Edifício da Capitania do Porto de Faro / Museu Marítimo Ramalho Ortigão
| IPA.00022299 |
Portugal, Faro, Faro, União das freguesias de Faro (Sé e São Pedro) |
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Arquitectura de segurança, modernista. Edifício exemplar da arquitectura da década de 50 do século 20, onde são testadas as potencialidades do betão armado segundo uma estética corbusiana, escola que se começava a afirmar em Portugal na década em questão, contrapondo com a frieza e rigor da arquitectura do Estado Novo. Apresenta uma planta em L, com volumes dispostos na horizontal em 1, 2, e 3 pisos com coberturas em terraço, solução que se começava a impor ao tradicional telhado. Fachadas expressivas, sendo rebocadas e pintadas com algumas cores, com embasamento em pedra e vãos ritmados, apresentando um pesado e saliente entablamento sobre todos os volumes. Destaque de alguns panos com a abertura de amplos janelões e com acesso ao interior nos registos inferiores. Interior muito compartimentado com paredes amovíveis, dispondo de um átrio principal com pavimento e paredes revestidas a mármore, e várias salas e gabinetes organizados em torno de corredores. Iluminação proporcionada pelos amplos janelões do piso térreo e pelas janelas extendidas em comprimento nos pisos superiores, permitindo estas uma luz mais homogénea, elemento incluído no discurso corbusiano. |
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Número IPA Antigo: PT050805040135 |
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Registo visualizado 2459 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Segurança Capitania portuária
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Descrição
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Edifício principal com planta em L e edifício anexo de planta rectangular situado no pátio. Volumes articulados com massas dispostas na horizontal em 1, 2 e 3 pisos, com coberturas diferenciadas em três terraços. Fachadas voltadas para a via pública pintadas de creme e azul, com entablamento saliente pintada em branco a encimar cada registo. Fachada principal voltada para S. com dois corpos, dispondo o 1º de um só piso, com embasamento em cantaria, remate em entablamento saliente e quatro vãos, sendo o primeiro uma porta acedida por um degrau, e os restantes janelas com gradeamento; 2º corpo com dois registos encimados por um terceiro sobre o corpo central da fachada, que é por sua vez rematado por um pequeno corpo, sendo estes divididos por um largo e saliente entablamento; alto embasamento em cantaria, com o segundo registo dividido em sete panos pintados de azul e com ampla janela em cada um; no lugar do 3º pano a fachada é recuada nos dois registos dando lugar a uma varanda que serve o piso superior e, inferiormente, encontra-se a porta de acesso ao hall de entrada; acima deste ergue-se o terceiro piso correspondente ao centro de comunicações, apresentando um rasgamento horizontal que dá lugar a uma larga janela; registo inferior com 11 janelas altaneiras dispostas aos pares relativamente aos panos do registo superior; no extremo direito da fachada abre-se uma porta acedida por um degrau. Fachada voltada a poente constituída por dois corpos, sendo o primeiro com dois pisos e o segundo com um só piso; 1º corpo constituído por 4 panos, sendo o primeiro correspondente à antiga casa do capitão, com embasamento e com dois registos divididos por um largo friso, sendo cada um reentrante à esquerda dando lugar inferiormente à porta de acesso e superiormente a uma varanda; na parte direita do pano abre-se nos dois registos com dois pares de janelas quadradas divididas por um nembo quadrado pintado de azul; segundo pano idêntico ao quarto pano, com dois registos divididos por largo friso, com porta de acesso no piso inferior ladeado por janelas, e registo superior preenchido por um amplo janelão; terceiro pano com alto embasamento em cantaria, dividido em dois registos por largo friso, sendo o superior dividido em 10 panos pintados de azul e com uma janela a encimar e o piso inferior com 10 janelas altaneiras dispostas axialmente aos panos do registo superior; 2º corpo de um só piso, com embasamento e remate recto em entablamento saliente, apresentando 11 panos pintados de azul e encimados por janela, sendo o 3º pano recuado dando lugar à porta de acesso ao posto médico; as últimas 6 janelas têm gradeamento. PÁTIO: espaço empedrado com alçados rebocados e pintados. Alçado S. de dois registos definidos por embasamento, friso e entablamento pronunciada, sendo interrompidos ao centro por um corpo ligeiramente avançado, comunicante com o hall de entrada, constituído por embasamento e por um amplo janelão dividido verticalmente em 5 vãos definidos por 4 estreitos pilares; pano situado a esquerda deste com 8 janelas no registo inferior e quatro largas janelas no topo do registo superior; pano situado à direita do corpo central com 4 janelas no piso inferior. Alçado poente com um pano idêntico ao último referido, apresentando porém uma porta num 5º vão (esq. para a dir.) precedida por três degraus; segue-se um corpo de dois registos definidos por embasamento, friso e entablamento saliente; num primeiro pano, delimitado por pilastras, abre-se ao nível do registo inferior um largo portão acedido por três degraus, enquanto superiormente se abre um amplo janelão; o pano seguinte encontra-se subdividido em 12 panos, em ambos os registos, com janelas quadradas em ambos exceptuado o 10º vão do registo inferior que corresponde a uma porta antecedida por um patamar que igualmente serve uma porta de acesso a um corpo que extende este registo e que se encontra adossado a um pano mais recuado da fachada, possuindo este uma janela no registo inferior e 3 no registo superior. Fachada N. deste último corpo com embasamento e entablamento saliente, possuindo uma janela ao nível do piso térreo e outra, axial a esta, ao nível do piso superior. Fachada S. deste corpo, situada sobre o corpo adossado a S., apresenta duas janelas. Construção anexa com um só piso e 3 alçados com embasamento e pesado entablamento; fachada S. com 8 janelas quadradas rasgadas em série no topo do pano; fachada poente com 3 panos, o primeiro subdividido em 3 vãos correspondentes a garagens, o segundo com três janelas no topo, e o terceiro revestido a pedra; fachada nascente com uma construção adossada, com janelas gradeadas e porta de acesso. INTERIOR: pavimentos em lages de mármore, mosaicos e de madeira; alçados rebocados e pintados de branco, exceptuando o espaço museológico que apresenta uma tonalidade azul clara e as paredes do átrio de entrada que são revestidas com a mesma pedra que cobre o pavimento. Átrio de entrada com vão de acesso aos corredores que percorrem o piso térreo deste corpo, sendo estes comunicantes com várias salas e gabinetes. A partir do mesmo átrio, é possível aceder ao piso superior através de uma escada de dois lanços com um patamar, ou aceder ao pátio exterior. No piso superior deste bloco encontra-se a biblioteca, de paredes forradas com estantes metálicas, e o museu, com três salas. O corpo a poente é acedido pelo lado da via pública e pelo pátio interior, sendo concentrado neste as cozinhas, os refeitórios, o bar, as salas de estar, os dormitórios e os balneários. |
Acessos
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Doca de Faro. Sem acesso para deficientes motores. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, planície, adossado. Implantação harmónica, sendo adossado a E. ao Hotel Eva (v. PT050805040209), cujos muros definem os limites a E. e N. do pátio interior. Fachada principal voltada para a doca de Faro, sendo separada desta por uma estrada empedrada e passeios em calçada portuguesa. Fachada O. voltada para a Ria Formosa, sendo separada desta por uma estrada empedrada e pela pequena elevação onde assenta a linha de caminho de ferro. A separar ainda esta fachada da envolvente encontra-se uma sebe alta que, juntamente com a dita fachada, define um espaço destinado ao estacionamento de automóveis pertencentes ao pessoal da capitania e de outros serviços que se concentram neste edifício. A c. de 100m a E. encontra-se o edifício da Alfândega (v. PT050805040026) e a 150m o terminal de autocarros. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Segurança: capitania portuária |
Utilização Actual
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Segurança: capitania portuária / Segurança: posto marítimo / Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Estado Maior da Armada |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1956 - Aquisição dos terrenos necessários à implantação do novo edifício para a capitania, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1964 - o museu marítimo é instalado no imóvel *1. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada de várias cores; elementos estruturais em betão armado; embasamento em pedra; pavimentos em pedra mármore, madeira e mosaico; revestimento de paredes em pedra mármore no átrio de entrada; portas, janelas e caixilharia em alumínio e em madeira; janelas e portas com vidros simples; ferro em corrimãos, gradeamentos e guardas. |
Bibliografia
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Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Sousa, Mário Dores de, "Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão", Revista da Armada, n.º 367, Lisboa, Novembro, 2001. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMS, DGEMN/DREL, DGEMN/DSID; Direcção de Infra-Estruturas da Marinha |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Direcção de Infra-Estruturas da Marinha |
Intervenção Realizada
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Proprietário: 2001 - substituição do pavimento em madeira por mosaicos; substituição das janelas de madeira por outras de alumínio; 2004: finais - é aberto uma porta de acesso ao pátio ao centro do janelão que se encontra virado para este, o que implicou um rebaixamento da cota do pavimento do interior dispondo de dois degraus; remodelação do museu, contando com a pintura das paredes, a colocação de novas janelas e uma nova organização expositiva do acervo do museu. |
Observações
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A execução do novo edifício foi confiada à Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha; 1 * - o museu foi criado por despacho de 4 de Janeiro de 1889, aproveitando o acervo do antigo Museu Industrial Marítimo que pertencera à Escola Industrial Pedro Nunes; o museu foi instalado inicialmente na própria escola industrial, tendo conhecido posteriormente várias moradas; em 1931, aquando da ocupação do Paço Episcopal pelo Departamento Marítimo do Sul, o museu é inaugurado neste espaço pelo então Capitão do Porto, Capitão de Fragata António Ramalho Ortigão. |
Autor e Data
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Daniel Giebels 2005 |
Actualização
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