Edifício na Avenida Elias Garcia, n.º 22

IPA.00024636
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 
Edifício residencial multifamiliar e comercial contemporâneo, da década de 1960. Edifício em altura e no regime de arrendamento comercial, de iniciativa privada, sem intervenção estatal
Número IPA Antigo: PT031106231174
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial multifamiliar  Edifício  Edifício residencial e comercial  

Descrição

Acessos

Avenida Elias Garcia, n.º 22. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,739828, long.: -9,144052

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: edifício residencial e comercial

Utilização Actual

Residencial: edifício residencial e comercial

Propriedade

Privada

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Manuel Maria Cristóvão Laginha (1919-1985), Pedro Braancamp Freire Cid (1925-1983), João de Barros Vasconcelos Esteves (n. 1924). ESTABILIDADE: Eng. Manuel Couto. CONSTRUÇÃO: Sociedade de Construções H. Hagen Lda.

Cronologia

1959, Julho - o requerente Eduardo Igrejas apresenta e faz aprovar na Câmara Municipal de Lisboa um projecto para construção no terreno respeitante aos antigos números 44 e 46 da Av. Elias Garcia, o qual não é, contudo, concretizado (AML.Arquivo Intermédio Proc. 37.406/59); 1960, 10 Dezembro - o Arq. Manuel Laginha dirige a Eduardo Igrejas uma proposta para elaboração dos estudos necessários à construção de um prédio para habitação de rendimento na Av. Elias Garcia n.º 46, divididos em duas fases: na primeira, o projecto para um imóvel com garagem em rés-do-chão e cave, 6 andares com um fogo idêntico por andar e a habitação da porteira na cobertura; na segunda fase, o aditamento ao projecto para ocupação do terraço da cobertura com um "andar recuado" para extensão do fogo do último andar. A intenção do promotor é assim, desde o início, obter permissão da Câmara Municipal de Lisboa para adicionar um piso suplementar ao normalmente admissível, uma vez licenciada a construção-base. A obra é estimada em 3.221.560$00, a que correspondem 80.000$00 de honorários de arquitectura (ML NP313.DGEMN); 1961, início (atr.) - decorrem estudos preliminares para o projecto, consubstanciados em duas soluções alternativas nas quais variam a posição dos compartimentos técnicos em piso térreo, a dimensão do átrio principal no mesmo piso e a compartimentação do 6.º andar e recuado (conforme a extensão ou não do andar de cobertura para o saliente posterior, idêntico à solução adoptada nos andares-tipo) (ML NP395.DGEMN); 1961, Março - em conformidade com o teor da proposta (que terá conhecido aprovação), os arquitectos Manuel Laginha, Pedro Cid e Vasconcelos Esteves assinam a primeira versão do projecto, para um imóvel com cave (garagem), piso térreo (garagem, ocupando toda a área do lote, e habitação da porteira com pátio) e 6 andares. Em cada um destes é colocada uma habitação dimensionada "com folgada margem em relação aos mínimos regulamentares" e dividida nas zonas principal e de serviço (divisão que se estende aos acessos verticais e átrios do piso térreo, com vocações separadas). O programa é característico da habitação urbana de média dimensão, com as zonas de serviço (com quarto e instalação sanitária, copa, cozinha, despensa e marquise), de refeições (com sala de jantar), de dormir (com dois quartos e instalação sanitária) e de recepção (com sala de estar, escritório / quarto de apoio e instalação sanitária) reunidas em torno de um vestíbulo central. O conjunto é equipado com estendais nas coberturas da garagem e do último andar, um "miradouro com sombra" nesta última cobertura, um sistema de recolha de lixos por conduta seca, aquecimento eléctrico e isolamento acústico, térmico e à humidade das habitações, "telefone doméstico", campaínhas e trinco eléctrico para as entradas do prédio e coluna montante para os telefones da rede pública. A fachada sobre a rua, orientada a S., é dotada de "largos vãos e sacadas a todo o seu comprimento que são o prolongamento das dependências que aí se localizam", ao passo que a fachada oposta, a N., é caracterizada pelas zonas de serviço e marquises (ML NP273.DGEMN). Apresentado na Câmara a 3 Março, o projecto passa a constituir o Proc. 17.094/61 da Obra n.º 38.127, substituindo o Proc. 37.406/59 que, "embora aprovado, deixou, entretanto, de satisfazer os seus proprietários" (ML NP273.DGEMN). O projecto é amplamente pormenorizado (peças desenhadas e mapa de acabamentos), complementado com peças escritas e desenhadas da rede de saneamento (ML NP273.DGEMN, NP606.DGEMN) e com o projecto de estabilidade competente, da autoria do Eng. Manuel Couto (ML NP267.DGEMN). É ainda elaborada uma maquete correspondente a esta fase do projecto (ML NP975.DGEMN); 1961, Julho - o requerente da licença de construção (a empresa Socigra - Sociedade Comercial de Fomento Industrial e Agrícola Igrejas Lda., de que Eduardo Igrejas é sócio-gerente) solicita à CML uma vistoria ao logradouro existente, dada a ocupação integral prevista em piso térreo (AML.Arquivo Intermédio Proc. 34.670/61); Março - seguindo a estratégia inicialmente delineada para aprovação das intenções do requerente, dá entrada na CML um projecto de Alterações ao já aprovado, tendo em vista a construção de um andar para habitação do sócio-gerente da firma promotora do empreendimento, o qual, tendo sido localizado no último pavimento "por razões de desafogo de vistas e de independência, perfeitamente compreensíveis", é contudo, e dado que a sua área excede aquela de um pavimento normal, desdobrado num "novo pavimento, a sobremontar o volume aprovado, mas segundo uma área inferior à do andar-tipo" - ou seja, um andar recuado. É criado assim um fogo duplex de 4 quartos, salas e ampla zona de serviço, com escada privativa colocada em vestíbulo de pé-direito duplo, e complementado por um escritório, no piso superior, para uso da empresa e do seu sócio-gerente. O pavimento agora introduzido é justificado como a extensão de uma das habitações e não como a adição de um fogo, e o seu volume e cércea (23m no plano marginal) apresentados como pouco alterados em relação ao já aprovado (ML NP273.DGEMN, NP606.DGEMN, AML.Arquivo Intermédio Proc. 12.984/62); 1962, 6 Junho - em substituição do projecto apresentado e para satisfazer as objecções da Direcção dos Serviços de Salubridade e Edificações Urbanas / 3.ª Repartição (Arquitectura) da CML, os autores apresentam aditamento à memória descritiva (ML NP313.DGEMN) e novas peças desenhadas (ML NP273.DGEMN), contemplando, como principal alteração, a transformação da cobertura plana do andar recuado em telhado de duas águas; 1965, Abril - com os projectos anteriores aprovados e as respectivas licenças de construção já levantadas, e novamente porque aqueles deixaram "entretanto de satisfazer os seus proprietários", os três arquitectos assinam a terceira proposta para o imóvel, desta vez contendo 6 andares idênticos com uma habitação por piso e um andar recuado com um fogo independente, além da habitação da porteira instalada no desvão do telhado (cuja cota de cumeeira aumenta em consequência). São introduzidas arrecadações para os inquilinos em cave e uma loja no piso térreo. O volume em elevação desenvolve-se agora com maior profundidade na empena E. (15m, possível pela construção, neste intervalo de tempo, de um novo edifício adjacente com tal profundidade) e, colocado o núcleo de acessos verticais a eixo, alberga dois fogos T2 por andar, cujas zonas de serviço se mantêm orientadas a N. e as de estar e refeições ("sala comum"), a S. O andar recuado contém um fogo de um só quarto (justificável, certamente, pela necessidade de não ultrapassar o Índice de Ocupação permitido para a zona), em compartimentação particularmente recortada. Quanto aos materiais e processos de construção escolhidos, estes "correspondem a um critério de simplicidade e qualidade que não excluem a serenidade e a coerência com a estrutura de betão armado e outros elementos construtivos principais", pelo que são escolhidos o granito polido e o mármore para o revestimento de pilares, paredes e pavimentos do rés-do-chão e escada, pintura e azulejo nos troços visíveis da estrutura e nas paredes, e alumínio anodizado na caixilharia dos vãos (ML NP273.DGEMN). São ainda elaborados os projectos de instalações eléctricas, datado de Abril de 1965 (ML NP273.DGEMN), e de estabilidade, datado de Maio de 1965 (ML NP260.DGEMN, NP269.DGEMN). A 1 Outubro, Manuel Laginha remete a Eduardo Igrejas a nota de honorários relativa ao segundo projecto produzido (ML NP313.DGEMN); 1966 - constituindo o Proc. 13.896/66, dá entrada na CML a quarta proposta de Laginha, Cid e Vasconcelos Esteves para o edifício da Av. Elias Garcia, a qual reintroduz o programa inicialmente previsto de um fogo de média / grande dimensão por andar, mantendo o núcleo de comunicações verticais a eixo e concentrando a zona íntima na faixa E. da planta e a zona social na faixa O. Tal disposição sofre os ajustes decorrentes do processo de construção, que dão origem ao projecto de Alterações apresentado, com assinatura de Manuel Laginha, em 18 Abril 1967, depois traduzidas nas Telas Finais (ML NP313.DGEMN, NP273.DGEMN)

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal Manuel Laginha ML NP 260, NP 267, NP 269, NP 273, NP 395, NP 606, DGEMN/Arquivo Pessoal Vasconcelos Esteves VE NP 79, NP 80 e NP 81

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal Manuel Laginha ML NP 975; DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal Manuel Laginha ML NP 260, NP 267, NP 273, NP 313

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Ricardo Agarez 2006

Actualização

 
 
 
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