com 100$000 anuais; 1736 - a tutela do Mosteiro passa para os Franciscanos; 1739, 23 abril - a Bula de Clemente XII entrega o mosteiro ao arcebispo de Lisboa; 1748 - a capela-mor encontra-se em obras, estando os túmulos da rainha e princesa no coro, um no princípio e outro na zona fundeira, ambos provenientes do coro velho; 1755, 01 novembro - o terramoto não afeta significativamente o edifício; 1758, 27 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco de Santos-o-Velho, Gonçalo Nobre da Silveira, é referido o Convento, que tem como padroeiro a Coroa; 1733 - os príncipes são protetores do Mosteiro; 1748 - é referida a sacristia de dentro, situada no piso térreo do claustro, contendo várias relíquias; 1822 - sepultura na igreja do Almirante Mariz Sarmento; 1833 - segundo Luís Gonzaga Pereira, a igreja possuía as imagens dos Santos Padroeiros na capela-mor, surgindo quatro no corpo da nave, entre as quais um Crucificado; na zona superior da igreja, vários quadros; 1856 - avaliação e inventariação do Mosteiro, tendo o edifício e a cerca sido avaliados em 5:200$000; 1859, 28 fevereiro - primeiro inventário dos bens do Mosteiro (TIÇÃO, Doc. 19); vivem no cenóbio 14 religiosas, 2 pupilas, uma delas sustentada pelo Mosteiro de Lamego, uma recolhida e um confessor, um capelão, um sacristão, veleira, caseiro, comprador e lavadeira (TIÇÃO, Doc. 20); 02 dezembro - inventário e avaliação do edifício; 1873 - intenção de instalar no local o Palácio da Justiça; 1884, 23 julho - cedência do edifício ao Asilo para Educação de Costureiras e Criadas, fundado a 15 de abril de 1835, a cargo das Irmãs Hospitaleiras; 1884 - 1885 - obras no edifício para adaptação a Asilo, com a construção de uma escada e uma vedação, tendo-se aterrado um caminho (TIÇÃO, Doc. 25); 1886, 12 abril - aprovação dos estatutos do Asilo; 1888 - o Asilo recebe mobiliário procedente do extinto Mosteiro da Esperança, pedidos pela Viscondessa de Carvalho; 1889, 09 março - as Irmãs Hospitalárias, instaladas no local, solicitam a cedência de vários objetos existentes no extinto Mosteiro da Esperança (v. PT031106371733), recebendo uma Santa Clara de madeira estofada e um São Francisco de Assis, um Menino Jesus de pasta, num berço de madeira pintada de encarnado, um Menino Jesus com rosto em cera, numa maquineta de talha dourada, uma Santa Rosa de Viterbo de madeira, uma maquineta de madeira prateada com quadro a óleo e um Senhor atado à coluna, pintado a óleo e com moldura pintada (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10); 1890, 09 março - extinção do Mosteiro com a morte da última religiosa, Madre Henriqueta Maria da Conceição; 20 março - a Fazenda Nacional toma posse do edifício e dos bens; 25 abril - o edifício é entregue ao Asilo; 24 outubro - pedido do antigo capelão para continuar a utilizar a casa onde habitava (TIÇÃO, Doc. 35); 13 novembro - entrega das chaves da igreja ao Padre Joaquim Lourenço Leitão, representante do Patriarca; 1891 - entrega da igreja e objetos de culto ao Asilo (TIÇÃO, Doc. 50); 1896, 16 junho - a Direção de Faróis apresenta um orçamento para obras a realizar no Asilo, com recuperação dos telhados e colocação de vidraças, por 4:420$000 (TIÇÃO, Doc. 54); 1902 - entrega ao pároco de Lousa do órgão e de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição (TIÇÃO, Doc. 61); 1909, 23 abril - o sismo de Benavente afeta a igreja, sendo o templo fechado ao culto; 1910, 20 janeiro - pedido de autorização para a aquisição de madeira para consertar um telhado que desabou (TIÇÃO, Doc. 64); 1911 - na sequência da implantação da República, as Irmãs Hospitaleiras são expulsas e a cerca passa a ser utilizada pela PSP, com um posto de comando construído no local da antiga Capela de Santa Maria Madalena; na Capela de São João Baptista, da cerca, é implantado um posto de vacinação; 10 maio - decisão de demolir os edifício pela Direção-Geral de Obras Públicas e Minas, sendo o espólio recolhido pela Academia de Belas-Artes e pela Associação dos Arqueólogos Portugueses; 1912 - envio dos quadros de D. Maria Francisca Isabel de Sabóia e da filha para o Museu dos Coches; abril - leilão do espólio restante; trasladação dos túmulos reais para o Panteão de São Vicente; 1915, 05 março - ata da seção de Arqueologia Lisbonense referindo a deslocação de peças para o Museu do Carmo (TIÇÃO, Doc. 74); 1922 - cedência da decoração da porta travessa do templo pelo Instituto Superior de Comércio de Lisboa ao Museu do Carmo (TIÇÃO); 1931, 10 dezembro - cedência de uma parcela de terreno à Câmara Municipal de Lisboa pela Direção Geral de Saúde (TIÇÃO, Doc. 74); 1949 - Cristino da Silva projeta um jardim para o local; setembro - a Câmara Municipal de Lisboa recebe a gestão do espaço; 1959 - construção da esquadra da PSP no local de uma das antigas capelas da cerca (TIÇÃO, foto 41).

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

Altas da Carta Topográfica da cidade de Lisboa sob a direcção de Filipe Folque: 1856 - 1858. Lisboa: Arquivo Municipal de Lisboa, s.d.; BARBOSA, D. Joseph - Historia da Fundação do Real Convento do Santo Christo das Religiosas Capuchinhas Francezas. Lisboa: Officina Francisco Luis Ameno, 1748; COELHO, Teresa Campos - Um concurso para o provimento do lugar de Arquitecto das Ordem Militares - a propósito de um curriculum do Padre Francisco Tinoco da Silva. Monumentos. Lisboa: Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 1997, n.º 7, pp. 102-107; COUTINHO, Maria João Fontes Pereira - A produção portuguesa de obras de embutidos de pedraria policroma (1670-1720). Lisboa: s.n., 2010, 3 vols. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, texto policopiado; FERREIRA, Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva - A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os Artistas e as Obras. Lisboa: s.n., 2009, 3 vols. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, texto policopiado; História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1972, vol. II; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando - Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1974; PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1927; TIÇÃO, Álvaro Manuel Parreira da Rocha - O Antigo Convento do Santo Crucifixo ou das Francesinhas em Lisboa: História, Arte e Memória. Lisboa, s.n., 2007, 2 vols. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, texto policopiado; VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vol. I.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DRMLisboa, CMLisboa: Arquivo Fotográfico, PT/AMLSB/JBN/000276

Documentação Administrativa

DGLAB/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças / Conventos extintos, Convento da Esperança, caixa 1957, capilha 2 e caixa 1959, capilha 10

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1755 - conserto da imaginária existente no coro; 1756 / 1757 - várias obras de carpintaria no Mosteiro; 1757 - conserto das madeiras da capelinha por $240 e do Menino do Presépio do coro por $260; conserto do relógio por 1$200 e compra de cordas para o mesmo por 1$500; conserto de castiçais por $420; conserto da lâmpada por 1$200; conserto do sino por 1$600 (TIÇÃO, Doc. 13); 1902 - reparação da teia da igreja por Armanias Martins Graça por 34$600 (TIÇÃO, Doc. 60).

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2012

Actualização

 
 
 
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